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Filosofia

Ano Lectivo: ____/____                                                             Turma: ____

Prof. Joaquim Melro

IV - O conhecimento e a racionalidade científica e tecnológica

1. Descrição e interpretação da actividade cognoscitiva

1.1. Estrutura do acto de conhecer  

                    A análise fenomenológica do conhecimento

Doc. 1


“Em  todo  o  conhecimento,  um  quot;cognoscentequot;  e  um  quot;conhecidoquot;,  um  sujeito  e  um  objecto 
encontram‐se  face  a  face.  A  relação  que  existe  entre  os  dois  é  o  próprio  conhecimento.  A 
oposição dos dois termos não pode ser suprimida; esta oposição significa que os dois termos 
são originariamente separados um do outro, transcendentes um ao outro.  

Os dois termos da relação não podem ser separados dela sem deixar de ser sujeito e objecto. 
O  sujeito  só  é  sujeito  em  relação  a  um  objecto  e  o  objecto  só  é  objecto  em  relação  a  um 
sujeito.  Cada  um  deles  é  o  que  é  em  relação  ao  outro.  Estão  ligados  um  ao  outro  por  uma 
estreita relação; condicionam‐se reciprocamente. A sua relação é uma correlação.  

A  relação  constitutiva  do  conhecimento  é  dupla,  mas  não  é  reversível.  O  facto  de 
desempenhar  o  papel  de  sujeito  em  relação  a  um  objecto  é  diferente  do  facto  de 
desempenhar o papel de objecto em relação a um sujeito. No interior da correlação, sujeito e 
objecto não são, portanto, permutáveis, a sua função é na sua essência diferente. (...)  

A função do sujeito consiste em apreender o objecto; a do objecto em poder ser apreendido 
pelo sujeito e em sê‐lo efectivamente.  

Considerada do lado do sujeito, esta apreensão pode ser descrita como uma saída do sujeito 
para fora da sua própria esfera e como uma incursão na esfera do objecto, a qual é, para o 
sujeito, transcendente e heterogénea. O sujeito apreende as determinações do objecto e, ao 
aprendê‐las, introdu‐las, fá‐las entrar na sua própria esfera.  

O  sujeito  não  pode  captar  as  propriedades  do  objecto  senão  fora  de  si  mesmo,  pois  a 
oposição  do  sujeito  e  do  objecto  não  desaparece  na  união  que  o  acto  do  conhecimento 
estabelece  entre  eles;  permanece  indestrutível.  A  consciência  dessa  oposição  é  um  aspecto 
essencial  da  consciência  do  objecto.  O  objecto,  mesmo  quando  é  apreendido,  permanece 
para o sujeito algo exterior; é sempre o objectum, quer dizer, o que está diante dele. O sujeito 
não pode captar o objecto sem sair de si (sem se transcender); mas não pode ter consciência 
do  que  é  apreendido,  sem  entrar  em  si,  sem  se  reencontrar  na  sua  própria  esfera.  O 
conhecimento realiza‐se, por assim dizer, em três tempos: o sujeito sai de si, está fora de si e 
regressa finalmente a si.  

O facto de que o sujeito saia de si para apreender o objecto não muda nada neste. O objecto 
não se torna por isso imanente. As características do objecto, se bem que sejam apreendidas 
e  como  que  introduzidas  na  esfera  do  sujeito,  não  são,  contudo,  deslocadas.  Apreender  o 
objecto não significa fazê‐lo entrar no sujeito, mas sim reproduzir neste as determinações do 
objecto  numa  construção  que  terá  um  conteúdo  idêntico  ao  do  objecto.  Esta  construção 
operada no conhecimento é a quot;imagemquot; do objecto. O objecto não é modificado pelo sujeito, 
mas sim o sujeito pelo objecto. Apenas no sujeito alguma coisa se transformou pelo acto do 
conhecimento.  No  objecto  nada  de  novo  foi  criado;  mas  no  sujeito  nasce  a  consciência  do 
objecto com o seu conteúdo, a imagem do objecto”.  

Hartmann,  N.  (1945).  Les  Principes  d'une  Métaphysique  de  la  Connaissance  (t.  l,  pp.  87‐88). 
Paris: Ed. Montaigne. 

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Texto de Hartman sobre fenomenologia

  • 1. Filosofia Ano Lectivo: ____/____ Turma: ____ Prof. Joaquim Melro IV - O conhecimento e a racionalidade científica e tecnológica 1. Descrição e interpretação da actividade cognoscitiva 1.1. Estrutura do acto de conhecer   A análise fenomenológica do conhecimento Doc. 1 “Em  todo  o  conhecimento,  um  quot;cognoscentequot;  e  um  quot;conhecidoquot;,  um  sujeito  e  um  objecto  encontram‐se  face  a  face.  A  relação  que  existe  entre  os  dois  é  o  próprio  conhecimento.  A  oposição dos dois termos não pode ser suprimida; esta oposição significa que os dois termos  são originariamente separados um do outro, transcendentes um ao outro.   Os dois termos da relação não podem ser separados dela sem deixar de ser sujeito e objecto.  O  sujeito  só  é  sujeito  em  relação  a  um  objecto  e  o  objecto  só  é  objecto  em  relação  a  um  sujeito.  Cada  um  deles  é  o  que  é  em  relação  ao  outro.  Estão  ligados  um  ao  outro  por  uma  estreita relação; condicionam‐se reciprocamente. A sua relação é uma correlação.   A  relação  constitutiva  do  conhecimento  é  dupla,  mas  não  é  reversível.  O  facto  de  desempenhar  o  papel  de  sujeito  em  relação  a  um  objecto  é  diferente  do  facto  de  desempenhar o papel de objecto em relação a um sujeito. No interior da correlação, sujeito e  objecto não são, portanto, permutáveis, a sua função é na sua essência diferente. (...)   A função do sujeito consiste em apreender o objecto; a do objecto em poder ser apreendido  pelo sujeito e em sê‐lo efectivamente.   Considerada do lado do sujeito, esta apreensão pode ser descrita como uma saída do sujeito  para fora da sua própria esfera e como uma incursão na esfera do objecto, a qual é, para o  sujeito, transcendente e heterogénea. O sujeito apreende as determinações do objecto e, ao  aprendê‐las, introdu‐las, fá‐las entrar na sua própria esfera.   O  sujeito  não  pode  captar  as  propriedades  do  objecto  senão  fora  de  si  mesmo,  pois  a  oposição  do  sujeito  e  do  objecto  não  desaparece  na  união  que  o  acto  do  conhecimento 
  • 2. estabelece  entre  eles;  permanece  indestrutível.  A  consciência  dessa  oposição  é  um  aspecto  essencial  da  consciência  do  objecto.  O  objecto,  mesmo  quando  é  apreendido,  permanece  para o sujeito algo exterior; é sempre o objectum, quer dizer, o que está diante dele. O sujeito  não pode captar o objecto sem sair de si (sem se transcender); mas não pode ter consciência  do  que  é  apreendido,  sem  entrar  em  si,  sem  se  reencontrar  na  sua  própria  esfera.  O  conhecimento realiza‐se, por assim dizer, em três tempos: o sujeito sai de si, está fora de si e  regressa finalmente a si.   O facto de que o sujeito saia de si para apreender o objecto não muda nada neste. O objecto  não se torna por isso imanente. As características do objecto, se bem que sejam apreendidas  e  como  que  introduzidas  na  esfera  do  sujeito,  não  são,  contudo,  deslocadas.  Apreender  o  objecto não significa fazê‐lo entrar no sujeito, mas sim reproduzir neste as determinações do  objecto  numa  construção  que  terá  um  conteúdo  idêntico  ao  do  objecto.  Esta  construção  operada no conhecimento é a quot;imagemquot; do objecto. O objecto não é modificado pelo sujeito,  mas sim o sujeito pelo objecto. Apenas no sujeito alguma coisa se transformou pelo acto do  conhecimento.  No  objecto  nada  de  novo  foi  criado;  mas  no  sujeito  nasce  a  consciência  do  objecto com o seu conteúdo, a imagem do objecto”.   Hartmann,  N.  (1945).  Les  Principes  d'une  Métaphysique  de  la  Connaissance  (t.  l,  pp.  87‐88).  Paris: Ed. Montaigne.