O documento discute as práticas de avaliação escolar no Brasil. Argumenta que a avaliação atualmente serve para classificar e reproduzir a sociedade de forma conservadora, ao invés de diagnosticar e promover a transformação social. Defende que a avaliação deve ser usada para orientar o processo de aprendizagem dos estudantes, em vez de apenas classificá-los.
2. Para o autor as práticas escolares se realizam dentro
de um modelo teórico que pressupõe a educação
como um mecanismo de conservação e reprodução
da sociedade.
O autoritarismo é o elemento necessário para a
garantia desse modelo social.
É preciso colocar a avaliação escolar a serviço de uma
pedagogia que entenda a educação como
instrumento de transformação social.
Portanto, a avaliação no Brasil, hoje, está a serviço de
uma pedagogia dominante que, por sua vez, serve a
um modelo social dominante, denominado liberal
conservador.
3. Origem desse modelo:
Surgiu da estratificação
dos empreendimentos
transformadores que
culminaram com a
revolução Francesa.
A burguesia foi revolucionária
em sua fase de
ascensão, quando se uniu às
classes populares na sua luta
contra o clero e a nobreza.
Após chegar ao poder, em
1789, tornou-se reacionária e
conservadora.
Contudo, os ideais de liberdade e
igualdade
Perante a lei tornaram-se valores de nossa
sociedade. Cada indivíduo tem o
direito, com seu próprio
esforço,livremente e sob a lei, de
buscar sua auto-realização, por meio da
4. Pedagogia Tradicional: centrada no intelecto, na
transmissão do conteúdo e na pessoa do
professor;
Pedagogia renovada ou escolanovista: centrada
nos sentimentos, na individualidade;
Pedagogia tecnicista: centrada na exarcebação
dos meios técnicos de transmissão e apreensão
dos conteúdos e no rendimento.
5. Todas essa traduções daquele modelo social
tentam produzir, sem conseguir, a equalização
social, valor intrínseco à nossa sociedade. Mas a
equalização social só poderia ocorrer num outro
modelo social. Portanto, essas três pedagogias não
podem propor nem exercitar tentativas de
transformação.
A culpa é dos pobres !!!!
6. No seio da prática social
conservadora, foi-se
formulando uma nova
pedagogia, em que
igualdade entre os
homens e sua liberdade
se traduzissem em
concretude histórica. A
Pedagogia libertadora
fundada por Paulo Freire.
A Pedagogia Libertadora é marcada
pela ideia de que a emancipação das
camadas populares se dá em um
processo de conscientização cultural e
político, além dos muros da escola.
7. A Pedagogia Libertária é centrada na ideia de que a escola
deve ser um instrumento de conscientização e organização
política dos educandos.
A Pedagogia dos conteúdos
socioculturais, representada pelo grupo do professor
Dermeval Saviani. Essa é centrada na ideia de igualdade
de oprtunidades para todos no processo de educação, e
na compreensão de que a prática educacional se faz pela
assimilação dos conteúdos de conhecimentos
sistematizados pela humanidade, no contexto de uma
prática social.
O primeiro grupo de pedagogias tem por
objetivo a domestificação. O segundo, a
8. Conceito:
Avaliação é um juízo de valor, uma afirmação qualitativa
sobre um objeto, a partir de critérios pré-estabelecidos.
Esse julgamento se faz com base nos caracteres relevantes
da realidade do objeto avaliado. Portanto, apesar de
qualitativo, o julgamento não será inteiramente subjetivo.
A avaliação conduz, ainda, a uma tomada de decisão ou de
posição sobre o objeto avaliado(um posicionamento de “não
indiferença”).
Esses elementos, compõem a compreensão constitutiva da
avaliação que, na prática escolar, dá-se sob o arbítrio da
autoridade pedagógica.
9. A atual prática da avaliação estipulou, como função do
ato de avaliar, a classificação e não o
diagnóstico, como deveria ser.
Ou seja, o juízo de valor, que teria a função de
possibilitar uma nova tomada de decisão, passa a ter
função estática de classificar um ser humano histórico
num padrão definitivamente
determinado, estigmatizado.
O ato de avaliar deixa, assim, de servir como pausa
para pensar a prática pedagógica, constituindo-se num
instrumento estático, freador do crescimento e
autoritário.
10. - Nas mãos do professor, avaliação passou a
desempenhar também o papel disciplinador de condutas
sociais, bem como uma forma de enquadrar os alunos
dentro da normatividades sociais estabelecidas.
- Temos, portanto a dependência psicológica do
professor, definindo o que é relevante ou não.
11. Para romper com esse estado de coisas, é preciso
romper com o modelo de sociedade e com a
pedagogia que o traduz.
Resgatar o significado dialógico da avaliação não
significa exigir menos!!!!!
12. A visão culposa do erro, na
escola, tem conduzido ao uso
permanente do castigo como forma
de correção, tomando a valiação
como suporte de decisão. No
entanto, uma visão sadia do erro
possibilita sua utilização de forma
construtiva.
13.
14. Vamos Lembrar!Brasil!
No sul, era comum os professores baterem com
régua nos alunos;
No nordeste a palmatória era comum;
Com o passar do tempo os castigos foram
perdendo o caráter de agressão física e tornando-
se mais sutis, mas não desprovidos de violência.
16. A prática do castigo decorre de uma concepção de que as condutas de
um sujeito que não correspondem a um determinado padrão
preestabelecido merecem ser castigadas, a fim de que ele não repita o
erro e aprenda a conduta correta.
A culpa está na raiz do castigo, sendo o erro sempre fonte de
condenação.
17. A solução insatisfatória de um problema só pode ser
considerada um erro quando se tem uma forma correta de
resolve-los. Sem padrão não há erro. No caso da atividade
escolar pode ocorrer o erro na manifestação da conduta
aprendida, uma vez que já se tenha o padrão dos
conhecimentos e habilidades a serem aprendidas
18. Experiência é o nome que todo mundo dá aos próprios erros.
Oscar Wilde
O importante é a lembrança dos erros, que nos permite não cometer sempre os mesmos. O
verdadeiro tesouro do homem é o tesouro dos seus erros, a larga experiência...
José Ortega y Gasset
O fato de não se chegar à uma solução bem- sucedida
indica um novo passo a ser dado. Ela deve ser usada
positivamente na busca pela solução pretendida.
Se houver castigo, não há reorientação!
19. A avaliação não deveria servir de
fonte de decisão sobre o castigo-
instrumento de ameaça e
disciplinamento da personalidade
dos educandos-, mas de decisão
sobre os caminhos do crescimento
sadio e feliz.
20. -Democratização do ensino implica, antes de tudo, democratização do
acesso a educação escolar. Uma necessidade da vida urbana(Coversar
sobre lazer, cultura e economia);
-Permanência;
-Qualidade.
(Refletir se as práticas de avaliação tem contribuído para esse fatores)
21. Após um período de aulas e
exercícios, denominado unidade de ensino, os
professores formulam testes, para utilizar como
mecanismo pelo qual o professor solicita aos
alunos a manifestação das condutas.
O professor formula o seu instrumento de valiação
a partir de algumas variáveis: conteúdos
efetivamente ensinados, conteúdos que o
professor não ensinou, testes mais
difíceis, indisciplina e uma certa “patologia
magisterial”, que afirma que o professor não pode
aprovar todos os alunos.
22. Entende-se por avaliação um juízo de qualidade sobre
dados relevantes, tendo em vista uma tomada de
decisão.
Alguns professores julgam ao bel-prazer do seu
estado de humor.
Assim o processo de avaliação torna-se meramente
classificatório, impedindo o avanço dos alunos.
A PRÁTICA CLASSIFICATÓRIA É ANTIDEMOCRÁTICA!!!!
23.
24. A avaliação deverá ser assumida como um
“instrumento de compreensão do estágio de
aprendizagem em que está o aluno, tendo em vista
tomar decisões satisfatórias para que possa
avançar em seu processo de aprendizagem”.
A avaliação deve ser instrumento auxiliar da
aprendizagem e não instrumento de reprovação ou
aprovação.
25. O processo de verificação se configura pela observação,
análise e síntese dos dados que delimitam o objeto. A
verificação se encerra no momento em que se chega à
conclusão de que determinado objeto tem determinada
configuração.
O ato de avaliar implica coleta, análise e síntese dos dados; é
acrescido de uma atribuição de valor ou qualidade, que se
processa a partir da comparação da configuração do objeto
avaliado com um determinado padrão de qualidade
previamente estabelecida. Ela ultrapassa a configuração do
objeto, exigindo decisão sobre ele.
Verificação congela, avaliação direciona numa trilha din^miva
de ação.
26. A avaliação deve ser praticada como uma atribuição de
qualidade aos resultados da aprendizagem.
Ao avaliar, o professor deverá:
- coletar, analisar e sistematizar, de forma mais
objetiva, as manifestações dos alunos;
- Atribuir uma qualidade a essa manifestação da
aprendizagem, a partir de um padrão preestabelecido
pela comunidade escola;
- A partir dessa qualificação, tomar uma decisão sobre as
condutas docentes e discente a serem seguidas. Tendo
em vista a reorientação imediata da aprendizagem, caso
se mostre insatisfatória, e o encaminhamento dos alunos
para as etapas subseqüentes.