SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 28
LUCKESI, Cipriano C.
 Para o autor as práticas escolares se realizam dentro
de um modelo teórico que pressupõe a educação
como um mecanismo de conservação e reprodução
da sociedade.
 O autoritarismo é o elemento necessário para a
garantia desse modelo social.
 É preciso colocar a avaliação escolar a serviço de uma
pedagogia que entenda a educação como
instrumento de transformação social.
 Portanto, a avaliação no Brasil, hoje, está a serviço de
uma pedagogia dominante que, por sua vez, serve a
um modelo social dominante, denominado liberal
conservador.
Origem desse modelo:
Surgiu da estratificação
dos empreendimentos
transformadores que
culminaram com a
revolução Francesa.
A burguesia foi revolucionária
em sua fase de
ascensão, quando se uniu às
classes populares na sua luta
contra o clero e a nobreza.
Após chegar ao poder, em
1789, tornou-se reacionária e
conservadora.
Contudo, os ideais de liberdade e
igualdade
Perante a lei tornaram-se valores de nossa
sociedade. Cada indivíduo tem o
direito, com seu próprio
esforço,livremente e sob a lei, de
buscar sua auto-realização, por meio da
 Pedagogia Tradicional: centrada no intelecto, na
transmissão do conteúdo e na pessoa do
professor;
 Pedagogia renovada ou escolanovista: centrada
nos sentimentos, na individualidade;
 Pedagogia tecnicista: centrada na exarcebação
dos meios técnicos de transmissão e apreensão
dos conteúdos e no rendimento.
 Todas essa traduções daquele modelo social
tentam produzir, sem conseguir, a equalização
social, valor intrínseco à nossa sociedade. Mas a
equalização social só poderia ocorrer num outro
modelo social. Portanto, essas três pedagogias não
podem propor nem exercitar tentativas de
transformação.
A culpa é dos pobres !!!!
No seio da prática social
conservadora, foi-se
formulando uma nova
pedagogia, em que
igualdade entre os
homens e sua liberdade
se traduzissem em
concretude histórica. A
Pedagogia libertadora
fundada por Paulo Freire.
A Pedagogia Libertadora é marcada
pela ideia de que a emancipação das
camadas populares se dá em um
processo de conscientização cultural e
político, além dos muros da escola.
A Pedagogia Libertária é centrada na ideia de que a escola
deve ser um instrumento de conscientização e organização
política dos educandos.
A Pedagogia dos conteúdos
socioculturais, representada pelo grupo do professor
Dermeval Saviani. Essa é centrada na ideia de igualdade
de oprtunidades para todos no processo de educação, e
na compreensão de que a prática educacional se faz pela
assimilação dos conteúdos de conhecimentos
sistematizados pela humanidade, no contexto de uma
prática social.
O primeiro grupo de pedagogias tem por
objetivo a domestificação. O segundo, a
 Conceito:
 Avaliação é um juízo de valor, uma afirmação qualitativa
sobre um objeto, a partir de critérios pré-estabelecidos.
 Esse julgamento se faz com base nos caracteres relevantes
da realidade do objeto avaliado. Portanto, apesar de
qualitativo, o julgamento não será inteiramente subjetivo.
 A avaliação conduz, ainda, a uma tomada de decisão ou de
posição sobre o objeto avaliado(um posicionamento de “não
indiferença”).
 Esses elementos, compõem a compreensão constitutiva da
avaliação que, na prática escolar, dá-se sob o arbítrio da
autoridade pedagógica.
 A atual prática da avaliação estipulou, como função do
ato de avaliar, a classificação e não o
diagnóstico, como deveria ser.
 Ou seja, o juízo de valor, que teria a função de
possibilitar uma nova tomada de decisão, passa a ter
função estática de classificar um ser humano histórico
num padrão definitivamente
determinado, estigmatizado.
 O ato de avaliar deixa, assim, de servir como pausa
para pensar a prática pedagógica, constituindo-se num
instrumento estático, freador do crescimento e
autoritário.
- Nas mãos do professor, avaliação passou a
desempenhar também o papel disciplinador de condutas
sociais, bem como uma forma de enquadrar os alunos
dentro da normatividades sociais estabelecidas.
- Temos, portanto a dependência psicológica do
professor, definindo o que é relevante ou não.
 Para romper com esse estado de coisas, é preciso
romper com o modelo de sociedade e com a
pedagogia que o traduz.
 Resgatar o significado dialógico da avaliação não
significa exigir menos!!!!!
 A visão culposa do erro, na
escola, tem conduzido ao uso
permanente do castigo como forma
de correção, tomando a valiação
como suporte de decisão. No
entanto, uma visão sadia do erro
possibilita sua utilização de forma
construtiva.
 Vamos Lembrar!Brasil!
 No sul, era comum os professores baterem com
régua nos alunos;
 No nordeste a palmatória era comum;
 Com o passar do tempo os castigos foram
perdendo o caráter de agressão física e tornando-
se mais sutis, mas não desprovidos de violência.
Muitos alunos internalizam a submissão !!!
A prática do castigo decorre de uma concepção de que as condutas de
um sujeito que não correspondem a um determinado padrão
preestabelecido merecem ser castigadas, a fim de que ele não repita o
erro e aprenda a conduta correta.
A culpa está na raiz do castigo, sendo o erro sempre fonte de
condenação.
 A solução insatisfatória de um problema só pode ser
considerada um erro quando se tem uma forma correta de
resolve-los. Sem padrão não há erro. No caso da atividade
escolar pode ocorrer o erro na manifestação da conduta
aprendida, uma vez que já se tenha o padrão dos
conhecimentos e habilidades a serem aprendidas
 Experiência é o nome que todo mundo dá aos próprios erros.
Oscar Wilde
 O importante é a lembrança dos erros, que nos permite não cometer sempre os mesmos. O
verdadeiro tesouro do homem é o tesouro dos seus erros, a larga experiência...
José Ortega y Gasset
 O fato de não se chegar à uma solução bem- sucedida
indica um novo passo a ser dado. Ela deve ser usada
positivamente na busca pela solução pretendida.
 Se houver castigo, não há reorientação!
 A avaliação não deveria servir de
fonte de decisão sobre o castigo-
instrumento de ameaça e
disciplinamento da personalidade
dos educandos-, mas de decisão
sobre os caminhos do crescimento
sadio e feliz.
-Democratização do ensino implica, antes de tudo, democratização do
acesso a educação escolar. Uma necessidade da vida urbana(Coversar
sobre lazer, cultura e economia);
-Permanência;
-Qualidade.
(Refletir se as práticas de avaliação tem contribuído para esse fatores)
 Após um período de aulas e
exercícios, denominado unidade de ensino, os
professores formulam testes, para utilizar como
mecanismo pelo qual o professor solicita aos
alunos a manifestação das condutas.
 O professor formula o seu instrumento de valiação
a partir de algumas variáveis: conteúdos
efetivamente ensinados, conteúdos que o
professor não ensinou, testes mais
difíceis, indisciplina e uma certa “patologia
magisterial”, que afirma que o professor não pode
aprovar todos os alunos.
 Entende-se por avaliação um juízo de qualidade sobre
dados relevantes, tendo em vista uma tomada de
decisão.
 Alguns professores julgam ao bel-prazer do seu
estado de humor.
 Assim o processo de avaliação torna-se meramente
classificatório, impedindo o avanço dos alunos.
 A PRÁTICA CLASSIFICATÓRIA É ANTIDEMOCRÁTICA!!!!
 A avaliação deverá ser assumida como um
“instrumento de compreensão do estágio de
aprendizagem em que está o aluno, tendo em vista
tomar decisões satisfatórias para que possa
avançar em seu processo de aprendizagem”.
 A avaliação deve ser instrumento auxiliar da
aprendizagem e não instrumento de reprovação ou
aprovação.
 O processo de verificação se configura pela observação,
análise e síntese dos dados que delimitam o objeto. A
verificação se encerra no momento em que se chega à
conclusão de que determinado objeto tem determinada
configuração.
 O ato de avaliar implica coleta, análise e síntese dos dados; é
acrescido de uma atribuição de valor ou qualidade, que se
processa a partir da comparação da configuração do objeto
avaliado com um determinado padrão de qualidade
previamente estabelecida. Ela ultrapassa a configuração do
objeto, exigindo decisão sobre ele.
 Verificação congela, avaliação direciona numa trilha din^miva
de ação.
 A avaliação deve ser praticada como uma atribuição de
qualidade aos resultados da aprendizagem.
 Ao avaliar, o professor deverá:
- coletar, analisar e sistematizar, de forma mais
objetiva, as manifestações dos alunos;
- Atribuir uma qualidade a essa manifestação da
aprendizagem, a partir de um padrão preestabelecido
pela comunidade escola;
- A partir dessa qualificação, tomar uma decisão sobre as
condutas docentes e discente a serem seguidas. Tendo
em vista a reorientação imediata da aprendizagem, caso
se mostre insatisfatória, e o encaminhamento dos alunos
para as etapas subseqüentes.
FIM

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

A avaliação da aprendizagem como processo construtivo do
A avaliação da aprendizagem como processo construtivo doA avaliação da aprendizagem como processo construtivo do
A avaliação da aprendizagem como processo construtivo do
pattyapfonseca
 
Tendências pedagogicas parte i
Tendências pedagogicas   parte iTendências pedagogicas   parte i
Tendências pedagogicas parte i
appfoz
 
A avaliação da aprendizagem e o princípio da continuidade da
A avaliação da aprendizagem e o princípio da continuidade daA avaliação da aprendizagem e o princípio da continuidade da
A avaliação da aprendizagem e o princípio da continuidade da
Eliana Zati
 
Avaliação na educação
Avaliação na educaçãoAvaliação na educação
Avaliação na educação
Labted UEL
 
HistóRia Da AvaliaçãO 1a Aula
HistóRia Da AvaliaçãO   1a AulaHistóRia Da AvaliaçãO   1a Aula
HistóRia Da AvaliaçãO 1a Aula
UESB
 
Planejamento e Avaliação
Planejamento e AvaliaçãoPlanejamento e Avaliação
Planejamento e Avaliação
JOAO AURELIANO
 

La actualidad más candente (20)

ATPC Como Espaço de Formação - Avaliação
ATPC Como Espaço de Formação - AvaliaçãoATPC Como Espaço de Formação - Avaliação
ATPC Como Espaço de Formação - Avaliação
 
Métodos de ensino
Métodos de ensinoMétodos de ensino
Métodos de ensino
 
Avaliação ppt
Avaliação pptAvaliação ppt
Avaliação ppt
 
Tipos de avaliacao
Tipos de avaliacaoTipos de avaliacao
Tipos de avaliacao
 
Métodos de Ensino - Texto de Libâneo (1994)
Métodos de Ensino - Texto de Libâneo (1994)Métodos de Ensino - Texto de Libâneo (1994)
Métodos de Ensino - Texto de Libâneo (1994)
 
Avaliação
AvaliaçãoAvaliação
Avaliação
 
Avaliação escolar
Avaliação escolarAvaliação escolar
Avaliação escolar
 
Avaliação Escolar
Avaliação EscolarAvaliação Escolar
Avaliação Escolar
 
A avaliação da aprendizagem como processo
A avaliação da aprendizagem como processoA avaliação da aprendizagem como processo
A avaliação da aprendizagem como processo
 
Avaliação: tipos e funções
Avaliação: tipos e funçõesAvaliação: tipos e funções
Avaliação: tipos e funções
 
A avaliação da aprendizagem como processo construtivo do
A avaliação da aprendizagem como processo construtivo doA avaliação da aprendizagem como processo construtivo do
A avaliação da aprendizagem como processo construtivo do
 
Didática geral aula 1
Didática geral aula 1Didática geral aula 1
Didática geral aula 1
 
Ppt avaliação
Ppt avaliaçãoPpt avaliação
Ppt avaliação
 
Tendências pedagogicas parte i
Tendências pedagogicas   parte iTendências pedagogicas   parte i
Tendências pedagogicas parte i
 
A avaliação da aprendizagem e o princípio da continuidade da
A avaliação da aprendizagem e o princípio da continuidade daA avaliação da aprendizagem e o princípio da continuidade da
A avaliação da aprendizagem e o princípio da continuidade da
 
Planejamento pedagógico
Planejamento pedagógicoPlanejamento pedagógico
Planejamento pedagógico
 
Avaliação na educação
Avaliação na educaçãoAvaliação na educação
Avaliação na educação
 
HistóRia Da AvaliaçãO 1a Aula
HistóRia Da AvaliaçãO   1a AulaHistóRia Da AvaliaçãO   1a Aula
HistóRia Da AvaliaçãO 1a Aula
 
A abordagem histórico cultural de lev vigotski
A abordagem histórico cultural de lev vigotskiA abordagem histórico cultural de lev vigotski
A abordagem histórico cultural de lev vigotski
 
Planejamento e Avaliação
Planejamento e AvaliaçãoPlanejamento e Avaliação
Planejamento e Avaliação
 

Similar a Avaliação da aprendizagem escolar

80 conceitos importantes_na_pr
80 conceitos importantes_na_pr80 conceitos importantes_na_pr
80 conceitos importantes_na_pr
afermartins
 
Avaliar para promover as setas do caminho jussara hoffman
Avaliar para promover as setas do caminho jussara hoffmanAvaliar para promover as setas do caminho jussara hoffman
Avaliar para promover as setas do caminho jussara hoffman
Valquiria1003
 

Similar a Avaliação da aprendizagem escolar (20)

Concepção Curricular
Concepção Curricular Concepção Curricular
Concepção Curricular
 
Repensando a avaliação
Repensando a avaliaçãoRepensando a avaliação
Repensando a avaliação
 
Avaliação escolar e democratização: o direito de errar
Avaliação escolar e democratização: o direito de errarAvaliação escolar e democratização: o direito de errar
Avaliação escolar e democratização: o direito de errar
 
Seminário discussao coordenada (1)
Seminário   discussao coordenada (1)Seminário   discussao coordenada (1)
Seminário discussao coordenada (1)
 
Discussao 2
Discussao 2Discussao 2
Discussao 2
 
Estudar concurso 80 verdetes
Estudar concurso   80 verdetesEstudar concurso   80 verdetes
Estudar concurso 80 verdetes
 
Avaliação Emancipatória
Avaliação EmancipatóriaAvaliação Emancipatória
Avaliação Emancipatória
 
Apresentação1
Apresentação1Apresentação1
Apresentação1
 
Avaliar para promover
Avaliar para promoverAvaliar para promover
Avaliar para promover
 
80 conceitos importantes_na_pr
80 conceitos importantes_na_pr80 conceitos importantes_na_pr
80 conceitos importantes_na_pr
 
"Tendências pedagógicas"
"Tendências pedagógicas""Tendências pedagógicas"
"Tendências pedagógicas"
 
Didatica i u5
Didatica i u5Didatica i u5
Didatica i u5
 
Avaliar para promover as setas do caminho Jussara Hoffman
Avaliar para promover as setas do caminho Jussara Hoffman Avaliar para promover as setas do caminho Jussara Hoffman
Avaliar para promover as setas do caminho Jussara Hoffman
 
Avaliar para promover as setas do caminho jussara hoffman
Avaliar para promover as setas do caminho jussara hoffmanAvaliar para promover as setas do caminho jussara hoffman
Avaliar para promover as setas do caminho jussara hoffman
 
O processo de Avaliação no Ensino Superior
O processo de Avaliação no Ensino SuperiorO processo de Avaliação no Ensino Superior
O processo de Avaliação no Ensino Superior
 
Slides do Texto Clássico 5
Slides do Texto Clássico 5Slides do Texto Clássico 5
Slides do Texto Clássico 5
 
Avaliar para promover as setas do caminho jussara hoffman
Avaliar para promover as setas do caminho jussara hoffmanAvaliar para promover as setas do caminho jussara hoffman
Avaliar para promover as setas do caminho jussara hoffman
 
Avaliação aprendizagem autoria
Avaliação aprendizagem autoriaAvaliação aprendizagem autoria
Avaliação aprendizagem autoria
 
Slide seminário avaliação da aprendizagem escolar - apontamentos sobre a...
Slide seminário   avaliação da aprendizagem escolar - apontamentos sobre a...Slide seminário   avaliação da aprendizagem escolar - apontamentos sobre a...
Slide seminário avaliação da aprendizagem escolar - apontamentos sobre a...
 
A avaliação da aprendizagem como principio da autoria
A avaliação da aprendizagem como principio da autoriaA avaliação da aprendizagem como principio da autoria
A avaliação da aprendizagem como principio da autoria
 

Más de AlessandroRubens

Más de AlessandroRubens (20)

Ética e Competência
Ética e CompetênciaÉtica e Competência
Ética e Competência
 
Fronteiras, a marca das diferenças 1
Fronteiras, a marca das diferenças 1Fronteiras, a marca das diferenças 1
Fronteiras, a marca das diferenças 1
 
A terra e o sol, fuso horário
A terra e o sol, fuso horárioA terra e o sol, fuso horário
A terra e o sol, fuso horário
 
Região sudeste 1
Região sudeste 1Região sudeste 1
Região sudeste 1
 
Formação territorial do brasil ii
Formação territorial do brasil iiFormação territorial do brasil ii
Formação territorial do brasil ii
 
Formação do território brasileiro 1
Formação do território brasileiro 1Formação do território brasileiro 1
Formação do território brasileiro 1
 
Delors
DelorsDelors
Delors
 
Apresenta ldb
Apresenta ldbApresenta ldb
Apresenta ldb
 
Para entender o financiamento da educação no brasil
Para entender o financiamento da educação no brasilPara entender o financiamento da educação no brasil
Para entender o financiamento da educação no brasil
 
Campo brasileiro
Campo brasileiroCampo brasileiro
Campo brasileiro
 
Paisagem rural e_paisagem_urbana[1]
Paisagem rural e_paisagem_urbana[1]Paisagem rural e_paisagem_urbana[1]
Paisagem rural e_paisagem_urbana[1]
 
Blocos e associações
Blocos e associaçõesBlocos e associações
Blocos e associações
 
Blocos e Associações
Blocos e AssociaçõesBlocos e Associações
Blocos e Associações
 
Linguagem cartográfica para o ensino fundamental
Linguagem cartográfica para o ensino fundamentalLinguagem cartográfica para o ensino fundamental
Linguagem cartográfica para o ensino fundamental
 
Por que estudar geografia
Por que estudar geografiaPor que estudar geografia
Por que estudar geografia
 
ONU
ONU ONU
ONU
 
Onu
OnuOnu
Onu
 
ONU
ONUONU
ONU
 
Atmosfera terrestre
Atmosfera terrestreAtmosfera terrestre
Atmosfera terrestre
 
ENSINAR: AGIR NA URGÊNCIA, DECIDIR NA INCERTEZA(CAP. 05) – PERRENOUD, PHILLIPE
ENSINAR: AGIR NA URGÊNCIA, DECIDIR NA INCERTEZA(CAP. 05) – PERRENOUD, PHILLIPEENSINAR: AGIR NA URGÊNCIA, DECIDIR NA INCERTEZA(CAP. 05) – PERRENOUD, PHILLIPE
ENSINAR: AGIR NA URGÊNCIA, DECIDIR NA INCERTEZA(CAP. 05) – PERRENOUD, PHILLIPE
 

Avaliação da aprendizagem escolar

  • 2.  Para o autor as práticas escolares se realizam dentro de um modelo teórico que pressupõe a educação como um mecanismo de conservação e reprodução da sociedade.  O autoritarismo é o elemento necessário para a garantia desse modelo social.  É preciso colocar a avaliação escolar a serviço de uma pedagogia que entenda a educação como instrumento de transformação social.  Portanto, a avaliação no Brasil, hoje, está a serviço de uma pedagogia dominante que, por sua vez, serve a um modelo social dominante, denominado liberal conservador.
  • 3. Origem desse modelo: Surgiu da estratificação dos empreendimentos transformadores que culminaram com a revolução Francesa. A burguesia foi revolucionária em sua fase de ascensão, quando se uniu às classes populares na sua luta contra o clero e a nobreza. Após chegar ao poder, em 1789, tornou-se reacionária e conservadora. Contudo, os ideais de liberdade e igualdade Perante a lei tornaram-se valores de nossa sociedade. Cada indivíduo tem o direito, com seu próprio esforço,livremente e sob a lei, de buscar sua auto-realização, por meio da
  • 4.  Pedagogia Tradicional: centrada no intelecto, na transmissão do conteúdo e na pessoa do professor;  Pedagogia renovada ou escolanovista: centrada nos sentimentos, na individualidade;  Pedagogia tecnicista: centrada na exarcebação dos meios técnicos de transmissão e apreensão dos conteúdos e no rendimento.
  • 5.  Todas essa traduções daquele modelo social tentam produzir, sem conseguir, a equalização social, valor intrínseco à nossa sociedade. Mas a equalização social só poderia ocorrer num outro modelo social. Portanto, essas três pedagogias não podem propor nem exercitar tentativas de transformação. A culpa é dos pobres !!!!
  • 6. No seio da prática social conservadora, foi-se formulando uma nova pedagogia, em que igualdade entre os homens e sua liberdade se traduzissem em concretude histórica. A Pedagogia libertadora fundada por Paulo Freire. A Pedagogia Libertadora é marcada pela ideia de que a emancipação das camadas populares se dá em um processo de conscientização cultural e político, além dos muros da escola.
  • 7. A Pedagogia Libertária é centrada na ideia de que a escola deve ser um instrumento de conscientização e organização política dos educandos. A Pedagogia dos conteúdos socioculturais, representada pelo grupo do professor Dermeval Saviani. Essa é centrada na ideia de igualdade de oprtunidades para todos no processo de educação, e na compreensão de que a prática educacional se faz pela assimilação dos conteúdos de conhecimentos sistematizados pela humanidade, no contexto de uma prática social. O primeiro grupo de pedagogias tem por objetivo a domestificação. O segundo, a
  • 8.  Conceito:  Avaliação é um juízo de valor, uma afirmação qualitativa sobre um objeto, a partir de critérios pré-estabelecidos.  Esse julgamento se faz com base nos caracteres relevantes da realidade do objeto avaliado. Portanto, apesar de qualitativo, o julgamento não será inteiramente subjetivo.  A avaliação conduz, ainda, a uma tomada de decisão ou de posição sobre o objeto avaliado(um posicionamento de “não indiferença”).  Esses elementos, compõem a compreensão constitutiva da avaliação que, na prática escolar, dá-se sob o arbítrio da autoridade pedagógica.
  • 9.  A atual prática da avaliação estipulou, como função do ato de avaliar, a classificação e não o diagnóstico, como deveria ser.  Ou seja, o juízo de valor, que teria a função de possibilitar uma nova tomada de decisão, passa a ter função estática de classificar um ser humano histórico num padrão definitivamente determinado, estigmatizado.  O ato de avaliar deixa, assim, de servir como pausa para pensar a prática pedagógica, constituindo-se num instrumento estático, freador do crescimento e autoritário.
  • 10. - Nas mãos do professor, avaliação passou a desempenhar também o papel disciplinador de condutas sociais, bem como uma forma de enquadrar os alunos dentro da normatividades sociais estabelecidas. - Temos, portanto a dependência psicológica do professor, definindo o que é relevante ou não.
  • 11.  Para romper com esse estado de coisas, é preciso romper com o modelo de sociedade e com a pedagogia que o traduz.  Resgatar o significado dialógico da avaliação não significa exigir menos!!!!!
  • 12.  A visão culposa do erro, na escola, tem conduzido ao uso permanente do castigo como forma de correção, tomando a valiação como suporte de decisão. No entanto, uma visão sadia do erro possibilita sua utilização de forma construtiva.
  • 13.
  • 14.  Vamos Lembrar!Brasil!  No sul, era comum os professores baterem com régua nos alunos;  No nordeste a palmatória era comum;  Com o passar do tempo os castigos foram perdendo o caráter de agressão física e tornando- se mais sutis, mas não desprovidos de violência.
  • 15. Muitos alunos internalizam a submissão !!!
  • 16. A prática do castigo decorre de uma concepção de que as condutas de um sujeito que não correspondem a um determinado padrão preestabelecido merecem ser castigadas, a fim de que ele não repita o erro e aprenda a conduta correta. A culpa está na raiz do castigo, sendo o erro sempre fonte de condenação.
  • 17.  A solução insatisfatória de um problema só pode ser considerada um erro quando se tem uma forma correta de resolve-los. Sem padrão não há erro. No caso da atividade escolar pode ocorrer o erro na manifestação da conduta aprendida, uma vez que já se tenha o padrão dos conhecimentos e habilidades a serem aprendidas
  • 18.  Experiência é o nome que todo mundo dá aos próprios erros. Oscar Wilde  O importante é a lembrança dos erros, que nos permite não cometer sempre os mesmos. O verdadeiro tesouro do homem é o tesouro dos seus erros, a larga experiência... José Ortega y Gasset  O fato de não se chegar à uma solução bem- sucedida indica um novo passo a ser dado. Ela deve ser usada positivamente na busca pela solução pretendida.  Se houver castigo, não há reorientação!
  • 19.  A avaliação não deveria servir de fonte de decisão sobre o castigo- instrumento de ameaça e disciplinamento da personalidade dos educandos-, mas de decisão sobre os caminhos do crescimento sadio e feliz.
  • 20. -Democratização do ensino implica, antes de tudo, democratização do acesso a educação escolar. Uma necessidade da vida urbana(Coversar sobre lazer, cultura e economia); -Permanência; -Qualidade. (Refletir se as práticas de avaliação tem contribuído para esse fatores)
  • 21.  Após um período de aulas e exercícios, denominado unidade de ensino, os professores formulam testes, para utilizar como mecanismo pelo qual o professor solicita aos alunos a manifestação das condutas.  O professor formula o seu instrumento de valiação a partir de algumas variáveis: conteúdos efetivamente ensinados, conteúdos que o professor não ensinou, testes mais difíceis, indisciplina e uma certa “patologia magisterial”, que afirma que o professor não pode aprovar todos os alunos.
  • 22.  Entende-se por avaliação um juízo de qualidade sobre dados relevantes, tendo em vista uma tomada de decisão.  Alguns professores julgam ao bel-prazer do seu estado de humor.  Assim o processo de avaliação torna-se meramente classificatório, impedindo o avanço dos alunos.  A PRÁTICA CLASSIFICATÓRIA É ANTIDEMOCRÁTICA!!!!
  • 23.
  • 24.  A avaliação deverá ser assumida como um “instrumento de compreensão do estágio de aprendizagem em que está o aluno, tendo em vista tomar decisões satisfatórias para que possa avançar em seu processo de aprendizagem”.  A avaliação deve ser instrumento auxiliar da aprendizagem e não instrumento de reprovação ou aprovação.
  • 25.  O processo de verificação se configura pela observação, análise e síntese dos dados que delimitam o objeto. A verificação se encerra no momento em que se chega à conclusão de que determinado objeto tem determinada configuração.  O ato de avaliar implica coleta, análise e síntese dos dados; é acrescido de uma atribuição de valor ou qualidade, que se processa a partir da comparação da configuração do objeto avaliado com um determinado padrão de qualidade previamente estabelecida. Ela ultrapassa a configuração do objeto, exigindo decisão sobre ele.  Verificação congela, avaliação direciona numa trilha din^miva de ação.
  • 26.  A avaliação deve ser praticada como uma atribuição de qualidade aos resultados da aprendizagem.  Ao avaliar, o professor deverá: - coletar, analisar e sistematizar, de forma mais objetiva, as manifestações dos alunos; - Atribuir uma qualidade a essa manifestação da aprendizagem, a partir de um padrão preestabelecido pela comunidade escola; - A partir dessa qualificação, tomar uma decisão sobre as condutas docentes e discente a serem seguidas. Tendo em vista a reorientação imediata da aprendizagem, caso se mostre insatisfatória, e o encaminhamento dos alunos para as etapas subseqüentes.
  • 27.