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“COMO SERÁ O
               AMANHÃ?”
    Desafios, visões e perspectivas para a
      Educação Teológica nas próximas
                   décadas.

                           Claudio de Oliveira Ribeiro*

* Pastor metodista na Igreja de Jardim Santo André (Santo
   André-SP) e professor de teologia e ciências da religião
   da Universidade Metodista de São Paulo.
Uma meta serve para ser um alvo
        mas quando o poeta diz ‘meta’
Pode estar querendo dizer o inatingível.
            (música popular brasileira)



   Não se conformeis com esse século,
                mas transformai-o pela
         renovação de vossas mentes.
                      (Romanos 12. 2)
Falar sobre o futuro é uma das tarefas
mais difíceis da vida! Na tradição cristã, as
pessoas que se aventuraram à isso, como
os profetas por exemplo, foram duramente
criticadas, vistas, por vezes, como
desajustadas e, dependendo da visão que
tiveram, foram mortas. O futuro é
implacável! Dele sabemos apenas que a
morte nos espera. Tudo mais é:
teologia, interpretação, apostas
existenciais, fé.
O teólogo Jürgen Moltmann, reconhecido como um homem de
visão, já nos chamara a atenção em sua Teologia da Esperança:

       “Mas como falar de um futuro que ainda não existe, e
  de acontecimentos vindouros aos quais ninguém assistiu?
  Não se trata de sonhos, especulações, desejos e
  temores, que todos necessariamente permanecem vagos e
  indecisos, já que ninguém os pode comprovar? (...) Não é
  possível haver logos [conhecimento] do futuro, a não ser
  que o futuro seja continuação ou o retorno periódico e
  regular do presente. Mas se o futuro traz algo de
  surpreendente e de novo, sobre ele nada podemos
  afirmar, nem conhecer (...), mas tão somente naquilo que é
  permanente e retoma regularmente. Aristóteles chama a
  esperança de „sonho de quem está acordado‟. (...). A
  escatologia cristã não fala do futuro. Ela toma seu ponto de
  partida numa determinada realidade histórica e prediz o
  futuro da mesma, suas possibilidades e sua eficácia futura”.

                         (São Paulo-SP, Ed. Teológica, 2003, p. 23.)
Nessa mesma direção, nos estudos
culturais, o destacado pensador Homi
Bhabha, na obra O Local da Cultura, afirma
que “residir „no além‟ é ainda... ser parte de
um tempo revisionário, um retorno ao
presente para redescrever nossa
contemporaneidade cultural; reinscrever
nossa comunidade humana, histórica; tocar o
futuro em seu lado de cá. Nesse
sentido, então, o espaço intermédio „além‟
torna-se um espaço de intervenção no aqui e
no agora”.

     (Belo Horizonte-MG, Ed. UFMG, 2001, p. 27.)
Passado, presente e futuro fazem parte de uma mesma
„mistura‟, como a vida. São dimensões que requerem de nós
constantes interpretações, e revisões e tomadas de posição.
    „Sou ainda do tempo‟ em que se compreendia que as idéias
surgem, em última instância, a partir das condições econômicas
e infra-estruturais dos processos de produção e de reprodução
da vida. Isso significa que o futuro da educação teológica no
Brasil, em seu conjunto de idéias e de
perspectivas, dependerá, pelo menos em parte, das condições
econômicas que o nosso País terá nas próximas décadas. Se
continuarmos com o desenvolvimento atual, lento, mas feito sob
uma ótica inclusiva, oferecendo as pessoas mais pobres
melhores condições de vida, haverá avanço na reflexão
teológica especialmente porque setores de igrejas pentecostais
e outros grupos que atuarem em áreas periféricas terão quadros
advindos desse contexto formados nas instituições de ensino
teológico, que por sua vez, sentirão desafiados à se
estruturarem melhor para tais desafios.
Mas, eu também „sou do tempo‟ em
que, seguindo Weber, se valorizava a
importância das instituições na produção das
idéias. Assim, se as igrejas continuarem o
controle que historicamente fizeram à educação
teológica, mas reservarem uma certa margem de
liberdade para os seminários, faculdades de
teologia e centros de pós-graduação afins, como
me parece ser o caso da maioria das igrejas, a
educação teológica poderá avançar e contribuir
para uma renovação metodológica ou temática
em questões que hoje não são aceitas ou
consideradas “tabus”. Indicaremos adiante
algumas delas.
Minha proposição é que se não ocorrer
nos próximos vinte anos rupturas no processo
democrático brasileiro que cerceiem os
avanços sociais e a liberdade das
instituições, incluindo as igrejas e as de
ensino, e se as igrejas mantiveram o perfil
conservador [mesmo com o aceleramento
das propostas intimistas, massificantes e
refratárias ao pensamento crítico, como
vemos hoje] mas não eliminarem o espaço de
reflexão mais crítica, a educação teológica vai
ser mais avançada nos próximos dez ou vinte
anos do que ela é hoje.
Arrisco-me, portanto, a algumas “visões e
perspectivas”, como nos foi solicitado. Elas
são fortemente baseadas no contexto da
educação teológica
metodista, especificamente no caso da
Faculdade de Teologia em Rudge Ramos
(FTIM). Todavia, cada um dos pontos pode
ser estendido à outros contextos como a
educação teológica metodista no Brasil, ou o
das igrejas evangélicas em geral ou das
igrejas cristãs como um todo, incluindo a
católica. Como se trata de uma „visão‟;
outras lentes podem ser colocadas.
Antes de tratar do futuro, vamos dar
 uma breve e panorâmica olhada em
aspectos do passado e do presente...
Vinte anos atrás (1990) ...

   Era a época do fortalecimento dos
    reajustes econômicos neoliberais. No
    campo ideológico, era o início de uma
    nova etapa política com o declínio dos
    estados socialistas. Isso influenciou
    bastante a reflexão teológica gerando
    perplexidade e uma certa
    imobilização, especialmente para a
    teologia latino-americana, devido às
    suas bases utópicas.
Vinte anos atrás (1990) ...

   Não havia ainda nas igrejas uma nitidez
    das propostas de avivamento
    religioso, como temos hoje. Elas eram
    incipientes, mas já falavam sobre o poder
    e já se distanciavam das formas de
    espiritualidade mais singelas e despojadas
    que marcaram as experiências de
    avivamento religioso no passado, e
    começavam a se interessar pelos espaços
    de poder, incluindo a disputa pela gestão
    das instituições de ensino secular e
    teológico.
Vinte anos atrás (1990) ...
   O número de estudantes de Teologia era
    reduzido, tanto na Faculdade de Teologia
    da Igreja Metodista como nos demais
    centros teológicos.

   O curso de Teologia não era reconhecido
    pelos órgãos federais de educação. No
    caso da FTIM, não havia vínculo direto
    com a Universidade em temos de gestão
    acadêmica.
Vinte anos atrás (1990) ...

   A inserção dos docentes na vida das igrejas
    não era intensa, embora esse seja um
    elemento de difícil medição, até porque os
    grupos contrários à reflexão teológica mais
    crítica, em geral, não valorizam o tipo de
    inserção eclesial ou o tipo de trabalho
    pastoral desenvolvido pelos integrantes dos
    corpos docentes dos cursos de teologia.
Vinte anos atrás (1990) ...

   O número de mulheres e de pessoas
    negras nos corpos docentes era
    reduzidíssimo. O mesmo se dava com
    pessoas leigas.
Dez anos atrás (2000)...

   Houve um agravamento da crise
    social, com o aumento da pobreza e da
    violência urbana.

   Sentia-se mais de perto, em diferentes
    áreas do conhecimento, os efeitos do
    que se chamou “crise de paradigmas”.
Dez anos atrás (2000)...

   Mesmo assim, a perplexidade, e até
    mesmo apatia, dos movimentos sociais
    de corte ideológico mais “à esquerda”
    deu lugar à uma boa mobilização
    mundial [logo em seguida ocorrem os
    Fóruns Sociais Mundiais] e
    nacional, com as posteriores eleições
    de governos populares no Brasil e em
    outros países da América Latina.
Dez anos atrás (2000)...

   As igrejas, não obstante a maior
    visibilidade de seus programas
    religiosos, vivenciavam internamente
    diferentes tensões, explícitas ou
    veladas, que geraram disputas políticas
    nos anos seguintes. Em alguns
    casos, com implicação direta na
    formação teológica.
Dez anos atrás (2000)...

   O curso de Teologia foi reconhecido
    pelo Ministério da Educação. No caso
    da FTIM, houve uma integração com a
    Universidade, especialmente nas áreas
    de gestão acadêmica e de pesquisa. O
    mesmo ocorreu em outros centros.
Dez anos atrás (2000)...
 Participação majoritária de estudantes da
  mesma denominação. No caso da
  FTIM, os estudantes eram basicamente
  metodistas.
 O número de estudantes se tornou maior
  do que na década anterior, mas ainda não
  era expressivo.
 O número de leigos/as, mulheres e de
  pessoas negras nos corpos docentes
  manteve-se reduzido.
Dez anos atrás (2000)...

   Havia certa insatisfação com a relação
    entre teoria e prática ou, em outros
    termos, entre teologia e pastoral. A
    segunda dimensão parecia estar
    sempre desprezada ou não
    devidamente valorizada.
Comparando esse dois quadros com a realidade
da educação teológica hoje, vemos que:

    A conjuntura econômica e
     social, mesmo sendo contraditório e de
     difícil análise, nos mostra um quadro de
     mudanças, tanto no Brasil como em
     outros países latino-americanos, com
     propostas de inclusão social, a partir de
     projetos de distribuição de renda e de
     acesso à educação como o Prouni.
   As denominações cristãs, incluindo a Igreja
    Católica revelam forte crise de identidade e
    refluxo nos projetos evangelizadores de
    cunhos proféticos e libertadores.

   Há um aumento considerável no número de
    estudantes de teologia.

   Foi instituído o Ensino à Distância para a
    Teologia (EAD), mobilizando milhares de
    pessoas nos diferentes estados do Brasil.
   Em cada seminário ou faculdade de
    Teologia há uma diversidade na afiliação
    religiosa dos/as estudantes. O mesmo
    acontece nos Programas de Pós-
    Graduação em Teologia e Ciências da
    Religião. No caso da FTIM (ou
    FaTeo, como se passou a denominar), o
    número de estudantes pentecostais é
    expressivo, além de católicos/as. Tal
    convivência é pacífica, mas não isenta de
    tensões. Já há estudantes de religiões não-
    cristãs e/ou sem vínculo religioso formal.
   É bastante reduzido o número de mulheres
    e pessoas negras nos corpos docentes.
    Além de ser bastante tímida a presença
    leiga.

   A relação entre teoria e prática tornou-se
    uma preocupação mais efetiva do que nos
    últimos vinte anos. O perfil docente hoje é
    composto de pessoas com maior interação
    com o cotidiano das igrejas.
   Temas teológicos razoavelmente aceitos:
    a responsabilidade social cristã, a relação
    interativa entre igreja e
    sociedade, responsabilidade ecológica
    como fruto da ação social das igrejas.
   Temas teológicos conflitivos: ecumenismo
    entre grupos cristãos, teologia
    feminista, possibilidades litúrgicas que
    considerem elementos da cultura negra e
    indígena.

   Temas teológicos em geral refutados ou
    não aceitos: diálogo inter-
    religioso, sexualidade e homossexualidade.
Como será a educação teológica daqui a
dez anos (2020)?:
   Antes de indicar algumas visões e desafios para a
    educação teológica, ainda que feito
    sumariamente, quero retomar uma proposição
    anteriormente apresentada. Trata-se da
    pressuposição de que tais perspectivas devem se
    dar caso não ocorra nos próximos vinte anos
    rupturas no processo democrático brasileiro que
    cerceiem os avanços sociais e a liberdade das
    instituições, incluindo as igrejas e as de ensino, e
    se as igrejas razoavelmente mantiveram o
    perfil, ainda que seja de caráter conservador, mas
    não eliminarem, como já referido, o espaço para
    uma reflexão teológica mais crítica.
Gostaria também de enfatizar que tais
  “visões e perspectivas” não são um desejo
  pessoal, mas, sim, como eu vejo, a partir de
  certa sensibilidade histórica e intuição
  teológica, o que irá acontecer no futuro.
 Haverá uma assimilação nos diferentes
  seminários e faculdades de Teologia da
  presença conjunta de estudantes e docentes
  procedentes de grupos cristãos distintos. No
  caso da FaTeo, haverá uma convivência
  harmoniosa entre pessoas das igrejas
  evangélicas históricas, católicos e
  pentecostais.
   Maior presença de pessoas de religiões não-
    cristãs fazendo Teologia nas instituições
    cristãs.

   Fortalecimento acadêmico e institucional dos
    seminários e faculdades de Teologia no
    campo pentecostal e evangelical, fruto da
    participação de várias lideranças desses dois
    ramos nos vários Programas de Pós-
    Graduação em Teologia e Ciências da
    Religião no Brasil.
   Popularização do estudo da Teologia devido
    aos cursos na modalidade à distância (EAD)
    e ao crescimento do interesse pela Teologia
    no campo pentecostal e evangelical.

   Mais pessoas pobres estarão participando
    dos processo de formação teológica. Isso
    poderá redundar em um revigoramento da
    Teologia da Libertação, talvez em bases
    menos politizadas.
   O número de mulheres e pessoas negras
    nos corpos docentes continuará, a meu
    ver, lamentavelmente reduzido. O mesmo se
    dará em relação a presença leiga na
    docência teológica. Ainda que haja um bom
    número de mulheres e pessoas negras que
    tenham passado pelos processos de
    formação nas últimas décadas ou que
    passarão nos próximos anos, as instituições
    não criaram formas objetivas para responder
    esse grande desafio que o século XX nos
    gerou.
   A insatisfação com as formas de mera
    reprodução do
    conhecimento, especialmente a não
    valorização da diversidade cultural brasileira
    – marcas especialmente das igrejas
    evangélicas – gerará, ainda que não
    satisfatoriamente, a busca de uma teologia
    inculturada, que leve em conta a realidade
    concreta da vida, seus desafios e
    possibilidades. Essa foi a marca que, desde
    a década de 1960, esteve presente na
    Teologia Latino-Americana, será retomada
    nos próximos anos.
   As bases de uma teologia prática que foram
    estabelecidas no contexto latino-
    americano, especialmente a idéia que o/a
    professor/a de teologia ou teólogo/a precisa
    também ser pastor/a ou padre, serão
    aprofundadas. Essa inovação produzida pela
    Teologia da Libertação, que hoje procura ser
    implementada em boa parte das instituições de
    ensino, dará frutos. A reflexão teológica deixará
    de ser firmada meramente em conceitos e
    priorizará as práticas eclesiais e sociais
    cotidianas, tanto aquelas que expressam
    perspectivas políticas de cunho libertador
    como aquelas mais simples, gratuitas e que
    regem o dia-a-dia das pessoas, especialmente
    as mais pobres.
   Temas teológicos que serão recorrentes:
    teologia e direitos humanos, ecologia e
    missão, ética e cidadania, missão no mundo
    urbano e outras dimensões de uma teologia
    pública e cidadã.. Isso se dará pela confluência
    de, pelo menos, três fatores: (a) as respostas
    dos movimentos sociais e dos órgãos
    governamentais ao quadro social [hoje, por
    exemplo, a propaganda da defesa dos direitos
    humanos já aparece na televisão, feita pelo
    governo federal], (b) a manutenção da
    preocupação social nos círculos teológicos, e
    (c) a maior participação de pessoas das
    camadas populares na educação teológica.
   Temas como “teologia da prosperidade” e
    “batalha espiritual” estão presentes no
    debate teológico, mas perderão força nas
    igrejas e, consequentemente, na Teologia.

   O tema da ecologia será uma das
    prioridades. Ele será tratado não como
    “teologia social”, como nos dias de
    hoje, mas como teologia escatológica, ao
    associar preocupação ecológica à questão
    da salvação. Em outros termos: se o
    ecossistema é destruído somos [ou
    deveríamos nos sentir] menos salvos.
E como será a educação teológica
daqui a vinte anos (2030)?:
   Haverá uma assimilação da presença
    conjunta de estudantes e docentes, nos
    diferentes seminários e faculdades de
    Teologia, procedentes de diferentes
    religiões. Isso, entre outros motivos, irá
    requerer o aprofundamento de uma
    teologia ecumênica das religiões. Isso não
    será feito sem tensões, mas será um tema
    recorrente na educação teológica.
   Os processos de aprendizagem serão
    radicalmente alterados, especialmente
    pelas formas de comunicação eletrônica.
    Isso envolverá a educação teológica e a
    dinâmica dos cursos de teologia. Com
    isso, a teologia ficará mais “antenada” com
    os temas da atualidade e com questões
    multiculturais, próprias do mundo
    globalizado.
   A relação entre teoria e prática será melhor
    desenvolvida, tanto na relação da teologia
    com o cotidiano das igrejas como a relação da
    teologia com a sociedade e com a vida em
    geral. Isso se dará em função da conjugação
    de, ao menos, dois fatores. O primeiro é a
    herança que a Teologia Latino-Americana
    consolidou ao propor uma teologia prática que
    valoriza a comunidade eclesial e a articulação
    entre a fé e a política. O segundo é o zelo das
    igrejas em não permitir que a teologia „caia‟
    em um academicismo ou em um secularismo
    teológico.
   Os temas relacionados à sexualidade humana
    ganharão destaque. As instituições teológicas
    e as igrejas precisarão refletir e responder as
    questões e demandas que surgirão nessa
    área, em especial a da homossexualidade.
    Isso se dará pelo fato do crescente número de
    cristãos, incluindo pastores, pastoras, padres e
    demais lideranças eclesiais assumirem a
    homossexualidade e terem os seus ministérios
    reconhecidos. Tal reflexão será tensa e poderá
    gerar divisões nas instituições de educação
    teológica e nas igrejas.
   A teologia será mais integrada à
    espiritualidade. Isso se dará como reação e
    respostas aos desafios advindos das mais
    diversas de vivência espiritual que se
    despertaram na passagem para o Século
    XXI. Estão inclusas aí a espiritualidade da
    libertação com sua dimensão
    profética, política e ecumênica, assim como
    as expressões religiosas de caráter mais
    individualista e avivalista, passando também
    pelas influências, que serão crescentes, das
    formas de espiritualidade das religiões não
    cristãs.
   Como referido, esse exercício não se
    constitui em um “futurismo” ou em
    projeções arbitrárias e artificiais, mas trata-
    se de uma interpretação da história, que
    reúne preocupações com o futuro, análises
    do passado e uma pauta para o presente.
    O futuro é de Deus, mas revelado para nós
    em “desafios, visões e perspectivas”, como
    solicitado para esse trabalho.
   Daqui a vinte anos, em 2030, estarei com 68
    anos de idade. Espero em Deus estar
    vivo, mesmo que seja apenas
    literalmente, aposentado das minhas tarefas
    pastorais e docentes. Independentemente dos
    processos descritos, posso testemunhar no
    aqui e agora minha profunda gratidão a Deus
    de servir à Igreja, como pastor nesses últimos
    25 anos, e como professor, nos últimos 15.
    Para mim, é tão gratificante testemunhar o
    fato de ter podido pregar e ensinar na igreja
    as mesmas coisas, obviamente com
    linguagens distintas, do que ensino nas aulas
    de teologia.
   Aos estudantes de teologia que se
    preparam para o ministério pastoral ou
    àqueles/as que já o exercem, digo que tal
    tarefa para mim foi e é o que de mais
    importante existe para mim. Da mesma
    forma, tenho a maior paixão em lecionar
    Teologia.
   Portanto, amem à igreja, mesmo que
    vejamos nela alguma contradição. Amem a
    teologia, mesmo que ela seja
    “curta”, “indigesta”, “inconfessa”. Amem o
    mundo e tudo o que Deus criou, porque
    fora do amor não há salvação. Essa pode
    ser, ainda que insuficientemente, a
    resposta humana, amorosa e
    responsável, ao amor incondicional de
    Deus.
 Espiritualidade
 Utopia
 Missão/inculturação
 Internet/comunicação eletrônica/mídia
 Método
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 Globalização
 Exclusão
 Recriar a teologia

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Como será a Educação Teológica no futuro

  • 1. “COMO SERÁ O AMANHÃ?” Desafios, visões e perspectivas para a Educação Teológica nas próximas décadas. Claudio de Oliveira Ribeiro* * Pastor metodista na Igreja de Jardim Santo André (Santo André-SP) e professor de teologia e ciências da religião da Universidade Metodista de São Paulo.
  • 2. Uma meta serve para ser um alvo mas quando o poeta diz ‘meta’ Pode estar querendo dizer o inatingível. (música popular brasileira) Não se conformeis com esse século, mas transformai-o pela renovação de vossas mentes. (Romanos 12. 2)
  • 3. Falar sobre o futuro é uma das tarefas mais difíceis da vida! Na tradição cristã, as pessoas que se aventuraram à isso, como os profetas por exemplo, foram duramente criticadas, vistas, por vezes, como desajustadas e, dependendo da visão que tiveram, foram mortas. O futuro é implacável! Dele sabemos apenas que a morte nos espera. Tudo mais é: teologia, interpretação, apostas existenciais, fé.
  • 4. O teólogo Jürgen Moltmann, reconhecido como um homem de visão, já nos chamara a atenção em sua Teologia da Esperança: “Mas como falar de um futuro que ainda não existe, e de acontecimentos vindouros aos quais ninguém assistiu? Não se trata de sonhos, especulações, desejos e temores, que todos necessariamente permanecem vagos e indecisos, já que ninguém os pode comprovar? (...) Não é possível haver logos [conhecimento] do futuro, a não ser que o futuro seja continuação ou o retorno periódico e regular do presente. Mas se o futuro traz algo de surpreendente e de novo, sobre ele nada podemos afirmar, nem conhecer (...), mas tão somente naquilo que é permanente e retoma regularmente. Aristóteles chama a esperança de „sonho de quem está acordado‟. (...). A escatologia cristã não fala do futuro. Ela toma seu ponto de partida numa determinada realidade histórica e prediz o futuro da mesma, suas possibilidades e sua eficácia futura”. (São Paulo-SP, Ed. Teológica, 2003, p. 23.)
  • 5. Nessa mesma direção, nos estudos culturais, o destacado pensador Homi Bhabha, na obra O Local da Cultura, afirma que “residir „no além‟ é ainda... ser parte de um tempo revisionário, um retorno ao presente para redescrever nossa contemporaneidade cultural; reinscrever nossa comunidade humana, histórica; tocar o futuro em seu lado de cá. Nesse sentido, então, o espaço intermédio „além‟ torna-se um espaço de intervenção no aqui e no agora”. (Belo Horizonte-MG, Ed. UFMG, 2001, p. 27.)
  • 6. Passado, presente e futuro fazem parte de uma mesma „mistura‟, como a vida. São dimensões que requerem de nós constantes interpretações, e revisões e tomadas de posição. „Sou ainda do tempo‟ em que se compreendia que as idéias surgem, em última instância, a partir das condições econômicas e infra-estruturais dos processos de produção e de reprodução da vida. Isso significa que o futuro da educação teológica no Brasil, em seu conjunto de idéias e de perspectivas, dependerá, pelo menos em parte, das condições econômicas que o nosso País terá nas próximas décadas. Se continuarmos com o desenvolvimento atual, lento, mas feito sob uma ótica inclusiva, oferecendo as pessoas mais pobres melhores condições de vida, haverá avanço na reflexão teológica especialmente porque setores de igrejas pentecostais e outros grupos que atuarem em áreas periféricas terão quadros advindos desse contexto formados nas instituições de ensino teológico, que por sua vez, sentirão desafiados à se estruturarem melhor para tais desafios.
  • 7. Mas, eu também „sou do tempo‟ em que, seguindo Weber, se valorizava a importância das instituições na produção das idéias. Assim, se as igrejas continuarem o controle que historicamente fizeram à educação teológica, mas reservarem uma certa margem de liberdade para os seminários, faculdades de teologia e centros de pós-graduação afins, como me parece ser o caso da maioria das igrejas, a educação teológica poderá avançar e contribuir para uma renovação metodológica ou temática em questões que hoje não são aceitas ou consideradas “tabus”. Indicaremos adiante algumas delas.
  • 8. Minha proposição é que se não ocorrer nos próximos vinte anos rupturas no processo democrático brasileiro que cerceiem os avanços sociais e a liberdade das instituições, incluindo as igrejas e as de ensino, e se as igrejas mantiveram o perfil conservador [mesmo com o aceleramento das propostas intimistas, massificantes e refratárias ao pensamento crítico, como vemos hoje] mas não eliminarem o espaço de reflexão mais crítica, a educação teológica vai ser mais avançada nos próximos dez ou vinte anos do que ela é hoje.
  • 9. Arrisco-me, portanto, a algumas “visões e perspectivas”, como nos foi solicitado. Elas são fortemente baseadas no contexto da educação teológica metodista, especificamente no caso da Faculdade de Teologia em Rudge Ramos (FTIM). Todavia, cada um dos pontos pode ser estendido à outros contextos como a educação teológica metodista no Brasil, ou o das igrejas evangélicas em geral ou das igrejas cristãs como um todo, incluindo a católica. Como se trata de uma „visão‟; outras lentes podem ser colocadas.
  • 10. Antes de tratar do futuro, vamos dar uma breve e panorâmica olhada em aspectos do passado e do presente...
  • 11. Vinte anos atrás (1990) ...  Era a época do fortalecimento dos reajustes econômicos neoliberais. No campo ideológico, era o início de uma nova etapa política com o declínio dos estados socialistas. Isso influenciou bastante a reflexão teológica gerando perplexidade e uma certa imobilização, especialmente para a teologia latino-americana, devido às suas bases utópicas.
  • 12. Vinte anos atrás (1990) ...  Não havia ainda nas igrejas uma nitidez das propostas de avivamento religioso, como temos hoje. Elas eram incipientes, mas já falavam sobre o poder e já se distanciavam das formas de espiritualidade mais singelas e despojadas que marcaram as experiências de avivamento religioso no passado, e começavam a se interessar pelos espaços de poder, incluindo a disputa pela gestão das instituições de ensino secular e teológico.
  • 13. Vinte anos atrás (1990) ...  O número de estudantes de Teologia era reduzido, tanto na Faculdade de Teologia da Igreja Metodista como nos demais centros teológicos.  O curso de Teologia não era reconhecido pelos órgãos federais de educação. No caso da FTIM, não havia vínculo direto com a Universidade em temos de gestão acadêmica.
  • 14. Vinte anos atrás (1990) ...  A inserção dos docentes na vida das igrejas não era intensa, embora esse seja um elemento de difícil medição, até porque os grupos contrários à reflexão teológica mais crítica, em geral, não valorizam o tipo de inserção eclesial ou o tipo de trabalho pastoral desenvolvido pelos integrantes dos corpos docentes dos cursos de teologia.
  • 15. Vinte anos atrás (1990) ...  O número de mulheres e de pessoas negras nos corpos docentes era reduzidíssimo. O mesmo se dava com pessoas leigas.
  • 16. Dez anos atrás (2000)...  Houve um agravamento da crise social, com o aumento da pobreza e da violência urbana.  Sentia-se mais de perto, em diferentes áreas do conhecimento, os efeitos do que se chamou “crise de paradigmas”.
  • 17. Dez anos atrás (2000)...  Mesmo assim, a perplexidade, e até mesmo apatia, dos movimentos sociais de corte ideológico mais “à esquerda” deu lugar à uma boa mobilização mundial [logo em seguida ocorrem os Fóruns Sociais Mundiais] e nacional, com as posteriores eleições de governos populares no Brasil e em outros países da América Latina.
  • 18. Dez anos atrás (2000)...  As igrejas, não obstante a maior visibilidade de seus programas religiosos, vivenciavam internamente diferentes tensões, explícitas ou veladas, que geraram disputas políticas nos anos seguintes. Em alguns casos, com implicação direta na formação teológica.
  • 19. Dez anos atrás (2000)...  O curso de Teologia foi reconhecido pelo Ministério da Educação. No caso da FTIM, houve uma integração com a Universidade, especialmente nas áreas de gestão acadêmica e de pesquisa. O mesmo ocorreu em outros centros.
  • 20. Dez anos atrás (2000)...  Participação majoritária de estudantes da mesma denominação. No caso da FTIM, os estudantes eram basicamente metodistas.  O número de estudantes se tornou maior do que na década anterior, mas ainda não era expressivo.  O número de leigos/as, mulheres e de pessoas negras nos corpos docentes manteve-se reduzido.
  • 21. Dez anos atrás (2000)...  Havia certa insatisfação com a relação entre teoria e prática ou, em outros termos, entre teologia e pastoral. A segunda dimensão parecia estar sempre desprezada ou não devidamente valorizada.
  • 22. Comparando esse dois quadros com a realidade da educação teológica hoje, vemos que:  A conjuntura econômica e social, mesmo sendo contraditório e de difícil análise, nos mostra um quadro de mudanças, tanto no Brasil como em outros países latino-americanos, com propostas de inclusão social, a partir de projetos de distribuição de renda e de acesso à educação como o Prouni.
  • 23. As denominações cristãs, incluindo a Igreja Católica revelam forte crise de identidade e refluxo nos projetos evangelizadores de cunhos proféticos e libertadores.  Há um aumento considerável no número de estudantes de teologia.  Foi instituído o Ensino à Distância para a Teologia (EAD), mobilizando milhares de pessoas nos diferentes estados do Brasil.
  • 24. Em cada seminário ou faculdade de Teologia há uma diversidade na afiliação religiosa dos/as estudantes. O mesmo acontece nos Programas de Pós- Graduação em Teologia e Ciências da Religião. No caso da FTIM (ou FaTeo, como se passou a denominar), o número de estudantes pentecostais é expressivo, além de católicos/as. Tal convivência é pacífica, mas não isenta de tensões. Já há estudantes de religiões não- cristãs e/ou sem vínculo religioso formal.
  • 25. É bastante reduzido o número de mulheres e pessoas negras nos corpos docentes. Além de ser bastante tímida a presença leiga.  A relação entre teoria e prática tornou-se uma preocupação mais efetiva do que nos últimos vinte anos. O perfil docente hoje é composto de pessoas com maior interação com o cotidiano das igrejas.
  • 26. Temas teológicos razoavelmente aceitos: a responsabilidade social cristã, a relação interativa entre igreja e sociedade, responsabilidade ecológica como fruto da ação social das igrejas.
  • 27. Temas teológicos conflitivos: ecumenismo entre grupos cristãos, teologia feminista, possibilidades litúrgicas que considerem elementos da cultura negra e indígena.  Temas teológicos em geral refutados ou não aceitos: diálogo inter- religioso, sexualidade e homossexualidade.
  • 28. Como será a educação teológica daqui a dez anos (2020)?:  Antes de indicar algumas visões e desafios para a educação teológica, ainda que feito sumariamente, quero retomar uma proposição anteriormente apresentada. Trata-se da pressuposição de que tais perspectivas devem se dar caso não ocorra nos próximos vinte anos rupturas no processo democrático brasileiro que cerceiem os avanços sociais e a liberdade das instituições, incluindo as igrejas e as de ensino, e se as igrejas razoavelmente mantiveram o perfil, ainda que seja de caráter conservador, mas não eliminarem, como já referido, o espaço para uma reflexão teológica mais crítica.
  • 29. Gostaria também de enfatizar que tais “visões e perspectivas” não são um desejo pessoal, mas, sim, como eu vejo, a partir de certa sensibilidade histórica e intuição teológica, o que irá acontecer no futuro.  Haverá uma assimilação nos diferentes seminários e faculdades de Teologia da presença conjunta de estudantes e docentes procedentes de grupos cristãos distintos. No caso da FaTeo, haverá uma convivência harmoniosa entre pessoas das igrejas evangélicas históricas, católicos e pentecostais.
  • 30. Maior presença de pessoas de religiões não- cristãs fazendo Teologia nas instituições cristãs.  Fortalecimento acadêmico e institucional dos seminários e faculdades de Teologia no campo pentecostal e evangelical, fruto da participação de várias lideranças desses dois ramos nos vários Programas de Pós- Graduação em Teologia e Ciências da Religião no Brasil.
  • 31. Popularização do estudo da Teologia devido aos cursos na modalidade à distância (EAD) e ao crescimento do interesse pela Teologia no campo pentecostal e evangelical.  Mais pessoas pobres estarão participando dos processo de formação teológica. Isso poderá redundar em um revigoramento da Teologia da Libertação, talvez em bases menos politizadas.
  • 32. O número de mulheres e pessoas negras nos corpos docentes continuará, a meu ver, lamentavelmente reduzido. O mesmo se dará em relação a presença leiga na docência teológica. Ainda que haja um bom número de mulheres e pessoas negras que tenham passado pelos processos de formação nas últimas décadas ou que passarão nos próximos anos, as instituições não criaram formas objetivas para responder esse grande desafio que o século XX nos gerou.
  • 33. A insatisfação com as formas de mera reprodução do conhecimento, especialmente a não valorização da diversidade cultural brasileira – marcas especialmente das igrejas evangélicas – gerará, ainda que não satisfatoriamente, a busca de uma teologia inculturada, que leve em conta a realidade concreta da vida, seus desafios e possibilidades. Essa foi a marca que, desde a década de 1960, esteve presente na Teologia Latino-Americana, será retomada nos próximos anos.
  • 34. As bases de uma teologia prática que foram estabelecidas no contexto latino- americano, especialmente a idéia que o/a professor/a de teologia ou teólogo/a precisa também ser pastor/a ou padre, serão aprofundadas. Essa inovação produzida pela Teologia da Libertação, que hoje procura ser implementada em boa parte das instituições de ensino, dará frutos. A reflexão teológica deixará de ser firmada meramente em conceitos e priorizará as práticas eclesiais e sociais cotidianas, tanto aquelas que expressam perspectivas políticas de cunho libertador como aquelas mais simples, gratuitas e que regem o dia-a-dia das pessoas, especialmente as mais pobres.
  • 35. Temas teológicos que serão recorrentes: teologia e direitos humanos, ecologia e missão, ética e cidadania, missão no mundo urbano e outras dimensões de uma teologia pública e cidadã.. Isso se dará pela confluência de, pelo menos, três fatores: (a) as respostas dos movimentos sociais e dos órgãos governamentais ao quadro social [hoje, por exemplo, a propaganda da defesa dos direitos humanos já aparece na televisão, feita pelo governo federal], (b) a manutenção da preocupação social nos círculos teológicos, e (c) a maior participação de pessoas das camadas populares na educação teológica.
  • 36. Temas como “teologia da prosperidade” e “batalha espiritual” estão presentes no debate teológico, mas perderão força nas igrejas e, consequentemente, na Teologia.  O tema da ecologia será uma das prioridades. Ele será tratado não como “teologia social”, como nos dias de hoje, mas como teologia escatológica, ao associar preocupação ecológica à questão da salvação. Em outros termos: se o ecossistema é destruído somos [ou deveríamos nos sentir] menos salvos.
  • 37. E como será a educação teológica daqui a vinte anos (2030)?:  Haverá uma assimilação da presença conjunta de estudantes e docentes, nos diferentes seminários e faculdades de Teologia, procedentes de diferentes religiões. Isso, entre outros motivos, irá requerer o aprofundamento de uma teologia ecumênica das religiões. Isso não será feito sem tensões, mas será um tema recorrente na educação teológica.
  • 38. Os processos de aprendizagem serão radicalmente alterados, especialmente pelas formas de comunicação eletrônica. Isso envolverá a educação teológica e a dinâmica dos cursos de teologia. Com isso, a teologia ficará mais “antenada” com os temas da atualidade e com questões multiculturais, próprias do mundo globalizado.
  • 39. A relação entre teoria e prática será melhor desenvolvida, tanto na relação da teologia com o cotidiano das igrejas como a relação da teologia com a sociedade e com a vida em geral. Isso se dará em função da conjugação de, ao menos, dois fatores. O primeiro é a herança que a Teologia Latino-Americana consolidou ao propor uma teologia prática que valoriza a comunidade eclesial e a articulação entre a fé e a política. O segundo é o zelo das igrejas em não permitir que a teologia „caia‟ em um academicismo ou em um secularismo teológico.
  • 40. Os temas relacionados à sexualidade humana ganharão destaque. As instituições teológicas e as igrejas precisarão refletir e responder as questões e demandas que surgirão nessa área, em especial a da homossexualidade. Isso se dará pelo fato do crescente número de cristãos, incluindo pastores, pastoras, padres e demais lideranças eclesiais assumirem a homossexualidade e terem os seus ministérios reconhecidos. Tal reflexão será tensa e poderá gerar divisões nas instituições de educação teológica e nas igrejas.
  • 41. A teologia será mais integrada à espiritualidade. Isso se dará como reação e respostas aos desafios advindos das mais diversas de vivência espiritual que se despertaram na passagem para o Século XXI. Estão inclusas aí a espiritualidade da libertação com sua dimensão profética, política e ecumênica, assim como as expressões religiosas de caráter mais individualista e avivalista, passando também pelas influências, que serão crescentes, das formas de espiritualidade das religiões não cristãs.
  • 42. Como referido, esse exercício não se constitui em um “futurismo” ou em projeções arbitrárias e artificiais, mas trata- se de uma interpretação da história, que reúne preocupações com o futuro, análises do passado e uma pauta para o presente. O futuro é de Deus, mas revelado para nós em “desafios, visões e perspectivas”, como solicitado para esse trabalho.
  • 43. Daqui a vinte anos, em 2030, estarei com 68 anos de idade. Espero em Deus estar vivo, mesmo que seja apenas literalmente, aposentado das minhas tarefas pastorais e docentes. Independentemente dos processos descritos, posso testemunhar no aqui e agora minha profunda gratidão a Deus de servir à Igreja, como pastor nesses últimos 25 anos, e como professor, nos últimos 15. Para mim, é tão gratificante testemunhar o fato de ter podido pregar e ensinar na igreja as mesmas coisas, obviamente com linguagens distintas, do que ensino nas aulas de teologia.
  • 44. Aos estudantes de teologia que se preparam para o ministério pastoral ou àqueles/as que já o exercem, digo que tal tarefa para mim foi e é o que de mais importante existe para mim. Da mesma forma, tenho a maior paixão em lecionar Teologia.
  • 45. Portanto, amem à igreja, mesmo que vejamos nela alguma contradição. Amem a teologia, mesmo que ela seja “curta”, “indigesta”, “inconfessa”. Amem o mundo e tudo o que Deus criou, porque fora do amor não há salvação. Essa pode ser, ainda que insuficientemente, a resposta humana, amorosa e responsável, ao amor incondicional de Deus.
  • 46.  Espiritualidade  Utopia  Missão/inculturação  Internet/comunicação eletrônica/mídia  Método  Shaull (onde Deus está agindo hoje?)  Textos da simpósio e anteriores  Globalização  Exclusão  Recriar a teologia