Slideshow de análise feita sobre o filme Batman - Cavaleiro das Trevas para o projeto Cine Qua Non promovido pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul.
4. Dirigido com competência por Christopher
Nolan, o filme inicia em ritmo alucinante
mostrando diversas ações paralelas que
formarão a base da narrativa.
Nolan também é competente na criação
de cenas plasticamente belas, como os
travellings que sobrevoam as cidades e
as empolgantes sequências de ação e
perseguição. Além disso, o diretor utiliza
interessantes movimentos de câmera,
como podemos notar durante o diálogo
entre Gordon, Dent e Batman no
terraço.
5. A excelente fotografia azulada cria um
ambiente frio e assustador, além de
mergulhar os personagens em sombras
e escuridão por diversas vezes,
refletindo muito bem o sombrio
universo do super-herói amargurado.
O trabalho técnico do filme também é
extremamente competente. Desde a
trilha sonora típica de filmes de ação,
pesada e com picos de volume para
criar tensão, até os espetaculares
trabalhos de som e efeitos sonoros,
capazes de captar cada pequeno
detalhe como o som do pescoço do
Coringa estalando e da capa do Batman
voando. Os efeitos especiais trabalham
para ajudar o filme (e não se tornam a
razão de ser dele), como podemos
notar nos perfeitos ferimentos no rosto
do Duas-Caras e nas maravilhosas
sequências de ação.
7. Gotham parece mais segura agora que o Batman existe. Ele e o Tenente Gordon (Gary
Oldman) conseguiram o que queriam: os bandidos tem medo só de ver o bat-sinal nos
céus. No entanto, ao mesmo tempo que há menos criminosos circulando, existem
pessoas que se vestem como o homem-morcego querendo combater o crime como ele.
Isso faz o protagonista parar pra pensar sobre o fato de ter dito que queria inspirar as
pessoas… não era essa a ideia.
Para piorar a situação dos criminosos de Gotham eis que temos a figura de Harvey Dent,
promotor distrital que utiliza a sua imagem a serviço da justiça, usando todos os recursos que
possui para colocar ordem na cidade. E graças ao seu empenho contra o crime, ele se
transforma em celebridade.
8. Enquanto isso, chega
um novo e diferente
criminoso na cidade, o
chamado… Coringa
(Heath Ledger).
9. A histórica atuação de Heath Leadger compôs
um personagem fascinante e temível. O Coringa
é alguém sem apego a dinheiro ou regras, que
tenta provar que no fundo de sua alma todo ser
humano tem seu lado ruim e cruel. Sua intenção
é provar que, quando colocadas em alguma
situação de risco, as pessoas sempre tentarão
salvar a própria pele, como fica evidente na cena
dos barcos e em sua engraçada metáfora com os
cães de um mafioso.
“Introduza um pouco de anarquia.
Perturbe a ordem vigente e então
tudo se torna um caos. Eu sou um
agente do caos. E sabe, a chave do
caos é o medo!”
10. Um agente do caos cujo único intuito é provar que não
apenas as estruturas sociais podem ruir quando seus
ídolos são feridos, como também os valores humanos
podem se destruídos a ponto de não restar nada além
da loucura e da miséria.
O objetivo central do Coringa é provar como todas as
coisas que fazem sentido para nós podem ser
destruídas com simples e tênues atos.
A crítica evidenciada
nos atos do vilão
esboçam como os
valores morais são
relativos e servem
apenas quando nos
favorecem. Caso
contrário, colocamos a
moral de lado e nos
servidos do banquete
da crueldade.
11. “Eu não quero te matar. Você me completa. ”
“Quando o mundo acabar, essas tais pessoas civilizadas,
vão comer umas às outras.”
“O único modo razoável de se viver neste mundo é
sem regras!”
12. “Às vezes, a verdade não é boa o bastante. Às
vezes, as pessoas merecem mais. Às vezes,
merecem ter toda a sua fé recompensada.”
Batman se prova irredutível
às manobras do Coringa. Em
um exemplo de estoicismo, o
herói demonstra sua força de
vontade ao firmar-se sobre
suas convicções e valores,
cujo desvencilhamento
poderia conduzi-lo ao
mesmo patamar que o
Coringa.
13. “A loucura é como a gravidade, só precisa de um empurrãozinho.”
“O que não nos mata nos
torna mais estranhos” em
uma clara referência à
famosa frase do filósofo
Fredrich Nietzsche:
“O que não me mata me
fortalece.”
14. Dent acaba se tornando o
personagem símbolo da ideologia
do vilão, que tenta provar que
todos nós temos um lado mais
obscuro. O momento da revelação
de seu rosto é uma grande cena do
filme. Interessante notar como a
moeda utilizada por Dent se torna
ainda mais simbólica após a
tragédia que destruiu a vida do
personagem, com o lado queimado
passando a simbolizar a morte.
Impressionante também é a
comovente reação de Eckhart
quando nota a moeda em seu leito.
15. Quando Harvey Dent se transforma no Duas-
Caras, o Coringa prova sua teoria: até o mais
são dos homens… pode virar um louco
(referência óbvia a graphic novel A Piada
Mortal).
16. “A única moral em um
mundo cruel é uma chance
imprevisível e neutra.”.