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Perspectiva
Cinematográfi
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Dirigido com competência por Christopher
Nolan, o filme inicia em ritmo alucinante
mostrando diversas ações paralelas que
formarão a base da narrativa.
Nolan também é competente na criação
de cenas plasticamente belas, como os
travellings que sobrevoam as cidades e
as empolgantes sequências de ação e
perseguição. Além disso, o diretor utiliza
interessantes movimentos de câmera,
como podemos notar durante o diálogo
entre Gordon, Dent e Batman no
terraço.
A excelente fotografia azulada cria um
ambiente frio e assustador, além de
mergulhar os personagens em sombras
e escuridão por diversas vezes,
refletindo muito bem o sombrio
universo do super-herói amargurado.
O trabalho técnico do filme também é
extremamente competente. Desde a
trilha sonora típica de filmes de ação,
pesada e com picos de volume para
criar tensão, até os espetaculares
trabalhos de som e efeitos sonoros,
capazes de captar cada pequeno
detalhe como o som do pescoço do
Coringa estalando e da capa do Batman
voando. Os efeitos especiais trabalham
para ajudar o filme (e não se tornam a
razão de ser dele), como podemos
notar nos perfeitos ferimentos no rosto
do Duas-Caras e nas maravilhosas
sequências de ação.
Análise
Roteiro e Trama
Gotham parece mais segura agora que o Batman existe. Ele e o Tenente Gordon (Gary
Oldman) conseguiram o que queriam: os bandidos tem medo só de ver o bat-sinal nos
céus. No entanto, ao mesmo tempo que há menos criminosos circulando, existem
pessoas que se vestem como o homem-morcego querendo combater o crime como ele.
Isso faz o protagonista parar pra pensar sobre o fato de ter dito que queria inspirar as
pessoas… não era essa a ideia.
Para piorar a situação dos criminosos de Gotham eis que temos a figura de Harvey Dent,
promotor distrital que utiliza a sua imagem a serviço da justiça, usando todos os recursos que
possui para colocar ordem na cidade. E graças ao seu empenho contra o crime, ele se
transforma em celebridade.
Enquanto isso, chega
um novo e diferente
criminoso na cidade, o
chamado… Coringa
(Heath Ledger).
A histórica atuação de Heath Leadger compôs
um personagem fascinante e temível. O Coringa
é alguém sem apego a dinheiro ou regras, que
tenta provar que no fundo de sua alma todo ser
humano tem seu lado ruim e cruel. Sua intenção
é provar que, quando colocadas em alguma
situação de risco, as pessoas sempre tentarão
salvar a própria pele, como fica evidente na cena
dos barcos e em sua engraçada metáfora com os
cães de um mafioso.
“Introduza um pouco de anarquia.
Perturbe a ordem vigente e então
tudo se torna um caos. Eu sou um
agente do caos. E sabe, a chave do
caos é o medo!”
Um agente do caos cujo único intuito é provar que não
apenas as estruturas sociais podem ruir quando seus
ídolos são feridos, como também os valores humanos
podem se destruídos a ponto de não restar nada além
da loucura e da miséria.
O objetivo central do Coringa é provar como todas as
coisas que fazem sentido para nós podem ser
destruídas com simples e tênues atos.
A crítica evidenciada
nos atos do vilão
esboçam como os
valores morais são
relativos e servem
apenas quando nos
favorecem. Caso
contrário, colocamos a
moral de lado e nos
servidos do banquete
da crueldade.
“Eu não quero te matar. Você me completa. ”
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vão comer umas às outras.”
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sem regras!”
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merecem ter toda a sua fé recompensada.”
Batman se prova irredutível
às manobras do Coringa. Em
um exemplo de estoicismo, o
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cujo desvencilhamento
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Coringa.
“A loucura é como a gravidade, só precisa de um empurrãozinho.”
“O que não nos mata nos
torna mais estranhos” em
uma clara referência à
famosa frase do filósofo
Fredrich Nietzsche:
“O que não me mata me
fortalece.”
Dent acaba se tornando o
personagem símbolo da ideologia
do vilão, que tenta provar que
todos nós temos um lado mais
obscuro. O momento da revelação
de seu rosto é uma grande cena do
filme. Interessante notar como a
moeda utilizada por Dent se torna
ainda mais simbólica após a
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personagem, com o lado queimado
passando a simbolizar a morte.
Impressionante também é a
comovente reação de Eckhart
quando nota a moeda em seu leito.
Quando Harvey Dent se transforma no Duas-
Caras, o Coringa prova sua teoria: até o mais
são dos homens… pode virar um louco
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Análise de Batman - O Cavaleiro das Trevas (Cine Qua Non)

  • 1.
  • 2.
  • 4. Dirigido com competência por Christopher Nolan, o filme inicia em ritmo alucinante mostrando diversas ações paralelas que formarão a base da narrativa. Nolan também é competente na criação de cenas plasticamente belas, como os travellings que sobrevoam as cidades e as empolgantes sequências de ação e perseguição. Além disso, o diretor utiliza interessantes movimentos de câmera, como podemos notar durante o diálogo entre Gordon, Dent e Batman no terraço.
  • 5. A excelente fotografia azulada cria um ambiente frio e assustador, além de mergulhar os personagens em sombras e escuridão por diversas vezes, refletindo muito bem o sombrio universo do super-herói amargurado. O trabalho técnico do filme também é extremamente competente. Desde a trilha sonora típica de filmes de ação, pesada e com picos de volume para criar tensão, até os espetaculares trabalhos de som e efeitos sonoros, capazes de captar cada pequeno detalhe como o som do pescoço do Coringa estalando e da capa do Batman voando. Os efeitos especiais trabalham para ajudar o filme (e não se tornam a razão de ser dele), como podemos notar nos perfeitos ferimentos no rosto do Duas-Caras e nas maravilhosas sequências de ação.
  • 7. Gotham parece mais segura agora que o Batman existe. Ele e o Tenente Gordon (Gary Oldman) conseguiram o que queriam: os bandidos tem medo só de ver o bat-sinal nos céus. No entanto, ao mesmo tempo que há menos criminosos circulando, existem pessoas que se vestem como o homem-morcego querendo combater o crime como ele. Isso faz o protagonista parar pra pensar sobre o fato de ter dito que queria inspirar as pessoas… não era essa a ideia. Para piorar a situação dos criminosos de Gotham eis que temos a figura de Harvey Dent, promotor distrital que utiliza a sua imagem a serviço da justiça, usando todos os recursos que possui para colocar ordem na cidade. E graças ao seu empenho contra o crime, ele se transforma em celebridade.
  • 8. Enquanto isso, chega um novo e diferente criminoso na cidade, o chamado… Coringa (Heath Ledger).
  • 9. A histórica atuação de Heath Leadger compôs um personagem fascinante e temível. O Coringa é alguém sem apego a dinheiro ou regras, que tenta provar que no fundo de sua alma todo ser humano tem seu lado ruim e cruel. Sua intenção é provar que, quando colocadas em alguma situação de risco, as pessoas sempre tentarão salvar a própria pele, como fica evidente na cena dos barcos e em sua engraçada metáfora com os cães de um mafioso. “Introduza um pouco de anarquia. Perturbe a ordem vigente e então tudo se torna um caos. Eu sou um agente do caos. E sabe, a chave do caos é o medo!”
  • 10. Um agente do caos cujo único intuito é provar que não apenas as estruturas sociais podem ruir quando seus ídolos são feridos, como também os valores humanos podem se destruídos a ponto de não restar nada além da loucura e da miséria. O objetivo central do Coringa é provar como todas as coisas que fazem sentido para nós podem ser destruídas com simples e tênues atos. A crítica evidenciada nos atos do vilão esboçam como os valores morais são relativos e servem apenas quando nos favorecem. Caso contrário, colocamos a moral de lado e nos servidos do banquete da crueldade.
  • 11. “Eu não quero te matar. Você me completa. ” “Quando o mundo acabar, essas tais pessoas civilizadas, vão comer umas às outras.” “O único modo razoável de se viver neste mundo é sem regras!”
  • 12. “Às vezes, a verdade não é boa o bastante. Às vezes, as pessoas merecem mais. Às vezes, merecem ter toda a sua fé recompensada.” Batman se prova irredutível às manobras do Coringa. Em um exemplo de estoicismo, o herói demonstra sua força de vontade ao firmar-se sobre suas convicções e valores, cujo desvencilhamento poderia conduzi-lo ao mesmo patamar que o Coringa.
  • 13. “A loucura é como a gravidade, só precisa de um empurrãozinho.” “O que não nos mata nos torna mais estranhos” em uma clara referência à famosa frase do filósofo Fredrich Nietzsche: “O que não me mata me fortalece.”
  • 14. Dent acaba se tornando o personagem símbolo da ideologia do vilão, que tenta provar que todos nós temos um lado mais obscuro. O momento da revelação de seu rosto é uma grande cena do filme. Interessante notar como a moeda utilizada por Dent se torna ainda mais simbólica após a tragédia que destruiu a vida do personagem, com o lado queimado passando a simbolizar a morte. Impressionante também é a comovente reação de Eckhart quando nota a moeda em seu leito.
  • 15. Quando Harvey Dent se transforma no Duas- Caras, o Coringa prova sua teoria: até o mais são dos homens… pode virar um louco (referência óbvia a graphic novel A Piada Mortal).
  • 16. “A única moral em um mundo cruel é uma chance imprevisível e neutra.”.