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Câmbio, Salários
     e Acordo Nacional
FIESP, CUT, Força Sindical, Sindicatos
dos Metalúrgicos de São Paulo e do
            ABC, 25.5.11
Por que estamos reunidos aqui hoje?
• Por que FIESP, CUT, Força Sindical, Sindicatos
  dos Metalúrgicos de São Paulo e do ABC
  realizam uma reunião histórica hoje em São
  Paulo?
• Porque compreenderam que o Brasil precisa
  de um Pacto Nacional e Popular para o
  Desenvolvimento.
Mas por que precisaria o Brasil de um
           pacto social
• que sirva de base para uma estratégia
  nacional de desenvolvimento?
• Leio todos os dias nos jornais afirmações de
  economistas estrangeiros que a economia
  brasileira cresce maravilhosamente.
• O governo não está tão otimista, mas se sente
  feliz em ser um BRIC.
Na verdade,
• - a economia brasileira não logrou estabilidade
  financeira: a perspectiva de crise está ainda
  longe, mas está no horizonte.
• - o crescimento brasileiro é medíocre, quando
  comparado com os países asiáticos dinâmicos.
• - e o desenvolvimento industrial é uma
  tragédia: o país passa por lenta e implacável
  desindustrialização.
Quais as duas causas políticas?

• - a dependência de nossas elites, que aceitam
  subordinadamente as recomendações e
  pressões vindas do Norte ou do “Ocidente”

• - a falta de um Acordo Nacional unindo
  trabalhadores, empresários industriais e
  governo.
Só um acordo nacional
• -pode dar força ao governo para que ele tome
  as medidas de política econômica necessárias
  para colocar o Brasil na rota do crescimento
  com estabilidade;
• -pode viabilizar a formação da estratégia
  nacional de desenvolvimento (e de
  competição internacional) no seio da qual a se
  definirão as políticas econômicas e sociais
  necessárias.
Nos últimos 10 anos houve avanços
      importantes nessa direção
• - o consenso de Washington e suas propostas
  neoliberais fracassaram e foram desmoralizadas
• - percebeu-se que os populistas não são apenas
  os keynesianos vulgares que defendem déficits
  públicos mas também os ortodoxos que
  defendem déficits em conta corrente (“poupança
  externa”)
• - políticas de governo, ainda que tímidas,
  refletiram esses avanços.
Percebeu-se que a prioridade não é
    apenas a inflação, é também o
          desenvolvimento
• - que não basta combater a inflação com o
  necessário ajuste fiscal

• É necessário também:
• -colocar os juros em níveis internacionais e
• -colocar a taxa de câmbio no equilíbrio
  competitivo ou industrial.
Mas a ortodoxia tem ainda um último
            argumento:
seria impossível administrar câmbio e
 juros, porque
-perderíamos o controle da inflação (falso)
-seria impossível administrar o câmbio
  controlando as entradas de capital (falso)
-não haveria apoio da sociedade para as
  políticas que o governo teria que adotar.
Acordo nacional
• É essa falta relativa de apoio que se procura aqui
  sanar com um acordo nacional.
• Porque todos sabemos que a depreciação do
  câmbio implica
   Maior crescimento e emprego
                mas
  uma queda temporária dos salários e
  aumento temporário da inflação
Eu creio que vale a pena para os
     trabalhadores fazer essa troca
•                  porque
• os custos serão pequenos e de curta
  duração.
• Mas
os ortodoxos e os interesses estrangeiros estão
  amedrontando a sociedade e o governo com a
  ameaça da volta da inflação e uma forte
  queda dos salários.
Os dois gráficos a seguir
• Resumem as duas previsões:
• Ou a pessimista, que nos condena a
  instabilidade financeira, taxas medíocres de
  crescimento, e desemprego relativamente
  elevado
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2.500

                                                 Consequencias de uma depreciação de 30%
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                                                                                                                    Taxa de Crescimento Médio
                                                                                                                         2011-2018: 6,5%
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                           Taxa de Crescimento Médio
                                 2004-2010: 3%




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 500



                            Cenário Pessimista
                            Crescimento Normal
                            Cenário Pessimista
   0
            2002    2003       2004      2005    2006    2007   2008   2009   2010   2011   2012     2013   2014     2015   2016    2017    2018




 3.000

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                            Cenário Otimista


        0
             2002    2003       2004      2005    2006   2007   2008   2009   2010   2011   2012     2013    2014    2015   2016    2017    2018

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Câmbio, Salários e Acordo Nacional - Luiz Carlos Bresser Pereira

  • 1. Câmbio, Salários e Acordo Nacional FIESP, CUT, Força Sindical, Sindicatos dos Metalúrgicos de São Paulo e do ABC, 25.5.11
  • 2. Por que estamos reunidos aqui hoje? • Por que FIESP, CUT, Força Sindical, Sindicatos dos Metalúrgicos de São Paulo e do ABC realizam uma reunião histórica hoje em São Paulo? • Porque compreenderam que o Brasil precisa de um Pacto Nacional e Popular para o Desenvolvimento.
  • 3. Mas por que precisaria o Brasil de um pacto social • que sirva de base para uma estratégia nacional de desenvolvimento? • Leio todos os dias nos jornais afirmações de economistas estrangeiros que a economia brasileira cresce maravilhosamente. • O governo não está tão otimista, mas se sente feliz em ser um BRIC.
  • 4. Na verdade, • - a economia brasileira não logrou estabilidade financeira: a perspectiva de crise está ainda longe, mas está no horizonte. • - o crescimento brasileiro é medíocre, quando comparado com os países asiáticos dinâmicos. • - e o desenvolvimento industrial é uma tragédia: o país passa por lenta e implacável desindustrialização.
  • 5. Quais as duas causas políticas? • - a dependência de nossas elites, que aceitam subordinadamente as recomendações e pressões vindas do Norte ou do “Ocidente” • - a falta de um Acordo Nacional unindo trabalhadores, empresários industriais e governo.
  • 6. Só um acordo nacional • -pode dar força ao governo para que ele tome as medidas de política econômica necessárias para colocar o Brasil na rota do crescimento com estabilidade; • -pode viabilizar a formação da estratégia nacional de desenvolvimento (e de competição internacional) no seio da qual a se definirão as políticas econômicas e sociais necessárias.
  • 7. Nos últimos 10 anos houve avanços importantes nessa direção • - o consenso de Washington e suas propostas neoliberais fracassaram e foram desmoralizadas • - percebeu-se que os populistas não são apenas os keynesianos vulgares que defendem déficits públicos mas também os ortodoxos que defendem déficits em conta corrente (“poupança externa”) • - políticas de governo, ainda que tímidas, refletiram esses avanços.
  • 8. Percebeu-se que a prioridade não é apenas a inflação, é também o desenvolvimento • - que não basta combater a inflação com o necessário ajuste fiscal • É necessário também: • -colocar os juros em níveis internacionais e • -colocar a taxa de câmbio no equilíbrio competitivo ou industrial.
  • 9. Mas a ortodoxia tem ainda um último argumento: seria impossível administrar câmbio e juros, porque -perderíamos o controle da inflação (falso) -seria impossível administrar o câmbio controlando as entradas de capital (falso) -não haveria apoio da sociedade para as políticas que o governo teria que adotar.
  • 10. Acordo nacional • É essa falta relativa de apoio que se procura aqui sanar com um acordo nacional. • Porque todos sabemos que a depreciação do câmbio implica Maior crescimento e emprego mas uma queda temporária dos salários e aumento temporário da inflação
  • 11. Eu creio que vale a pena para os trabalhadores fazer essa troca • porque • os custos serão pequenos e de curta duração. • Mas os ortodoxos e os interesses estrangeiros estão amedrontando a sociedade e o governo com a ameaça da volta da inflação e uma forte queda dos salários.
  • 12. Os dois gráficos a seguir • Resumem as duas previsões: • Ou a pessimista, que nos condena a instabilidade financeira, taxas medíocres de crescimento, e desemprego relativamente elevado • Ou a realista que abre perspectivas para o Brasil dobrar crescimento com estabilidade e aumento sustentado dos salários.
  • 13. 2.500 Consequencias de uma depreciação de 30% sobre o salário real Cenário pessimista 2.000 Taxa de Crescimento Médio 2011-2018: 6,5% 1.500 Taxa de Crescimento Médio 2004-2010: 3% 1.000 6 anos 500 Cenário Pessimista Crescimento Normal Cenário Pessimista 0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 3.000 Consequencias de uma depreciação de 30% sobre o salário real 2.500 Cenário otimista Taxa de Crescimento Médio 2011-2018: 7,5% 2.000 1.500 Taxa de Crescimento Médio 2004-2010: 3% 1.000 3 anos 500 Crescimento Normal Cenário Otimista 0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018