1) O documento discute a caminhada do povo de Deus no deserto após sua libertação da escravidão no Egito, conforme narrado no livro bíblico do Êxodo. 2) No deserto, o povo enfrentou dificuldades como sede e fome, mas Deus providenciou água e alimento como maná. 3) A líder Miriam ajudou a renovar as forças do povo através do canto e da dança para celebrar a vitória sobre o faraó.
1. ÊXODO - A CAMINHADA DO POVO DE DEUS
Autoria de ir. Mary Donzellini, mjc
http://marydonzellinimjc.blogspot.com/
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ÊXODO - A CAMINHADA DO POVO DE DEUS
MÊS DA BÍBLIA 2011
TEMA - TRAVESSIA: passo a passo, o caminho se faz - (Ex 15-18)
LEMA - Aproximai-vos da presença de Deus - (Ex 16,9)
Vivência na caminhada do povo de Deus
1. O deserto na Bíblia
2. Sem água não se faz caminhada
3. Cantando e dançando se faz a caminhada
Introdução - O livro do Êxodo apresenta um relato sobre o nascimento histórico do
povo bíblico. Desde o acontecimento principal, que narra a libertação/saída do grupo que
vivia escravizado no Egito. Ele conta a história que aconteceu por volta do ano 1250 antes
de Cristo, com um grupo de trabalhadores chamados hebreus. Eles sofriam a dominação
egípcia no vale do rio Nilo. Ali eram obrigados a trabalhar duro nas obras do faraó (Ex
1,11).
A formação do livro do Êxodo recolhe aspectos da história do povo bíblico desde a
segunda metade do século XIII a.C. até o século V a.C., época da redação final do livro.
O livro do Êxodo, identifica os diferentes grupos sociais que, em várias etapas da
história do povo bíblico, se identificaram com a experiência do grupo que escapou da
escravidão do Egito.
Uma identificação que se dava porque viviam também a experiência de
exploração/dominação e também porque faziam a experiência de um Deus libertador que
escuta o clamor dos pobres, que se aproxima deles para iluminá-los e dar-lhes força, nas
suas lutas de libertação.
Esta é a experiência que mantém a coerência temática em todo o livro, embora os
estilos sejam bastante diferenciados e muitas repetições do mesmo evento podem ser
encontradas. Esta é uma indicação de que o livro do Êxodo é formado de diferentes
momentos da história do povo bíblico e com diferentes estilos literários.
Este povo, desde o seu começo, encontram tensões e conflitos formados pelas
situações externas e internas, pela diversidade dos grupos sociais e por conflitos em
relação ao poder. O que sustenta o povo e mantém a sua caminhada histórica é a fé no
Deus libertador do Êxodo.
Esta fé torna o povo mais forte na certeza da presença de Javé na caminhada e gera
a resistência e mantém o próprio rumo. Esta certeza também forma a coesão interna do
livro do Êxodo, que narra a história da libertação de um grupo de escravos do Egito como
uma ação de Javé, Deus dos pequenininhos, dos pobres, dos explorados e vai gerando
outros êxodos, outras saídas alternativas ao longo da história.
1 - NO DESERTO APRENDE-SE A VIVER DE UM JEITO NOVO
Fora do Egito, o povo empreende a marcha pelo deserto sem caminho traçado,
caminhando na insegurança, sem água e sem comida. Aqueles que viveram a
maravilhosa experiência de conseguir libertar-se da dominação egípcia sentem no deserto
o desamparo total. Um povo que acabava de fazer a experiência de libertação fica, de
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repente, desconcertado diante das necessidades básicas da vida, como a sede (15,22-
27), a fome (16,1-16), a exigência de repartir para sobreviver, de não ter “olho grande”
(16,17-20), a necessidade de descansar (16,22-27), de se organizar de forma
descentralizada e participativa (18,13-26).
Mas esta etapa de aprendizagem não foi uma aventura mais fácil do que a saída do
Egito. No deserto, o povo se confrontou com seus próprios limites. Aparece claramente a
tentação de acomodar-se diante da dominação. A saudade das panelas de carne do Egito
sinaliza para esta tendência (16,2-3). A dureza da caminhada pelo deserto entorta a
visão, destrói o sonho, torna amarga a vida. Até o objetivo da saída do Egito foi
deturpado. Com a visão destorcida pelo sofrimento e tendo ainda na cabeça a ideologia
do faraó, o povo confronta Moisés, acusando-o de traição: “Certamente nos trouxestes a
este deserto para fazer toda esta multidão morrer de fome” (16,3).
Onde foi parar a bandeira da “terra prometida”? Aqui, transparece a experiência da
crise, da desesperança, da sombra ou treva que impedem uma pessoa ou um grupo de
ver a realidade como ela é.
Isso acontece também em nossa vida e na caminhada. As crises em nossa vida
tornam-se uma oportunidade para entrarmos em comunicação mais profunda com nossa
realidade pessoal, deixando-nos confrontar por nossos próprios limites. A experiência das
limitações pessoais é graça que nos torna mais humanos na medida em que integramos
essas limitações, buscando superá-las pacientemente. Ela nos ajudará a acolher as
outras pessoas com seus limites e dons, para fazermos juntos uma caminhada libertadora
e humanizadora em direção à plenitude da vida. Também as crises familiares,
comunitárias, são graças. Sem elas não se faz o caminho passo a passo.
Moisés diz ao povo desanimado na caminhada no deserto:
“Aproximai- vos da presença do Senhor” (16,9).
Espiritualidade - fazer uma experiência de deserto. Procurar sentir-se só com Deus,
superando a angústia da solidão, procurando viver como o povo no deserto. Não levar
nem pão, nem água.
Em grupos - levantar os aspectos de nossas vidas que se assemelham com este
texto do Êxodo, partinhando a nossa experiência de deserto, motivada pelos nosso
irmãos que muitas vezes vivem na solidão.
2- SEM ÁGUA NÃO SE FAZ CAMINHADA
Esta extrema necessidade da água para a vida e caminhada do povo hoje é luz para
perceber melhor os sentidos do texto sobre o qual estamos meditando (Ex 15,22-27).
Estes versículos se abre com a falta de água - “Eles se dirigiram para o deserto de Sur e
caminharam três dias no deserto sem encontrar água” (v.22) - e se fecha com a sua
fascinante abundância: “Então chegaram a Elim onde havia doze fontes e setenta
palmeiras” (v. 27).
Desta maneira, a temática da água forma o tema da relação entre Deus e o povo
(v.25b). Os mandamentos que Deus dá ao povo -”Foi lá que lhes fixou um estatuto e um
direito” (v.25c) - tornam-se ferramentas que o ajudam na defesa da vida e na construção
das relações de respeito e de cuidado dentro da comunidade. Estas relações fazem parte
do compromisso do povo com o projeto de Deus. Fazem parte da aliança.
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E o tema da água serve bem para mostrar qual é a relação de Deus com os
pequenos, com os oprimidos. Antes de o povo hebreu sair do Egito, Javé feriu o Rio Nilo,
e suas águas se transformaram em sangue (Ex 7,17). Lá, no grande império da
dominação e da morte, já não havia água potável. Depois da saída (Êxodo), quando o
povo já estava cansado e desanimado, caminhando durante três dias sem encontrar
água, Javé cura as águas amargas (15,26) e sacia a sede do povo, que retoma a
caminhada até alcançar as doze fontes e as setenta palmeiras (15,27), um oásis onde a
água sacia a sede, as tâmaras das palmeiras alimentam e nutrem o povo, dando sombra
que possibilita o descanso e renova as forças para seguir adiante.
Passo a passo o povo peregrino vai descobrindo a diferença entre o Império Egípcio e
o deserto onde se encontram. O Egito era lugar de morte e o deserto, apesar de todos os
desafios, torna-se um lugar de cura, de vida, de esperança do encontro com Deus.
Espiritualidade - Provocar a sede de Deus na vida diária.
Em grupos - Recordar o tema da Campanha da Fratenidade deste ano. Visando a
economia e o cuidado que devemos ter sobre a água de nosso planeta.
3. CANTANDO E DANÇANDO SE FAZ A CAMINHADA
O canto de Míriam faz parte do livro do Êxodo (15,1-21). O texto diz o que aconteceu
por volta do ano 1250 antes de Cristo, com um grupo de trabalhadores chamados
hebreus. Eles sofriam a dominação egípcia no vale do rio Nilo. Ali eram obrigados a
trabalhar duro nas obras do faraó (Ex 1,11).
Os hebreus eram marginalizados e explorados pelo faraó e seus capangas. Mas eles
se organizaram e fugiram para se libertar (Ex 14,2-5). A organização era difícil por causa
do controle que o faraó exercia através dos seus capatazes. Moisés se destaca como
líder, com a força de Javé-Deus, e ajuda o povo. O fato de que o povo conseguiu sair do
Egito atingiu o poder opressor no coração. Houve perseguição militar, mas os hebreus
conseguiram sair livres do mar Vermelho, enquanto o exército do faraó com seus carros e
cavalos foi eliminado no mar. Está aí a grande vitória!
Míriam retoma a primeira estrofe do canto “de Moisés e dos filhos de Israel”, uma
espécie de refrão que o povo cantava nas celebrações e reuniões. O refrão contém o
resumo do canto. Isto nos permite afirmar que Míriam assume todo o conteúdo do canto.
Mas esse canto não é só de Moisés, nem só de Míriam, e sim de todo o povo oprimido
a caminho da libertação. Podemos dizer que Míriam dá ao canto o seu jeito próprio de
mulher. Ela interpreta a mensagem e dá o seu recado a seu modo: toca, dança e canta.
Puxa a festa da libertação do povo, começando com as mulheres. Interessante é observar
que, em todas as outras passagens do Êxodo, as mulheres não são mencionadas
claramente. Estavam incluídas na expressão “os filhos de Israel”. Ao falar com destaque
das mulheres, os versículos 20 e 21 revelam a importância da mulher na caminhada da
libertação. Elas também têm motivos para celebrar, porque sabem se organizar e lutar ao
lado dos homens. Elas conseguem aparecer, falar e expressar sua vida através de
Míriam. Conseguem ter vez e voz nessa história da libertação de toda forma de
escravidão.
Miriam aparece como “primeira porta-estandarte” da história. As mulheres, seguindo-a
como sambistas, passam a fazer parte do carnaval da vida dos libertados, Miriam é a
“porta-estandarte”; Deus é a “bandeira. Ela leva e é levada por Deus: Deus da justiça e o
Deus da história. Portanto, celebrar, cantar, festejar o Deus da libertação, faz parte da
vida da mulher.
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Como Miriam cantemos: Viva, viva a mulher desta nação! Que vai levando no ventre a
semente nova da libertação.
Espiritualidade - Sempre agradecer a Deus os favores recebidos -Rezar o salmo 103.
ANALISANDO E RELENDO O TEXTO
Na sociedade patriarcal, a fertilidade era tida como bênção de Deus. Mas, como os
meninos eram vistos como futura ameaça aos senhores do Egito, era necessário matá-
los.
O faraó, porém, não entendia a razão de os meninos hebreus sobreviverem. As
parteiras explicaram que as mulheres hebréias eram vigorosas e davam à luz antes da
chegada delas.
O Livro do Êxodo, continua: Deus recompensou as parteiras. O povo continuou
crescendo e tornando-se muito forte. Como as parteiras temeram a Deus, deu-lhes
também família numerosa (1,20-21).
Nesse segundo livro do Pentateuco, o Êxodo, encontramos várias mulheres em
paralelo aos filhos de Jacó. Essas mulheres garantiram o futuro das doze tribos de Israel.
As parteiras foram as primeiras: elas asseguraram o nascimento do libertador, Moisés.
E Deus abençoou as com grandes famílias, que seguiram Moisés no momento da
libertação.
O capítulo 2 do Êxodo apresenta Jocabed, a mãe de Moisés: um homem da casa de
Levi casou-se com uma mulher de seu clã. A mulher concebeu e deu à luz um filho. Ao
ver que era um belo menino, manteve-o escondido durante três meses. Não podendo
escondê-lo por mais tempo, pegou uma cesta de papiro, calafetou-a com betume e piche,
pôs dentro dela o menino e deixou-o entre os juncos na margem do Rio Nilo.
Jocabed, a mãe de Moisés e, como as outras mulheres, estão na base da libertação
do Povo de Deus. Ela era filha da tribo de Levi. Sua coragem e fé em Deus salvou o seu
filho Moisés, que tiraria o povo da escravidão no Egito.
Jocabed teve de enfrentar um grande dilema. O faraó ordenara que todos os filhos
homens dos judeus fossem atirados ao Nilo. A fé e a coragem de Jocabed encontraram o
caminho para salvar Moisés. Ela é uma das três mulheres — Sara, Raab e Jocabed —
que figuram na galeria das heroínas da fé em Israel.
Jocabed foi obrigada a colocar em risco o seu filho, o menino Moisés. O faraó do Egito
havia ordenado que todo recém-nascido judeu do sexo masculino fosse lançado no rio
Nilo (Ex 1,22). Jocabed pôs sua fé em prática e resolveu esconder o menino por três
meses. Depois teve de assumir um novo risco de fé. Deixou o filho amado entre os juncos
à beira do rio.
Esse gesto é o instrumento da Providência divina que salvou aquele que seria o
libertador do Povo de Deus. Moisés, salvo das águas, tornou-se o libertador do povo
escravizado no Egito.
A mãe de Moisés e a irmã dele foram mais duas mulheres que conspiraram para
defendê-lo. A irmã, observando de longe, viu a filha do faraó se banhar no rio. Por
compaixão, a princesa ignorou as ordens do pai e mandou salvar o belo menino.
Êxodo 2,9-10 relata: A filha do faraó disse à mulher: “Leva este menino, amamenta-o
para mim, e eu te pagarei o teu salário”. [...] Quando o menino estava crescido, levou-o à
filha do faraó, que o adotou como filho. Ela deu-lhe o nome de Moisés [...].
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Mais uma vez, foram as mulheres que ignoraram as leis do faraó e garantiram o futuro
do Povo de Deus. A filha do faraó não era judia, nem conhecia o Deus de Abraão. Movida
por compaixão, ela tirou o menino das águas e garantiu seu futuro, diz que ele será
chamado Moisés, pois foi tirado das águas. Nós sabemos que foi ele quem tirou seu povo
da escravidão.
“Pela fé, Moisés, recém-nascido, foi escondido por seus pais durante três meses,
porque viram a beleza do menino e não tiveram medo do decreto do rei... ( ler Hb 11,23-
29).
Séfora, filha do sacerdote Jetro, era a esposa de Moisés, o libertador do Povo de
Deus. Pai e filha encontravam-se em Madiã, quando Moisés fugiu do Egito pela primeira
vez.
As sete filhas do sacerdote Jetro (ou Ragúel) foram ao poço ara dar de beber ao
rebanho do pai. Outros pastores tentaram expulsá-las. Moisés as defendeu. E, assim, o
sacerdote convidou Moisés para se hospedar com a família.
Êxodo 2,21-22, lemos: [...] e Ragúel [ou Jetro] deu-lhe sua filha Séfora casamento. Ela
teve um filho, a quem ele chamou Gérson, pois disse: “Tornei-me hóspede em terra
estrangeira”.
Os madianitas eram um povo árabe e habitavam no deserto, o sul da Transjordânia. O
povo do deserto era muito hospitaleiro e sempre protegia os forasteiros. Jetro e Séfora
foram muito importantes no desenvolvimento religioso de Moisés.
Séfora foi a mãe dos dois filhos de Moisés. O primeiro, Gérson, é a lembrança por
Moisés ser estrangeiro em Madiã. O nome do segundo filho, Eliezer, significa o Deus do
meu pai é minha ajuda e me libertou da espada do faraó.
A mulher de Moisés, Séfora, é apresentada numa narrativa que explica o sentido
religioso da circuncisão. Depois de receber a vocação de Deus em Madiã, Moisés voltou
para o Egito com a mulher c o primeiro filho.O nome Séfora significa pássaro. É sob suas
asas que Moisés encontra proteção.
Êxodo 4,24-26, diz: “Durante a viagem, num lugar de pousada o Senhor
encontrou-se com Moisés e queria matá-lo. Séfora, então, pegou uma faca de pedra,
cortou o prepúcio do filho, tocou-o nas virilhas de Moisés e disse: “Tu és para mim um
marido de sangue”. E o Senhor deixou-o em paz, quando disse: “marido de sangue”, em
relação à circuncisão (antiga aliança).
Quando o patriarca Jacó retornou da Mesopotâmia, foi atacado por um anjo e lutou
com este durante toda a noite. Da mesma maneira no presente texto, Deus lutou com
Moisés, que foi salvo pela ação da mulher.
O povo do deserto de Madiã circuncidava seus filhos para protegê-los de
infecções. Moisés, porém, não circuncidou Gérson. Foi sua mulher, Séfora, quem
conservou o sentido do ritual da circuncisão e imediatamente circuncidou pai e filho. Essa
narrativa é a explicação popular da prática da circuncisão entre o povo judeu até hoje.
Miriam , a irmã de Moisés, está entre as mulheres que constituem a retaguarda do
Êxodo, ou a libertação do Povo de Deus. Ela é uma das que salvaram a vida de Moisés
desde o nascimento dele no Egito.
Ex 2 - a mãe de Moisés, deixou-o na margem do rio. A irmã do menino ficou
parada, a distância, para ver o que ia acontecer. A filha do faraó desceu para se banhar
no rio [...] Ela viu a cesta no meio dos juncos e mandou que uma criada a apanhasse.
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Quando abriu a cesta, viu a criança [...] Ficou com pena dele e disse: “É uma das crianças
dos hebreus”. A irmã do menino disse, então, à /ilha do faraó: “Queres que eu vá chamar
uma mulher hebréia, que possa amamentar o menino?” — “Vai”, respondeu-lhe a filha do
faraó. E a menina foi chamar a mãe do menino [...] A mulher levou o menino e o criou.
Reparem que Miriam, a irmã de Moisés, é apresentada como figura importante na
história do êxodo do Povo de Deus. A primeira coisa que chama a atenção é que ela faz
parte do grupo de mulheres que possibilita a libertação dos hebreus, cativos no Egito.
As parteiras, a mãe dos meninos perseguidos, a filha do faraó e suas servas, e as
irmãs das crianças ameaçadas formam a retaguarda do grande acontecimento da
libertação dos cativos. Miriam salvou seu irmão Moisés, aquele que libertaria o povo
escravo.
A irmã de Moisés, Miriam, é lembrada como uma das líderes da libertação do povo
do Egito. Ela é chamada com esse nome no Êxodo, 15, 20-21, Miriam, a profetiza, irmã
de Aarão, apanhou um tamborim, e atrás dela saíram todas as mulheres tocando
pandeiro e dançando, enquanto Miriam lhes repetia:“Cantai ao Senhor porque
estupenda foi a vitória; o e cavaleiro ele jogou no mar!”
Miriam é a primeira mulher a ser chamada profetiza na Bíblia . Assim ela se torna
o modelo idealda tradição profética das mulheres no Antigo e no Novo Testamento.
O livro do Deuteronômio afirma que Moisés era o maior dos profetas e, por causa
disso, sua irmã tornou-se a primeira das profetizas. A profetiza é uma mulher que age
como porta voz de Deus, recebendo a mensagem dele e proclamando-a de acordo com
seu desígnio para o povo.
Poucas mulheres do Antigo Testamento receberam esse título honroso.
A profetiza Miriam, irmã de Moisés e de Aarão, era importante na vida litúrgica do
povo. Nas liturgias antigas todo o povo participava, tocando instrumentos, cantando e
dançando.
Nessa tradição, as mulheres profetizas criavam cânticos de louvor e lideravam o povo
na dança litúrgica. O capítulo 15 do Êxodo apresenta o cântico de Miriam que faz parte de
uma longa tradição que inclui os cânticos de Débora e de Ana, a mãe de Samuel, e ceie
celebra o grande amor de Deus para com seu povo.
Israel chamava o amor fiel e compassivo de Deus Esse amor é o próprio ser de
Deus. O povo é redimido e libertado do porque é por demais amado por ele.
Os faraós deste mundo têm o poder dos exércitos e das .armas. A Bíblia, porém,
insiste: não há força mais poderosa do que o amor de Deus!
O livro do profeta Miquéias (6,3-4) apresenta Miriam como grande testemunha da
libertação do Povo de Deus. (Meu povo, que te fiz eu? Ou em que te maltratei, responde-
me! Pois eu te fiz sair da terra do Egito, [...] e à tua frente mandei Moisés, Aarão e Maria
[Miriam]
Nós costumamos cantar este salmo do profeta Miquéias na sexta-feira da Paixão.
Ele narra o diálogo entre Deus e o seu povo. Deus sempre agiu para fazer bem ao seu
povo. O êxodo foi o grande ato de Deus que libertou da escravidão. Miriam vivenciou esse
ato de Deus ao lado de Moisés e de Aarão. O seu testemunho a colocou ombro a ombro
com as grandes figuras da história do povo de Deus.
E a sua ação mostrou que esse Povo era formado por pessoas iguais: homens e
mulheres que se uniam para comprovar a libertação de todo o povo oprimido e
7. ÊXODO - A CAMINHADA DO POVO DE DEUS
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escravizado. Miriam foi a mulher que testemunhou e celebrou a libertação como
fundamento da vida do povo de Deus.
Mais tarde, a sociedade monárquica e patriarcal afirmava que as mulheres de Israel
poderiam ser profetizas, mas sempre subordinadas à liderança dos homens.
Para o povo de Israel, os Dez Mandamentos sempre tiveram papel central. Neles,
vemos o homem, o marido era o “dono” da casa e de toda a família. A esposa pertencia a
ele. O mandamento, então, faz referência às “posses” de um homem a casa, o escravo, o
boi, o jumento e a mulher.
Mais uma vez vemos as mulheres fortes, corajosas, libertadoras e profetizas na
vida de seu povo. Mas a mentalidade da época conservava ainda os preconceitos.
No final do Êxodo 35,22, vemos o lugar e a função importante das mulheres na
construção manutenção do templo sagrado. Lugar da presença de Deus. Vieram [...]
mulheres, e todos generosamente traziam, broches, brincos, anéis, colares e toda sorte
de objetos de ouro, que cada um oferecia com um gesto diante do Senhor.
Todas as mulheres que tinham habilidade para a tecelagem, teceram e trouxeram
os tecidos: a púrpura violeta, vermelha e carmesim e o linho fino. Todas as mulheres
dispostas e a contribuir para as obras do Senhor para tanto teceram pêlos de cabra. [...]
Todos [...] e mulheres dispostos a contribuir para as obras que o Senhor tinam mandado
executar por meio de Moisés, trouxeram do Egito.
A Bíblia chama de “habilidosas” ou “sábias” as mulheres que sabem trabalhar no
tear. Em todo o antigo Oriente Médio, a produção de tecidos era
especialidade de mulheres bem treinada. Com seus bens materiais e talento, as mulheres
manifestaram sua gratidão a Deus. Deus salvou a vida
de seus filhos homens e libertou todo o povo da escravidão no Egito.
relação à circuncisão.
Quando o patriarca Jacó retornou da Mesopotâmia, foi ata-‟ i.lo por um anjo e lutou
com este durante toda a noite. Da ..... .111.1 maneira no presente texto, Deus lutou com
Moisés, que
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O povo do deserto de Madiã circuncidava seus filhos para protegê-los de infecções.
Moisés, porém, não circuncidou Gérson. Foi sua mulher, Séfora, quem conservou o
sentido do ritual da circuncisão e imediatamente circuncidou pai e filho.
tos a contribuir para as obras que o Senhor tinha mandado executar por meio de
Moisés, trouxeram ao Senhor contribuições espontâneas.
No começo do Livro do Êxodo, as escravas foram enviadas à procura de jóias e
roupas para a viagem no deserto. E na hora (Ir preparar o santuário, as mulheres
entregaram a Moisés tudo u que trouxeram do Egito.
A Bíblia chama de “habilidosas” ou “sábias” as mulheres 1 1 uc sabem trabalhar no
tear. Em todo o antigo Oriente Médio, .1 produção de tecidos era especialidade de
mulheres bem treina-‟!,r.. Com seus bens materiais e talento, as mulheres manifesta-i.nii
sua gratidão a Deus. Ele salvou a vida de seus filhos ho-e libertou todo o povo da
escravidão no Egito.