O documento discute lesões precursoras do câncer de colo uterino (NIC), fornecendo detalhes sobre epidemiologia, fatores de risco, diagnóstico, classificação anatomopatológica e tratamento. O HPV é o principal fator de risco para o desenvolvimento de NIC, que podem evoluir para câncer invasor em até 5-6 anos se não tratadas. O diagnóstico é realizado por meio de exames citológicos e colposcópicos com biópsia para confirmação histopatológica. O tratamento
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Oncologia ginecologica
1. NIC, câncer de colo uterino,
câncer de ovário
Mauro carneiro
Mariana Felipe
Thiago Henrique
Wanessa Carvalho
Internato de Ginecologia e Obstetrícia
Hospital e Maternidade Dom Orione
3. INTRODUÇÃO
• NIC são lesões precursoras que podem evoluir para
Câncer invasor num período 5-6 anos;
• NIC apresentam graus evolutivos na citopatologia;
• 90% Câncer invasor colo uterino evoluem da NIC ,
mas nem toda NIC evolui para processo invasor;
4. EPIDEMIOLOGIA
• Atividade sexual precoce;
• Múltiplos parceiros sexuais;
• Primeira gestação idade jovem;
• Curto intervalo tempo entre gestações;
6. EPIDEMIOLOGIA
• Papiloma vírus humano (HPV):
- Causam alterações citológicas conhecidas como
Coilocitose que estarão associadas com displasias;
- Genoma HPV demonstrado em todos os graus de
neoplasia cervical:
– Expressão das oncoproteínas
– E6 e E7
- NIC é atribuída a infecção por HPV – 90%;
7. EPIDEMIOLOGIA
• A maioria das mulheres com NIC está infectada pelo
HPV;
• Subtipos oncogênicos: 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51,
52, 56, 58, 59, 68
• Subtipos 16 e 18 são mais relacionados com NIC;
• Sendo subtipo 18 encontrado em > 20% das lesões
invasivas ;
8. DIAGNÓSTICO
• Não existe sintomatologia específica p/NIC;
• Exame ginecológico;
• COP:
- avaliação citológica;
• Colposcopia e biópsia:
- avaliação anatomopatológica;
9. ANATOMOPATOLÓGICO
• NIC 1:
• Boa maturação
• Poucas figuras mitoses
• Céls indiferenciadas
limitadas 1/3 inf epitélio
• Alterações induzidas
pelo HPV espessura
total epitélio
10. ANATOMOPATOLÓGICO
• NIC 2:
• Alterações displásicas
até ½ ou 2/3 inf epitélio
• Mais anomalias
nucleares;
• Mais figuras de mitoses
do que NIC 1;
11. ANATOMOPATOLÓGICO
• NIC 3:
• Células diferenciadas e
estratificadas ausentes;
• Inúmeras figuras mitoses e
formas anômalas;
• Anomalias nucleares em
toda espessura epitelial;
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14. COLPOSCOPIA
• Achados Colposcópicos Anormais
• Epitélio acetobranco (plano ou denso)
• Mosaico (fino ou grosseiro)
• Pontilhado (fino ou grosseiro)
• Iodo parcialmente positivo ou negativo
• Vasos atípicos
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18. TRATAMENTO
• Biopsia de NIC 1 com colposcopia satisfatória
• Follow-up sem tratamento:
- Repetir COP 6/6 meses;
- Teste DNA HPV anual;
• COP E COLPOSCOPIA cada 6/6 meses;
19. TRATAMENTO
• Biopsia de NIC 1 com colposcopia
insatisfatória:
• Preferido modalidade excisional;
• Conização Laser ou bisturi frio;
• Exceção para grávidas e imunossupremida;
20. TRATAMENTO
• Biopsia de NIC 2 ou 3 com colposcopia satisfatória:
• Preferido procedimentos excisionais;
• Fornece peça para avaliação histopatológica;
• Reduz risco de câncer microinvasor ou invasor oculto seja
tratado inadevertidamente como lesão pré-invasiva;
21. TRATAMENTO
• Margens comprometidas em conização de NIC 2-3:
• Importante fator risco p/recidiva e persistência NIC
• Re-conização tem risco complicações e não erradicar doença
residual
• Histerectomia permanece opção apropriada
• Desejo pacte, idade, fertilidade devem ser pesados!
22. TRATAMENTO
• Follow-up pós-tratamento NIC 2-3:
• Não existem consenso melhor seguimento, porém tem que
ser de forma rigorosa;
• Risco de recidiva após tratamento adequado é baixo (1 a 20%)
• Porém importantes fatores prognósticos recidiva e
persistência doença devem ser considerados
- Tamanho lesão
- Precedência Citologia atípica (> 90%)
- Clareamento DNA HPV;
23. • Follow-up aceitável pós-tratamento NIC 2-3:
• COP e/ou Colposcopia cada 4/4 meses até 03 consecutivas
citologias negativas;
• Depois seguir COP anualmente;
• Teste DNA HPV cada 6/6 meses;
• Colposcopia com biopsia sempre se suspeita de recidiva;
• Histerectomia é aceitável na recorrência ou persistência NIC
2-3 (confirmado por biopsia);
25. Introdução
• Ca colo é 3ª malignidade mais comum mulheres no
mundo (superado apenas pela câncer de pele não-
melanoma e câncer de mama);
• 1ª malignidade ginecológica mais comum no mundo;
• 78% casos ocorrem países em desenvolvimento.
26. Epidemiologia
• Áreas maior incidência são América Latina (70/100.000), África, sul e
sudeste Ásia;
• Áreas menor incidência são Norte da Europa, América Norte, Oriente
Médio e China (10/100.000);
• Faixa etária maior incidência está 40-50 anos;
• Atualmente aumento incidência mulheres mais jovens (20-30 anos);
• 46% Ca colo < 35 anos;
• < 10% mulheres mais 65 anos;
• Relação classe econômica.
27. Fatores de Risco
• HPV:
• Tipo 6 e 11 estão associados verrugas genitais e lesões baixo grau (NIC 1)
• Tipo 16,18, 31, 33 e 51 estão associados Tu anogenitais e lesões
precursoras alto grau (NIC 2 e 3)
• Atividade sexual:
- Visto como DST porque em mulheres virgens é raríssimo Ca colo uterino
• Idade 1ª relação sexual;
• Tabagismo(cofator):
- Reduz imunidade
- Efeito carcinogênico
34. Padrão de Dissemionação Hematogênica
• Raramente as pacientes tem metástase à distância
(seja no diagnóstico inicial ou mesmo com doença
locorregional avançada)
• Achado geralmente tardio e sítios mais comuns são
pulmão, ossos, fígado e linfáticos distantes
• Plexos venosos pélvicos são caminho disseminação
(uterino, vaginal, retal)
35. Diagnóstico
• Exame físico:
- Geral
- Abdominal
- Cadeias linfonodais (FSC) e
linfonodos inguinais
• Especular:
- Colo e seus aspectos
- Vagina e seus aspectos
- Colher citológico e biópsias
• Toque retal
• Toque vaginal
• COP;
• Colposcopia + biópsia
40. Fatores Prognósticos
• Metástase linfonodal é o mais importante
fator prognóstico de sobrevida;
• Taxa Sobrevida Global 85-95% p/N negativo X
45-55% p/N positivo.
42. Aspectos técnicos da RT
• Teleterapia → toda a pelve e paramétrio,
incluindo linfonodos ilíacos comuns e
paraórticos;
• Braquiterapia → colo uterino, vagina e
paramétrio medial.
43. Prognóstico
Sobrevida em 5 anos
Estadio IA 95%
Estadio IB 80%
Estadio II 64,2%
Estadio III 38,3%
Estadio IV 14%
45. Introdução
• 23% das neoplasias ginecológicas
• 57% dos óbitos por tumor maligno ginecológico
• Maior risco na pós-menopausa (30-40% são malignas)
• Segunda neoplasia mais freqüente do trato genital
inferior feminino
• Maior Incidência entre 6ª e 7ª décadas de vida
• Sobrevida global < 50% em 5 anos
46. Introdução
• Doença de mau prognóstico
• Não há propedêutica que permita o
diagnóstico precoce
– Mais de 70% dos casos diagnosticados
• Estadio III
• Estadio IV
47. Fatores de Risco
• Idade: Pico da doença entre 70-79 anos
• História familiar
• Raça:Maior prevalência na raça branca
• Alterações genéticas : síndrome de Lynch
• Dieta rica em gordura animal
• Uso de drogas indutoras de ovulação
• Mulheres com câncer de ovário apresentam:
– Risco aumentado de:
• Câncer de mama
• Câncer de endométrio
48. Fatores de Risco
• Relacionado a freqüência da ovulação
– Aumento do risco em mulheres que ovulam com freqüência
• Maior risco:
– Menopausa tardia / Menacme prolongada
– Nuliparidade
– Gravidez tardia
• Menor risco:
– Multiparidade
– Amamentação
-- Uso de ACO
49. Histologia
• Grupos Histológicos:
– Tumores da linhagem epitelial
• 90%
– Tumores de células germinativas
– Tumores derivados de células gonadais
– Tumores derivados do mesênquima
10%
casos
50. Tumores Borderline
• Carcinomas de baixo
potencial de
malignidade
• Excelente prognóstico
• Não há invasão do
estroma ovariano
• Sobrevida: 95% em 10
anos
• Evolução indolente
51. Disseminação
• Transcelômica: Forma mais comum e precoce
de disseminação → células que se implantam
na superfície da cavidade peritoneal
• Linfática : Para linfonodos pélvicos e para-
aórticos (doenças + avançadas)
• Hematogênica: Forma incomum → Órgãos
parenquimatosos → 2 a 3 % dos casos →
derrame pleural, metástase parênquima
hepático
52. Quadro Clínico
• 75 - 85% das pacientes já
apresentam doença na
cavidade peritoneal ao
diagnóstico
• Dor abdominal
• Distensão abdominal :
Ascite ou Massa tumoral
• Sintomas gastrintestinais,
disúria, sangramento
vaginal
• Massa anexial palpável
54. Estadiamento • Lavado peritoneal
• HT + Oforectomia bilateral
• Biópsias de peritônio
– Pélvico
– Goteiras
– Diafragma
• Omentectomia
– Total ou Infracólica
• Linfadenectomia
retroperitoneal de
amostragem
– Para-aórtica
– Pélvica
CIRÚRGICO!!
55. Tratamento
• Estadio IA e IB
• Tumores bem ou moderadamente
diferenciados
• Histerectomia total com salpingooforectomia
bilateral
56. Tratamento
• Estádio II - IV
• Histerectomia total +
• Salpingo-ooforectomia bilateral +
• Omentectomia +
• Ressecção de toda doença possível
Obs: se tumor mucinoso → apendicectomia
57. QT adjuvante
• É amplamente empregada após o tto
cirúrgico, sendo indicada de acordo com a
classificação histológica do tumor, grau de
diferenciação, estadiamento e vol residual.
*Estàgios Ia e Ib, caso sejam grau III (TU
indiferenciados);
*stágios Ic em diante (independente do grau de
diferenciação).
58. Radioterapia
• Devido a evolução dos quimioterápicos e a
minimização dos efeitos colaterais, tem
diminuido a utilização da radioterapia nestas
neoplasias. As neoplasias ovarianas
apresentam resposta variada a RT, os mais
sensíveis são os Tu germinativos.