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I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA)
1
ANAIS DO I SIMPÓSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA/CAMPUS II, AREIA, 02 A 05 DE DEZEMBRO DE 2015.
Areia/PB
Dezembro - 2015
I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA)
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Organização
Coordenação Geral
Norma Lúcia de Souza Araújo – CSTR/UFPB
Sildivane Valcácia Silva – CBIOTEC/UFPB
Comitê organizador
Alysson Farias Gurjão
Iara Nóbrega Macêdo
Fábio José Targino Moreira da Silva Júnior
Lucas Rodrigues de Souza
Norma Lúcia de Souza Araújo
Sildivane Valcácia Silva
Comitê de Apoio
Fernanda Agnes Sobral Guimarães
Ricardo Pereira Lima
Mateus Oliveira Paiva
Jéssica Nunes da Silva
Davi de Oliveira Sousa
Elidiane dos Santos Cirilo
Rubeilson dos Santos Silva
Iolanda Costa Rocha
I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA)
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José Antônio Lucena
Felipe Maia Pessoa
Ilda Mayara França Soares
Comitê consultor para resumos
André Mariano Batista (Androlab, UFRPE)
Aurea Wischral (Depto. Medicina Veterinária, UFRPE)
Sildivane Valcácia Silva (CBiotec, UFPB)
I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA)
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PROGRAMA TÉCNICO-CIENTÍFICO DO I SIMPÓSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO
ANIMAL
Dia 02 de dezembro de 2015 (Quarta-feira)
14:00 - 18:00 Inscrições e entrega de material
19:00 - 19:15 Solenidade de abertura
19:15 - 20:15 Palestra: Biotecnologia Reprodutiva de Primatas Neotropicais.
Palestrante: Profa. Dra. Norma Lúcia de Souza Araújo
Campus de Patos/UFCG
20:15 Coquetel de Abertura
Dia 03 de dezembro de 2015 (Quinta-feira)
09:00 – 10:15 Palestra: Exame clínico-andrológico em Pequenos Ruminantes.
Palestrante: Prof. Dr. Carlos Augusto Alanis Clemente
Bananeiras – Campus III/UFPB
10:15 – 10:45 Coffee Break
10:45 - 12:00 Palestra: Biotecnologia aplicadaàreprodução do macho bovino.
Palestrante: Prof. Ivo Pivatto
Universidade de Brasília (UnB), Brasília/DF
12:00 - 14:00 Almoço
I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA)
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14:00 - 15:30 Palestra: Criopreservação de tecido testicular de cães.
Palestrante: Profa. Dra. Érika Cristina Santos Oliveira
Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife/PE
15:30 - 16:00 Coffee break
16:00 - 17:30 Palestra: Terapêutica hormonal na cadela.
Palestrante: Profa. Dra. Rita de Cássia Soares Cardoso
Unidade Acadêmica de Garanhuns, UFRPE
Dia 04 de dezembro de 2015 (Sexta-feira)
09:00 - 10:15 Palestra: A interferência do Estresse e daResposta Inflamatória na Reprodução
em Vacas Leiteiras.
Palestrante: Prof. Artur Cezar de Carvalho Fernandes
Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife-PE
10:15 - 10:45 Coffee Break
10:45 - 12:00 Palestra: Biotécnicas reprodutivas avançadas em fêmeas de pequenos
ruminantes.
Palestrante: Dr. André Mariano Batista
Laboratório de Andrologia, Campus I/UFRPE
12:00 - 14:00 Almoço
14:00 - 15:00 Palestra: Biotecnologias da Reprodução em Égua.
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Palestrante: Prof. Dr. Victor Netto Maia
Faculdade Maurício de Nassau, Recife-PE
15:10- 16:15 Palestra: Biotecnologia Reprodutiva aplicada a Garanhões.
Palestrante: Prof. Dr. Gustavo Ferrer Carneiro
Unidade Acadêmica de Garanhuns, UFRPE
16:15 - 16:45 Coffee break
16:45 - 18:05 Mesa Redonda: Realidade do Veterinário de Campo.
Palestrante: Veterinários que atuam na reprodução animal
18:30 Encerramento do Simpósio
Dia 05 de dezembro de 2015 (Sábado)
Minicursos
Minicurso 01: Avaliação Ultrassonográfica do Aparelho Reprodutor de Vacas – Prof. Artur Cezar
de Carvalho Fernandes (Tuca) – UFRPE/Recife.
Minicurso 02: Inseminação artificial em Pequenos Ruminantes – Dr. André Mariano Batista –
UFRPE/Recife.
Minicurso 03: Ultrassonografia em Éguas – Prof. Dr. Victor Netto Maia – UNINASSAU/Recife.
Minicurso 04: Exame Andrológico e Ginecológico em Cães – Profa. Ms. Andréa Helena Vidal –
Clínica de Pequenos/João Pessoa.
Minicurso 05: Criopreservação de Sêmen em Pequenos Animais – Ms. Robespierre Augusto
Joaquim Araújo Silva – Androlab/UFRPE/Recife.
I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA)
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Biotecnologias aplicadas à reprodução de primatas neotropicais
Biotechnology applied to Reproduction of New World primates
Profa. Dra. Norma Lúcia de Souza-Araújo1
1
Unidade Acadêmica de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Campina Grande, Campus
de Patos-PB. E-mail: nlucia@cstr.ufcg.edu.br
INTRODUÇÃO
A eminência da extinção de muitas espécies de animais silvestres é uma realidade em todo o
mundo. Em muitos casos, existem apenas exemplares confinados em cativeiros particulares ou
públicos de espécies que por muitas razões, dentre elas fatores ambientais como as alterações no seu
habitat ocasionadas por mudanças em cursos de rios, desmatamento excessivo, avanço das cidades e
até mesmo a captura e posterior venda ilegalde animais silvestres. As espécies que se encontram sob
essas condições encontram dificuldades para reproduzir-se ou dar origem a indivíduos aptos para a
perpetuação da espécie e, mesmo aqueles que conseguem se reproduzir em cativeiro, na maioria dos
casos não conseguem ser reintroduzidos em seu ambiente natural.
Dentre as espécies criticamente ameaçados estão os primatas, que são divididos em dois
grupos, o grupo de primatas do Velho Mundo e o grupo de primatas do Novo Mundo. No grupo dos
primatas do Novo Mundo encontra-se a família Cebidae, na qual está inserida o gênero Cebus. Estes
animais são popularmente chamados de macacos-prego (IUCN/SSC, 2008), caracterizam-se por ter
hábito arborícola, serem de porte médio, corpo robusto e cauda semi-preensil (PAZ et al., 2006). São
espécies onívoras, tendo uma dieta a base de frutas, insetos e pequenos vertebrados, possuindo,
também, uma grande capacidade de se adaptar a alimentos provenientes dos seres humanos (ROCHA
et al., 2008).
Biotecnologias aplicadas à reprodução de primatas neotropicais
A utilização da inseminação artificial, por meio da coleta, processamento e armazenamento
de espermatozoides na utilização de bancos de sêmen, constitui-se numa importante ferramenta no
processo de repovoamento de espécies ameaçadas.
I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA)
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A coleta de sêmen de primatas neotropicais tem sido realizada, com maior frequência, pelo
método de eletroejaculação, que consiste na utilização de um eletrodo por via transretal, com
dimensões adequadas ao porte de cada espécie, que estimula, por meio de pequenos impulsos
elétricos, o processo de ejaculação. Essa técnica tem sido utilizada em várias espécies de primatas
neotropicais, como Sapajus apella (BUSH et al., 1975; ARAÚJO et al., 2009; OLIVEIRA et al.,
2011), Callithrix jacchus (CUI et al., 1991), Alouatta caraya (VALLE et al., 2004), Ateles geofroyi
(HERNANDEZ- LÓPEZ, et al., 2002), Leontopithecus chrysomelas (VIDAL et al., 2007), Saimiri
boliviensis (YEOMAN et al., 1997). Outros métodos de coleta de sêmen têm sido descritos nos
primatas neotropicais, como a lavagem vaginal e a vibroestimulação peniana (KUEDERLING et al.,
2000; SCHNEIDERS et al., 2004).
Poucos protocolos de criopreservação de sêmen têm sido descritos em primatas neotropicais.
Esses protocolos utilizam diluentes à base de TES -TRIS em Callihtrix jacchus (O`BRIEN et al.,
2003) e TES –TRIS e água de coco in natura em Sapajus apella (OLIVEIRA et al., 2011). A
utilização de água de coco in natura (ARAÚJO et al., 2009) e água de coco em pó (ACP 118®
;
OLIVEIRA et al., 2011), tem demonstrado excelentes resultados de motilidade espermática e vigor
espermático pós descongelação.
Apesar da ampla utilização das biotecnologias relacionadas ao oócito e ao embrião em seres
humanos e animais de produção, essas técnicas ainda não estão estabelecidas nos primatas
neotropicais. Essa biotécnica permite o implante do embrião produzido in vitro direto em uma fêmea
receptora, após a punção folicular de uma fêmea doadora, seguida da fertilização in vitro (FIV).
Possibilita também, a criopreservação desse embrião por tempo indeterminado, contribuindo
efetivamente no processo de manutenção da sobrevivência de uma espécie.
A coleta de oócitos provenientes de folículos pré-antrais foi descrita em Sapajus apella
(DOMINGUES, 2003) e em Callithrix jacchus (NAYUDU et al., 2003). Também, a produção de
embriões in vitro por meio da FIV e injeção de espermatozoide intracitoplasmático (ICSI), foi
descrita em Callithrix jacchus (GRUPEN et al., 2007). Em Sapajus apella, foi relatada a produção
de embrião in vitro (LIMA et al., 2012) de fêmeas não estimuladas hormonalmente.
Outras pesquisas aplicadas à reprodução de primatas neotropicais na atualidade incluem a
utilização de métodos não invasivos de monitoramento hormonal, baseado na investigação de
I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA)
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metabólitos de hormônios esteroides, liberados pela urina e fezes, para fins de estudo da
sazonalidade (CERDA-MOLINA et al., 2006) e características do ciclo estral de algumas espécies
(CAMPBELL et al., 2001; KUGELMEIER, 2005; ROCHA, 2010; HERNÁNDEZ-LÓPEZ, et al.,
2010).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Devido a destruição contínua de seu habitat natural e à ausência de políticas públicas que
priorizem o desenvolvimento sustentável que minimizem os impactos ambientais, os primatas
neotropicais seguem seu curso rumo à extinção. Nesse contexto, a utilização de biotecnologias
aplicadas à reprodução consiste em uma importante ferramenta, possibilitando a formação de bancos
genéticos para a utilização em métodos de reprodução artificial contribuindo assim, para o
repovoamento de espécies consideradas em extinção na natureza.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, L.L.; LIMA, J.S.; OLIVEIRA, K.G.; VALLE, R.R.; DOMINGUES, S.F.S. Avaliação do uso de
solução à base de água de coco a 37°C para diluição de sêmen de Cebus apella (macaco-prego) mantido em
cativeiro. Ciência Animal Brasileira, v.10, p.588-594, 2009.
BUSH, D.E.; RUSSEL, L.H.; FLOWERS, A.I.; SORENSEN, A.M. Semen evaluation in capuchin monkeys
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I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA)
10
HERNÁNDEZ-LÓPEZ, L.; CERDA-MOLINA, A.L.; CHAVIRA-RAMÍREZ; MONDRAGÓN-
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(Ateles geoffroyi). Theriogenology, v.73, p.468-473, 2010.
HERNÁNDEZ-LÓPEZ, L.; PARRA, G.C.; CERDA-MOLINA, A.L.; PÉREZ-BOLAÑOS, S.C.; SÁNCHEZ,
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88p. Dissertação (Mestrado). Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo.
I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA)
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Primatology, v.33, p.98-104, 2004.
VALLE, R.R. Colheita, análise e criopreservação de sêmen de uma espécie modelo de primata neotropical,
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e Zootecnia da Universidade de São Paulo.
VIDAL, F.D.; LUZ, M.S.; PINHO, T.G.; PISSINATTI, A. Coleta de sêmen em mico-leão-de-cara-dourada
(Leontopithecus chrysomelas) através de eletroejaculação Callitrichidae-Primates. Revista Brasileira de
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YEOMAN, R.R.; RICKER, R.B.; WILLIAMS, L.E.; SONKSEN, J.; ABEE, C.R. Vibratory stimulation of
ejaculation yields increased motile spermatozoa, compared with electroejaculation, in squirrel monkeys
(Saimiri boliviensis). Contemporary Topics in Laboratory Animal Science, v.36, n.1, p.62-64, 1997.
I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA)
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Biotecnologias aplicadas à reprodução do macho bovino
Biotechnology applied to male bovine reproduction
Prof. Dr. Ivo Pivato1
1
Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária - Universidade de Brasília – UnB, Brasília/DF. E-
mail: pivato@unb.br
INTRODUÇÃO
A domesticação dos animais de companhia e dos destinados a alimentação, inevitavelmente
levou a esforços para controlar sua reprodução com objetivos distintos. Nos destinados à
alimentação, a busca sempre é orientada para animais que se destacam em maior produção de carne,
leite, lã ou outros artigos úteis ao homem. Para os animais de companhia, a ênfase é na perpetuação
daqueles que tem determinadas habilidades e características desejáveis (BASRUR; KING, 2005). No
passado, o acasalamento seletivo dos animais acontecia de forma natural, levava um longo tempo
para produzir mudanças perceptíveis. Nos últimos anos, com o acasalamento seletivo acompanhado
das técnicas de reprodução assistida (TRA), somado a avançadas técnicas biotecnológicas, a
mudança é muito rápida e perceptível.
Nas últimas seis décadas, o progresso obtido nos processos biológicos e tecnológicos,
proporcionou o surgimento de quatro gerações de técnicas de reprodução assistida. As tecnologias
mais relevantes geneticamente do último meio século, incluem as de primeira, segunda e terceira
geração e entre elas estão: a inseminação artificial (IA), a criopreservação de gametas e embriões, a
indução de múltiplas ovulações, a ultrassonografia, a transferência de embriões, a fertilização in
vitro, a sexagem de sêmen e identificação do sexo dos embriões. Tecnologias de quarta geração
como a clonagem, transgênese, células tronco e diagnóstico molecular tem potencial de aumentar a
influência de animais superiores na produção, mas sua aplicação comercial ainda é limitada
(BERTOLINI; BERTOLINI, 2009).
Algumas destas biotecnologias reprodutivas são utilizadas rotineiramente para propagar com
segurança material genético entre populações. O objetivo é encurtar o intervalo entre gerações
objetivando selecionar características especificas e produção de animais do sexo desejado. Entre elas
está a IA e a produção de embriões in vitro (PIV), onde o espermatozoide e mais recentemente o
plasma seminal tem merecido bastante atenção (RODRÍGUEZ-MARTÍNEZ, 2013). O sêmen ainda é
I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA)
13
o componente mais barato da reprodução artificial, o que explica a dominância da IA sobre qualquer
outra biotecnologia.
O objetivo deste trabalho é colocar as biotecnologias reprodutivas sob o ponto de vista do
macho, visando mostrar alguns aspectos de vital importância para melhor utilização e sucesso das
TRA.
Papel e importância do touro
Segundo dados do IBGE (2013) a população bovina no Brasil é de 211.764.292 animais.
Destes, em torno de 70.000.000 são fêmeas em idade reprodutiva. No cálculo da proporção touro por
vaca de 1:30, seriam necessários 2,3 milhões de touros. O relatório da ASBIA de 2015 considera um
total de 56.160.000 de fêmeas em reprodução. Apresenta um cálculo de 12.035.332 doses de sêmen
comercializadas, com 11,9% das fêmeas inseminadas, computando 1,8 dose/fêmea. Ainda assim,
ficaria no mínimo, 50.000.000 de fêmeas servidas por touro, a esmagadora maioria. Após três
gerações, 87% do rebanho de matrizes refletem o efeito genético dos touros utilizados. Em termos
econômicos, o mérito reprodutivo é cinco vezes mais importante que o desempenho de crescimento e
10 vezes mais importante que a qualidade do produto (PALASZ et al., 1994).
Existem estatísticas que mostram que entre 20 e 40% dos touros utilizados na pecuária sejam
inférteis ou subférteis, quer pela qualidade seminal, quer por condições de impedimento da
realização da cópula (MENEGASSI et al., 2008).
Desde o início do século, cientistas pesquisam intensamente para desenvolver ensaios
laboratoriais que predigam acuradamente a fertilidade do sêmen. No entanto, é difícil fazer esta
predição, uma vez que a maior parte dos problemas reside em diferentes atributos que o
espermatozoide deve possuir para fertilizar o ovócito, e em como a fertilização é definida. Nenhum
teste isolado é capaz de predizer a fertilidade de uma amostra de sêmen, mas o exame de várias
características pode determinar este potencial (ARRUDA et al., 2011).Vale ainda lembrar, que
precisam ser superados os desafios da nutrição, clima e manejo, que são fatores primordiais para
aumentar a eficiência reprodutiva e o ganho genético (PARISI et al., 2014).
Inseminação artificial
I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA)
14
A IA foi a primeira grande biotecnologia com impacto na reprodução e melhoramento
animal. O desenvolvimento da IA foi acompanhado pela pesquisa, o que estimulou uma explosão de
conhecimento na área de reprodução animal (FOOTE, 1999). É uma técnica de reprodução assistida
(TRA) de primeira geração, usada a mais de 200 anos. Existe a estimativa que aproximadamente
50% do aumento na produção de leite observado nos países desenvolvidos durante a segunda metade
do século 20, possam ser atribuídos somente pelo ganho genético obtido com a difusão da IA sobre a
reprodução convencional e os outros 50% devido as melhoras no sistema de produção, incluindo
saúde do rebanho, manejo geral e nutrição (GORDON, 1993). O surgimento comercial das
prostaglandinas na década de 70 permitiu o desenvolvimento de sistemas de controle do estro, o que
facilitou a incorporação da IA e redução do trabalho e tempo despendido com a detecção de estro.
Com o melhor entendimento da endocrinologia reprodutiva das fêmeas, foi possível desenvolver
sistemas eficientes e econômicos de sincronização do estro e da ovulação, que permitiu
predeterminar a IA e eliminar a detecção de estro. Esta biotécnica foi chamada de Inseminação
Artificial em Tempo Fixo (IATF), que além de eficiente na sincronização do estro e da ovulação é
utilizada também para induzir a ciclicidade de animais em anestro (BERTOLINI; BERTOLINI,
2009).
Sêmen sexado
A seleção do sexo em animais domésticos é altamente desejável. A sexagem de
espermatozoides tem valor econômico significativo nos animais de interesse zootécnico com aptidão
para produção de leite ou carne e em sistemas em que a produtividade é favorecida pela progênie de
um dos sexos. O conteúdo de DNA foi a única diferença estabelecida e validada cientificamente em
que se basearam o desenvolvimento de métodos para a separação eficiente de espermatozoides X ou
Y in vitro (HOSSEPIAN de LIMAet al., 2011).
A tecnologia de sexagem de espermatozoides de Beltsville, que se baseia na separação dos
espermatozoides corados em citômetro de fluxo, proporcionou o nascimento de milhares de animais
domésticos com sexo selecionado (RODRIGUEZ-MARTINEZ;PEÑA VEGA, 2013).O sêmen
sexado tem menor concentração espermática por dose (entre 2 a 3 milhões de espermatozoides) que
o sêmen convencional. Por esta razão e pela possibilidade dos efeitos negativos no processo de
I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA)
15
separação espermática, a fertilidade do sêmen sexado é menor, quando comparada ao convencional.
Entretanto, esta tecnologia está em constante aprimoramento visando melhorar as taxas de prenhez e
reduzir custos (De VRIES, 2015).
Hossepian de Lima e sua equipe desenvolveram um processo de separação dos
espermatozoides X em gradientes descontínuos de densidade. Estes gradientes são compostos de
soluções isotônicas feitas a partir de substâncias de partículas coloidais (Percoll®) que permitem, em
uma única centrifugação, separar as impurezas (espermatozoides imaturos, células e bactérias) dos
espermatozoides viáveis e, dentre estes, separar os espermatozoides X dos Y. Utilizando-se esta
metodologia de centrifugação em gradiente de densidade dos espermatozoides recém-colhidos é
possível produzir doses enriquecidas com 70% de espermatozoides X (OLIVEIRA et al., 2011).O
sêmen sexado já está comercialmente disponível no mercado, entretanto esta biotécnica deve ser
utilizada com critérios, exige conhecimento para saber em quais animais utilizar e cuidado minucioso
na manipulação das doses e na técnica de IA, para obter bons resultados.
Injeção intracitoplasmática de espermatozoides – ICSI
A injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI) é uma técnica utilizada em humanos
e em várias espécies animais. Sua aplicação está bem consolidada na TRA em humanos e poderia ser
utilizada para intensificar a PIV, na produção de animais com sexo pré-determinado e na produção
de animais transgênicos. Até o momento, conforme a literatura disponível, poucos trabalhos relatam
o nascimento de bezerros após a transferência de embriões bovinos obtidos por meio de ICSI.
Inúmeros fatores podem afetar diretamente os resultados da ICSI, uma vez que esta técnica envolve
uma intensa manipulação dos ovócitos, com constantes mudanças de meio, deixando-os mais
expostos a variações de pH e de temperatura. Diferentemente de outras espécies, a ICSI com
espermatozoides bovinos raramente leva à sua descondensação e formação de pronúcleo durante o
subsequente cultivo in vitro. Atualmente, pouco se sabe sobre os eventos celulares que ocorrem no
processo de fertilização de ovócitos bovinos para que ocorra o correto desenvolvimento embrionário
após a ICSI. De acordo com a literatura disponível, os trabalhos de Goto et al., (1990), Hamano et
al., (1999), Horiuchi et al., (2002) e Wei e Fukui, (2002) relataram o nascimento de bezerros após a
transferência de embriões bovinos obtidos por meio de ICSI (MATOS, 2004). Em 2005, a equipe de
I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA)
16
Oikawa testou diferentes formas de ativação dos ovócitos e conseguiram o nascimento de bezerros,
no Japão (OIKAWA et al., 2005).
O espermatozoide como vetor para produzir animais transgênicos
A transferência de genes mediada por espermatozoides é um procedimentoonde o DNA de
uma espécie é introduzido no de outra, via coincubação com espermatozoides, seguido da
inseminação. A premissa básica é o que o DNA seja incorporado pelo espermatozoide, seja
transportado e se insira no genoma do futuro animal durante a fertilização e desenvolvimento
embrionário. O mecanismo de integração deste DNA exógeno ainda é controverso e não bem
entendido. No entanto o método é visto como prático, pois evita a necessidade de cirurgia,
manipulação embrionária ou equipamentos sofisticados e caros (RODRÍGUEZ-MARTÍNEZ, 2013).
Simões et al., (2012) usando diferentes protocolos que mimetizaram a introdução de DNA exógeno
em espermatozoides bovinos, conseguiram a produção de embriões, a partir dos espermatozoides
tratados.
A importância do plasma seminal
O plasma seminal é composto principalmente pela mistura das secreções das glândulas
acessórias reprodutivas do macho. Entretanto, parte dele vem das secreções epididimárias.Várias
proteínas contidas no plasma seminal bovino têm influência na congelabilidade do sêmen e
consequentemente na fertilidade.
No fluido das glândulas sexuais acessórias de touros com alta fertilidade, estão presentes
maiores quantidades de osteopontina e fosfofolipase A2 do que no fluido de touros de baixa
fertilidade. A osteopontina é uma proteína encontrada nos espermatozoides presentes na cauda do
epidídimo e naqueles ejaculados. Sua importância está relacionada com o bloqueio da polispermia. A
fosfolipase A2 está presente na membrana do espermatozoide e diretamente relacionada com a
motilidade espermática, eventos da reação acrossomal e fusão com o ovócito. Proteínas como a
espermoadesina Z13, BSP5, FAA (antígeno associado à fertilidade), catepsina D, α-L-fucosidase são
expressas diferentemente entre animais de alta e baixa fertilidade (CABALLERO et al., 2011).
I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA)
17
São necessárias mais pesquisas nesta área, entretanto resultados promissores com o uso do
plasma seminal de ovinos de alta fertilidade misturado ao sêmen de animais de baixa fertilidade,
melhora a qualidade seminal destes, na forma de maior resistência ao congelamento (SILVA, 2015,
comunicação pessoal).
Touros genômicos
A seleção genômica é o processo que combina informação de um grupo de marcadores
genéticos com avaliações genéticas tradicionais permitindo selecionar as melhores características, ou
seja, os melhores animais. Ela é considerada como um evento tão importante quanto à tecnologia do
sêmen congelado. Têm muitas aplicações e entre elas o melhoramento genético, a seleção de touros e
mães, prova de touros, resistência a doenças entre outras.
O genoma do Bos tauruscontém mais de 22.000 genes. Com a identificação da sequência do
genoma, foi possível desenvolver tecnologias que permitem identificar regiões genômicas e vias
associadas com características complexas poligênicas. Uma destas tecnologias é a análise do genoma
utilizando SNPs (Polimorfismo de nucleotídeo único). É estimado que 84% da variação da expressão
de genes em animais sejam devidas aos SNPs. Comercialmente já existem painéis de alta densidade
(777k) que cobrem todo genoma bovino (SPENCER et al., 2014). Existem ainda painéis de baixa
densidade com custo menor e que podem ser utilizados como forma de orientar o descarte dos
animais de menor valor genético. Desta forma, um touro pode ser avaliado de maneira mais rápida e
com alto grau de confiança. Várias centrais de IA já utilizam esta tecnologia e comercializam os
“touros genômicos”.
Sêmen heterospérmico
Um dos estudos pioneiros com a utilização de sêmen heterospérmico foi conduzido na The
Ohio State University, em 1953 (DOUGLAS, 2013). A inseminação heterospérmica utiliza uma dose
com sêmen de dois ou mais touros em igual proporção. Algumas centrais de inseminação
comercializam sêmen heterospérmico, normalmente com sêmen de três touros diferentes em cada
palheta. Existem estudos que mostram uma vantagem do sêmen heterospérmico nas taxas de
I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA)
18
prenhez, quando comparado ao homospérmico,entretanto, alguns estudos não encontraram diferença
nesta prática.
Subpopulações espermáticas
A teoria da existência de subpopulações espermáticas no ejaculado dos mamíferos vem
ganhando consenso dentro da comunidade científica. Estudo de Souza e colaboradores (2011)
verificaram a presença de diferentes subpopulações em sêmen humano.
O ejaculado dos mamíferos é um grupo heterogêneo de subpopulações espermáticas
mostrando respostas diferentes a estímulos fisiológicos, padrão de motilidade e características
morfométricas (PEÑA, 2015). Trabalho recente de Muiño et al., (2015) confirmaram esta existência
e verificaram diferenças entre estas subpopulações no sêmen bovino mantido em tanques nas centrais
de IA e aquele mantido em botijões nas propriedades. Com isso atentam para a necessidade do
correto manejo do botijão e do sêmen, evitando perdas em fertilidade.É importante sempre levar em
conta este fato, pois a perda de determinada subpopulação pode levar a quedas na fertilidade,
frustrando programas reprodutivos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Devemos ter em mente que o espermatozoide é mais do que somente DNA. Ele necessita
estar intacto para que haja o desenvolvimento embrionário. Entretanto, é uma célula susceptível a
danos oxidativos, principalmente durante a manipulação e criopreservação. Em adição, o
espermatozoide contém uma série de micro RNAs (miRNA) que são fornecidos ao ovócito no
momento da fertilização. Eles modulam as primeiras clivagens (RODRIGUEZ-MARTINEZ;PEÑA
VEGA, 2013). Ainda pouco se conhece sobre sua total função, mas existe consenso sobre sua
participação no desenvolvimento embrionário.
Com base no exposto, uma boa avaliação espermática utilizando técnicas convencionais e
moleculares, possibilita a obtenção de resultados positivos nas biotécnicas da reprodução, levando a
progresso genético e encurtando o intervalo entre gerações.
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Terapia hormonal reprodutiva na cadela
Reproductive hormonal therapy in female dog
Profa. Dra. Rita de Cássia Soares Cardoso1
1
Unidade Acadêmica de Garanhuns (UAG) da Universidade Federal Rural de Pernambuco. E-mail:
cardosorcs@yahoo.com.br
RESUMO
Apesar da reprodução na cadela, principalmente em animais sem raça definida, ser tradicionalmente
evitada de forma cirúrgica ou através do uso de progestágenos, há alguns anos essa situação vem
mudando. Com a criação comercial de cães ganhando destaque no cenário internacional, criadores
buscam cada vez mais incrementar o potencial reprodutivo dos animais, bem como tratar condições
reprodutivas que prejudiquem a fertilidade de cadelas que antes eram resolvidas apenas com uso de
cirurgias e interrompendo de forma definitiva a capacidade reprodutiva de tais pacientes. Dentre as
classes hormonais mais recentes, destaca-se o uso de bloqueadores dos receptores de progesterona,
que já está há aproximadamente 15 anos no mercado e tem uso indicado para tratamento de
patologias uterinas como metrite, piometra, bem como indução de parto e interrupção da gestação.
Por outro lado, os agonistas do GnRH como a deslorelina agem suprimindo o estro e podem ser
utilizados em cadelas nas quais se deseje a contracepção temporária, mas sem os possíveis efeitos
colaterais dos progestágenos. Com relação aos protocolos de indução de estro, os antiprolactinícos
merecem um maior destaque quanto aos resultados. Ao se indicar uma terapia à base de hormônios
na qual se visa incrementar o potencial reprodutivo ou mesmo solucionar problemas que estejam
prejudicando a fertilidade de cadelas, devem-se considerar a relação custo-benefício de tal
tratamento.
Palavras-chave: Cadelas, hormônios, reprodução.
INTRODUÇÃO
Ao longo das duas últimas décadas, tem-se observado um avanço nas opções terapêuticas que
visam o manejo reprodutivo de cães e gatos. Esses avanços estão relacionados a menos efeitos
colaterais, maior praticidade e eficácia no regime terapêutico, bem como maior disponibilidade do
medicamento. Tais avanços permitiram que muitas enfermidades, antes solucionadas apenas pela
I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA)
22
intervenção cirúrgica, tivessem outros tratamentos alternativos (WILBORN; MAXWELL, 2012). No
que diz respeito à reprodução na espécie canina, a terapêutica hormonal tem sido aplicada a várias
situações como indução e supressão do estro, término da gestação e distocia.
O objetivo do presente artigo é abordar diversas classes hormonais como progestágenos,
prostaglandina F2α e análogos, agonistas e antagonistas do GnRH, hCG e, ainda, os bloqueadores
dos receptores de progesterona e antiprolactínicos para uso na reprodução de cadelas.
Progestágenos
São medicamentos utilizados na contracepção devido ao seu efeito de retroalimentação
negativa sobre o hipotálamo e hipófise, inibindo a liberação de GnRH (WANKE et al., 2006),
suprimindo o desenvolvimento folicular, bem como a liberação de LH e FSH (ROOT KUSTRITZ,
2012). Os tipos de progestágenos mais comumente utilizados são os sintéticos como acetato de
megestrol, acetato de medroxiprogesterona e proligestona (ROOT KUSTRITZ, 2012). No entanto,
os mesmos estão associados a muitos efeitos colaterais como piometra, estimulação mamária
resultando em nódulos e neoplasias (CONCANNON, 2011). Por outro lado, o acetato de megestrol
por possuir uma eliminação mais rápida pelo organismo, provavelmente causa alterações advindas de
uma estimulação hormonal excessiva (VICENTE et al., 1991). Será abordado o uso de progestágenos
nos casos de hipoluteoidismo, intervalo interestral curto e supressão do estro visando o adiamento da
cobertura.
Hipoluteoidismo
Consiste na falha do corpo lúteo em manter uma secreção adequada de progesterona sérica
para manter a gestação, pois o corpo lúteo é a única fonte de progesterona circulante durante ciclo
estral e gestação na cadela (CONCANNON et al., 1988). Tal condição não é bem documentada na
cadela porque um declínio nos níveis de progesterona não implica em hipoluteoidismo. Qualquer
problema que cause sofrimento fetal pode resultar diminuição na progesteronemia, levando ao aborto
ou parto prematuro, não sendo necessariamente o hipoluteoidismo (JOHNSTON et al., 2001). Uma
falha em manter a progesterona acima do nível crítico de 6nmol/L por vários dias provavelmente
resultará em aborto (GÖRLINGER et al., 2005).
I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA)
23
O tratamento para a insuficiência luteal deve ser à base de progestágenos. No entanto, um
fator a ser considerado é o tipo de progestágeno, mas independente da escolha, o mesmo pode causar
distocia, piometra e septicemia, principalmente se houver anormalidades fetais, infecção intra-uterina
e placentite (GÖRLINGER et al., 2005). Progestágenos de longa ação resultam em prolongamento
da gestação, havendo a possibilidade de perda fetal, além de potencial risco à cadela (GÖRLINGER
et al., 2005, TSUTSUI, 1983).
Intervalo interestral curto/Supressão do estro
O principal uso dos progestágenos é realizado na supressão do estro apesar dos efeitos
colaterais. No entanto, o mesmo pode ser utilizado em problemas de infertilidade relacionados com
intervalo interestral curto.
Em cadelas, o anestro é uma fase obrigatória que tem duração aproximada de 2 a 10 meses,
ocorrendo após o diestro (WANKE et al., 2006). No anestro ocorre a regeneração uterina e
preparação endócrina para o ciclo subsequente e caso o mesmo seja reduzido, levando a um intervalo
interestral inferior a quatro meses, podendo resultar em causas de infertilidade. Tal fato deve-se a
uma involução endometrial incompleta, sendo relatado em cadelas das raças Rottweiler e Pastor
Alemão (JOHNSTON et al., 2001).
A terapia com progestágenos objetiva uma supressão do estro, promovendo um tempo
adicional para a recuperação uterina, evitando um novo ciclo precoce. Apesar dos possíveis efeitos
colaterais dos progestágenos, o uso em tal situação é indicado por um curto período. O tratamento
deve ser iniciado próximo ao fim do anestro, mas pode ser estendido a no máximo três dias após o
começo do estro (WANKE et al., 2006). Os fabricantes de medicamento à base de acetato de
megestrol recomendam usar no primeiro dia do cio com objetivo de bloqueio do mesmo na dose 1,5
mg/Kg por 3 dias e depois metade da dose por mais 6 dias. No entanto, Wanke et al. (2006)
recomendam 2mg/kg por oito dias consecutivos. Outro progestágeno recomendado é a clormadinona,
cuja terapia de supressão de estro é recomendada na dose de 0,5mg/Kg,também durante oito dias
consecutivos por Wanke et al. (2006). No entanto, novas terapias vêm sendo estudadas, visando
evitar tais efeitos dos progestágenos, como por exemplo, os agonistas e antagonistas do GnRH.
I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA)
24
GnRH e seus agonistas
Os agonistas de liberação lenta do GnRH podem suprimir o estro por mais de um ano. Tais
drogas, como o acetato de deslorelina, agem dessensibilizando os receptores da hipófise e são
administradas em uma única aplicação (10mg,SC). Um efeito indesejável de tal droga é o
aparecimento de estro devido a uma curta estimulação inicial das gônadas. Tal efeito pode ser
evitado com a administração simultânea de acetato de megestrol quatro dias antes da aplicação do
agonista do GnRH (CORRADA et al., 2006b), mas algumas cadelas ainda podem apresentar estro
em poucos dias após tratamento. Além disso, observou-se também a presença de ciclos anovulatórios
no primeiro estro espontâneo após tratamento.
A administração de GnRH para a indução de estro requer uma aplicação contínua para que se
obtenha estro fértil, tornando o processo estressante para o animal. A terapia com GNRh de ação
curta ou seus agonistas é inviável devido ao custo do tratamento. Já o tratamento com GnRH em
altas doses não tem sucesso, provavelmente devido a uma insuficiente liberação de LH.
Antagonistas do GnRH
Os antagonistas do GnRH agem bloqueando o efeito do GnRH na hipófise (ROOT
KUSTRITZ, 2012). A acyclina é uma droga que apesar de causar a supressão do estro e ovulação em
até três dias quando administrada até o terceiro dia de proestro, os sinais de estro voltam 20 a 25 dias
depois. Portanto, tal uso deve se restringir a situações de viagem (ROOT KUSTRITZ, 2012).
hCG (Gonadotrofina coriônica humana)
Algumas cadelas podem apresentar sinais de proestro por mais de 28 dias antes de entrar no
estro e ovular (WILBORN; MAXWELL, 2012). No entanto, se tais cadelas são submetidas à
citologia vaginal e apresentam células queratinizadas por mais de 30 dias e sem aumento da
progesteronemia, pode-se suspeitar de alguma patologia ovariana. Tal condição pode estar associada
a cistos foliculares ou mesmo neoplasias hormonalmente ativas. No caso de cistos foliculares, os
quais podem ser diagnosticados através da ultrassonografia, a terapia objetiva induzir ovulação ou
luteinização utilizando GnRH ou hCG.
I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA)
25
Antiprogestágenos
Os bloqueadores dos receptores de progesterona também chamados de antiprogestágenos
como o aglépristone (RU46534) e mifepristone (RU38386) são antagonistas competitivos dos
receptores de progesterona (BAAN et al., 2005). O aglépristone é usado na prática clínica para
indução de aborto, parto, bem como para o tratamento de piometra e outras patologias causadas pela
alta exposição à progesterona como hiperplasia endometrial cística (BHATTI et al., 2007, LEE et al.,
2006).
Indução de parto
A indução do parto em cadelas tem sido obtida de forma segura através da aplicação de aglépristone
no dia 58 da gestação, considerando a cópula como o dia 0. Antes da aplicação do antiprogestágeno,
deve ser realizada ultrassonografia para verificar a viabilidade fetal (BAAN et al., 2005). BAAN et
al. (2005) utilizaram uma dose 15mg/kg por duas vezes em intervalos de 9 horas, com parto
ocorrendo 32 horas após o tratamento. Outros autores recomendam uma única administração de
aglépristone, mas em associação com ocitocina e análogo da prostaglandina F2α (FIENI et al., 2001).
No entanto, apesar da aglépristone administrada em duas doses induzir o parto normalmente, a
ocitocina foi necessária com o decorrer do parto.
Hiperplasia endometrial cística/Piometra/metrite
A piometra canina é uma enfermidade que acomete cadelas intactas, maduras sexualmente,
sendo geralmente diagnosticada de quatro semanas a quatro meses após o estro (SMITH, 2006).
Portanto, a piometra (significando literalmente pus no útero) é uma doença do diestro e que difere da
metrite pós-parto ou mucometra (FIENI, 2006, VERSTEGEN et al., 2008). A enfermidade mais
comum do útero da cadela é o complexo hiperplasia endometrial cística (HEC), sendo a mesma
associada à piometra. A HEC permite que bactérias comensais da vagina proliferem no útero ao final
do estro, e tal processo degenerativo favorece a piometra, que é mediada pela exposição à
progesterona (FIENI, 2006).
Tradicionalmente a piometra tem sido tratada através da ovariosalpingohisterectomia (OSH),
mas tal tratamento só pode ser realizado em cadelas que podem ser exposta ao procedimento
I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA)
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anestésico (FIENI, 2006). Além disso, a cirurgia é processo que interrompe definitivamente a
capacidade reprodutiva da cadela.
Ao tratar uma cadela com piometra, o objetivo inicial é estabilizar a paciente, e
posteriormente remover os efeitos indesejáveis da progesterona seja diretamente (luteólise) ou
indiretamente (antiprogestágenos). Muitas vezes, quando o tratamento de escolha foi a OSH, mas a
paciente não está em condições de ser submetida a uma anestesia, uma terapia inicial de remoção dos
efeitos da progesterona faz-se necessário.
Nesse sentido, os bloqueadores dos receptores de progesterona mostram-se efetivos em um alto
percentual de cadelas não somente com piometra (aberta ou fechada), bem como na metrite.
O aglépristone é um bloqueador dos receptores de progesterona que vem sendo largamente
utilizado na clínica de pequenos animais. O fabricante recomenda a administração por via subcutânea
de 10mg/Kg nos 1,2 e 8 após início dos sintomas e podendo ser necessária uma aplicação no dia 14.
Nos casos de metrite, os relatos são de cura com uso de aglépristone em no máximo quatro semanas
de tratamento (FIENI, 2006). Já em relação aos casos de piometra, o sucesso está em uma média de
60% (Fieni, 2006), mas somente após 90 dias do início do tratamento, sendo muitas vezes
necessárias duas doses além do tratamento recomendado (FIENI, 2006).A terapia com anti-
progestágenos pode ter sua eficiência aumentado com o uso de análogos da prostaglandina F2α
(FIENI, 2006, VERSTEGEN et al., 2008).
Prostaglandinas
A prostaglandina-F2α apresenta atividade luteolítica e uterotônica, proporcionando a
drenagem do conteúdo uterino, e por isso tem sido utilizada em tratamentos de piometra (FIENI,
2006). As prostaglandinas naturais (dinoprost tromethamina) são preferidas às sintéticas, como o
cloprostenol, pois induz contrações uterinas mais fortes. No entanto, o cloprostenol foi utilizado em
associação com aglépristone nos dias 3 a 7 do tratamento, na dose de 1µg/Kg por dia (via SC),
proporcionando um aumento aproximado de 20% na eficiência do tratamento (Fieni, 2006).
Na terapia com prostaglandinas naturais, recomenda-se iniciar com uma dose de 10µg/Kg, 5
vezes ao dia e aumentar gradativamente para 25 µg/Kg e 50 µg/Kg no terceiro dia. Utilizando tal
esquema, os efeitos colaterais são mínimos e desaparecem após as primeiras duas ou três aplicações
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(FIENI, 2006). Tais efeitos incluem vômitos, diarreia e dor moderada a intensa, mas que desaparece
após 30 minutos.
Os efeitos com cloprostenol são menores, mas para evitar o risco de tais efeitos, tal terapia
deve ser instituída em cadelas jovens e que não tenham disfunção renal ou cardíaca (FIENI, 2006).
Agonistas da Dopamina
Os agonistas da dopamina como a bromocriptina e cabergolina são derivados do ergot e que
exercem um efeito antiprolactínico (GOBELLO, 2006). Dessa forma, podem suprimir a função luteal
em condições dependentes de progesterona como piometra, gestações indesejadas (NÖTHLING et
al., 2003), pseudogestação (OKKENS et al., 1996) e tumores mamários (GOBELLO, 2006).
Tanto a bromocriptina como a cabergolina tem sido utilizada em associação com baixas doses
prostaglandinas naturais e sintéticas para o tratamento da piometra (ONCLIN; VERSTEGEN, 1996),
com uma taxa de sucesso de 82% (CORRADA et al., 2006a). A cabergolina causa menos efeitos
colaterais e pode ser administrada uma vez ao dia, em comparação a duas ou três administrações
diárias para a bromocriptina (VERSTEGEN et al., 2008).
A associação de cabergolina (5 µg/Kg/dia) por sete dias e cloprostenol (5 µg/Kg) a cada três
dias foi bastante eficaz (86%) em dez dias de tratamento. Os efeitos colaterais pelo uso de
prostaglandinas podem ser diminuídos com a redução da dose, mas necessitaria de administrações
frequentes, o que tornaria o protocolo menos prático (VERSTEGEN et al., 2008). A associação de
prostaglandinas naturais seja com cabergolina ou bromocriptina (25 µg/Kg;3x ao dia) por 7 dias
segue o mesmo regime para as prostaglandinas sintéticas,inclusive com doses similares
(VERSTEGEN et al., 2008).
Indução do estro
Atualmente, a procura por parte de criadores de cães vem aumentando no que diz respeito à
protocolos de indução de estro. Dentre os motivos, podemos citar os problemas de infertilidade, seja
de cadelas que nunca entraram no cio, ou mesmo de algumas que pararam de entrar, e podemos citar
ainda tutores que desejam antecipar o cio para que as cadelas venham a parir em uma determinada
época.
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Entre os protocolos de indução de estro podemos citar as gonadotrofinas, agonistas de GnRH
e agonistas dopaminérgicos. No entanto, a maioria dos tratamentos nas cadelas não tem resultados
satisfatórios, principalmente pela falta de conhecimento da fisiologia reprodutiva da espécie.
Além da bromocriptina e cabergolina, temos a metergolina que é um antagonista da
serotonina, exercendo efeitos doparminérgicos em altas doses (GOBELO, 2006). Tais fármacos tem
a capacidade encurtar o intervalo interestral em cadelas, seja por antecipar a regressão lutel ou
encurtar o anestro. Tal ação ainda não está totalmente esclarecida, visto que a indução de estro por
tais agentes não é dependente do decréscimo nos níveis de prolactina.
Protocolos utilizando bromocriptina (20ug/Kg, VO, bid) um a cinco dias após o pique de LH
até o aparecimento do proestro, reduziu o intervalo interestral em aproximadamente 120 dias,
comparando-se com cadelas controle (GOBELO, 2006). Além disso, uma taxa de gestação superior a
60% foi observada (Van HAAFTEN et al., 1989).
Já na utilização da metergolina, em um protocolo aplicando-se 12,5mg, IM, a cada 3 dias
entre 78 e 161 dias após o proestro, observou-se uma redução de aproximadamente 2 meses no
intervalo interestral, comparando-se com cadelas que não receberam o tratamento. Um efeito
colateral da alta dose metergolina é a manifestação de vômitos (KUSUMA; TAINTURIER, 1993).
Com relação ao protocolo utilizando a cabergolina (5ug/Kg/dia/VO) em cadelas com anestro
prolongado, o mesmo proporcionou a indução do estro após 5 a 18 dias de tratamento e gestação em
todas as cadelas tratadas (21). Outro trabalho com o mesmo agente (30 dias após pique de LH)
resultou na redução no intervalo interestral de 216 para 66 dias. No entanto, nenhuma cadela ficou
gestante, provavelmente devido a uma regeneração endometrial inadequada (JEUKENNE;
VERSTEGEN, 1997).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Um dos fatores para o sucesso de uma terapia hormonal na cadela depende de um melhor
entendimento da fisiologia reprodutiva canina. Ao se indicar uma terapia hormonal, deve ser
considerada real necessidade da mesma, em virtude de efeitos colaterais, consequências para o
potencial reprodutivo e ainda, o custo. Muitas vezes, a única forma de resolução de enfermidades
reprodutivas é através da intervenção cirúrgica, levando a uma contracepção definitiva. No que diz
I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA)
29
respeito aos protocolos de indução de estro, importante avisar aos tutores das cadelas que nem
sempre os resultados são satisfatórios e que mesmo induzindo o estro, tal fato não implica em uma
certeza de gestação.
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32
A interferência do Estresse e da Resposta Inflamatória na Reprodução de Vacas Leiteiras
Stress and Inflammatory Response and their influence on Reproduction of Dairy Cows
Artur Cezar de Carvalho Fernandes1
, Lúcio Esmeraldo Honório de Melo1
, Ronaldo Luiz Aoki
Cerri2
1
Universidade Federal Rural de Pernambuco,Recife/PE; 2
University of British Columbia, Canadá. E-
mail: artur_vet@yahoo.com.br
RESUMO
Considerando aspectos detalhados da fisiopatogenia da resposta inflamatória, assim como da
resposta ao estresse, esta revisão de literatura propõe uma abordagem profunda da relação entre tais
processos e a fertilidade em vacas de leite. Muitas são as evidências da interação entre mediadores
inflamatórios e hormônios do estresse com a eficiência reprodutiva destes animais, principalmente
no que se refere ao desenvolvimento folicular, ovulação e manutenção da atividade luteal. Desta
forma, há a perspectiva de fomentar uma avaliação crítica quanto aos meios pelos quais o manejo
falho e suas consequências interferem nodesempenho reprodutivo da bovinocultura leiteira.
Palavras-chave: Inflamação, morte embrionária, mediadores inflamatórios, gado de leite.
INTRODUÇÃO
A exigência por uma elevada produção, associada à situação sanitária a que os rebanhos
leiteiros são submetidos, comprometem a saúde dos mesmos em seus aspectos produtivos e
sanitários. Nesse contexto, inserem-se diversas enfermidades, dentre elas a mastite bovina, afecção
com grande incidência no mundo, que além de comprometer a qualidade e produção de leite, gera
altos custos com tratamentos e serviços veterinários (DEGO et al., 2002; AKERS; NICKERSON,
2011). Atualmente, a mastite vem sendo amplamente utilizada e discutida no meio científico como
modelo para o estudo das interações da resposta inflamatória com diferentes tecidos.
Estudos recentes ressaltam a interferência da mastite não apenas na produção leiteira, como
também em aspectos reprodutivos (AHMADZADEH et al., 2009, SANTOS et al., 2004). Nesse
contexto, a literatura mostra que animais que apresentaram mastite no período compreendido entre a
primeira inseminação e a confirmação da gestação necessitaram de um maior número de
inseminações e, consequentemente, apresentaram um maior intervalo entre partos, comprometendo
economicamente a bovinocultura de leite (BARKER et al., 1998; SANTOS et al., 2004). Assim,
admite-se haver interferência da mastite na fase inicial da gestação (fase embrionária), com provável
I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA)
33
interferência da complexa resposta imunológica do organismo frente às bactérias, e sua interação
com o também complexo processo de reconhecimento materno-fetal e manutenção da gestação
(SOTO et al., 2003; HANSEN et al., 2004).
A atividade das células do sistema imunológico na fisiopatogenia da mastite bovina é
regulada por citocinas pró-inflamatórias, as quais, dentre outras funções, aumentam a atividade
bactericida de neutrófilos e macrófagos. Sabe-se atualmente que uma grande diversidade de
citocinas, tais como as Interleucinas (IL- 1B, IL-2, IL-6, IL-8, IL-12), o Interferon gama (INF-ˠ), o
fator de necrose tumoral (TNF- α) e a Prostaglandina (PGF2α). Algumas dessas citocinas, ao
ativarem moléculas e/ou estimularem a produção de outras citocinas, interferem direta ou
indiretamente no útero e no ovário, comprometendo o funcionamento, por exemplo, do controle
neuroendócrino do ciclo estral e do processo de luteólise (SKARZYNSKI, 2000; SLEBODZINSKI,
2002; ALLUWAIMI, 2003).
Além da resposta inflamatória, o estresse tem marcante interferência na eficiência
reprodutiva. A estreita relação entre o eixo hipotalâmico-pituitário (HP) com o sistema nervoso
central (SNC), e ainda com os hormônios que controlam diferentes sistemas fisiológicos, demonstra
a importância deste eixo na resposta ao estresse. Ao reconhecer a importância do eixo HP, também
na fisiologia da reprodução, podemos considerar que uma resposta ao estresse poderá também
interferir no controle neuroendócrino da reprodução (MOBERG, 1985). Nesse contexto, o estresse
vem sendo colocado como fator limitante da fertilidade por comprometer o crescimento folicular, a
ovulação, a produção dos hormônios reprodutivos e ainda, o comportamento de cio em vacas de leite
(MORRIS et al., 2011).
Nesse contexto, esta revisão de literatura apresenta aspectos que possibilitem o
aprofundamento à cerca da fisiopatogenia das respostas inflamatória e da resposta ao estresse, bem
como a interferência de seus mediadores e hormônios na eficiência reprodutiva em vacas de leite.
Resposta inflamatória e fertilidade
O manejo reprodutivo tem interferência direta sobre os índices de produção leiteira de uma
propriedade, uma vez que os mesmos dependem do retorno das vacas à condição de gestante
(LUCY, 2001). Nesse contexto, estudos vêm sendo realizados para elucidar a patogenia de
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34
enfermidades que interferem direta ou indiretamente nos tecidos reprodutivos, resultando, por
exemplo, em intervalos entre partos mais longos (PETERS, 1984; SARTORI, 2007).
Dentre essas enfermidades, a mastite vem sendo bastante estudada e associada à diminuição
do desempenho reprodutivo de rebanhos leiteiros (BARKER et al., 1998; SANTOS et al., 2004).
Estudos pioneiros de Moore et al. (1991) evidenciam a associação entre a mastite e as alterações no
intervalo interestro, em uma propriedade com predominância de casos de mastite por bactérias gram-
negativas. Posteriormente Barker et al. (1998) demonstraram que vacas que apresentaram mastite no
período entre a primeira inseminação e a confirmação do diagnóstico gestacional, necessitaram de
um maior número de inseminações para confirmar a gestação, sugerindo assim a associação da
mastite com a ausência da ovulação no estro, falha na fertilização ou mortalidade embrionária.Em
2001, ao avaliar vacas portadoras de mastite e vacas não portadoras da mesma, Schrick e
colaboradores observaram que os animais com mastite necessitaram de um maior número de
inseminações artificiais para se confirmar a gestação, em relação ao grupo de vacas que não
apresentaram a infecção, reforçando o trabalho de Barker et al. (1998).
O mecanismo que associa a mastite com a diminuição da capacidade reprodutiva em vacas
ainda é pouco esclarecido (SOTO et al., 2003ab), porém, diversos estudos foram realizados para
esclarecer tal mecanismo (MOORE et al., 1991; BATTAGLIA et al., 1997; BARKER et al., 1998;
HOCKETT et al., 2000; SANTOS, et al., 2004).
Diversos aspectos associados a um processo infeccioso podem comprometer a atividade
reprodutiva de um animal, e uma possibilidade é o aumento da temperatura corpórea que
frequentemente ocorre durante o estabelecimento de uma resposta inflamatória (HANSEN et al.,
2004). A destarte, sabe-se que o estresse calórico durante a fase de maturação do oócito ou da fase
inicial do desenvolvimento embrionário, está associado com a diminuição da sobrevivência
embrionária (PUTNEY et al., 1988; EALY et al., 1993). Além disso, Edwards e Hansen (1997)
ressaltam que o aumento da temperatura durante o período de maturação do oócito, ou durante o
início da clivagem embrionária, compromete o desenvolvimento subsequente do embrião.
Sabe-se que durante o processo infeccioso, endotoxinas produzidas pelos microrganismos
presentes na glândula mamária, interferem direta ou indiretamente no processo de maturação do
oócito, na fertilização e na fase inicial do desenvolvimento embrionário (SOTO et al., 2003ab;
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35
HANSEN et al., 2004). Dentre as endotoxinas, destaca-se o lipopolissacarídeo (LPS), presente na
parede de bactérias gram-negativas (SOTO et al., 2003ab).Sua interferência nos tecidos reprodutivos
ainda necessita de maiores esclarecimentos, porém, alguns estudos associam a diminuição do
desenvolvimento embrionário, em cultura de embriões de ratos, na presença de LPS (DUBIN et al.,
1995). De forma complementar, Athanassakis et al. (2000) observou a redução do desenvolvimento
embrionário em ratos, apenas quando esses embriões foram também expostos ao fator de necrose
tumoral (TNF-α).
Outras moléculas envolvidas na fisiopatogenia da mastite, e que podem interferir no
desempenho reprodutivo, são as citocinas e demais moléculas bioativas produzidas em resposta ao
processo infeccioso. Células presentes no leite de vacas com mastite apresentam aumento na
expressão gênica de mRNA de interleucina (IL) - 1α, IL-1β, TNF-α, IL-10 e IL-12 (RIOLLET et al.,
2001). A prostaglandina F2α (PGF2α) e o óxido nítrico (ON) também são produzidos em resposta ao
processo infeccioso e são associados a falhas no processo de desenvolvimento embrionário (SOTO et
al., 2003b). Em diversos tecidos, como por exemplo o endométrio, há o aumento na produção de
PGF2α em reposta aos LPS, ON e citocinas inflamatórias como IL-1β e o TNF-α (DAVIDSON et al.,
1995; LEUNG et al., 2001). Dentre essas substâncias, o TNF-α, ON e a PGF2α, podem afetar o
desenvolvimento embrionário pela ação prévia sobre os oócitos ou diretamente no desenvolvimento
embrionário (SOTO et al., 2003ab).
A síntese endometrial da prostaglandina é controlada por diversas citocinas, dentre elas o
TNF-α, que eleva a secreção de PGF2α em cultivos de células do endométrio bovino (SKARZYNSKI
et al., 2000), e pela IL-1β, responsável por estimular a produção de PGF2α e PGE2 (DAVIDSON et
al., 1995). Desta forma, é possível que o aumento de citocinas na corrente sanguínea, em decorrência
de um processo inflamatório, induza uma produção endometrial de PGF2α resultando em uma
luteólise prematura (HANSEN et al., 2004). Além dos efeitos da PGF2α, resultando em luteólise,
sabe-se que a IL-1β compromete o desenvolvimento do estroma endometrial (DAVIDSON et al.,
1995) e o INF-α reduz a proliferação das células epiteliais do oviduto (KAMWANJA e HANSEN,
1993).
Outras citocinas pró-inflamatórias, como a IL-1 a IL-2, podem ser expressas no endométrio e
são também consideradas fatores luteolíticos provenientes de processos inflamatórios. Bany
I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA)
36
eKennedy (1995) demonstraram evidências da produção de prostaglandina induzida pela IL-1,
através do aumento da expressão da ciclo-oxigenase 2 (COX-2), uma importante enzima envolvida
na síntese de PGF2α. Além disso, Leung et al. (2000), evidenciaram a capacidade da IL-2 em
estimular PGF2α durante a fase luteal tardia.
Resposta ao estresse e sua relação com a fisiologia da reprodução
O conceito de estresse está associado a fatores que levam a uma redução no potencial de
expressão genética de um indivíduo, e ainda à inabilidade de um animal de se relacionar
harmoniosamente com o ambiente. Atualmente o estresse está intimamente relacionado com a
subfertilidade e vem sendo estudado como um fator de impacto negativo na eficiência reprodutiva de
gado de leite (DOBSON; SMITH, 2000). No manejo de gado de leite, dois tipos de estresse
combinam-se comumente, o físico (altas temperaturas, privação de alimento e/ou de água, descarga
elétrica, cirurgia, dor e doenças) e o psicológico (medo, mudança de manejo e/ou de ambiente,
inserção em um novo grupo, isolamento) (GRANDIN, 1997, 1998; LYNCH, 2010).
Independentemente do tipo de estresse, a resposta neuroendócrina estimulada pelo fator estressante
leva a ativação dos eixos Hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA) e Simpático-adrenomedular (SAM), e
consequentemente, à produção de glicocorticóides (cortisol) e catecolaminas (adrenalina e
noradrenalina).
A estreita relação entre o eixo HP com o SNC, e ainda com os hormônios que controlam
diferentes sistemas fisiológicos, demonstra a importância do eixo HP na resposta ao estresse. Ao
reconhecer a importância do HP, também na fisiologia da reprodução, somos conduzidos a
considerar que qualquer resposta a estresse poderá também interferir no controle neuroendócrino da
reprodução (MOBERG, 1985). Nesse sentido, aspectos associados à fisiologia do estresse vêm sendo
associados ao comprometimentodo crescimento folicular, da ovulação, e ainda, do comportamento
de cio em vacas de leite (MORRIS et al., 2011).
O ciclo ovulatório deve ocorrer em consonância com uma série de eventos neuroendócrinos
sincronizados, sobre influência do eixo hipotalâmico-pituitário-gonadal. Durante a fase de
desenvolvimento folicular, a produção GnRH (gonadotrophin-release hormone) controla a produção
de FSH (follicle stimulating hormone) and LH (luteinizing hormone), que são responsáveis pelo
I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA)
37
recrutamento de novas ondas foliculares e manutenção do desenvolvimento das mesmas,
respectivamente. O crescimento folicular leva ao aumento na concentração de estrógeno, o que
resulta no feedback positivo a nível de hipotálamo, seguido do pico pré-ovulatório de GnRH e LH
(HAFEZ, 2004).
A principal influência do estresse sobre a atividade ovariana está associada à redução dos
pulsos de GnRH/LH, devido a um inadequado suporte de LH. Desta forma, haverá um crescimento
lento dos folículos, bem como a diminuição da produção de E2, e consequente efeito sobre a
ovulação, podendo gerar ausência ou atraso da mesma (DOBSON; SMITH, 2000).
Nesse contexto, Morris et al. (2011), considerando a laminite como um fator de estresse,
demonstrou que 21% de vacas com a afecção falharam na expressão do cio ou não ovularam. Além
disso, 29% desses animais, ao serem submetidos a um protocolo de sincronização, não produziram
um folículo funcional. As falhas citadas foram associadas à redução da frequência do pulso de LH,
baixa concentração de estradiol ou baixa responsividade ao mesmo, e à ausência do pico de LH.
Em consonância com o estudo acima, Dobson e Smith (2000) demonstraram que quando
ativado o eixo HPA, por algum fator estressante, a ativação do hipotálamo e da glândula pituitária
resulta em um menor pulso de GnRH/LH, expondo assim, o ovário a um suporte inadequado de LH.
A interferência do estresse sobre a produção de GnRH/LH pode ocorrer de diferentes formas, como
por exemplo durante uma resposta crônica, onde o pulso de GnRH/LH estimulará o crescimento
folicular, porém não o suficiente para realizar a ovulação. Outro aspecto a ser considerado é a
formação de cistos ovarianos, associados à ocorrência de pulsos com frequência suficiente para o
desenvolvimento folicular a estágios avançados, porém lento o suficiente para comprometer a
sincronização entre a produção de E2 e o pico de LH, não ocorrendo a ovulação (DOBSON; SMITH,
2000).
A resposta inflamatória como um fator de estresse
Da mesma forma que não é fácil definir estresse, classificá-lo como crônico ou agudo
também não é algo simples, principalmente ao considerar que temos diferentes tipos de estresse.
Porém, levando-se em conta o estímulo clássico do estresse, sobre os eixos HPA e SAM, o estresse
crônico está associadoà uma elevada resposta do eixo HPA, e consequente aumento dos níveis de
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38
cortisol, conhecida como resposta passiva. Por outro lado, a resposta aguda ao estresse está associada
à elevada responsividade do eixo SAM, caracterizada pela produção de catecolaminas, sendo
conhecida como resposta ativa ou fight or flight (KOOLHAAS et al., 1999; COHEN, 2000; SUSAN;
CARYL, 2007).
Considerando o estresse em seu amplo conceito, um processo inflamatório pode ser
considerado um fator de estresse, sendo essa resposta associada primariamente à produção de
citocinas e proteínas de fase aguda (PFA), que podem direta ou indiretamente ativar o eixo HPA e
estimular a resposta clássica ao estresse, resultando na liberação do cortisol. Assim, a inflamação
crônica caracteriza-se pelo aumento moderado, porém constante, de citocinas e PFA, enquanto que, a
inflamação aguda está associada à elevação dos níveis plasmáticos das citocinas pró-inflamatórias e
PFA, seguido da redução a níveis basais, uma vez cessado o estímulo (ANDREASEN et al., 2008).
A reposta imunológica é mediada por uma complexa troca de sinais entre os sistemas
nervoso, endócrino e imunológico. Além disso, assim como ocorre no controle neuroendócrino da
reprodução, fatores estressantes podem afetar a resposta imunológica pela ativação dos eixos HPA e
SAM, estimulando a liberação de glicocorticoides e catecolaminas, respectivamente. A
imunomodulação, consequência da ação desses hormônios ou células imunes, pode ocorrer
diretamente, através de receptores de superfície, ou indiretamente, pela desregulação induzida pelas
citocinas (GLASER; KIECOLT-GLASER, 2005), o que leva a alteração no padrão de migração
celular, secreção de citocinas, atividade humoral e proliferação celular (MADDEN; LIVNAT, 1991).
Considerando que uma resposta inflamatória prolongada leva a liberação de cortisol,
caracterizando um feedback negativo com o objetivo de cessar a resposta imunológica, alguns
estudos vêm sendo desenvolvidos para avaliar a interferência da resposta inflamatória sobre aspectos
reprodutivos como a qualidade e o grau de desenvolvimento de oócitos e embriões, o ambiente
uterino e a função ovariana. Uma vez desafiado imunologicamente por bactérias gram-negativas ou
mesmo infusões de endotoxinas, citocinas como IL-1, IL-6 e TNF-α são produzidas, além de PGF2α e
óxido nítrico (ON), e outros mediadores imunológicos. Nesse contexto um baixo desempenho
reprodutivo pode estar associado ao fato que o TNF-α interfere na maturação dos oócitos bovinos
(SOTO et al., 2003a). Além disso, estudos demonstram os efeitos em embriões cultivados em meios
sobre a influência do TNF-α, PGF2α, ou ON, resultando em embriões com elevado grau de apoptose
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39
celular ou apresentando um insatisfatório desenvolvimento para estágio de blastocisto (PAMPFER et
al., 1994; CHEN et al., 2001; SOTO et al., 2003b).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta revisão possibilita uma abordagem diferenciada sobre os aspectos da fisiopatogenia da
resposta inflamatória e da resposta ao estresse, bem como a conceituação de suas estreitas relações
com os aspectos reprodutivos de vaca de leite. Essa compreensão faz-se necessária na perspectiva da
melhora na eficiência reprodutiva desses animais, minimizando os efeitos negativos do manejo a que
os mesmos são geralmente submetidos, resultando em uma elevada incidência de afecções, como por
exemplo a mastite, além do estresse térmico e metabólico, comumente observados.
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I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA)
44
Avaliação da qualidade de oócitos de cadelas e gatas em diferentes faixas etárias submetidas à
ovariosalpingohisterectomia
Evaluation of quality of dogs and cats oocytes at different ages undergoing hysterectomy with
bilateral salpingo-oophorectomy
Artur Nóbrega Carreiro1
; Norma Lúcia de Souza Araújo2
; Carlos Enrique Peña Alfaro2
1
Médico Veterinário Autônomo; 2
Unidade Acadêmica de Medicina Veterinária, UFCG, Campus de Patos –
PB 
E-mail: nlucia@cstr.ufcg.edu.br
A morfologia nuclear e das células do cumulus, assim como o diâmetro oocitário são os critérios mais
utilizados para selecionar oócitos aptos à maturação in vitro, sendo que, segundo a literatura, a melhor idade
para a obtenção de oócitos de boa qualidade em cadelas é entre 1 e 6 anos e as gatas com idade entre um e três
anos são doadoras mais aptas para coleta de oócitos de boa qualidade. O objetivo do presente trabalho foi
avaliar a qualidade de oócitos de cadelas e gatas em diferentes faixas etárias submetidas à
ovariosalpingohisterectomia (OSH) no Hospital Veterinário do Centro de Saúde e Tecnologia Rural da
Universidade Federal de Campina Grande. Foram utilizadas 12 cadelas e 12 gatas de idades entre um a oito
anos e sete meses a três anos de idade, respectivamente. Para cada espécie, os animais foram divididos em
dois grupos etários, sendo as cadelas com um grupo composto de animais abaixo de 5 anos e outro com
animais acima de 5 anos, enquanto que, para as gatas, os grupos foram constituídos de animais com idades
abaixo de 2 anos e outro com animais com idade acima de 2 anos. Após a OSH os ovários foram coletados,
em seguida dissecados, pesados e mensurados. Os oócitos foram coletados através da técnica do “fatiamento”
ou slicing. Foi avaliada a quantidade e a qualidade de oócitos de ambos os ovários, e os resultados dessas
avaliações foram comparadas à faixa etária dos animais das diferentes espécies. Para detecção da fase do ciclo
estral, foi feita a citologia vaginal em ambas as espécies. Foram coletados um total de 1.018 oócitos de gatas e
1.277 oócitos de cadelas. Nas cadelas obteve-se uma média de 13,7 ±11,6 oócitos de Grau 1 (G1), 12,7±10,5
oócitos de Grau 2 (G2) e 28±18,2 oócitos de Grau 3 (G3). Nas gatas, obteve-se uma média de 11,4±7,9
oócitos Grau 1(G1), 10,2±6,3 oócitos de Grau 2(G2), 21,1±13,5 oócitos Grau 3(G3). Os resultados indicaram
um aumento na quantidade de oócitos de Grau 3 (G3) nas cadelas com idade superior a 5 anos em relação as
cadelas com idade inferior a 5 anos de idade. A média de oócitos de Grau 3 (G3) recuperados nos ovários das
gatas com idade inferior a 2 anos em relação aos de gatas maiores de 2 anos de idade foi semelhante. Por
outro lado, observou-se uma tendência de aumento na média de oócitos de Grau 3 (G3) recuperados nos
ovários nessa espécie. Com base nos resultados obtidos no presente estudo, pode-se concluir que a idade
influencia na qualidade dos oócitos coletados em cadelas e gatas, no entanto, mais estudos devem ser
realizados para avaliar a influência de outros fatores na qualidade de oócitos nessas espécies.
Palavras-Chaves: cadelas, ovários, reprodução.
Keywords: bitches, ovaries, reproduction.
I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA)
45
Avaliação da superovulação devacas de leite mestiças criadasem sistema semiextensivo submetidas a
protocolo de transferência de embrião no semiárido paraibano
Evaluation of the superovulation in crossbred dairy cattle raised in semi extensive system subjected to embryo
transfer protocol in the semiarid of Paraiba
Naianne Araújo Felix1*
; Desirée Coelho de Mello Seal1
; Aldcejam Martins da Fonseca Junior1
; Herbert
Adames Lira dos Santos1
’; Luis Eduardo Pereira de Andrade Ferreira1
; Daniel Cézar da Silva1
¹IFPB - Campus Sousa, Medicina Veterinária, *E-mail: araujonaianne@outlook.com
Como biotécnica aplicada à reprodução, utilizada a fim de acelerar o melhoramento genético no semiárido
Nordestino, destaca-se a Transferência de Embrião em Tempo Fixo (TETF), porém é necessário avaliar
opções e doses hormonais em diversas situações ambientais e metabólicas. O Hormônio Folículo Estimulante
(FSH) vem sendo utilizado como o principal agente superovulatório, porém com grande variabilidade em
relação a dose utilizada, principalmente quando se trata de vacas mestiças. Já como indutor da ovulação pode-
se utilizar a Gonadotrofina Coriônica Humana (hCG) que possui ação semelhante ao LH, quando administrada
na presença de folículos pré-ovulatórios, favorecendo à formação de corpos lúteos. Opresente trabalho
demonstra a ação luteinizante do hCG em um tratamento superovulatório com 200 mg de FSH, em animais
mestiços de Bos taurus e Bos indicus criados no sertão paraibano, em sistema de pastejo rotacionado, ausente
de irrigação, composto por capim tífton e pastagem nativa, em áreas de grande insolação. O experimento foi
desenvolvido no Instituto Federal da Paraíba (IFPB), localizado na microrregião de Sousa-PB, sendo
utilizadas oito vacas, com escore corporal médio inicial de 3,5 e final de 2,5, pré-selecionadas por exame
clínico e ginecológico. Os animais pastejavam das sete às 14 horas e recebiam 1,0kg de concentrado duas
vezes por dia, permanecendo nesse sistema por 45 dias. O tratamento hormonal ocorreu nos últimos 15 dias
do pastejo, iniciando-se com a implantação do dispositivo intravaginal de progesterona (Sincrogest-Ouro fino,
São Paulo, Brasil) e aplicação de 2mg de Benzoato de Estradiol (Sincrodiol-Ouro fino, São Paulo, Brasil) em
qualquer dia do ciclo estral, o qual foi delimitado como dia zero (D0) do tratamento. No D4 iniciou-se o uso
do FSH, sendo administrado 200mg divididas em oito doses decrescentes de 12 em 12 horas até o D7 (40, 40,
30, 30, 20, 20, 10, 10 mg). No D6, foi administrado 0,5mg de Cloprostenol(Sincrocio-Ouro Fino, São Paulo,
Brasil), sendo no D7 retirado o Sincrogest e 24 horas depois administrado 1500 UI de hCG, visando induzir
múltiplas ovulações. No D8 e D15 os animais foram submetidos à avaliação ultrassonográfica. Sendo na
primeira detectada a presença de um total de 166 folículos, dos quais 147 eram ≥8 mm e 43 eram ≥ 12 mm.
Na segunda avaliação observou-se a presença de apenas 64 corpos lúteos e 41 folículos anovulatórios. A taxa
de ovulação foi de 38,5% o que pode ser caracterizado como relativamente baixo. Tal fato está relacionado
com a variabilidade do gado mestiço, a dose de FSH utilizada e as condições térmicas e nutricionais as quais
os animais foram submetidos, que interferem no tamanho mínimo ovulatório, para ação do hCG. Portanto, nas
condições impostas no experimento, a dose utilizada de FSH em associação com o hCG, como indutor da
ovulação, não se demonstram eficazes na superovulação de vacas mestiças.
Palavras-chave: hCG, FSH, indutor da ovulação, folículo pré-ovulatório, corpo lúteo.
Keywords: hCG,FSH, ovulation inductor, pre ovulatory follicles, corpus luteum.
I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA)
46
A influência da adição de glutamina e da temperatura na motilidade de sêmen caprino pós-
descongelação
Glutamine's and temperature influence on sperm motility after goat semen cryopreservation
Camilla Flávia Avelino de Farias1
; Rafael Limongi de Souza1
; Alex Souza Rique; Jorge Silva Neto;
Sildivane Valcácia Silva1*
1
Laboratório de Biotecnologia em Reprodução Animal (LABRA), Centro de
Biotecnologia (CBiotec), UFPB, João Pessoa/PB. *E-mail:sildivane@cbiotec.ufpb.br.
A glutamina (Glut)é um aminoácido livre abundante no plasma seminal e apresenta mecanismo de ação
extracelular na proteçãoda membrana plasmática do espermatozoide. Esse aminoácido vem sendo utilizado na
reprodução animal por apresentar efeito protetor e auxiliar no metabolismo energético espermático. Mediante
o exposto, o objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da adição de glutamina ao sêmen caprino pós-
descongelação. Utilizou-se sêmen criopreservado de caprinos da raça Boer (n=3). Duas palhetas de cada
reprodutor foram descongeladas (37 °C/30s) e as amostras foram homogeneizadas, para evitar a variável
reprodutor. A Glut foi preparada em solução fisiológica (500 mM em NaCl 0,9%– solução estoque). Após
formação do pool, quatro grupos experimentais foram formados: GC= grupo controle, sem adição de Glut;
G1= sêmen + 5 mM de Glut; G2= sêmen + 15 mM de Glut; G3= sêmen + 30 mM de Glut; e foram submetidas
às avaliações de motilidade subjetiva, integridade da membrana plasmática empregada pela técnica de dupla
coloração com eosina-nigrosina e funcionalidade da membrana plasmática pelo teste hiposmótico (50
mOsm/Kg; H2O) nos períodos 0h, 2h a 25°C e 2h a 37°C.Foram realizadas seis repetições. Para comparações
entre os tempos do mesmo tratamento foi utilizado o teste T, e para comparação entre tratamentos foi utilizado
ANOVA seguida do pós-teste de Tukey (p≤0,05). Não houve diferença (P>0,05) entre GC e os grupos com
adição de Glut para o parâmetro de motilidade nos momentos pós-descongelação e 2h pós-incubação a 25 °C;
houve redução (P<0,05) da motilidade para todos os grupos após 2h a 37 °C (GC T0 58,75% vs T2 37 °C=
30,00; G1 T0=56,88vs T2 37 °C= 19,36; G2 T0=50,63vs T2 37 °C= 18,16;G3 T0= 45,63vs T2 37 °C= 15,63)
em comparação à incubação a 25 °C. Não foram observadas diferenças (P>0,05) para parâmetros de
integridade e funcionalidade entre os grupos. É necessário que os espermatozoides passem por um período de
permanência no trato reprodutivo feminino, onde passam por modificações estruturais e moleculares, que os
habilitam a fecundação oócitária e essas modificações promovem o consumo energético a partir da produção
de glicose pela glutamina, que perde NH2, acidifica o meio, e pode causar a morte espermática.A temperatura
de 37°C estimula ainda mais o consumo da glicose por manter a atividade espermática.Assim, conclui-se que
adição de glutamina e a temperatura de incubação a 37°C interferem negativamente na motilidade total de
espermatozoides caprinos pós-descongelação.
Palavras-chave: antioxidante; criopreservação; integridade.
Keywords: antioxidant; cryopreservation; integrity.
Anais SIMPRA
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  • 1. I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA) 1 ANAIS DO I SIMPÓSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA/CAMPUS II, AREIA, 02 A 05 DE DEZEMBRO DE 2015. Areia/PB Dezembro - 2015
  • 2. I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA) 2 Organização Coordenação Geral Norma Lúcia de Souza Araújo – CSTR/UFPB Sildivane Valcácia Silva – CBIOTEC/UFPB Comitê organizador Alysson Farias Gurjão Iara Nóbrega Macêdo Fábio José Targino Moreira da Silva Júnior Lucas Rodrigues de Souza Norma Lúcia de Souza Araújo Sildivane Valcácia Silva Comitê de Apoio Fernanda Agnes Sobral Guimarães Ricardo Pereira Lima Mateus Oliveira Paiva Jéssica Nunes da Silva Davi de Oliveira Sousa Elidiane dos Santos Cirilo Rubeilson dos Santos Silva Iolanda Costa Rocha
  • 3. I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA) 3 José Antônio Lucena Felipe Maia Pessoa Ilda Mayara França Soares Comitê consultor para resumos André Mariano Batista (Androlab, UFRPE) Aurea Wischral (Depto. Medicina Veterinária, UFRPE) Sildivane Valcácia Silva (CBiotec, UFPB)
  • 4. I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA) 4 PROGRAMA TÉCNICO-CIENTÍFICO DO I SIMPÓSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL Dia 02 de dezembro de 2015 (Quarta-feira) 14:00 - 18:00 Inscrições e entrega de material 19:00 - 19:15 Solenidade de abertura 19:15 - 20:15 Palestra: Biotecnologia Reprodutiva de Primatas Neotropicais. Palestrante: Profa. Dra. Norma Lúcia de Souza Araújo Campus de Patos/UFCG 20:15 Coquetel de Abertura Dia 03 de dezembro de 2015 (Quinta-feira) 09:00 – 10:15 Palestra: Exame clínico-andrológico em Pequenos Ruminantes. Palestrante: Prof. Dr. Carlos Augusto Alanis Clemente Bananeiras – Campus III/UFPB 10:15 – 10:45 Coffee Break 10:45 - 12:00 Palestra: Biotecnologia aplicadaàreprodução do macho bovino. Palestrante: Prof. Ivo Pivatto Universidade de Brasília (UnB), Brasília/DF 12:00 - 14:00 Almoço
  • 5. I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA) 5 14:00 - 15:30 Palestra: Criopreservação de tecido testicular de cães. Palestrante: Profa. Dra. Érika Cristina Santos Oliveira Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife/PE 15:30 - 16:00 Coffee break 16:00 - 17:30 Palestra: Terapêutica hormonal na cadela. Palestrante: Profa. Dra. Rita de Cássia Soares Cardoso Unidade Acadêmica de Garanhuns, UFRPE Dia 04 de dezembro de 2015 (Sexta-feira) 09:00 - 10:15 Palestra: A interferência do Estresse e daResposta Inflamatória na Reprodução em Vacas Leiteiras. Palestrante: Prof. Artur Cezar de Carvalho Fernandes Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife-PE 10:15 - 10:45 Coffee Break 10:45 - 12:00 Palestra: Biotécnicas reprodutivas avançadas em fêmeas de pequenos ruminantes. Palestrante: Dr. André Mariano Batista Laboratório de Andrologia, Campus I/UFRPE 12:00 - 14:00 Almoço 14:00 - 15:00 Palestra: Biotecnologias da Reprodução em Égua.
  • 6. I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA) 6 Palestrante: Prof. Dr. Victor Netto Maia Faculdade Maurício de Nassau, Recife-PE 15:10- 16:15 Palestra: Biotecnologia Reprodutiva aplicada a Garanhões. Palestrante: Prof. Dr. Gustavo Ferrer Carneiro Unidade Acadêmica de Garanhuns, UFRPE 16:15 - 16:45 Coffee break 16:45 - 18:05 Mesa Redonda: Realidade do Veterinário de Campo. Palestrante: Veterinários que atuam na reprodução animal 18:30 Encerramento do Simpósio Dia 05 de dezembro de 2015 (Sábado) Minicursos Minicurso 01: Avaliação Ultrassonográfica do Aparelho Reprodutor de Vacas – Prof. Artur Cezar de Carvalho Fernandes (Tuca) – UFRPE/Recife. Minicurso 02: Inseminação artificial em Pequenos Ruminantes – Dr. André Mariano Batista – UFRPE/Recife. Minicurso 03: Ultrassonografia em Éguas – Prof. Dr. Victor Netto Maia – UNINASSAU/Recife. Minicurso 04: Exame Andrológico e Ginecológico em Cães – Profa. Ms. Andréa Helena Vidal – Clínica de Pequenos/João Pessoa. Minicurso 05: Criopreservação de Sêmen em Pequenos Animais – Ms. Robespierre Augusto Joaquim Araújo Silva – Androlab/UFRPE/Recife.
  • 7. I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA) 7 Biotecnologias aplicadas à reprodução de primatas neotropicais Biotechnology applied to Reproduction of New World primates Profa. Dra. Norma Lúcia de Souza-Araújo1 1 Unidade Acadêmica de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Campina Grande, Campus de Patos-PB. E-mail: nlucia@cstr.ufcg.edu.br INTRODUÇÃO A eminência da extinção de muitas espécies de animais silvestres é uma realidade em todo o mundo. Em muitos casos, existem apenas exemplares confinados em cativeiros particulares ou públicos de espécies que por muitas razões, dentre elas fatores ambientais como as alterações no seu habitat ocasionadas por mudanças em cursos de rios, desmatamento excessivo, avanço das cidades e até mesmo a captura e posterior venda ilegalde animais silvestres. As espécies que se encontram sob essas condições encontram dificuldades para reproduzir-se ou dar origem a indivíduos aptos para a perpetuação da espécie e, mesmo aqueles que conseguem se reproduzir em cativeiro, na maioria dos casos não conseguem ser reintroduzidos em seu ambiente natural. Dentre as espécies criticamente ameaçados estão os primatas, que são divididos em dois grupos, o grupo de primatas do Velho Mundo e o grupo de primatas do Novo Mundo. No grupo dos primatas do Novo Mundo encontra-se a família Cebidae, na qual está inserida o gênero Cebus. Estes animais são popularmente chamados de macacos-prego (IUCN/SSC, 2008), caracterizam-se por ter hábito arborícola, serem de porte médio, corpo robusto e cauda semi-preensil (PAZ et al., 2006). São espécies onívoras, tendo uma dieta a base de frutas, insetos e pequenos vertebrados, possuindo, também, uma grande capacidade de se adaptar a alimentos provenientes dos seres humanos (ROCHA et al., 2008). Biotecnologias aplicadas à reprodução de primatas neotropicais A utilização da inseminação artificial, por meio da coleta, processamento e armazenamento de espermatozoides na utilização de bancos de sêmen, constitui-se numa importante ferramenta no processo de repovoamento de espécies ameaçadas.
  • 8. I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA) 8 A coleta de sêmen de primatas neotropicais tem sido realizada, com maior frequência, pelo método de eletroejaculação, que consiste na utilização de um eletrodo por via transretal, com dimensões adequadas ao porte de cada espécie, que estimula, por meio de pequenos impulsos elétricos, o processo de ejaculação. Essa técnica tem sido utilizada em várias espécies de primatas neotropicais, como Sapajus apella (BUSH et al., 1975; ARAÚJO et al., 2009; OLIVEIRA et al., 2011), Callithrix jacchus (CUI et al., 1991), Alouatta caraya (VALLE et al., 2004), Ateles geofroyi (HERNANDEZ- LÓPEZ, et al., 2002), Leontopithecus chrysomelas (VIDAL et al., 2007), Saimiri boliviensis (YEOMAN et al., 1997). Outros métodos de coleta de sêmen têm sido descritos nos primatas neotropicais, como a lavagem vaginal e a vibroestimulação peniana (KUEDERLING et al., 2000; SCHNEIDERS et al., 2004). Poucos protocolos de criopreservação de sêmen têm sido descritos em primatas neotropicais. Esses protocolos utilizam diluentes à base de TES -TRIS em Callihtrix jacchus (O`BRIEN et al., 2003) e TES –TRIS e água de coco in natura em Sapajus apella (OLIVEIRA et al., 2011). A utilização de água de coco in natura (ARAÚJO et al., 2009) e água de coco em pó (ACP 118® ; OLIVEIRA et al., 2011), tem demonstrado excelentes resultados de motilidade espermática e vigor espermático pós descongelação. Apesar da ampla utilização das biotecnologias relacionadas ao oócito e ao embrião em seres humanos e animais de produção, essas técnicas ainda não estão estabelecidas nos primatas neotropicais. Essa biotécnica permite o implante do embrião produzido in vitro direto em uma fêmea receptora, após a punção folicular de uma fêmea doadora, seguida da fertilização in vitro (FIV). Possibilita também, a criopreservação desse embrião por tempo indeterminado, contribuindo efetivamente no processo de manutenção da sobrevivência de uma espécie. A coleta de oócitos provenientes de folículos pré-antrais foi descrita em Sapajus apella (DOMINGUES, 2003) e em Callithrix jacchus (NAYUDU et al., 2003). Também, a produção de embriões in vitro por meio da FIV e injeção de espermatozoide intracitoplasmático (ICSI), foi descrita em Callithrix jacchus (GRUPEN et al., 2007). Em Sapajus apella, foi relatada a produção de embrião in vitro (LIMA et al., 2012) de fêmeas não estimuladas hormonalmente. Outras pesquisas aplicadas à reprodução de primatas neotropicais na atualidade incluem a utilização de métodos não invasivos de monitoramento hormonal, baseado na investigação de
  • 9. I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA) 9 metabólitos de hormônios esteroides, liberados pela urina e fezes, para fins de estudo da sazonalidade (CERDA-MOLINA et al., 2006) e características do ciclo estral de algumas espécies (CAMPBELL et al., 2001; KUGELMEIER, 2005; ROCHA, 2010; HERNÁNDEZ-LÓPEZ, et al., 2010). CONSIDERAÇÕES FINAIS Devido a destruição contínua de seu habitat natural e à ausência de políticas públicas que priorizem o desenvolvimento sustentável que minimizem os impactos ambientais, os primatas neotropicais seguem seu curso rumo à extinção. Nesse contexto, a utilização de biotecnologias aplicadas à reprodução consiste em uma importante ferramenta, possibilitando a formação de bancos genéticos para a utilização em métodos de reprodução artificial contribuindo assim, para o repovoamento de espécies consideradas em extinção na natureza. REFERÊNCIAS ARAÚJO, L.L.; LIMA, J.S.; OLIVEIRA, K.G.; VALLE, R.R.; DOMINGUES, S.F.S. Avaliação do uso de solução à base de água de coco a 37°C para diluição de sêmen de Cebus apella (macaco-prego) mantido em cativeiro. Ciência Animal Brasileira, v.10, p.588-594, 2009. BUSH, D.E.; RUSSEL, L.H.; FLOWERS, A.I.; SORENSEN, A.M. Semen evaluation in capuchin monkeys (Cebus apella). Laboratory Animal Science, v.25, p.588-593, 1975. CAMPBELL, J.C.; SHIDELER, S.E.; TODD, H.E.; LASLEY, B.L. Fecal analysis of ovarian cycles in female black-handed spider monkeys (Ateles geoffroyi). American Journal of Primatology, v. 54, p.79-89, 2001. CERDA-MOLINA, A.L.; HERNÁNDEZ-LÓPEZ, L.; PÁEZ-PONCE, D.L.; ROJAS-MAYA, S.; MONDRAGÓN-CEBALLOS. Seasonal variations of fecal progesterone and 17β-estradiol in captive female black-handed spider monkeys (Ateles geoffroyi). Theriogenology, v. 66, p.1985-1993, 2006. CUI, K.H.; FLAHERTY, S.P.; NEWBLE, C.D.; GUERIN, M.V.; NAPIER, A.J.; MATTHEWS, C.D. Collection and analysis of semen from the common marmoset (Callithrix jacchus). Journal of Andrology, v.12, n.13, p.214-220, 1991. DOMINGUES, S.F.S.; LIMA, J.S.; OLIVEIRA, K.G.; SANTOS, R.R. Biotecnologias de reprodução como uma estratégia complementar à conservação in situ de primatas neotropicais ameaçados de extinção: perspectivas e desafios. Revista Brasileira de Reprodução Animal, v.35, n.2, p.124-129, 2011.
  • 10. I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA) 10 HERNÁNDEZ-LÓPEZ, L.; CERDA-MOLINA, A.L.; CHAVIRA-RAMÍREZ; MONDRAGÓN- CEBALLOS. Age-dependent changes in fecal 17β-estradiol and progesterone in female spider monkeys (Ateles geoffroyi). Theriogenology, v.73, p.468-473, 2010. HERNÁNDEZ-LÓPEZ, L.; PARRA, G.C.; CERDA-MOLINA, A.L.; PÉREZ-BOLAÑOS, S.C.; SÁNCHEZ, V.D.; MONDRAGÓN-CEBALLOS. Sperm quality differences between the rainy and dry seasons in captive black-handed spider monkeys (Ateles geoffroyi). American Journal of Primatology, v.57, p.35-41, 2002. IUCN/SSC. 2008. Primate Specialist Group. Disponível em: <http://www.primate-sg.org>.Acesso em: março de 2012. KUEDERLING, I.; SCHNEIDERS, A.; SONKSEN, J.; NAYUDU, P.L.; HODGES, J.K. Non-invasive collection of ejaculate from the common marmoset (Callithrix jacchus) using penile stimulation. American Journal of Primatology, v.52, n.3, p.149-154, 2000. KUGELMEIER, T. Avaliação endocrinológica do ciclo ovariano de macaco bugio (Alouatta caraya- Humboldt, 1812) por meio de extração e dosagem de metabólitos de esteroides fecais. 2005. 120p. Tese (Doutorado). Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo. LIMA,J.S.; LEÃO, D.S.; SAMPAIO, R.V.; BRITO, A.B.; SANTOS, R.R.; MIRANDA, M.S.; OHASHI, O.M.; DOMINGUES, S.F.S. Embryo production by parthenogenetic activation and fertilization of in vitro matured oocytes from Cebus apella. Zygote, v. p.1 -5, 2012. NAYUDU, P.L.; WU, J.; MICHELMANN, H.W. In vitro development of marmoset monkeys oocytes by pre- antral follicle culture. Reproduction in Domestic Animals, v.38, p.90-96, 2003. O’BRIEN, J.K.; HOLLINSHEAD, F.K.; EVANS, K.M.; EVANS, G.; MAXWELL, W.M. Flow cytometric sorting of frozen-thawed spermatozoa in sheep and non-human primates. Reproduction, Fertility and Development, v15, p.367-375, 2003. OLIVEIRA, K.G.; MIRANDA, S.A.; LEÃO, D.L.; BRITO, A.B.; SANTOS, R.R. Semen coagulum liquefaction, sperm activation and cryopreservation of capuchin monkeys (Cebus apella) semen in coconut water solution (CWS) and TES-TRIS. Animal Reproduction Science, v.123, p.75-80, 2011. PAZ, R.C.R.; TEIXEIRA, R.H.F.; GUIMARÃES, M.A.B.V. Avaliação das características seminais de macacos pregos (Cebus apella) mantidos em cativeiro, antes e após vasectomia bilateral. Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science, v.43, p.561-567, 2006. ROCHA, C.G. Estudo dos perfis de metabólitos hormonais urinários e fecais de cortisol e testosterona em machos de sagui-de-tufos-pretos (Callithrix penicillata, Geoffroy, 1812) submetidos à contenção física. 2010. 88p. Dissertação (Mestrado). Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo.
  • 11. I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA) 11 SCHNEIDERS, A.; SONKSEN, J.; HODGES, J.K. Penile vibratory stimulation in the marmoset monkey: a pratical alternative to electro-ejaculation, yelding ejaculates of enhanced quality. Journal of Medical Primatology, v.33, p.98-104, 2004. VALLE, R.R. Colheita, análise e criopreservação de sêmen de uma espécie modelo de primata neotropical, sagui-de-tufo-branco (Callithrix jacchus). 2007. 169p. Tese (Doutorado). Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo. VIDAL, F.D.; LUZ, M.S.; PINHO, T.G.; PISSINATTI, A. Coleta de sêmen em mico-leão-de-cara-dourada (Leontopithecus chrysomelas) através de eletroejaculação Callitrichidae-Primates. Revista Brasileira de Ciência Veterinária, v.14, n.2, p.67-71, 2007. YEOMAN, R.R.; RICKER, R.B.; WILLIAMS, L.E.; SONKSEN, J.; ABEE, C.R. Vibratory stimulation of ejaculation yields increased motile spermatozoa, compared with electroejaculation, in squirrel monkeys (Saimiri boliviensis). Contemporary Topics in Laboratory Animal Science, v.36, n.1, p.62-64, 1997.
  • 12. I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA) 12 Biotecnologias aplicadas à reprodução do macho bovino Biotechnology applied to male bovine reproduction Prof. Dr. Ivo Pivato1 1 Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária - Universidade de Brasília – UnB, Brasília/DF. E- mail: pivato@unb.br INTRODUÇÃO A domesticação dos animais de companhia e dos destinados a alimentação, inevitavelmente levou a esforços para controlar sua reprodução com objetivos distintos. Nos destinados à alimentação, a busca sempre é orientada para animais que se destacam em maior produção de carne, leite, lã ou outros artigos úteis ao homem. Para os animais de companhia, a ênfase é na perpetuação daqueles que tem determinadas habilidades e características desejáveis (BASRUR; KING, 2005). No passado, o acasalamento seletivo dos animais acontecia de forma natural, levava um longo tempo para produzir mudanças perceptíveis. Nos últimos anos, com o acasalamento seletivo acompanhado das técnicas de reprodução assistida (TRA), somado a avançadas técnicas biotecnológicas, a mudança é muito rápida e perceptível. Nas últimas seis décadas, o progresso obtido nos processos biológicos e tecnológicos, proporcionou o surgimento de quatro gerações de técnicas de reprodução assistida. As tecnologias mais relevantes geneticamente do último meio século, incluem as de primeira, segunda e terceira geração e entre elas estão: a inseminação artificial (IA), a criopreservação de gametas e embriões, a indução de múltiplas ovulações, a ultrassonografia, a transferência de embriões, a fertilização in vitro, a sexagem de sêmen e identificação do sexo dos embriões. Tecnologias de quarta geração como a clonagem, transgênese, células tronco e diagnóstico molecular tem potencial de aumentar a influência de animais superiores na produção, mas sua aplicação comercial ainda é limitada (BERTOLINI; BERTOLINI, 2009). Algumas destas biotecnologias reprodutivas são utilizadas rotineiramente para propagar com segurança material genético entre populações. O objetivo é encurtar o intervalo entre gerações objetivando selecionar características especificas e produção de animais do sexo desejado. Entre elas está a IA e a produção de embriões in vitro (PIV), onde o espermatozoide e mais recentemente o plasma seminal tem merecido bastante atenção (RODRÍGUEZ-MARTÍNEZ, 2013). O sêmen ainda é
  • 13. I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA) 13 o componente mais barato da reprodução artificial, o que explica a dominância da IA sobre qualquer outra biotecnologia. O objetivo deste trabalho é colocar as biotecnologias reprodutivas sob o ponto de vista do macho, visando mostrar alguns aspectos de vital importância para melhor utilização e sucesso das TRA. Papel e importância do touro Segundo dados do IBGE (2013) a população bovina no Brasil é de 211.764.292 animais. Destes, em torno de 70.000.000 são fêmeas em idade reprodutiva. No cálculo da proporção touro por vaca de 1:30, seriam necessários 2,3 milhões de touros. O relatório da ASBIA de 2015 considera um total de 56.160.000 de fêmeas em reprodução. Apresenta um cálculo de 12.035.332 doses de sêmen comercializadas, com 11,9% das fêmeas inseminadas, computando 1,8 dose/fêmea. Ainda assim, ficaria no mínimo, 50.000.000 de fêmeas servidas por touro, a esmagadora maioria. Após três gerações, 87% do rebanho de matrizes refletem o efeito genético dos touros utilizados. Em termos econômicos, o mérito reprodutivo é cinco vezes mais importante que o desempenho de crescimento e 10 vezes mais importante que a qualidade do produto (PALASZ et al., 1994). Existem estatísticas que mostram que entre 20 e 40% dos touros utilizados na pecuária sejam inférteis ou subférteis, quer pela qualidade seminal, quer por condições de impedimento da realização da cópula (MENEGASSI et al., 2008). Desde o início do século, cientistas pesquisam intensamente para desenvolver ensaios laboratoriais que predigam acuradamente a fertilidade do sêmen. No entanto, é difícil fazer esta predição, uma vez que a maior parte dos problemas reside em diferentes atributos que o espermatozoide deve possuir para fertilizar o ovócito, e em como a fertilização é definida. Nenhum teste isolado é capaz de predizer a fertilidade de uma amostra de sêmen, mas o exame de várias características pode determinar este potencial (ARRUDA et al., 2011).Vale ainda lembrar, que precisam ser superados os desafios da nutrição, clima e manejo, que são fatores primordiais para aumentar a eficiência reprodutiva e o ganho genético (PARISI et al., 2014). Inseminação artificial
  • 14. I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA) 14 A IA foi a primeira grande biotecnologia com impacto na reprodução e melhoramento animal. O desenvolvimento da IA foi acompanhado pela pesquisa, o que estimulou uma explosão de conhecimento na área de reprodução animal (FOOTE, 1999). É uma técnica de reprodução assistida (TRA) de primeira geração, usada a mais de 200 anos. Existe a estimativa que aproximadamente 50% do aumento na produção de leite observado nos países desenvolvidos durante a segunda metade do século 20, possam ser atribuídos somente pelo ganho genético obtido com a difusão da IA sobre a reprodução convencional e os outros 50% devido as melhoras no sistema de produção, incluindo saúde do rebanho, manejo geral e nutrição (GORDON, 1993). O surgimento comercial das prostaglandinas na década de 70 permitiu o desenvolvimento de sistemas de controle do estro, o que facilitou a incorporação da IA e redução do trabalho e tempo despendido com a detecção de estro. Com o melhor entendimento da endocrinologia reprodutiva das fêmeas, foi possível desenvolver sistemas eficientes e econômicos de sincronização do estro e da ovulação, que permitiu predeterminar a IA e eliminar a detecção de estro. Esta biotécnica foi chamada de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF), que além de eficiente na sincronização do estro e da ovulação é utilizada também para induzir a ciclicidade de animais em anestro (BERTOLINI; BERTOLINI, 2009). Sêmen sexado A seleção do sexo em animais domésticos é altamente desejável. A sexagem de espermatozoides tem valor econômico significativo nos animais de interesse zootécnico com aptidão para produção de leite ou carne e em sistemas em que a produtividade é favorecida pela progênie de um dos sexos. O conteúdo de DNA foi a única diferença estabelecida e validada cientificamente em que se basearam o desenvolvimento de métodos para a separação eficiente de espermatozoides X ou Y in vitro (HOSSEPIAN de LIMAet al., 2011). A tecnologia de sexagem de espermatozoides de Beltsville, que se baseia na separação dos espermatozoides corados em citômetro de fluxo, proporcionou o nascimento de milhares de animais domésticos com sexo selecionado (RODRIGUEZ-MARTINEZ;PEÑA VEGA, 2013).O sêmen sexado tem menor concentração espermática por dose (entre 2 a 3 milhões de espermatozoides) que o sêmen convencional. Por esta razão e pela possibilidade dos efeitos negativos no processo de
  • 15. I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA) 15 separação espermática, a fertilidade do sêmen sexado é menor, quando comparada ao convencional. Entretanto, esta tecnologia está em constante aprimoramento visando melhorar as taxas de prenhez e reduzir custos (De VRIES, 2015). Hossepian de Lima e sua equipe desenvolveram um processo de separação dos espermatozoides X em gradientes descontínuos de densidade. Estes gradientes são compostos de soluções isotônicas feitas a partir de substâncias de partículas coloidais (Percoll®) que permitem, em uma única centrifugação, separar as impurezas (espermatozoides imaturos, células e bactérias) dos espermatozoides viáveis e, dentre estes, separar os espermatozoides X dos Y. Utilizando-se esta metodologia de centrifugação em gradiente de densidade dos espermatozoides recém-colhidos é possível produzir doses enriquecidas com 70% de espermatozoides X (OLIVEIRA et al., 2011).O sêmen sexado já está comercialmente disponível no mercado, entretanto esta biotécnica deve ser utilizada com critérios, exige conhecimento para saber em quais animais utilizar e cuidado minucioso na manipulação das doses e na técnica de IA, para obter bons resultados. Injeção intracitoplasmática de espermatozoides – ICSI A injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI) é uma técnica utilizada em humanos e em várias espécies animais. Sua aplicação está bem consolidada na TRA em humanos e poderia ser utilizada para intensificar a PIV, na produção de animais com sexo pré-determinado e na produção de animais transgênicos. Até o momento, conforme a literatura disponível, poucos trabalhos relatam o nascimento de bezerros após a transferência de embriões bovinos obtidos por meio de ICSI. Inúmeros fatores podem afetar diretamente os resultados da ICSI, uma vez que esta técnica envolve uma intensa manipulação dos ovócitos, com constantes mudanças de meio, deixando-os mais expostos a variações de pH e de temperatura. Diferentemente de outras espécies, a ICSI com espermatozoides bovinos raramente leva à sua descondensação e formação de pronúcleo durante o subsequente cultivo in vitro. Atualmente, pouco se sabe sobre os eventos celulares que ocorrem no processo de fertilização de ovócitos bovinos para que ocorra o correto desenvolvimento embrionário após a ICSI. De acordo com a literatura disponível, os trabalhos de Goto et al., (1990), Hamano et al., (1999), Horiuchi et al., (2002) e Wei e Fukui, (2002) relataram o nascimento de bezerros após a transferência de embriões bovinos obtidos por meio de ICSI (MATOS, 2004). Em 2005, a equipe de
  • 16. I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA) 16 Oikawa testou diferentes formas de ativação dos ovócitos e conseguiram o nascimento de bezerros, no Japão (OIKAWA et al., 2005). O espermatozoide como vetor para produzir animais transgênicos A transferência de genes mediada por espermatozoides é um procedimentoonde o DNA de uma espécie é introduzido no de outra, via coincubação com espermatozoides, seguido da inseminação. A premissa básica é o que o DNA seja incorporado pelo espermatozoide, seja transportado e se insira no genoma do futuro animal durante a fertilização e desenvolvimento embrionário. O mecanismo de integração deste DNA exógeno ainda é controverso e não bem entendido. No entanto o método é visto como prático, pois evita a necessidade de cirurgia, manipulação embrionária ou equipamentos sofisticados e caros (RODRÍGUEZ-MARTÍNEZ, 2013). Simões et al., (2012) usando diferentes protocolos que mimetizaram a introdução de DNA exógeno em espermatozoides bovinos, conseguiram a produção de embriões, a partir dos espermatozoides tratados. A importância do plasma seminal O plasma seminal é composto principalmente pela mistura das secreções das glândulas acessórias reprodutivas do macho. Entretanto, parte dele vem das secreções epididimárias.Várias proteínas contidas no plasma seminal bovino têm influência na congelabilidade do sêmen e consequentemente na fertilidade. No fluido das glândulas sexuais acessórias de touros com alta fertilidade, estão presentes maiores quantidades de osteopontina e fosfofolipase A2 do que no fluido de touros de baixa fertilidade. A osteopontina é uma proteína encontrada nos espermatozoides presentes na cauda do epidídimo e naqueles ejaculados. Sua importância está relacionada com o bloqueio da polispermia. A fosfolipase A2 está presente na membrana do espermatozoide e diretamente relacionada com a motilidade espermática, eventos da reação acrossomal e fusão com o ovócito. Proteínas como a espermoadesina Z13, BSP5, FAA (antígeno associado à fertilidade), catepsina D, α-L-fucosidase são expressas diferentemente entre animais de alta e baixa fertilidade (CABALLERO et al., 2011).
  • 17. I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA) 17 São necessárias mais pesquisas nesta área, entretanto resultados promissores com o uso do plasma seminal de ovinos de alta fertilidade misturado ao sêmen de animais de baixa fertilidade, melhora a qualidade seminal destes, na forma de maior resistência ao congelamento (SILVA, 2015, comunicação pessoal). Touros genômicos A seleção genômica é o processo que combina informação de um grupo de marcadores genéticos com avaliações genéticas tradicionais permitindo selecionar as melhores características, ou seja, os melhores animais. Ela é considerada como um evento tão importante quanto à tecnologia do sêmen congelado. Têm muitas aplicações e entre elas o melhoramento genético, a seleção de touros e mães, prova de touros, resistência a doenças entre outras. O genoma do Bos tauruscontém mais de 22.000 genes. Com a identificação da sequência do genoma, foi possível desenvolver tecnologias que permitem identificar regiões genômicas e vias associadas com características complexas poligênicas. Uma destas tecnologias é a análise do genoma utilizando SNPs (Polimorfismo de nucleotídeo único). É estimado que 84% da variação da expressão de genes em animais sejam devidas aos SNPs. Comercialmente já existem painéis de alta densidade (777k) que cobrem todo genoma bovino (SPENCER et al., 2014). Existem ainda painéis de baixa densidade com custo menor e que podem ser utilizados como forma de orientar o descarte dos animais de menor valor genético. Desta forma, um touro pode ser avaliado de maneira mais rápida e com alto grau de confiança. Várias centrais de IA já utilizam esta tecnologia e comercializam os “touros genômicos”. Sêmen heterospérmico Um dos estudos pioneiros com a utilização de sêmen heterospérmico foi conduzido na The Ohio State University, em 1953 (DOUGLAS, 2013). A inseminação heterospérmica utiliza uma dose com sêmen de dois ou mais touros em igual proporção. Algumas centrais de inseminação comercializam sêmen heterospérmico, normalmente com sêmen de três touros diferentes em cada palheta. Existem estudos que mostram uma vantagem do sêmen heterospérmico nas taxas de
  • 18. I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA) 18 prenhez, quando comparado ao homospérmico,entretanto, alguns estudos não encontraram diferença nesta prática. Subpopulações espermáticas A teoria da existência de subpopulações espermáticas no ejaculado dos mamíferos vem ganhando consenso dentro da comunidade científica. Estudo de Souza e colaboradores (2011) verificaram a presença de diferentes subpopulações em sêmen humano. O ejaculado dos mamíferos é um grupo heterogêneo de subpopulações espermáticas mostrando respostas diferentes a estímulos fisiológicos, padrão de motilidade e características morfométricas (PEÑA, 2015). Trabalho recente de Muiño et al., (2015) confirmaram esta existência e verificaram diferenças entre estas subpopulações no sêmen bovino mantido em tanques nas centrais de IA e aquele mantido em botijões nas propriedades. Com isso atentam para a necessidade do correto manejo do botijão e do sêmen, evitando perdas em fertilidade.É importante sempre levar em conta este fato, pois a perda de determinada subpopulação pode levar a quedas na fertilidade, frustrando programas reprodutivos. CONSIDERAÇÕES FINAIS Devemos ter em mente que o espermatozoide é mais do que somente DNA. Ele necessita estar intacto para que haja o desenvolvimento embrionário. Entretanto, é uma célula susceptível a danos oxidativos, principalmente durante a manipulação e criopreservação. Em adição, o espermatozoide contém uma série de micro RNAs (miRNA) que são fornecidos ao ovócito no momento da fertilização. Eles modulam as primeiras clivagens (RODRIGUEZ-MARTINEZ;PEÑA VEGA, 2013). Ainda pouco se conhece sobre sua total função, mas existe consenso sobre sua participação no desenvolvimento embrionário. Com base no exposto, uma boa avaliação espermática utilizando técnicas convencionais e moleculares, possibilita a obtenção de resultados positivos nas biotécnicas da reprodução, levando a progresso genético e encurtando o intervalo entre gerações. REFERÊNCIAS
  • 19. I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA) 19 Albert De Vries. The Economics of Sexed Semen in Dairy Heifers and Cows. UF/IFAS Extension, AN214, Disponível em: http://edis.ifas.ufl.edu. Alexis Marie PARISI, Shannon Kate THOMPSON, Abdullah KAYA, Erdoğan MEMİLİ. Molecular, cellular and physiological determinants of bull fertility. Turk J Vet Anim Sci 38: 637-642, 2014. Ana Paula Sousa, Alexandra Amaral, Marta Baptista, Renata Tavares, Pedro Caballero Campo, Pedro Caballero Peregrin, Albertina Freitas, Artur Paiva, Teresa Almeida-Santos, João Ramalho-Santos. Not All Sperm Are Equal: functional mitochondria characterize a subpopulation of human sperm with better fertilization potential. PLoS ONE, Volume 6, Issue 3, e18112, 2011. A.T. Palasz, W.F. Cates, A.D. Barth, R.J. Mapletoft The relationship between scrotal circumference and quantitative testicular traits in yearling beef bulls. Theriogenology, Volume 42, Issue 4, Pages 715–726, 1994. Bertolini, M. and Bertolini L.R. Advances in reproductive technologies in cattle: from artificial insemination to cloning. Rev. Med. Vet. Zoot. 56:184-194, 2009. F.J. Peña. Multiparametric flow cytometry: a relevant tool for sperm function evaluation. Anim. Reprod., v.12, n.3, p.351-355, Jul/Sept. 2015. Foote, R. H. Artificial insemination from the origins up to today. In: Proceedings of the International Symposium. From the first artificial insemination to the modern reproduction biotechnologies: traditional ways and the new frontiers of animal production. Reggio Emilia (Italy), 23-68, 1999. Gordon I. Laboratory Production of Cattle Embryos. Biotechnology in Agriculture Series n.11, CABI Publishing, 1994. Goto K, Kinoshita A, Takuma Y, Ogawa K. Fertilisation of bovine oocytes by the injection of immobilised, killed spermatozoa. Vet Rec. 127(21):517-520 1990. H. Rodríguez-Martínez. Sperm biotechnologies in domestic species: state of the art. Anim. Reprod., v.10, n.3, p.268-276, Jul./Sept. 2013. Heriberto Rodríguez-Martínez and Fernando Peña Vega. Semen technologies in domestic animal species.Animal Frontiers, Vol. 3, No. 4:26-33, October 2013. IBGE. Produção da pecuária municipal, vol 41, Brasil, 2013. Julieta Caballero, Gilles Frenette, and Robert Sullivan. Post Testicular SpermMaturational Changes in the Bull: Important Role of the Epididymosomes and Prostasomes. Veterinary Medicine International, article ID 757194, 13 pages, 2011.
  • 20. I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA) 20 Luis Fonseca Matos. Produção in vitro de embriões bovinos por meio da injeção intracitoplasmática de espermatozóide (ICSI). Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Campos dos Goytacazes - RJ, Tese de doutorado, 133pg, 2004. L.Z. Oliveira, R.P. Arruda, E.C.C. Celeghini, A.F.C. Andrade, V.F.M. Hossepian de Lima. Taxa de recuperação e características espermáticas após a sexagem por centrifugação em gradiente de densidade em espermatozoides descongelados. Rev. Bras. Reprod. Anim., v.35, n.1, p.41-48, jan./mar. 2011. Matthew Douglas. Relationships between in vivo and in vitro heterospermic ranking, embryo development, and sperm characteristcs of holstein and jersey bulls. Thesis, The Ohio State University, 143pg, 2013. Menegassi, S.R.O., Canozzi, M.E.A., Teixeira, J.L., Fishman, M.S., Christofari, L.F., Barcellos, J.O.J. Causas físicas de descarte de touros no RS. In: Anais do Congresso Brasileiro de Medicina Veterinária, p.36, Gramado, RS, 2008. P.K. Basrur & W.A. King Genetics then and now breeding the best and biotechnology. Rev. sci. tech. Off. int. Epiz., 24 (1), 31-49, 2005. Renata Simões, Alessandra Corallo Nicacio, Mario Binelli, Fabiola Freitas de Paula-Lopes,Marcella Pecora Milazzotto, José Antonio Visintin and Mayra Elena Ortiz D’Ávila Assumpção. Sperm-mediated gene transfer: effect on bovine in vitro embryo production. Zygote vol 21, pp. 325–329, 2012. R. Muiño, A.I. Peña, L.A. Quintela, J. Becerra, P. Herradón, F.H. Gonzalez. Management of the storage of cryopreserved sperm on dairy cattle farms. Biotechnology in Animal Husbandry 31 (1), p 85-100, 2015. R.P. Arruda, D.F. Silva, F.J. Affonso, K.M. Lemes, J.D. Jaimes, E.C.C. Celeghini, M.A. Alonso, H.F. Carvalho, L.Z. Oliveira, J. Nascimento. Métodos de avaliação da morfologia e função espermática: momento atual e desafios futuros. Rev. Bras. Reprod. Anim., v.35, n.2, p.145-151, abr./jun. 2011. Thomas E. Spencer, Peter J. Hansen, John B. Cole, Joseph Dalton, and Holly Neibergs. Dairy Cattle Reproduction Conference, Salt Lake City, UT, 2014. T. Oikawa, N. Takada, T. Kikuchia, T. Numabe, M. Takenaka, T. Horiuchi. Evaluation of activation treatments for blastocyst production and birth of viable calves following bovine intracytoplasmic sperm injection. Animal Reproduction Science, Volume 86, Issues 3–4, April, Pages 187–194, 2005. Vera Fernanda Martins Hossepian de Lima, Carlos Alberto Moreira-Filho, Aline Costa de Lucio, Max Vitória Resende. Sexagem de espermatozoides bovinos por centrifugação em gradiente descontínuo de densidade de Percoll. R. Bras. Zootec., v.40, n.8, p.1680-1685, 2011.
  • 21. I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA) 21 Terapia hormonal reprodutiva na cadela Reproductive hormonal therapy in female dog Profa. Dra. Rita de Cássia Soares Cardoso1 1 Unidade Acadêmica de Garanhuns (UAG) da Universidade Federal Rural de Pernambuco. E-mail: cardosorcs@yahoo.com.br RESUMO Apesar da reprodução na cadela, principalmente em animais sem raça definida, ser tradicionalmente evitada de forma cirúrgica ou através do uso de progestágenos, há alguns anos essa situação vem mudando. Com a criação comercial de cães ganhando destaque no cenário internacional, criadores buscam cada vez mais incrementar o potencial reprodutivo dos animais, bem como tratar condições reprodutivas que prejudiquem a fertilidade de cadelas que antes eram resolvidas apenas com uso de cirurgias e interrompendo de forma definitiva a capacidade reprodutiva de tais pacientes. Dentre as classes hormonais mais recentes, destaca-se o uso de bloqueadores dos receptores de progesterona, que já está há aproximadamente 15 anos no mercado e tem uso indicado para tratamento de patologias uterinas como metrite, piometra, bem como indução de parto e interrupção da gestação. Por outro lado, os agonistas do GnRH como a deslorelina agem suprimindo o estro e podem ser utilizados em cadelas nas quais se deseje a contracepção temporária, mas sem os possíveis efeitos colaterais dos progestágenos. Com relação aos protocolos de indução de estro, os antiprolactinícos merecem um maior destaque quanto aos resultados. Ao se indicar uma terapia à base de hormônios na qual se visa incrementar o potencial reprodutivo ou mesmo solucionar problemas que estejam prejudicando a fertilidade de cadelas, devem-se considerar a relação custo-benefício de tal tratamento. Palavras-chave: Cadelas, hormônios, reprodução. INTRODUÇÃO Ao longo das duas últimas décadas, tem-se observado um avanço nas opções terapêuticas que visam o manejo reprodutivo de cães e gatos. Esses avanços estão relacionados a menos efeitos colaterais, maior praticidade e eficácia no regime terapêutico, bem como maior disponibilidade do medicamento. Tais avanços permitiram que muitas enfermidades, antes solucionadas apenas pela
  • 22. I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA) 22 intervenção cirúrgica, tivessem outros tratamentos alternativos (WILBORN; MAXWELL, 2012). No que diz respeito à reprodução na espécie canina, a terapêutica hormonal tem sido aplicada a várias situações como indução e supressão do estro, término da gestação e distocia. O objetivo do presente artigo é abordar diversas classes hormonais como progestágenos, prostaglandina F2α e análogos, agonistas e antagonistas do GnRH, hCG e, ainda, os bloqueadores dos receptores de progesterona e antiprolactínicos para uso na reprodução de cadelas. Progestágenos São medicamentos utilizados na contracepção devido ao seu efeito de retroalimentação negativa sobre o hipotálamo e hipófise, inibindo a liberação de GnRH (WANKE et al., 2006), suprimindo o desenvolvimento folicular, bem como a liberação de LH e FSH (ROOT KUSTRITZ, 2012). Os tipos de progestágenos mais comumente utilizados são os sintéticos como acetato de megestrol, acetato de medroxiprogesterona e proligestona (ROOT KUSTRITZ, 2012). No entanto, os mesmos estão associados a muitos efeitos colaterais como piometra, estimulação mamária resultando em nódulos e neoplasias (CONCANNON, 2011). Por outro lado, o acetato de megestrol por possuir uma eliminação mais rápida pelo organismo, provavelmente causa alterações advindas de uma estimulação hormonal excessiva (VICENTE et al., 1991). Será abordado o uso de progestágenos nos casos de hipoluteoidismo, intervalo interestral curto e supressão do estro visando o adiamento da cobertura. Hipoluteoidismo Consiste na falha do corpo lúteo em manter uma secreção adequada de progesterona sérica para manter a gestação, pois o corpo lúteo é a única fonte de progesterona circulante durante ciclo estral e gestação na cadela (CONCANNON et al., 1988). Tal condição não é bem documentada na cadela porque um declínio nos níveis de progesterona não implica em hipoluteoidismo. Qualquer problema que cause sofrimento fetal pode resultar diminuição na progesteronemia, levando ao aborto ou parto prematuro, não sendo necessariamente o hipoluteoidismo (JOHNSTON et al., 2001). Uma falha em manter a progesterona acima do nível crítico de 6nmol/L por vários dias provavelmente resultará em aborto (GÖRLINGER et al., 2005).
  • 23. I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA) 23 O tratamento para a insuficiência luteal deve ser à base de progestágenos. No entanto, um fator a ser considerado é o tipo de progestágeno, mas independente da escolha, o mesmo pode causar distocia, piometra e septicemia, principalmente se houver anormalidades fetais, infecção intra-uterina e placentite (GÖRLINGER et al., 2005). Progestágenos de longa ação resultam em prolongamento da gestação, havendo a possibilidade de perda fetal, além de potencial risco à cadela (GÖRLINGER et al., 2005, TSUTSUI, 1983). Intervalo interestral curto/Supressão do estro O principal uso dos progestágenos é realizado na supressão do estro apesar dos efeitos colaterais. No entanto, o mesmo pode ser utilizado em problemas de infertilidade relacionados com intervalo interestral curto. Em cadelas, o anestro é uma fase obrigatória que tem duração aproximada de 2 a 10 meses, ocorrendo após o diestro (WANKE et al., 2006). No anestro ocorre a regeneração uterina e preparação endócrina para o ciclo subsequente e caso o mesmo seja reduzido, levando a um intervalo interestral inferior a quatro meses, podendo resultar em causas de infertilidade. Tal fato deve-se a uma involução endometrial incompleta, sendo relatado em cadelas das raças Rottweiler e Pastor Alemão (JOHNSTON et al., 2001). A terapia com progestágenos objetiva uma supressão do estro, promovendo um tempo adicional para a recuperação uterina, evitando um novo ciclo precoce. Apesar dos possíveis efeitos colaterais dos progestágenos, o uso em tal situação é indicado por um curto período. O tratamento deve ser iniciado próximo ao fim do anestro, mas pode ser estendido a no máximo três dias após o começo do estro (WANKE et al., 2006). Os fabricantes de medicamento à base de acetato de megestrol recomendam usar no primeiro dia do cio com objetivo de bloqueio do mesmo na dose 1,5 mg/Kg por 3 dias e depois metade da dose por mais 6 dias. No entanto, Wanke et al. (2006) recomendam 2mg/kg por oito dias consecutivos. Outro progestágeno recomendado é a clormadinona, cuja terapia de supressão de estro é recomendada na dose de 0,5mg/Kg,também durante oito dias consecutivos por Wanke et al. (2006). No entanto, novas terapias vêm sendo estudadas, visando evitar tais efeitos dos progestágenos, como por exemplo, os agonistas e antagonistas do GnRH.
  • 24. I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA) 24 GnRH e seus agonistas Os agonistas de liberação lenta do GnRH podem suprimir o estro por mais de um ano. Tais drogas, como o acetato de deslorelina, agem dessensibilizando os receptores da hipófise e são administradas em uma única aplicação (10mg,SC). Um efeito indesejável de tal droga é o aparecimento de estro devido a uma curta estimulação inicial das gônadas. Tal efeito pode ser evitado com a administração simultânea de acetato de megestrol quatro dias antes da aplicação do agonista do GnRH (CORRADA et al., 2006b), mas algumas cadelas ainda podem apresentar estro em poucos dias após tratamento. Além disso, observou-se também a presença de ciclos anovulatórios no primeiro estro espontâneo após tratamento. A administração de GnRH para a indução de estro requer uma aplicação contínua para que se obtenha estro fértil, tornando o processo estressante para o animal. A terapia com GNRh de ação curta ou seus agonistas é inviável devido ao custo do tratamento. Já o tratamento com GnRH em altas doses não tem sucesso, provavelmente devido a uma insuficiente liberação de LH. Antagonistas do GnRH Os antagonistas do GnRH agem bloqueando o efeito do GnRH na hipófise (ROOT KUSTRITZ, 2012). A acyclina é uma droga que apesar de causar a supressão do estro e ovulação em até três dias quando administrada até o terceiro dia de proestro, os sinais de estro voltam 20 a 25 dias depois. Portanto, tal uso deve se restringir a situações de viagem (ROOT KUSTRITZ, 2012). hCG (Gonadotrofina coriônica humana) Algumas cadelas podem apresentar sinais de proestro por mais de 28 dias antes de entrar no estro e ovular (WILBORN; MAXWELL, 2012). No entanto, se tais cadelas são submetidas à citologia vaginal e apresentam células queratinizadas por mais de 30 dias e sem aumento da progesteronemia, pode-se suspeitar de alguma patologia ovariana. Tal condição pode estar associada a cistos foliculares ou mesmo neoplasias hormonalmente ativas. No caso de cistos foliculares, os quais podem ser diagnosticados através da ultrassonografia, a terapia objetiva induzir ovulação ou luteinização utilizando GnRH ou hCG.
  • 25. I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA) 25 Antiprogestágenos Os bloqueadores dos receptores de progesterona também chamados de antiprogestágenos como o aglépristone (RU46534) e mifepristone (RU38386) são antagonistas competitivos dos receptores de progesterona (BAAN et al., 2005). O aglépristone é usado na prática clínica para indução de aborto, parto, bem como para o tratamento de piometra e outras patologias causadas pela alta exposição à progesterona como hiperplasia endometrial cística (BHATTI et al., 2007, LEE et al., 2006). Indução de parto A indução do parto em cadelas tem sido obtida de forma segura através da aplicação de aglépristone no dia 58 da gestação, considerando a cópula como o dia 0. Antes da aplicação do antiprogestágeno, deve ser realizada ultrassonografia para verificar a viabilidade fetal (BAAN et al., 2005). BAAN et al. (2005) utilizaram uma dose 15mg/kg por duas vezes em intervalos de 9 horas, com parto ocorrendo 32 horas após o tratamento. Outros autores recomendam uma única administração de aglépristone, mas em associação com ocitocina e análogo da prostaglandina F2α (FIENI et al., 2001). No entanto, apesar da aglépristone administrada em duas doses induzir o parto normalmente, a ocitocina foi necessária com o decorrer do parto. Hiperplasia endometrial cística/Piometra/metrite A piometra canina é uma enfermidade que acomete cadelas intactas, maduras sexualmente, sendo geralmente diagnosticada de quatro semanas a quatro meses após o estro (SMITH, 2006). Portanto, a piometra (significando literalmente pus no útero) é uma doença do diestro e que difere da metrite pós-parto ou mucometra (FIENI, 2006, VERSTEGEN et al., 2008). A enfermidade mais comum do útero da cadela é o complexo hiperplasia endometrial cística (HEC), sendo a mesma associada à piometra. A HEC permite que bactérias comensais da vagina proliferem no útero ao final do estro, e tal processo degenerativo favorece a piometra, que é mediada pela exposição à progesterona (FIENI, 2006). Tradicionalmente a piometra tem sido tratada através da ovariosalpingohisterectomia (OSH), mas tal tratamento só pode ser realizado em cadelas que podem ser exposta ao procedimento
  • 26. I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA) 26 anestésico (FIENI, 2006). Além disso, a cirurgia é processo que interrompe definitivamente a capacidade reprodutiva da cadela. Ao tratar uma cadela com piometra, o objetivo inicial é estabilizar a paciente, e posteriormente remover os efeitos indesejáveis da progesterona seja diretamente (luteólise) ou indiretamente (antiprogestágenos). Muitas vezes, quando o tratamento de escolha foi a OSH, mas a paciente não está em condições de ser submetida a uma anestesia, uma terapia inicial de remoção dos efeitos da progesterona faz-se necessário. Nesse sentido, os bloqueadores dos receptores de progesterona mostram-se efetivos em um alto percentual de cadelas não somente com piometra (aberta ou fechada), bem como na metrite. O aglépristone é um bloqueador dos receptores de progesterona que vem sendo largamente utilizado na clínica de pequenos animais. O fabricante recomenda a administração por via subcutânea de 10mg/Kg nos 1,2 e 8 após início dos sintomas e podendo ser necessária uma aplicação no dia 14. Nos casos de metrite, os relatos são de cura com uso de aglépristone em no máximo quatro semanas de tratamento (FIENI, 2006). Já em relação aos casos de piometra, o sucesso está em uma média de 60% (Fieni, 2006), mas somente após 90 dias do início do tratamento, sendo muitas vezes necessárias duas doses além do tratamento recomendado (FIENI, 2006).A terapia com anti- progestágenos pode ter sua eficiência aumentado com o uso de análogos da prostaglandina F2α (FIENI, 2006, VERSTEGEN et al., 2008). Prostaglandinas A prostaglandina-F2α apresenta atividade luteolítica e uterotônica, proporcionando a drenagem do conteúdo uterino, e por isso tem sido utilizada em tratamentos de piometra (FIENI, 2006). As prostaglandinas naturais (dinoprost tromethamina) são preferidas às sintéticas, como o cloprostenol, pois induz contrações uterinas mais fortes. No entanto, o cloprostenol foi utilizado em associação com aglépristone nos dias 3 a 7 do tratamento, na dose de 1µg/Kg por dia (via SC), proporcionando um aumento aproximado de 20% na eficiência do tratamento (Fieni, 2006). Na terapia com prostaglandinas naturais, recomenda-se iniciar com uma dose de 10µg/Kg, 5 vezes ao dia e aumentar gradativamente para 25 µg/Kg e 50 µg/Kg no terceiro dia. Utilizando tal esquema, os efeitos colaterais são mínimos e desaparecem após as primeiras duas ou três aplicações
  • 27. I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA) 27 (FIENI, 2006). Tais efeitos incluem vômitos, diarreia e dor moderada a intensa, mas que desaparece após 30 minutos. Os efeitos com cloprostenol são menores, mas para evitar o risco de tais efeitos, tal terapia deve ser instituída em cadelas jovens e que não tenham disfunção renal ou cardíaca (FIENI, 2006). Agonistas da Dopamina Os agonistas da dopamina como a bromocriptina e cabergolina são derivados do ergot e que exercem um efeito antiprolactínico (GOBELLO, 2006). Dessa forma, podem suprimir a função luteal em condições dependentes de progesterona como piometra, gestações indesejadas (NÖTHLING et al., 2003), pseudogestação (OKKENS et al., 1996) e tumores mamários (GOBELLO, 2006). Tanto a bromocriptina como a cabergolina tem sido utilizada em associação com baixas doses prostaglandinas naturais e sintéticas para o tratamento da piometra (ONCLIN; VERSTEGEN, 1996), com uma taxa de sucesso de 82% (CORRADA et al., 2006a). A cabergolina causa menos efeitos colaterais e pode ser administrada uma vez ao dia, em comparação a duas ou três administrações diárias para a bromocriptina (VERSTEGEN et al., 2008). A associação de cabergolina (5 µg/Kg/dia) por sete dias e cloprostenol (5 µg/Kg) a cada três dias foi bastante eficaz (86%) em dez dias de tratamento. Os efeitos colaterais pelo uso de prostaglandinas podem ser diminuídos com a redução da dose, mas necessitaria de administrações frequentes, o que tornaria o protocolo menos prático (VERSTEGEN et al., 2008). A associação de prostaglandinas naturais seja com cabergolina ou bromocriptina (25 µg/Kg;3x ao dia) por 7 dias segue o mesmo regime para as prostaglandinas sintéticas,inclusive com doses similares (VERSTEGEN et al., 2008). Indução do estro Atualmente, a procura por parte de criadores de cães vem aumentando no que diz respeito à protocolos de indução de estro. Dentre os motivos, podemos citar os problemas de infertilidade, seja de cadelas que nunca entraram no cio, ou mesmo de algumas que pararam de entrar, e podemos citar ainda tutores que desejam antecipar o cio para que as cadelas venham a parir em uma determinada época.
  • 28. I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA) 28 Entre os protocolos de indução de estro podemos citar as gonadotrofinas, agonistas de GnRH e agonistas dopaminérgicos. No entanto, a maioria dos tratamentos nas cadelas não tem resultados satisfatórios, principalmente pela falta de conhecimento da fisiologia reprodutiva da espécie. Além da bromocriptina e cabergolina, temos a metergolina que é um antagonista da serotonina, exercendo efeitos doparminérgicos em altas doses (GOBELO, 2006). Tais fármacos tem a capacidade encurtar o intervalo interestral em cadelas, seja por antecipar a regressão lutel ou encurtar o anestro. Tal ação ainda não está totalmente esclarecida, visto que a indução de estro por tais agentes não é dependente do decréscimo nos níveis de prolactina. Protocolos utilizando bromocriptina (20ug/Kg, VO, bid) um a cinco dias após o pique de LH até o aparecimento do proestro, reduziu o intervalo interestral em aproximadamente 120 dias, comparando-se com cadelas controle (GOBELO, 2006). Além disso, uma taxa de gestação superior a 60% foi observada (Van HAAFTEN et al., 1989). Já na utilização da metergolina, em um protocolo aplicando-se 12,5mg, IM, a cada 3 dias entre 78 e 161 dias após o proestro, observou-se uma redução de aproximadamente 2 meses no intervalo interestral, comparando-se com cadelas que não receberam o tratamento. Um efeito colateral da alta dose metergolina é a manifestação de vômitos (KUSUMA; TAINTURIER, 1993). Com relação ao protocolo utilizando a cabergolina (5ug/Kg/dia/VO) em cadelas com anestro prolongado, o mesmo proporcionou a indução do estro após 5 a 18 dias de tratamento e gestação em todas as cadelas tratadas (21). Outro trabalho com o mesmo agente (30 dias após pique de LH) resultou na redução no intervalo interestral de 216 para 66 dias. No entanto, nenhuma cadela ficou gestante, provavelmente devido a uma regeneração endometrial inadequada (JEUKENNE; VERSTEGEN, 1997). CONSIDERAÇÕES FINAIS Um dos fatores para o sucesso de uma terapia hormonal na cadela depende de um melhor entendimento da fisiologia reprodutiva canina. Ao se indicar uma terapia hormonal, deve ser considerada real necessidade da mesma, em virtude de efeitos colaterais, consequências para o potencial reprodutivo e ainda, o custo. Muitas vezes, a única forma de resolução de enfermidades reprodutivas é através da intervenção cirúrgica, levando a uma contracepção definitiva. No que diz
  • 29. I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA) 29 respeito aos protocolos de indução de estro, importante avisar aos tutores das cadelas que nem sempre os resultados são satisfatórios e que mesmo induzindo o estro, tal fato não implica em uma certeza de gestação. REFERÊNCIAS BAAN M., TAVERNE M., KOOISTRA H., DE GIER J., DIELEMAN S. & OKKENS A. Induction of Parturition in the Bitch with the Progesterone-Receptor Blocker Aglepristone. Theriogenology, v.63, p.1958- 1972, 2005. BHATTI S.F., RAO N.A., OKKENS A.C., MOL J.A., DUCHATEAU L., DUCATELLE R., VAN DEN INGH T.S., TSHAMALA M., VAN HAM L.M. & CORYN M. Role of Progestin-Induced Mammary- Derived Growth Hormone in the Pathogenesis of Cystic Endometrial Hyperplasia in the Bitch. Domestic Animal Endocrinology , v.33, p.294-312, 2007. CONCANNON P., MCCANN J. & TEMPLE M. Biology and Endocrinology of Ovulation, Pregnancy and Parturition in the Dog. Journal of Reproduction and Fertility. Supplement 39, p.3-25, 1988. CONCANNON P.W. Reproductive Cycles of the Domestic Bitch. Animal Reproduction Science, v. 124, p.200-210, 2011. CORRADA Y., ARIAS D., RODRIGUEZ R., TORTORA M. & GOBELLO C. Combination Dopamine Agonist and Prostaglandin Agonist Treatment of Cystic Endometrial Hyperplasia–Pyometra Complex in the Bitch. Theriogenology, v. 66, p.1557-1559, 2006a. CORRADA Y., HERMO G., JOHNSON C., TRIGG T. & GOBELLO C. Short-Term Progestin Treatments Prevent Estrous Induction by a Gnrh Agonist Implant in Anestrous Bitches. Theriogenology, v. 65, p.366- 373, 2006b. FIENI F. Clinical Evaluation of the Use of Aglepristone, with or without Cloprostenol, to Treat Cystic Endometrial Hyperplasia-Pyometra Complex in Bitches. Theriogenology, v.66, p.1550-1556, 2006. FIENI F., MARNET P., MARTAL J., SILIART B., TOUZEAU N., BRUYAS J. & TAINTURIER D. Comparison of Two Protocols with a Progesterone Antagonist Aglepristone (Ru534) to Induce Parturition in Bitches. Journal of Reproduction and Fertility-Supplement, p.237-242, 2001. GOBELLO, C. Dopamine Agonists, Anti-Progestins, Anti-Androgens, Long-Term-Release Gnrh Agonists and Anti-Estrogens in Canine Reproduction: A Review. Theriogenology, v.66, p.1560-1567, 2006.
  • 30. I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA) 30 GÖRLINGER S., GALAC S., KOOISTRA H. & OKKENS A. Hypoluteoidism in a Bitch. Theriogenology, v. 64, p.213-219, 2005. JEUKENNE P., VERSTEGEN J. Termination of diestrus and induction of oestrus in diestrous non-pregnant bitches by the prolactina antagonist cabergoline. Journal of Reproduction and Fertility, v. 51, p.59–66, 1997. JOHNSTON S., ROOT-KUSTRITZ M. & OLSON P. Canine and Feline Theriogenology. Philadelphia, WB Saunders Company, 2001. KUSUMA P.S.H., TAINTURIER D. Comparison of induction of oestrus in dogs using metergoline, metergoline plus human chorionic gonadotrophin, or pregnant mare serum gonadotrophin. Journal of Reproduction and Fertility, v. 47, p.363–370, 1993. LEE W., KOOISTRA H., MOL J., DIELEMAN S. & SCHAEFERS-OKKENS A. Ovariectomy During the Luteal Phase Influences Secretion of Prolactin, Growth Hormone, and Insulin-Like Growth Factor-I in the Bitch. Theriogenology v.66, p.484-490, 2006. NÖTHLING J.O., GERBER D., GERSTENBERG C., KAISER C. & DÖBELI M. Abortifacient and Endocrine Effects of Metergoline in Beagle Bitches During the Second Half of Gestation. Theriogenology , v.59, p.1929-1940, 2003. OKKENS A., DIELEMAN S., KOOISTRA H. & BEVERS M. Plasma Concentrations of Prolactin in Overtly Pseudopregnant Afghan Hounds and the Effect of Metergoline. Journal of Reproduction and Fertility. Supplement v.51,p. 295-301, 1996. ONCLIN K. & VERSTEGEN J. Practical Use of a Combination of a Dopamine Agonist and a Synthetic Prostaglandin Analogue to Terminate Unwanted Pregnancy in Dogs. Journal of Small Animal Practice, v. 37, p.211-216, 1996. ROOT KUSTRITZ M.V. Managing the Reproductive Cycle in the Bitch. Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice , v.42,p. 423-437, 2012. Smith F.O. Canine Pyometra. Theriogenology, v. 66, p.610-612, 2006. TSUTSUI, T. Effects of Ovariectomy and Progesterone Treatment on the Maintenance of Pregnancy in Bitches. Japanese Journal of Veterinary Science, v. 45, 1983. Van HAAFTEN B., DIELEMAN S.J., OKKENS A.C., BEVERS M.M.,WILLEMSE A.H. Induction of estrus and ovulation in dogs by treatment with PMSG and/or bromocriptine. Journal of Reproduction and Fertility Supplement, v. 39,p.330–331, 1989.
  • 31. I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA) 31 VERSTEGEN J., DHALIWAL G. & VERSTEGEN-ONCLIN K. Mucometra, Cystic Endometrial Hyperplasia, and Pyometra in the Bitch: Advances in Treatment and Assessment of Future Reproductive Success. Theriogenology, v.70, p.364-374, 2008. VICENTE W.R.R., TONIOLLO G.H., DA ROSA SOBREIRA L.F., LAUS J.L., DA SILVA V.M.S. & DE MORAES F.R. Avaliação anátomo histopatológica do efeito do acetato de medroxiprogesterona e do acetato de megestrol Sobre o útero de cadelas adultas. Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science 28, 219-229, 1991. WANKE M., LOZA M. & REBUELTO M. Progestin treatment for infertility in bitches with short interestrus interval. Theriogenology, v. 66,p. 1579-1582, 2006. WILBORN R.R. & MAXWELL H.S. Clinical approaches to infertility in the bitch. Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice, v. 42,p. 457-468, 2012.
  • 32. I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA) 32 A interferência do Estresse e da Resposta Inflamatória na Reprodução de Vacas Leiteiras Stress and Inflammatory Response and their influence on Reproduction of Dairy Cows Artur Cezar de Carvalho Fernandes1 , Lúcio Esmeraldo Honório de Melo1 , Ronaldo Luiz Aoki Cerri2 1 Universidade Federal Rural de Pernambuco,Recife/PE; 2 University of British Columbia, Canadá. E- mail: artur_vet@yahoo.com.br RESUMO Considerando aspectos detalhados da fisiopatogenia da resposta inflamatória, assim como da resposta ao estresse, esta revisão de literatura propõe uma abordagem profunda da relação entre tais processos e a fertilidade em vacas de leite. Muitas são as evidências da interação entre mediadores inflamatórios e hormônios do estresse com a eficiência reprodutiva destes animais, principalmente no que se refere ao desenvolvimento folicular, ovulação e manutenção da atividade luteal. Desta forma, há a perspectiva de fomentar uma avaliação crítica quanto aos meios pelos quais o manejo falho e suas consequências interferem nodesempenho reprodutivo da bovinocultura leiteira. Palavras-chave: Inflamação, morte embrionária, mediadores inflamatórios, gado de leite. INTRODUÇÃO A exigência por uma elevada produção, associada à situação sanitária a que os rebanhos leiteiros são submetidos, comprometem a saúde dos mesmos em seus aspectos produtivos e sanitários. Nesse contexto, inserem-se diversas enfermidades, dentre elas a mastite bovina, afecção com grande incidência no mundo, que além de comprometer a qualidade e produção de leite, gera altos custos com tratamentos e serviços veterinários (DEGO et al., 2002; AKERS; NICKERSON, 2011). Atualmente, a mastite vem sendo amplamente utilizada e discutida no meio científico como modelo para o estudo das interações da resposta inflamatória com diferentes tecidos. Estudos recentes ressaltam a interferência da mastite não apenas na produção leiteira, como também em aspectos reprodutivos (AHMADZADEH et al., 2009, SANTOS et al., 2004). Nesse contexto, a literatura mostra que animais que apresentaram mastite no período compreendido entre a primeira inseminação e a confirmação da gestação necessitaram de um maior número de inseminações e, consequentemente, apresentaram um maior intervalo entre partos, comprometendo economicamente a bovinocultura de leite (BARKER et al., 1998; SANTOS et al., 2004). Assim, admite-se haver interferência da mastite na fase inicial da gestação (fase embrionária), com provável
  • 33. I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA) 33 interferência da complexa resposta imunológica do organismo frente às bactérias, e sua interação com o também complexo processo de reconhecimento materno-fetal e manutenção da gestação (SOTO et al., 2003; HANSEN et al., 2004). A atividade das células do sistema imunológico na fisiopatogenia da mastite bovina é regulada por citocinas pró-inflamatórias, as quais, dentre outras funções, aumentam a atividade bactericida de neutrófilos e macrófagos. Sabe-se atualmente que uma grande diversidade de citocinas, tais como as Interleucinas (IL- 1B, IL-2, IL-6, IL-8, IL-12), o Interferon gama (INF-ˠ), o fator de necrose tumoral (TNF- α) e a Prostaglandina (PGF2α). Algumas dessas citocinas, ao ativarem moléculas e/ou estimularem a produção de outras citocinas, interferem direta ou indiretamente no útero e no ovário, comprometendo o funcionamento, por exemplo, do controle neuroendócrino do ciclo estral e do processo de luteólise (SKARZYNSKI, 2000; SLEBODZINSKI, 2002; ALLUWAIMI, 2003). Além da resposta inflamatória, o estresse tem marcante interferência na eficiência reprodutiva. A estreita relação entre o eixo hipotalâmico-pituitário (HP) com o sistema nervoso central (SNC), e ainda com os hormônios que controlam diferentes sistemas fisiológicos, demonstra a importância deste eixo na resposta ao estresse. Ao reconhecer a importância do eixo HP, também na fisiologia da reprodução, podemos considerar que uma resposta ao estresse poderá também interferir no controle neuroendócrino da reprodução (MOBERG, 1985). Nesse contexto, o estresse vem sendo colocado como fator limitante da fertilidade por comprometer o crescimento folicular, a ovulação, a produção dos hormônios reprodutivos e ainda, o comportamento de cio em vacas de leite (MORRIS et al., 2011). Nesse contexto, esta revisão de literatura apresenta aspectos que possibilitem o aprofundamento à cerca da fisiopatogenia das respostas inflamatória e da resposta ao estresse, bem como a interferência de seus mediadores e hormônios na eficiência reprodutiva em vacas de leite. Resposta inflamatória e fertilidade O manejo reprodutivo tem interferência direta sobre os índices de produção leiteira de uma propriedade, uma vez que os mesmos dependem do retorno das vacas à condição de gestante (LUCY, 2001). Nesse contexto, estudos vêm sendo realizados para elucidar a patogenia de
  • 34. I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA) 34 enfermidades que interferem direta ou indiretamente nos tecidos reprodutivos, resultando, por exemplo, em intervalos entre partos mais longos (PETERS, 1984; SARTORI, 2007). Dentre essas enfermidades, a mastite vem sendo bastante estudada e associada à diminuição do desempenho reprodutivo de rebanhos leiteiros (BARKER et al., 1998; SANTOS et al., 2004). Estudos pioneiros de Moore et al. (1991) evidenciam a associação entre a mastite e as alterações no intervalo interestro, em uma propriedade com predominância de casos de mastite por bactérias gram- negativas. Posteriormente Barker et al. (1998) demonstraram que vacas que apresentaram mastite no período entre a primeira inseminação e a confirmação do diagnóstico gestacional, necessitaram de um maior número de inseminações para confirmar a gestação, sugerindo assim a associação da mastite com a ausência da ovulação no estro, falha na fertilização ou mortalidade embrionária.Em 2001, ao avaliar vacas portadoras de mastite e vacas não portadoras da mesma, Schrick e colaboradores observaram que os animais com mastite necessitaram de um maior número de inseminações artificiais para se confirmar a gestação, em relação ao grupo de vacas que não apresentaram a infecção, reforçando o trabalho de Barker et al. (1998). O mecanismo que associa a mastite com a diminuição da capacidade reprodutiva em vacas ainda é pouco esclarecido (SOTO et al., 2003ab), porém, diversos estudos foram realizados para esclarecer tal mecanismo (MOORE et al., 1991; BATTAGLIA et al., 1997; BARKER et al., 1998; HOCKETT et al., 2000; SANTOS, et al., 2004). Diversos aspectos associados a um processo infeccioso podem comprometer a atividade reprodutiva de um animal, e uma possibilidade é o aumento da temperatura corpórea que frequentemente ocorre durante o estabelecimento de uma resposta inflamatória (HANSEN et al., 2004). A destarte, sabe-se que o estresse calórico durante a fase de maturação do oócito ou da fase inicial do desenvolvimento embrionário, está associado com a diminuição da sobrevivência embrionária (PUTNEY et al., 1988; EALY et al., 1993). Além disso, Edwards e Hansen (1997) ressaltam que o aumento da temperatura durante o período de maturação do oócito, ou durante o início da clivagem embrionária, compromete o desenvolvimento subsequente do embrião. Sabe-se que durante o processo infeccioso, endotoxinas produzidas pelos microrganismos presentes na glândula mamária, interferem direta ou indiretamente no processo de maturação do oócito, na fertilização e na fase inicial do desenvolvimento embrionário (SOTO et al., 2003ab;
  • 35. I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA) 35 HANSEN et al., 2004). Dentre as endotoxinas, destaca-se o lipopolissacarídeo (LPS), presente na parede de bactérias gram-negativas (SOTO et al., 2003ab).Sua interferência nos tecidos reprodutivos ainda necessita de maiores esclarecimentos, porém, alguns estudos associam a diminuição do desenvolvimento embrionário, em cultura de embriões de ratos, na presença de LPS (DUBIN et al., 1995). De forma complementar, Athanassakis et al. (2000) observou a redução do desenvolvimento embrionário em ratos, apenas quando esses embriões foram também expostos ao fator de necrose tumoral (TNF-α). Outras moléculas envolvidas na fisiopatogenia da mastite, e que podem interferir no desempenho reprodutivo, são as citocinas e demais moléculas bioativas produzidas em resposta ao processo infeccioso. Células presentes no leite de vacas com mastite apresentam aumento na expressão gênica de mRNA de interleucina (IL) - 1α, IL-1β, TNF-α, IL-10 e IL-12 (RIOLLET et al., 2001). A prostaglandina F2α (PGF2α) e o óxido nítrico (ON) também são produzidos em resposta ao processo infeccioso e são associados a falhas no processo de desenvolvimento embrionário (SOTO et al., 2003b). Em diversos tecidos, como por exemplo o endométrio, há o aumento na produção de PGF2α em reposta aos LPS, ON e citocinas inflamatórias como IL-1β e o TNF-α (DAVIDSON et al., 1995; LEUNG et al., 2001). Dentre essas substâncias, o TNF-α, ON e a PGF2α, podem afetar o desenvolvimento embrionário pela ação prévia sobre os oócitos ou diretamente no desenvolvimento embrionário (SOTO et al., 2003ab). A síntese endometrial da prostaglandina é controlada por diversas citocinas, dentre elas o TNF-α, que eleva a secreção de PGF2α em cultivos de células do endométrio bovino (SKARZYNSKI et al., 2000), e pela IL-1β, responsável por estimular a produção de PGF2α e PGE2 (DAVIDSON et al., 1995). Desta forma, é possível que o aumento de citocinas na corrente sanguínea, em decorrência de um processo inflamatório, induza uma produção endometrial de PGF2α resultando em uma luteólise prematura (HANSEN et al., 2004). Além dos efeitos da PGF2α, resultando em luteólise, sabe-se que a IL-1β compromete o desenvolvimento do estroma endometrial (DAVIDSON et al., 1995) e o INF-α reduz a proliferação das células epiteliais do oviduto (KAMWANJA e HANSEN, 1993). Outras citocinas pró-inflamatórias, como a IL-1 a IL-2, podem ser expressas no endométrio e são também consideradas fatores luteolíticos provenientes de processos inflamatórios. Bany
  • 36. I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA) 36 eKennedy (1995) demonstraram evidências da produção de prostaglandina induzida pela IL-1, através do aumento da expressão da ciclo-oxigenase 2 (COX-2), uma importante enzima envolvida na síntese de PGF2α. Além disso, Leung et al. (2000), evidenciaram a capacidade da IL-2 em estimular PGF2α durante a fase luteal tardia. Resposta ao estresse e sua relação com a fisiologia da reprodução O conceito de estresse está associado a fatores que levam a uma redução no potencial de expressão genética de um indivíduo, e ainda à inabilidade de um animal de se relacionar harmoniosamente com o ambiente. Atualmente o estresse está intimamente relacionado com a subfertilidade e vem sendo estudado como um fator de impacto negativo na eficiência reprodutiva de gado de leite (DOBSON; SMITH, 2000). No manejo de gado de leite, dois tipos de estresse combinam-se comumente, o físico (altas temperaturas, privação de alimento e/ou de água, descarga elétrica, cirurgia, dor e doenças) e o psicológico (medo, mudança de manejo e/ou de ambiente, inserção em um novo grupo, isolamento) (GRANDIN, 1997, 1998; LYNCH, 2010). Independentemente do tipo de estresse, a resposta neuroendócrina estimulada pelo fator estressante leva a ativação dos eixos Hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA) e Simpático-adrenomedular (SAM), e consequentemente, à produção de glicocorticóides (cortisol) e catecolaminas (adrenalina e noradrenalina). A estreita relação entre o eixo HP com o SNC, e ainda com os hormônios que controlam diferentes sistemas fisiológicos, demonstra a importância do eixo HP na resposta ao estresse. Ao reconhecer a importância do HP, também na fisiologia da reprodução, somos conduzidos a considerar que qualquer resposta a estresse poderá também interferir no controle neuroendócrino da reprodução (MOBERG, 1985). Nesse sentido, aspectos associados à fisiologia do estresse vêm sendo associados ao comprometimentodo crescimento folicular, da ovulação, e ainda, do comportamento de cio em vacas de leite (MORRIS et al., 2011). O ciclo ovulatório deve ocorrer em consonância com uma série de eventos neuroendócrinos sincronizados, sobre influência do eixo hipotalâmico-pituitário-gonadal. Durante a fase de desenvolvimento folicular, a produção GnRH (gonadotrophin-release hormone) controla a produção de FSH (follicle stimulating hormone) and LH (luteinizing hormone), que são responsáveis pelo
  • 37. I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA) 37 recrutamento de novas ondas foliculares e manutenção do desenvolvimento das mesmas, respectivamente. O crescimento folicular leva ao aumento na concentração de estrógeno, o que resulta no feedback positivo a nível de hipotálamo, seguido do pico pré-ovulatório de GnRH e LH (HAFEZ, 2004). A principal influência do estresse sobre a atividade ovariana está associada à redução dos pulsos de GnRH/LH, devido a um inadequado suporte de LH. Desta forma, haverá um crescimento lento dos folículos, bem como a diminuição da produção de E2, e consequente efeito sobre a ovulação, podendo gerar ausência ou atraso da mesma (DOBSON; SMITH, 2000). Nesse contexto, Morris et al. (2011), considerando a laminite como um fator de estresse, demonstrou que 21% de vacas com a afecção falharam na expressão do cio ou não ovularam. Além disso, 29% desses animais, ao serem submetidos a um protocolo de sincronização, não produziram um folículo funcional. As falhas citadas foram associadas à redução da frequência do pulso de LH, baixa concentração de estradiol ou baixa responsividade ao mesmo, e à ausência do pico de LH. Em consonância com o estudo acima, Dobson e Smith (2000) demonstraram que quando ativado o eixo HPA, por algum fator estressante, a ativação do hipotálamo e da glândula pituitária resulta em um menor pulso de GnRH/LH, expondo assim, o ovário a um suporte inadequado de LH. A interferência do estresse sobre a produção de GnRH/LH pode ocorrer de diferentes formas, como por exemplo durante uma resposta crônica, onde o pulso de GnRH/LH estimulará o crescimento folicular, porém não o suficiente para realizar a ovulação. Outro aspecto a ser considerado é a formação de cistos ovarianos, associados à ocorrência de pulsos com frequência suficiente para o desenvolvimento folicular a estágios avançados, porém lento o suficiente para comprometer a sincronização entre a produção de E2 e o pico de LH, não ocorrendo a ovulação (DOBSON; SMITH, 2000). A resposta inflamatória como um fator de estresse Da mesma forma que não é fácil definir estresse, classificá-lo como crônico ou agudo também não é algo simples, principalmente ao considerar que temos diferentes tipos de estresse. Porém, levando-se em conta o estímulo clássico do estresse, sobre os eixos HPA e SAM, o estresse crônico está associadoà uma elevada resposta do eixo HPA, e consequente aumento dos níveis de
  • 38. I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA) 38 cortisol, conhecida como resposta passiva. Por outro lado, a resposta aguda ao estresse está associada à elevada responsividade do eixo SAM, caracterizada pela produção de catecolaminas, sendo conhecida como resposta ativa ou fight or flight (KOOLHAAS et al., 1999; COHEN, 2000; SUSAN; CARYL, 2007). Considerando o estresse em seu amplo conceito, um processo inflamatório pode ser considerado um fator de estresse, sendo essa resposta associada primariamente à produção de citocinas e proteínas de fase aguda (PFA), que podem direta ou indiretamente ativar o eixo HPA e estimular a resposta clássica ao estresse, resultando na liberação do cortisol. Assim, a inflamação crônica caracteriza-se pelo aumento moderado, porém constante, de citocinas e PFA, enquanto que, a inflamação aguda está associada à elevação dos níveis plasmáticos das citocinas pró-inflamatórias e PFA, seguido da redução a níveis basais, uma vez cessado o estímulo (ANDREASEN et al., 2008). A reposta imunológica é mediada por uma complexa troca de sinais entre os sistemas nervoso, endócrino e imunológico. Além disso, assim como ocorre no controle neuroendócrino da reprodução, fatores estressantes podem afetar a resposta imunológica pela ativação dos eixos HPA e SAM, estimulando a liberação de glicocorticoides e catecolaminas, respectivamente. A imunomodulação, consequência da ação desses hormônios ou células imunes, pode ocorrer diretamente, através de receptores de superfície, ou indiretamente, pela desregulação induzida pelas citocinas (GLASER; KIECOLT-GLASER, 2005), o que leva a alteração no padrão de migração celular, secreção de citocinas, atividade humoral e proliferação celular (MADDEN; LIVNAT, 1991). Considerando que uma resposta inflamatória prolongada leva a liberação de cortisol, caracterizando um feedback negativo com o objetivo de cessar a resposta imunológica, alguns estudos vêm sendo desenvolvidos para avaliar a interferência da resposta inflamatória sobre aspectos reprodutivos como a qualidade e o grau de desenvolvimento de oócitos e embriões, o ambiente uterino e a função ovariana. Uma vez desafiado imunologicamente por bactérias gram-negativas ou mesmo infusões de endotoxinas, citocinas como IL-1, IL-6 e TNF-α são produzidas, além de PGF2α e óxido nítrico (ON), e outros mediadores imunológicos. Nesse contexto um baixo desempenho reprodutivo pode estar associado ao fato que o TNF-α interfere na maturação dos oócitos bovinos (SOTO et al., 2003a). Além disso, estudos demonstram os efeitos em embriões cultivados em meios sobre a influência do TNF-α, PGF2α, ou ON, resultando em embriões com elevado grau de apoptose
  • 39. I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA) 39 celular ou apresentando um insatisfatório desenvolvimento para estágio de blastocisto (PAMPFER et al., 1994; CHEN et al., 2001; SOTO et al., 2003b). CONSIDERAÇÕES FINAIS Esta revisão possibilita uma abordagem diferenciada sobre os aspectos da fisiopatogenia da resposta inflamatória e da resposta ao estresse, bem como a conceituação de suas estreitas relações com os aspectos reprodutivos de vaca de leite. Essa compreensão faz-se necessária na perspectiva da melhora na eficiência reprodutiva desses animais, minimizando os efeitos negativos do manejo a que os mesmos são geralmente submetidos, resultando em uma elevada incidência de afecções, como por exemplo a mastite, além do estresse térmico e metabólico, comumente observados. REFERÊNCIAS AHMADZADEH, A., FRAGO, F., SHAFII, B., DALTON, J.C., PRICE, W.J., MCGUIRE, M.A. Effect of clinical mastitis and other diseases on reproductive performance of Holstein cows.Animal Reproduction Science. 112, 273–282. 2009. AKERS, R.M. & NICKERSON, S.C. Mastitis and its impact on structure and function in the ruminant mammary gland. J. Mammary Gland Biol. Volume 2, 1-4. 2011. ALLUWAIMI, A.M., LEUTENEGGER C.M., FARVER, T.B., ROSSITTO, P.V., SMITH, W.L., CULLOR, J.S. The Cytokine Markers in Staphylococcus aureus Mastitis of Bovine Mammary Gland. J. Vet. Med. 50, 105–111. 2003. ANDREASEN, A. S; KRABBE, K. S; KROGH-MADSEN, R; TAUDORF, S; PEDERSEN, B. K; MØLLER, K. Human endotoxemia as a model of systemic inflammation. Curr Med Chem. 15(17): 1697-705, 2008. ATHANASSAKIS I.; AIFANTIS I.; BARITAKIS S.; FARMAKIOTIS V.; KOUMANTAKIS E.; VASSILIADIS S. Nitric oxide production by pre-implantation embryos in response to embryotoxic factors. Cell Physiol Biochem; 10:169–176, 2000. BANY, B. M. & KENNEDY, T.G. Interleukin-1β regulates prostaglandin production and cyclooxygenase activity in sensitized rat endometrial stromal cells in vitro. Biology of Reproduction 53 126–132. 1995. BARKER, A.R., SCHRICK, F.N., LEWIS, M.J., DOWLEN, H.H., OLIVER, S.P. Influence of clinical mastitis during early lactation on reproductive performance of Jersey cows. J Dairy Sci. 81, 1285–1290, 1998.
  • 40. I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA) 40 BATTAGLIA D.F; BOWEN J.M; KRASA H.K; THRUN L.A; VIGUIE´C; KARSCH F.J. Endotoxin inhibits the reproductive neuroendocrineaxis while stimulating adrenal steroids: a simultaneous view from hypophyseal portal and peripheral blood. Endocrinology; 138:4273–4281,1997. CHEN, H.W.; W.S. JIANG, AND C.R. TZENG. 2001. Nitric oxide as a regulator in preimplantation embryo development and apoptosis. Fertil. Steril. 75: 1163. COHEN J. I. Stress and mental health: a biobehavioral perspective. Issues Ment Health Nurs;21:185-202. 2000. DAVIDSON J.A.; TIEMANN U.; BETTS J.G.; HANSEN P.J. DNA synthesis and prostaglandin secretion by bovine endometrial cells as regulated by interleukin-1. Reprod Fertil Dev; 7:1037–1043. 1995. DEGO, O.K., VAN DIJK, J.E., NEDERBRAGT, H. Factors involved in the early pathogenesis of bovine Staphylococcus aureus mastitis with emphasis on bacterial adhesion and invasion.. Vet Quart. 24, 181- 198. 2002 DOBSON,H. SMITH, R.F. What is stress, and how does it affect reproduction? Animal Reproduction Science 60–61, 743–752. 2000. DUBIN N.H.; BORNSTEIN D.R.; GONG Y. Use of endotoxin as a positive (toxic) control in the mouse embryo assay. J Assist Reprod Genet; 12:147–152. 1995. EALY A.D.; DROST M.; HANSEN P.J. Developmental changes in embryonic resistance to adverse effects of maternal heat stress in cows. J Dairy Sci; 76:2899–2905. 1993. EDWARDS J.L.; HANSEN P.J. Differential responses of bovine oocytes and preimplantation embryos to heat shock. Mol Reprod Dev; 46:138–145. 1997. GLASER, R & KIECOLT-GLASER, J.K. Stress-induced immune dysfunction: implications for health. Nature Reviews Immunology. 5. 243-251. 2005. GRANDIN, T. Assessment of stress during handling and transport. J Anim Sci 75, 249-257. 1997. GRANDIN, T. Review: Reducing handling stress improves both productivity and welfare. Anim Sci 14, 1-10. 1998. HAFEZ, E. S. E.; HAFEZ, B. Animal Reproduction. 7. ed. São Paulo - Brazil: Manole, 513 p. 2004.
  • 41. I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA) 41 HANSEN P.J.; SOTO P.; NATZKE R.P. Mastitis and fertility in cattle – possible involvement of inflammation or immune activation in embryonic mortality. AJRI 2004; 51:294–301. Blackwell Munksgaard, 2004. HANSEN, P.J., SOTO, P., NATZKE, R.P. Mastitis and fertility in cattle – possible involvement of inflammation or immune activation in embryonic mortality. AJRI. 51, 294–301. 2004. HOCKETT M.E.; HOPKINS F.M.; LEWIS M.J.; SAXTON A.M.; DOWLEN H.H.; OLIVER S.P.; SCHRICK F.N. Endocrine profiles of dairy cows following experimentally induced clinical mastitis during early lactation. Anim Reprod Sci; 58:241–251. 2000 KAMWANJA L.A.; HANSEN P.J. Regulation of proliferation of bovine oviductal epithelial cells by estradiol: interactions with progesterone and interferon-γ. Horm Metab Res; 25:500–502. 1993. KOOLHAAS, J. M., S. M. KORTE, S. F. DE BOER, B. J. VAN DER VEGT, C. G. VAN REENEN, H. HOPSTER, I. C. DE JONG, M. A. W. RUIE, AND H. J. BLOKHUIS. Coping styles in animals: Current status in behavior and stress-physiology. Neurosci. Biobehav. Rev. 23:925–935. 1999. LEUNG S.T.; CHENG Z.; SHELDRICK E.L.; DERECKA K.; FLINT A.P.F.; WATHES DC. The effects of lipopolysaccharide and interleukins-1a, -2 and -6 on oxytocin receptor expression and prostaglandin production in bovine endometrium. J Endocrinol; 168:497–508. 2001. LUCY, M. C. Reproductive loss in high producing dairy cattle: where will it end? J.Dairy Sci., v. 84, p. 1277- 1293, 2001. LYNCH, E. M. Characterisation of physiological and immune-related biomarkers of weaning stress in beef cattle. Thesis submitted to the National University of Ireland 2010. MADDEN, K.S. & LIVNAT, S. Catecholamine action and immunologic reactivity. In Psychoneuroimmunology, 2nd edn, (Ader, R. et al., eds), Academic Press. 1991. MOBERG, G.P. Influence on stress on reproduction: Measure of well-being. Animal Stress. pp 247-267. 1985. MOORE, D.A; CULLOR, J. S; BONDURANT, R. H; SISCHO, W. M. Preliminary field evidence for the association of clinical mastitis with altered interestrus intervals in dairy cattle. Theriogenology 36:257–265. 1991. MORRIS, M.J; KANEKO, K; WALKER, S.L; JONES, D.N; ROUTLY, J.E; SMITH, R.F; DOBSON, H. Influence of lameness on follicular growth, ovulation, reproductive hormone concentrations and estrus behavior in dairy cows. Theriogenology 1;76(4):658-68. 2011.
  • 42. I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA) 42 PAMPFER, S., Y.D. WUU, I. VANDERHEYDEN, AND R. DE HERTOGH. Expression of tumor necrosis factor-b (TNF-b) receptors and selective effect of TNFb on the inner cell mass in mouse blastocyst. Endocrinology 134: 206. 1994. PETERS, A. R. Reproductive activity of the cow in the post-partum period. I. Factors affecting the length of the post-partum acyclic period. Bras. Vet. J., v. 140, p. 76 - 84, 1984. PUTNEY D.J.; DROST M.; THATCHER W.W. Embryonic development in superovulated dairy cattle exposed to elevated ambient temperature between days 1 to 7 post insemination. Theriogenology; 30:195– 209. 1988. RIOLLET C.; RAINARD P.; POUTREL B. Cell subpopulations and cytokine expression in cow milk in response to chronic Staphylococcus aureus infection. J Dairy Sci; 84:1077–1084. 2001. SANTOS, J.E.P; THATCHER, W.W; CHEBEL, R.C; CERRI, R.L.A; GALVÃO, K.N. The effect of embryonic death rates in cattle on the efficacy of estrus synchronization programs. Animal Reproduction Science. 82–83. 513–535, 2004. SANTOS, J.E.P., CERRI, R.L.A., BALLOU, M.A., HIGGINBOTHAM, G.E, KIRK, J.H. Effect of timing of first clinical mastitis occurrence on lactational and reproductive performance of Holstein dairy cows. Animal Reproduction Science. 80, 31-45. 2004. SARTORI, R. Manejo reprodutivo da fêmea leiteira. Reprod. Anim., v. 31, p. 153 - 159, 2007. SCHRICK, F.N., HOCKETT, M.E., SAXTON, A.M., LEWIS, M.J., DOWLEN, H.H., OLIVER, S.P. Influence of subclinical mastitis during early lactation on reproductive parameters. J. Dairy Sci. 84, 1407– 1412. 2001. SKARZYNSKI D.J.; MIYAMOTO Y.; OKUDA K. Production of prostaglandin F 2a by cultured bovine endometrial cells in response to tumor necrosis factor a: cell type specificity and intracellular mechanisms. Biol Reprod; 62:1116–1120. 2000. SLEBODZINSKI, A.B.; MALINOWSKI, E.; LIPCZAK, W. Concentrations of triidothyronine (T3), tumor necrosis factor-a (TNF-a) and interleukin-6 (IL-6) in milk from healthy and naturally infected quarters of cows. Res Vet Sci. 72,17–21. 2002. SOTO P.; NATZKE R.P.; HANSEN P.J (a). Actions of tumor necrosis factor-α on oocyte maturation and embryonic development in cattle. Am J Reprod Immunol; 50:380–388. 2003.
  • 43. I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA) 43 SOTO, P.;NATZKE, R.P.; HANSEN, P.J (b). Identification of Possible Mediators of Embryonic Mortality Caused by Mastitis: Actions of Lipopolysaccharide, Prostaglandin F2a, and the Nitric Oxide Generator, Sodium Nitroprusside Dehydrate, on Oocyte Maturation and Embryonic Development in Cattle. AJRI. 50, 263–272. 2003. SUSAN J. T. AND CARYL A. N. Relationship between stress, eating behavior and obesity, Nutrition, vol. 23, no. 11-12, pp. 887-894, 2007.
  • 44. I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA) 44 Avaliação da qualidade de oócitos de cadelas e gatas em diferentes faixas etárias submetidas à ovariosalpingohisterectomia Evaluation of quality of dogs and cats oocytes at different ages undergoing hysterectomy with bilateral salpingo-oophorectomy Artur Nóbrega Carreiro1 ; Norma Lúcia de Souza Araújo2 ; Carlos Enrique Peña Alfaro2 1 Médico Veterinário Autônomo; 2 Unidade Acadêmica de Medicina Veterinária, UFCG, Campus de Patos – PB  E-mail: nlucia@cstr.ufcg.edu.br A morfologia nuclear e das células do cumulus, assim como o diâmetro oocitário são os critérios mais utilizados para selecionar oócitos aptos à maturação in vitro, sendo que, segundo a literatura, a melhor idade para a obtenção de oócitos de boa qualidade em cadelas é entre 1 e 6 anos e as gatas com idade entre um e três anos são doadoras mais aptas para coleta de oócitos de boa qualidade. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a qualidade de oócitos de cadelas e gatas em diferentes faixas etárias submetidas à ovariosalpingohisterectomia (OSH) no Hospital Veterinário do Centro de Saúde e Tecnologia Rural da Universidade Federal de Campina Grande. Foram utilizadas 12 cadelas e 12 gatas de idades entre um a oito anos e sete meses a três anos de idade, respectivamente. Para cada espécie, os animais foram divididos em dois grupos etários, sendo as cadelas com um grupo composto de animais abaixo de 5 anos e outro com animais acima de 5 anos, enquanto que, para as gatas, os grupos foram constituídos de animais com idades abaixo de 2 anos e outro com animais com idade acima de 2 anos. Após a OSH os ovários foram coletados, em seguida dissecados, pesados e mensurados. Os oócitos foram coletados através da técnica do “fatiamento” ou slicing. Foi avaliada a quantidade e a qualidade de oócitos de ambos os ovários, e os resultados dessas avaliações foram comparadas à faixa etária dos animais das diferentes espécies. Para detecção da fase do ciclo estral, foi feita a citologia vaginal em ambas as espécies. Foram coletados um total de 1.018 oócitos de gatas e 1.277 oócitos de cadelas. Nas cadelas obteve-se uma média de 13,7 ±11,6 oócitos de Grau 1 (G1), 12,7±10,5 oócitos de Grau 2 (G2) e 28±18,2 oócitos de Grau 3 (G3). Nas gatas, obteve-se uma média de 11,4±7,9 oócitos Grau 1(G1), 10,2±6,3 oócitos de Grau 2(G2), 21,1±13,5 oócitos Grau 3(G3). Os resultados indicaram um aumento na quantidade de oócitos de Grau 3 (G3) nas cadelas com idade superior a 5 anos em relação as cadelas com idade inferior a 5 anos de idade. A média de oócitos de Grau 3 (G3) recuperados nos ovários das gatas com idade inferior a 2 anos em relação aos de gatas maiores de 2 anos de idade foi semelhante. Por outro lado, observou-se uma tendência de aumento na média de oócitos de Grau 3 (G3) recuperados nos ovários nessa espécie. Com base nos resultados obtidos no presente estudo, pode-se concluir que a idade influencia na qualidade dos oócitos coletados em cadelas e gatas, no entanto, mais estudos devem ser realizados para avaliar a influência de outros fatores na qualidade de oócitos nessas espécies. Palavras-Chaves: cadelas, ovários, reprodução. Keywords: bitches, ovaries, reproduction.
  • 45. I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA) 45 Avaliação da superovulação devacas de leite mestiças criadasem sistema semiextensivo submetidas a protocolo de transferência de embrião no semiárido paraibano Evaluation of the superovulation in crossbred dairy cattle raised in semi extensive system subjected to embryo transfer protocol in the semiarid of Paraiba Naianne Araújo Felix1* ; Desirée Coelho de Mello Seal1 ; Aldcejam Martins da Fonseca Junior1 ; Herbert Adames Lira dos Santos1 ’; Luis Eduardo Pereira de Andrade Ferreira1 ; Daniel Cézar da Silva1 ¹IFPB - Campus Sousa, Medicina Veterinária, *E-mail: araujonaianne@outlook.com Como biotécnica aplicada à reprodução, utilizada a fim de acelerar o melhoramento genético no semiárido Nordestino, destaca-se a Transferência de Embrião em Tempo Fixo (TETF), porém é necessário avaliar opções e doses hormonais em diversas situações ambientais e metabólicas. O Hormônio Folículo Estimulante (FSH) vem sendo utilizado como o principal agente superovulatório, porém com grande variabilidade em relação a dose utilizada, principalmente quando se trata de vacas mestiças. Já como indutor da ovulação pode- se utilizar a Gonadotrofina Coriônica Humana (hCG) que possui ação semelhante ao LH, quando administrada na presença de folículos pré-ovulatórios, favorecendo à formação de corpos lúteos. Opresente trabalho demonstra a ação luteinizante do hCG em um tratamento superovulatório com 200 mg de FSH, em animais mestiços de Bos taurus e Bos indicus criados no sertão paraibano, em sistema de pastejo rotacionado, ausente de irrigação, composto por capim tífton e pastagem nativa, em áreas de grande insolação. O experimento foi desenvolvido no Instituto Federal da Paraíba (IFPB), localizado na microrregião de Sousa-PB, sendo utilizadas oito vacas, com escore corporal médio inicial de 3,5 e final de 2,5, pré-selecionadas por exame clínico e ginecológico. Os animais pastejavam das sete às 14 horas e recebiam 1,0kg de concentrado duas vezes por dia, permanecendo nesse sistema por 45 dias. O tratamento hormonal ocorreu nos últimos 15 dias do pastejo, iniciando-se com a implantação do dispositivo intravaginal de progesterona (Sincrogest-Ouro fino, São Paulo, Brasil) e aplicação de 2mg de Benzoato de Estradiol (Sincrodiol-Ouro fino, São Paulo, Brasil) em qualquer dia do ciclo estral, o qual foi delimitado como dia zero (D0) do tratamento. No D4 iniciou-se o uso do FSH, sendo administrado 200mg divididas em oito doses decrescentes de 12 em 12 horas até o D7 (40, 40, 30, 30, 20, 20, 10, 10 mg). No D6, foi administrado 0,5mg de Cloprostenol(Sincrocio-Ouro Fino, São Paulo, Brasil), sendo no D7 retirado o Sincrogest e 24 horas depois administrado 1500 UI de hCG, visando induzir múltiplas ovulações. No D8 e D15 os animais foram submetidos à avaliação ultrassonográfica. Sendo na primeira detectada a presença de um total de 166 folículos, dos quais 147 eram ≥8 mm e 43 eram ≥ 12 mm. Na segunda avaliação observou-se a presença de apenas 64 corpos lúteos e 41 folículos anovulatórios. A taxa de ovulação foi de 38,5% o que pode ser caracterizado como relativamente baixo. Tal fato está relacionado com a variabilidade do gado mestiço, a dose de FSH utilizada e as condições térmicas e nutricionais as quais os animais foram submetidos, que interferem no tamanho mínimo ovulatório, para ação do hCG. Portanto, nas condições impostas no experimento, a dose utilizada de FSH em associação com o hCG, como indutor da ovulação, não se demonstram eficazes na superovulação de vacas mestiças. Palavras-chave: hCG, FSH, indutor da ovulação, folículo pré-ovulatório, corpo lúteo. Keywords: hCG,FSH, ovulation inductor, pre ovulatory follicles, corpus luteum.
  • 46. I SIMPOSIO PARAIBANO DE REPRODUÇÃO ANIMAL (SIMPRA) 46 A influência da adição de glutamina e da temperatura na motilidade de sêmen caprino pós- descongelação Glutamine's and temperature influence on sperm motility after goat semen cryopreservation Camilla Flávia Avelino de Farias1 ; Rafael Limongi de Souza1 ; Alex Souza Rique; Jorge Silva Neto; Sildivane Valcácia Silva1* 1 Laboratório de Biotecnologia em Reprodução Animal (LABRA), Centro de Biotecnologia (CBiotec), UFPB, João Pessoa/PB. *E-mail:sildivane@cbiotec.ufpb.br. A glutamina (Glut)é um aminoácido livre abundante no plasma seminal e apresenta mecanismo de ação extracelular na proteçãoda membrana plasmática do espermatozoide. Esse aminoácido vem sendo utilizado na reprodução animal por apresentar efeito protetor e auxiliar no metabolismo energético espermático. Mediante o exposto, o objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da adição de glutamina ao sêmen caprino pós- descongelação. Utilizou-se sêmen criopreservado de caprinos da raça Boer (n=3). Duas palhetas de cada reprodutor foram descongeladas (37 °C/30s) e as amostras foram homogeneizadas, para evitar a variável reprodutor. A Glut foi preparada em solução fisiológica (500 mM em NaCl 0,9%– solução estoque). Após formação do pool, quatro grupos experimentais foram formados: GC= grupo controle, sem adição de Glut; G1= sêmen + 5 mM de Glut; G2= sêmen + 15 mM de Glut; G3= sêmen + 30 mM de Glut; e foram submetidas às avaliações de motilidade subjetiva, integridade da membrana plasmática empregada pela técnica de dupla coloração com eosina-nigrosina e funcionalidade da membrana plasmática pelo teste hiposmótico (50 mOsm/Kg; H2O) nos períodos 0h, 2h a 25°C e 2h a 37°C.Foram realizadas seis repetições. Para comparações entre os tempos do mesmo tratamento foi utilizado o teste T, e para comparação entre tratamentos foi utilizado ANOVA seguida do pós-teste de Tukey (p≤0,05). Não houve diferença (P>0,05) entre GC e os grupos com adição de Glut para o parâmetro de motilidade nos momentos pós-descongelação e 2h pós-incubação a 25 °C; houve redução (P<0,05) da motilidade para todos os grupos após 2h a 37 °C (GC T0 58,75% vs T2 37 °C= 30,00; G1 T0=56,88vs T2 37 °C= 19,36; G2 T0=50,63vs T2 37 °C= 18,16;G3 T0= 45,63vs T2 37 °C= 15,63) em comparação à incubação a 25 °C. Não foram observadas diferenças (P>0,05) para parâmetros de integridade e funcionalidade entre os grupos. É necessário que os espermatozoides passem por um período de permanência no trato reprodutivo feminino, onde passam por modificações estruturais e moleculares, que os habilitam a fecundação oócitária e essas modificações promovem o consumo energético a partir da produção de glicose pela glutamina, que perde NH2, acidifica o meio, e pode causar a morte espermática.A temperatura de 37°C estimula ainda mais o consumo da glicose por manter a atividade espermática.Assim, conclui-se que adição de glutamina e a temperatura de incubação a 37°C interferem negativamente na motilidade total de espermatozoides caprinos pós-descongelação. Palavras-chave: antioxidante; criopreservação; integridade. Keywords: antioxidant; cryopreservation; integrity.