O documento discute três tópicos principais sobre tripanossomíase:
1) Descreve as características gerais dos tripanossomos, incluindo a presença de flagelos e mitocôndria.
2) Apresenta algumas das principais doenças causadas por tripanossomos em animais, como a tripanossomose bovina e a doença do sono.
3) Discutem os sinais clínicos, diagnóstico e controle da tripanossomose bovina.
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Protozoologia - vet145
1. Vet 145 – Parasitologia Veterinária
Alexandre de Oliveira Tavela
Médico Veterinário – UFV
Doutorando em Medicina Veterinária - UFV
2. Eucariotos e constituídos por uma só célula.
O sub-reino Protozoa é constituído por cerca de 65.000
espécies conhecidas.
50% são fósseis.
Aproximadamente 25.000 são de vida livre.
10.000 espécies são parasitos de animais.
Apenas cerca de 30 espécies acometem o homem.
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3. Dependendo da sua atividade fisiológica, algumas
espécies possuem fases bem definidas:
TROFOZOÍTO: é a forma ativa do protozoário, na qual ele se
alimenta e se reproduz.
CISTO: é a forma de resistência ou inativa. O protozoário secreta
uma parede resistente (parede cística) que o protegerá quando
estiver em meio impróprio ou em fase de latência.
Freqüentemente há divisão nuclear interna durante a formação
do cisto.
GAMETA: É a forma sexuada, que aparece em algumas espécies.
O gameta masculino é o microgameta, e o feminino é o
macrogameta.
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4. A movimentação dos protozoários é feita com
auxílio de uma ou da associação de duas ou mais
das organelas abaixo:
◦ Pseudópodes;
Entamoeba
histolytica
◦ Flagelos;
◦ Cílios.
Balantidum coli
Trypanosoma cruzi
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8. 1) Assexuada:
◦ a) Divisão binária ou cissiparidade;
◦ b) Brotamento ou gemulação
◦ c) Endodiogenia: formação de duas ou mais células-filhas por
brotamento interno.
◦ d) Esquizogonia: divisão celular seguida da divisão do
citoplasma, constituindo indivíduos isolados. Esses rompem a
membrana da célula-mãe e continuam a se desenvolver. Mais
eficiente que a divisão binária, produzindo mais células-
filhas.
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13. 2) Sexuada:
◦ Conjugação: união temporária de dois
indivíduos, com troca mútua de materiais
nucleares;
◦ Singamia ou fecundação: união de
microgameta e macrogameta formando o
ovo ou zigoto, o qual pode dividir-se para
fornecer um certo número de esporozoítos.
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18. Mais de 40 espécies do gênero Giardia
estão descritas.
É o flagelado mais comum do tubo
digestivo humano – cerca de 280 milhões
de casos novos por ano (dados da OMS).
Técnicas moleculares definiram um total
de 6 genótipos: A, B, C, D, E e F
◦ Genótipo A apresenta dois subgenótipos: AI e
AII
◦ AI tem sido implicado em casos de
transmissão zoonótica.
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19. São arredondados na extremidade
anterior e afilados dos na posterior;
Apresentam a face ventral achatada e
a face dorsal convexa;
Na face ventral apresenta um disco
adesivo bilobado responsável pela
adesão nas células do hospedeiro.
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21. Transmissão: através da ingestão de
cistos, veiculados através de:
◦ Água sem tratamento ou deficientemente
tratadas (só com cloro);
◦ Alimentos contaminados, sendo que estes
podem ser contaminados por moscas e
baratas;
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25. A Giardia sp. é um parasito monoxeno de ciclo biológico
direto.
A via de infecção normal é a oral: ingestão de cistos.
Em voluntários humanos, verificou-se que um pequeno
número de cistos pode causar a infecção (10 a 100).
Após a ingestão do cisto, o desencistamento ocorre no meio
ácido do estômago e é completado no duodeno e jejuno,
onde ocorre a colonização do parasito.
Este se reproduz por divisão binária.
O ciclo se completa com o encistamento do parasito e a sua
eliminação nas fezes.
Quando há diarréia, é possível encontrar trofozoítos nas
fezes.
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26. Ciclo fecal-oral;
Doença altamente contagiosa;
Infecção se dá pela ingestão de cisto maduros;
Cistos são resistentes no meio ambiente por longos
períodos;
Os cistos são transmitidos pelas fezes por 1 a 2 semanas
após a infecção;
Trofozoítos também podem ser eliminados pelas fezes
(especialmente em gatos), mas raramente sobrevivem por
um período significativo fora do hospedeiro.
É uma zoonose; É uma zoonose;
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27. O cisto ingerido se rompe no
estômago, liberando 2 trofozoítos, os
quais colonizam o intestino delgado.
Os danos ocorrem devido a destruição
de células epiteliais do duodeno,
causando lesões nas microvilosidades,
o que reduz a área de absorção do
intestino e prejudica a digestão.
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28. Clínico:
◦ Diarréia, vômitos, perda de apetite e dor abdominal.
Laboratorial:
◦ Exame de fezes para identificação de cistos ou
trofozoítos.
◦ Exame microscópico direto de esfregaço de fezes:
pouco sensível (<20%).
◦ Flutuação em sulfato de zinco.
◦ PCR – permite detectar um único parasita e diferenciar
espécies e cepas.
O diagnóstico da giardíase apresenta
dificuldades devido aos animais infestados não
eliminarem cistos continuamente.
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29. Casos sintomáticos ou risco de
transmissão para humanos
imunodeprimidos.
Metronidazol ou Quinacrina – inibição
da síntese de DNA do parasito.
Todos os indivíduos de um
determinado ambiente devem ser
tratados para evitar reincidência.
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30. Vacina:
◦ Nome comercial – GiardiaVax
◦ Distribuída no Brasil pela Fort Dodge Saúde
Animal Ltda.
◦ Característica – Vacina contendo trofozoítos
inativados.
◦ Forma de aplicação – Injeção subcutânea com
segunda dose de 2 a 4 semanas após a
primeira.
◦ Revacinação anual recomendada.
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31. Vacinação (de acordo com o fabricante...)
◦ Reduz a quantidade de parasitas eliminados nas feses;
◦ Reduz a proporção de cistos eliminados – menor
resistência ao ambiente;
◦ Reduz o potencial de transmissão zoonótica entre cão
e homem;
Pode ser particularmente importante quando os
proprietários tiverem uma condição imune comprometida.
Contras
◦ Não impede infecção, no máximo reduz a eliminação
de cistos e sinais clínicos.
◦ Na maioria das vezes é assintomática.
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32. Humanos:
◦ Higiene pessoal e para com os alimentos;
◦ Utilização de água tratada.
Animais:
◦ Controle da população de animais
errantes;
◦ Higienização diária dos recintos;
◦ Higienização periódica dos comedouros e
bebedouros;
◦ Utilização de água com o mínimo de
tratamento.
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35. Protozoários que apresentam um ou mais flagelos e
somente uma mitocôndria longa percorrendo todo o
corpo celular.
Os flagelos se originam numa depressão (bolso flagelar).
Junto à base dos flagelos a mitocôndria diferencia-se
numa organela denominada de cinetoplasto.
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38. Tripanossomose bovina
◦ Tem grande importância na devido as perdas econômicas.
Doença do sono ou Tripanossomose Africana Humana
◦ Doença freqüentemente fatal; acomete animais e o homem.
Tripanossomose eqüina ou “Mal das cadeiras”
◦ Infesta uma ampla variedade de hospedeiros.
◦ Patogenicidade variável – doença aguda e fatal até crônica e
assintomática.
Durina
◦ Acomete eqüinos e asininos.
◦ Transmissão venérea.
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44. Agentes etiológicos:
◦ Trypanosoma vivax
◦ Trypanosoma brucei
◦ Trypanosoma congolensis
Febre e perda de peso;
Síndrome hemorrágica (sistema
digestório e mucosas);
Rebanho: Queda da fertilidade, aborto,
crescimento retardado.
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45. Tripanonossomas no sangue,
linfonodos, baço e líquor.
Dilatação linfóide, esplenomegalia,
anemia hemolítica.
Anemia:
◦ Proporcional a carga parasitária.
Degeneração celular e infiltrados
inflamatórios.
◦ Músculos esqueléticos, SNC e miocárdio.
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46. Ruminantes:
◦ Anemia, linfoadenomegalia, letargia, fraqueza,
febre, perda do apetite.
◦ Morte por ICC devido à anemia e miocardite.
Equinos:
◦ (T. brucei): Quadros agudos ou crônicos, pode
ocorrer edema dos membros e genitais.
Suínos:
◦ (T. congolense): Quadros moderados a crônicos.
Cão e Gato:
◦ Susceptíveis ao T. brucei e ao T. congolense.
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47. Detecção microscópica dos parasitas
no sangue;
Sorologia;
Detecção do DNA por PCR.
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48. Agente etiológico:Tripanosoma evansi
Única espécie do subgênero Trypanozoon da seção
Salivaria que ocorre na América Latina.
Não completa o ciclo de vida na mosca tse-tsé e requer
outros insetos sugadores ou então morcegos para uma
transmissão mecânica.
Infesta uma ampla variedade de hospedeiros.
Patogenicidade variável – doença aguda e fatal até
crônica e assintomática.
Introduzida nas Américas por eqüinos contaminados dos
colonizadores espanhóis.
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49. Hospedeiros
◦ Animais domésticos e silvestres.
Animais mais acometidos
◦ Cavalo, camelo, cão, búfalo.
Bovinos e Suínos também são acometidos, mas
geralmente desenvolvem sinais menos severos que os
equinos.
Suscetibilidade intermediária – ovelha, cabra e cervo.
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51. Anemia hemolítica (brusca);
Febre progressiva;
Anorexia;
Caquexia;
Edema das regiões inferiores do corpo e das patas e
rebaixamento da região traseira do corpo;
Manifestações no SNC
◦ Incoordenação motora, paralisia dos membros pélvicos.
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53. Acomete eqüinos e asininos;
Transmissão venérea – monta natural.
Os animais apresentam edema
abdominal ventral e genital e
emagrecimento progressivo.
Ocorrência rara nas Américas.
É mais importante na Ásia e África.
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54. T. brucei gambiense e T. b. rhodesiense
◦ Doença do sono ou Tripanossomíase Africana Humana
Doença frequentemente fatal; acomete animais e o
homem.
Ameaça ~60 milhões de pessoas em 35 países da África.
OMS – 1999 tem 45 mil casos reportados (300 a 500 mil
pessoas infestadas).
Duas formas:
◦ aguda – mais virulento
subespécie T. b. rhodesiense
(África Oriental, Moçambique)
◦ crônica – menos virulento
subespécies T. b. gambiense
(África Ocidental, Angola e Guiné-Bissau)
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55. Onde há presença de vetores existe a possibilidade
de infecção.
Área endêmica Brasil: 1/4 território
◦ 8 milhões de pessoas infectadas
◦ (MG,RS,GO,SE,BA)
◦ 25 milhões de pessoas expostas ao risco de
infecção.
HI: espécies hematófagas:
◦ Triatominae (barbeiros).
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57. Fase aguda
◦ Geralmente assintomática ou inaparente.
◦ Infecção local.
◦ Infecção disseminada.
◦ Sinais clínicos: febre, cefaléia, mialgia, adenite, morte em 10% dos
casos por meningoencefalite ou miocardite aguda.
Fase crônica
◦ Baixa parasitemia.
◦ Aumento de tamanho do coração, dilatação dos ventrículos, miosite no
esôfago, côlon ou intestino delgado.
◦ Destruição dos neurônios ganglionares ocorrendo alterações no
trânsito esofágico e intestinal e hipertrofia muscular levando a
megaesôfago, megacôlon.
Cura espontânea é possivel em cada estágio.
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61. Tratamento do hospedeiro
infectado;
Controle de vetores:
◦ Drogas pour on: deltametrina.
◦ Armadilhas impregnadas com
inseticidas.
◦ Controle biológico.
Controle no transporte de animais
(regiões endêmicas).
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