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EDUCAÇÃO INTERCULTURAL: A CULTURA NO COTIDIANO DAS ESCOLAS NO
CONTEXTO ENTRE IGUALDADE E DIFERENÇA1
EDIVANIA RIBEIRO DE AMORIM2
Aos olhos dos recém-chegados, aquela indiada louçã, de encher os olhos só pelo
prazer de vê-los, aos homens e às mulheres, com seus corpos em flor, tinha um
defeito capital: eram vadios, vivendo uma vida inútil e sem prestança. Que é que
produziam? Nada. Que é que amealhavam? Nada. Viviam suas fúteis vidas fartas,
como se neste mundo só lhes coubesse viver. Aos olhos dos índios, os oriundos do
mar oceano pareciam aflitos demais. Por que se afanavam tanto em seus
fazimentos? Por que acumulavam tudo, gostando mais de tomar e reter do que de
dar, intercambiar? Sua sofreguidão seria inverossímel se não fosse tão visível no
empenho de juntar toras de pau vermelho, como se estivessem condenados, para
sobreviver, a alcançá-las e embarcá-las incansavelmente? Temeriam eles, acaso,
que as florestas fossem acabar e, com elas, as aves e as caças? Que os rios e o mar
fossem secar, matando os peixes todos? (RIBEIRO, 2006, p. 41)
O choque cultural causado quando o grupo do “eu” de repente se depara com o “outro”, o
grupo do diferente que faz as coisas de uma forma que é impossível reconhecer como normal. É
difícil entender como esse “outro” consegue existir e sobreviver de uma maneira diferente. Essa
constatação da diferença ameaça a identidade cultural conhecida. O grupo do “eu” sempre entende
que sua visão é a única possível e que a do “outro” é absurda ou anormal. O “eu” é sempre melhor e
superior ao “outro” que é atrasado e inferior. (ROCHA, 2008)
Essa aproximação cultural intensificada pela globalização da economia e da comunicação
trouxe também a necessidade de uma convivência democrática e de respeito entre esses diversos
grupos e não só uma convivência de tolerância dessas diferenças. Essa convivência configura uma
proposta de educação com uma perspectiva que contemple as diversas culturas existentes.
Abordaremos neste tópico uma reflexão sobre Educação Intercultural, o papel da cultura no
cotidiano das escolas considerando o patamar da igualdade e da diferença. Discutiremos as
diferenças conceituais entre a abordagem Multicultural e Intercultural, a relação entre a escola e a
Interculturalidade, a proposta de como a Educação Intercultural pode se construir dentro da
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Fragmento do texto: Concepções e práticas docentes de interculturalidade no município de Ji-
Paraná/Ro. Monografia apresentada ao Departamento de Ciências Humanas e Sociais da Fundação
Universidade Federal de Rondônia – UNIR, Campus de Ji-Paraná/RO, como requisito avaliativo de
conclusão do Curso de Licenciatura em Pedagogia, sob a orientação da Professora Doutora Josélia
Gomes Neves, defendida em julho de 2014
2
Graduada em Pedagogia pela UNIR – Campus de Ji-Paraná-RO.
2
identidade no contexto escolar considerando as orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais -
Pluralidade Cultural e as razões de termos adotado a concepção de Interculturalidade.
Apresentaremos as perspectivas de Educação Intercultural dos autores que pautaram esse estudo, e
as práticas pedagógicas que favorecem a aprendizagem numa perspectiva de Interculturalidade.
1.1 Multicultural e Intercultural: da constatação da multiplicidade ao diálogo entre as
culturas
No âmbito da globalização surgiram movimentos contestatórios a esta lógica de exclusão do
capitalismo, dentre eles citamos o que mobilizou maior visibilidade que foi a abordagem
Multicultural e Intercultural. O primeiro tem sido interpretado para indicar uma realidade de
convivência entre diferentes grupos culturais que se encontram num mesmo contexto social, de
forma descritiva, analítica e sociológica. O segundo para indicar realidades e perspectivas
contraditórias entre si. Há ainda a redução do seu significado como a relação entre grupos
“folclóricos” ou “mestiçagem”, ou a sua ampliação ao modo de compreensão do “diferente” e a
singularidade do ser humano. Contudo o trabalho Intercultural contribui para a superação da atitude
do medo e da tolerância do “outro”, a fim de construir uma visão positiva da pluralidade social e
cultural, baseada no respeito à diferença concretizada no reconhecimento da igualdade de direitos
(FLEURI, 2003).
Neste trabalho, adotaremos a concepção da Interculturalidade, porque vai além da concepção
Multiculturalista, que limita-se à constatação das múltiplas culturas. Já a Interculturalidade supõe o
diálogo entre as culturas sem considerar a questão hierárquica de que um é melhor que o outro, e
busca valorizar e respeitar as diferenças buscando articulações de forma que não sejam anuladas
A relação entre diferentes culturas é uma constante nas discussões em todas as sociedades. O
Brasil é um exemplo de sociedade constituída a partir de uma grande diversidade cultural. Em cada
região, em cada estado há uma grande mistura das diversas culturas que influenciaram o seu
desenvolvimento cultural. E em Rondônia não foi diferente, pois o estado teve sua formação dentro
desse contexto de diversidade, recebendo influências de todas as regiões do país, e por isso é de
fundamental relevância o estudo sobre as concepções docentes que englobam a Educação
Intercultural. De acordo com Candau (2003, p. 01):
[...] na América Latina e, particularmente no Brasil, a questão multicultural
apresenta uma configuração própria, uma especificidade. Nosso continente é um
continente construído com uma base multicultural muito forte, onde as relações
interétnicas têm sido uma constante através de toda sua história, uma história
3
dolorosa e trágica principalmente no que diz respeito aos grupos indígenas e afro-
descendentes.
Essa população constituída a partir dos diversos grupos culturais que migraram de outros
lugares para colonizar a região geraram diversos conflitos entre os indígenas que aqui habitavam e
os colonos que receberam terras do governo para plantar e entre estes e os grandes latifundiários
que começaram a tomar posse das terras dos menos favorecidos. (RIBEIRO, 2012)
Essa relação de conflitos entre grupos socioculturais diferentes inevitavelmente requer
providências para que esse relacionamento conflituoso seja solucionado de maneira pacífica e
respeitosa para todas as partes, sem que ninguém seja prejudicado e possibilitando que todos
possam conviver de maneira harmoniosa mantendo a igualdade nos direitos e a diferença de
hábitos. E de que maneira essa convivência de respeito pode ser alcançada? Uma das maneiras mais
eficazes é através de um processo educacional democrático e dialógico.
Sendo a escola um local onde as crianças passam grande parte do seu tempo, evidenciando
esse encontro e os seus conflitos, torna-se de extrema relevância que a educação recebida por essas
crianças contemple todo esse contexto Intercultural em que ela vive. Portanto é na escola onde
devem começar esse aprendizado de respeito ao “outro”. E assim ser capaz de formar sua própria
identidade valorizando todas as experiências de aprendizagem geradas por esse encontro. Segundo
Scaramuzza (2010, p. 77)
A construção da educação escolar na Amazônia, especificamente em Rondônia,
confrontou-se coma ampla diversidade cultural constituinte do espaço. A partir da
década de oitenta do século XX, foi intenso o contato entre grupos historicamente
distintos, isso efetivou a necessidade de se discutir a melhor forma de contato entre
concepções e práticas aparentemente tão diferentes. Desta forma, o lugar
privilegiado em que as relações sociais se confrontaram foi na escola que, como
lugar de transmissão, ressignificação e produção de conhecimento que é, incorpora
certas linguagens, roupagens e concepções muitas vezes embutidas nas políticas
escolares do conhecimento oficial. [...] (p. 77)
A Interculturalidade se apresenta como um diálogo possível entre grupos de origens
culturais e históricas diferentes, que no caso de Rondônia, como destaca o autor por ser um estado
formado a partir de múltiplos contatos entre povos locais e continentais, podem ser promovidas
mudanças significativas a partir do conceito de Interculturalidade, como vem ocorrendo nas
comunidades indígenas: “isso vem ocorrendo no âmbito dos processos educativos de populações
minoritárias como os grupos indígenas, que, com a incorporação da educação escolar em suas
comunidades, utilizam práticas interculturais no sentido de conhecer o outro sem perder suas
origens e identidades.” (SCARAMUZZA, 2010, p. 78-79)
4
Portanto, a Interculturalidade visa a articulação dos grupos sociais diversos que convivem no
mesmo espaço se opondo a supremacia de culturas sobre outras, baseada no respeito ao “outro”,
valorizando a construção da identidade através do diálogo para que se tenha uma educação
democrática.
1.2 Escola e Interculturalidade: a cultura no cotidiano escolar
Quando pensamos em escola já imaginamos um prédio cercado por muros dividido em salas
de aula, áreas administrativas, onde temos que frequentar desde a infância, durante muitos anos.
Essa imagem ameaçadora passada por algumas pessoas pode às vezes afastar aqueles que se sintam
intimidados diante dessa imagem dominadora e carrasca da escola.
No entanto, não podemos ver a escola apenas como uma construção física, a escola é muito
mais que isso, ela se constrói através das pessoas, sem elas a escola é só um monte de tijolos sobre o
outro, não tem razão de existir. A escola é formada pelas pessoas que lá trabalham, sejam como
educadores, ou como apoio técnico administrativo, na limpeza ou na cozinha. Assim como os
estudantes que são a razão de sua existência. Todos fazem parte desse universo de convivência
diária, entretanto essas pessoas não são iguais, cada uma traz consigo uma bagagem de
conhecimentos e vivências, e o que acontece quando se juntam no mesmo espaço? Geram situações
tensas e conflitantes pautadas por suas diferenças culturais.
Então surge o questionamento: como a escola deve lidar com essas situações? Como
administrar esses conflitos provocados por esse encontro cultural? A escola deve trabalhar para que
esses conflitos se transformem em coisas positivas para a convivência de todos e não na violência
que essas situações tensas costumam provocar.
Diante das tensões e conflitos gerados por esse encontro de culturas diversas a escola tem
buscado através da Interculturalidade soluções para contemplar a educação de todos e para todos,
“[...] é importante que em qualquer sociedade haja um projeto de educação intercultural tentando
valorizar o status do outro”. (SOUZA, 2004, p. 3)
Portanto, a escola é um espaço de reprodução ideológica, mas também é onde acontece a
contestação e a subversão dessa ideologia. Por isso a escola é considerada um local privilegiado
para formação das crianças e jovens. Paulo Freire (1996) fala que é indispensável que exista ética
no exercício da docência. Mas não da ética restrita que obedece aos interesses do lucro, mas sim da
ética universal do ser humano que afronta todo tipo de discriminação, principalmente na prática
5
educativa que é uma prática humana.
Contudo, Freire afirma que não há ensino sem aprendizagem, então valorizar o conhecimento
que o estudante traz para a escola faz com que o professor também aprenda. “[…] Porque não
estabelecer uma “intimidade” entre os saberes curriculares fundamentais aos estudantes e a
experiência social que eles têm como indivíduos? […]” (p. 30) Então, ao valorizar esses saberes
diversos existentes a escola aproxima o cotidiano dos estudantes do conteúdo escolar e mostra que
respeitar é importante e favorece a aprendizagem, cumprindo assim o seu dever para com todos:
[…] à escola, o dever de não só respeitar os saberes com que os educandos,
sobretudo os das classes populares, chegam a escola – saberes socialmente
construídos, na prática comunitária – mas também, […] discutir com os alunos a
razão de ser de alguns desses saberes em relação com o ensino dos conteúdos. […]
(FREIRE, 1996, p. 30)
Essa aproximação de saberes diversos favorece a aprendizagem e confirmando o que diz
Paulo Freire, de que não há docência sem discência, pois quem ensina aprende ao ensinar e quem
aprende ensina ao aprender. As possibilidades de aprendizagem geradas por essa aproximação
fortalecem os processos de produção e construção do conhecimento ao invés da simples
transferência de saberes, que em nada favorece o desenvolvimento humano.
A Interculturalidade tem sido visibilizada a partir da aproximação cultural ocasionada pela
globalização. No Brasil, a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação em 1996 (LDB,
1996) trouxe o termo Educação Interrcultural a tona pela primeira vez. Segundo Fleuri (2003) o
lançamento dos Parâmetros Curriculares Nacionais para a Pluralidade Cultural (BRASIL, 1997)
trouxe relevância social e educacional para a multiculturalidade na perspectiva Intercultural,
juntamente com o desenvolvimento do Referencial Curricular Nacional para as Escolas Indígenas,
políticas afirmativas das minorias étnicas, inclusão de pessoas com deficiência na escola regular,
valorização das culturas infantis, movimentos de pessoas da terceira idade e ampliação e
reconhecimento dos movimentos de gênero. Diante disso, vem sendo desenvolvidas propostas de
educação para valorizar os direitos humanos e as relações interculturais.
1.3 Educação Intercultural e a construção da identidade no contexto escolar
A busca por uma educação que promova a construção de identidades e o reconhecimento das
diferenças, e que valorize as especificidades de cada um, levou ao surgimento de uma educação de
caráter Intercultural. Há diversos estudos sobre Educação Intercultural, no entanto, neste trabalho
6
serão utilizados como aportes teóricos os seguintes autores: Fleuri (2006, 2003, 2001), Candau
(2009) e Walsh (2009a, 2009b).
Para Fleuri (2001) a educação intercultural, surgiu no Brasil a partir da luta contra os
processos de exclusão social, uma vez que a realidade brasileira se formou a partir de processos de
aculturação violentos que levaram a perda da identidade cultural:
[...] Esta emerge no contexto das lutas contra os processos crescentes de exclusão
social. Reconhece-se o sentido e a identidade cultural de cada grupo social. Mas, ao
mesmo tempo, valoriza-se o potencial educativo dos conflitos. E busca-se
desenvolver a interação e reciprocidade entre grupos diferentes, como fator de
crescimento cultural e de grupos diferentes, como fator de crescimento cultural e
de enriquecimento mútuo. Assim, em nível das práticas educacionais, a perspectiva
intercultural propõe novas estratégias de relação entre sujeitos e entre grupos
diferentes. Busca promover a construção de identidades particulares e o
reconhecimento das diferenças culturais. Mas, ao mesmo tempo, procura sustentar
a relação critica e solidária entre elas. (FLEURI, 2001, p. 69-70)
O reconhecimento dessas diferenças culturais e a valorização dos conflitos gerados pela
convivência entre várias culturas mostra que a prática pedagógica deixa de ser apenas uma
transmissão de cultura homogênea, e passa a elaborar modelos culturais que interagem na formação
dos educandos como seres humanos capazes de respeitar o outro na sua diferença. Para isso,
segundo Fleuri (2001) “[...] Foi necessário esclarecer como se dão os processos de formação da
identidade pessoal e coletiva. [...] entender o significado e o valor das diferenças, pelas quais se
identificam os grupos sociais. [...]” (p. 72)
Esse modelo de Educação Intercultural reconhece o valor de cada cultura e defende o
respeito entre os diferentes grupos existentes no contexto escolar. Nessa perspectiva a educação
deixa de ser entendida como um processo de transmissão de conhecimentos de um indivíduo para o
outro, confirmando o que diz Paulo Freire (1996, p. 22) “[...] ensinar não é transferir conhecimento,
mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção”. Então a escola deve
proporcionar aos estudantes um diálogo crítico sobre as diferenças, para que possam construir sua
identidade cultural respeitando a identidade do outro, desenvolvendo relações de reciprocidade.
“[...] A educação intercultural não se reduz a uma simples relação de conhecimento: trata-se da
interação entre sujeitos. [...]” (FLEURI, 2001, p. 77).
Nessa perspectiva a Educação Intercultural se preocupa com as relações entres os seres
humanos culturalmente diferentes:
A educação passa a ser entendida como o processo construído pela relação tensa e
intensa entre diferentes sujeitos, criando contextos interativos que, justamente por
7
se conectar dinamicamente com os diferentes contextos culturais em relação aos
quais os diferentes sujeitos desenvolvem suas respectivas identidades, torna-se um
ambiente criativo e propriamente formativo, ou seja, estruturante de movimentos de
identificação subjetivos e socioculturais. (FLEURI. 2003, p. 31-32).
Essas relações sociais interculturais são complexas e requerem novas formas de elaborar o
conhecimento. Por isso, para Fleuri (2003) a aprendizagem não se desenvolve apenas com
informações, conceitos e valores, mas, sobretudo com os significados adquiridos através desses
elementos. Essa concepção de educação faz com seja repensado e ressignificado a concepção de
educador, pois:
[...] se o processo educativo consiste na criação e desenvolvimento de contextos
educativos, e não simplesmente na transmissão e assimilação disciplinar de
informações especializadas, ao educador compete a tarefa de propor estímulos
(energia colateral) que ativem as diferenças entre os sujeitos e entre seus contextos
(histórias, culturas, organizações sociais...) para desencadear a elaboração e
circulação de informações (versões codificadas das diferenças e das
transformações) que se articulem em diferentes níveis de organização (seja em
âmbito subjetivo, intersubjetivo, coletivo, seja em níveis lógicos diferentes).
Educador, nesse sentido, é propriamente um sujeito que se insere num processo
educativo e interage com outros sujeitos, dedicando particular atenção às relações e
aos contextos que vão se criando, de modo a contribuir para a explicitação e
elaboração dos sentidos (percepção, significado e direção) que os sujeitos em
relação constroem e reconstroem. (FLEURI, 2003, p. 32)
De modo que, a interação do educador no processo educativo nesse contexto de
Interculturalidade é indispensável para a construção da relação entre todos os sujeitos envolvidos.
Assumindo o desafio de construir condições para a compreensão das diferentes dimensões entre as
relações humanas através de diferentes pontos de vista. As relações humanas entre os diferentes
grupos sociais e culturais devem promover um diálogo de reconhecimento do “outro” na
perspectiva Intercultural Candau (2009) defende que:
Uma educação para a negociação cultural, que enfrenta os conflitos provocados
pela assimetria de poder entre os diferentes grupos sócio-culturais nas nossas
sociedades e é capaz de favorecer a construção de um projeto comum, pelo qual as
diferenças sejam dialeticamente integradas. A perspectiva intercultural está
orientada à construção de uma sociedade democrática, plural, humana, que articule
políticas de igualdade com políticas de identidade. (p. 166).
O encontro que ocorre no espaço pedagógico gera conflitos, e evidencia a necessidade de
aprendizado sobre a condição do outro e a sua própria. E o objetivo é possibilitar instrumentos para
que os confrontos aconteçam de forma menos destrutiva explorando as diferenças de forma
produtiva na construção da identidade dos indivíduos. Para Candau (2012, p.01) “[...] a educação
escolar deve colaborar na promoção da igualdade de oportunidades, construção da cidadania,
8
formação da consciência critica e o desenvolvimento de práticas democráticas”. Mas não deve
acontecer apenas em alguns momentos, como em datas comemorativas pelo Dia do Índio em 19 de
Abril ou Dia da Consciência Negra em 20 de Novembro. Pelo contrário deve contemplar todos os
grupos existentes na escola, pois só há Interculturalidade se acontecer de forma global e se atingir a
todos os indivíduos. Diante dessa dinâmica escolar, Candau (2009) afirma que:
[...] A educação intercultural não pode ser reduzida a algumas situações e/ou
atividades realizadas em momentos específicos, nem focalizar sua atenção
exclusivamente em determinados grupos sociais. Trata-se de um enfoque global
que deve afetar todos os atores e a todas as dimensões do processo educativo,
assim como os diferentes âmbitos em que ele se desenvolve. No que diz respeito à
escola, afeta a seleção curricular, a organização escolar, as linguagens, as práticas
didáticas, as atividades extraclasse, o papel do/a professor/a, a relação com a
comunidade, etc. (p, 170)
É claro que o desenvolvimento dessa perspectiva de Educação Intercultural apresentada pela
autora é uma questão bastante complexa e que gera muitas tensões e desafios. É por isso que exige a
problematização de como é concebida as práticas educativas, e formação docente para que o
professor possa ser capaz de lidar com as situações que ocorrem na sala de aula causada pela
convivência da diferença. Repensar as relações entre Direitos Humanos e as diferenças culturais no
contexto educacional. Como contemplar a dignidade humana num mundo que parece ter se
esquecido dela. No sentido de uma nova construção social, política educacional,
A perspectiva intercultural quer promover uma educação para o reconhecimento do
outro, o diálogo entre os diferentes grupos sócio-culturais. [...] A perspectiva
intercultural está orientada a construção de uma sociedade democrática, plural,
humana, que articule políticas de igualdade com políticas de identidade.
(CANDAU, 2009, p. 171-172)
Nessa perspectiva como conviver com o “outro” que é diferente? Basta apenas tolerá-lo na
convivência diária? Como trabalhar a igualdade na diferença? As tensões entre igualdade e a
diferença tem sido amplamente discutidas no contexto da Interculturalidade, pois, esta tensão está
presente na sociedade em geral assim como na escola, onde se revela de modo especialmente
agudo, de modo que alguns termos como denegrir, judiar, tolerância, passam a ser questionados:
No campo da educação, a tolerância pode nos instalar no pensamento débil, evitar
que examinemos e tomemos posição em relação aos valores que dominam a cultura
contemporânea, fazer-nos evitar polemizar, assumir a conciliação como valor
último e evitar questionar a ‘ordem’ como comportamentos a serem cultivados. (p.
75)
Muitas vezes afirmar que há igualdade entre pessoas e grupos pode parecer uma negação das
9
diferenças ou até mesmo uma tentativa de silenciá-las. Em outra situação reconhecer essas
diferenças também pode ser visto como uma legitimação dessas desigualdades o que causa o
enfraquecimento da tentativa de superá-las. A dialética entre igualdade e diferença busca superar a
desigualdade ao mesmo tempo que reconhece as diferenças culturais existentes. Diferenças que
estão presentes em toda a sociedade e reivindica reconhecimento e valorização. É necessário que
haja políticas de valorização e não apenas o reconhecimento.
Contudo como afirma Candau (2012), é impossível trabalhar a igualdade sem incluir a
diferença, uma não pode ser dissociada da outra. As diferenças devem ser reconhecidas como
elemento de construção da igualdade. A articulação entre igualdade e diferença deve ser uma
questão presente na construção de processos educativos que tenham como objetivo o
reconhecimento das diferentes culturas existentes na sociedade. Trabalhar questões de igualdade
dissociada da questão da diferença é uma prática impossível. O diálogo entre os diferentes é
indispensável para a construção da identidade do ser humano.
Catherine Walsh (2009b) traz uma compreensão de Interculturalidade a partir de três
perspectivas distintas: Relacional, Funcional e Crítica. A primeira é a Interculturalidade Relacional
que:
[...] faz referência da forma mais básica e geral ao contato e intercâmbio entre
culturas, isto é, entre pessoas, práticas, saberes, valores e tradições culturais
distintas, as quais poderiam dar-se em condições de igualdade ou desigualdade.
Desta maneira, se assume que a interculturalidade é algo que sempre existiu na
América Latina pois sempre existiu aqui o contato e arelação entre os povos
indígenas e afrodescendentes, por exemplo, e a sociedade branco-mestiça crioula,
do que poderia ser conhecida a evidência na própria mestiçagem, nos sincretismos
e nas transculturações que são parte central da historia e “natureza” latino-
americana-caribenha. (p. 02)
O problema é que esta perspectiva oculta ou minimiza os conflitos nos contextos de poder e
dominação e limita a Interculturalidade ao contato e a relação, muitas vezes individual, deixando de
lado as estruturas da sociedade, que situam as diferenças em termos de superioridade e
inferioridade. Fazendo com que seja necessário problematizar a perspectiva relacional, ampliando e
evidenciando seus significados e implicações sociais e políticas.
A segunda perspectiva citada pela autora é a Interculturalidade Funcional, que se apresenta
na perspectiva do reconhecimento da diversidade e das diferenças culturais que visam sua inclusão
no interior da estrutura social. Perspectiva essa que busca a promoção do diálogo, convivência e
tolerância, a Interculturalidade é funcional ao sistema, não questiona as desigualdades sociais e
culturais, de forma que é totalmente compatível com o modelo neoliberal existente. A
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Interculturalidade funcional é exercida a partir de cima em contraste com a Interculturalidade critica
que é entendida como uma ferramenta, um processo construído a partir das gentes e demandado da
subalternidade. (WALSH, 2009b)
O interculturalismo funcional responde a parte dos interesses e necessidades das
instituições sociais; a interculturalidade crítica,por sua vez é uma chamada de e
desde o povo que tem sofrido uma histórica submissão e subalternização, de seus
aliados, e dos setores que lutam, junto com eles, pela re-fundaçãosocial e
descolonização, pela construção de um mundo melhor. (WALSH, 2009c, p. 07)
Assumir as diferenças existentes faz com que novas relações sejam construídas entre grupos
socioculturais diferentes. É exatamente esse o foco da terceira perspectiva de Interculturalidade, a
Interculturalidade Crítica, questionar essas relações construídas ao longo da história entre as
diversas culturas. Para Walsch (2009a, p. 22) “[...] a Interculturalidade crítica [...] é uma construção
de e a partir das pessoas que sofreram uma histórica submissão e subalternização”. Esse processo de
dominação e subalternidade pode ser transformado a partir de “iniciativas e perspectivas éticas que
fazem questionar, transformar, sacudir, rearticular e construir” (idem, p. 25).
A proposta de Interculturalidade critica como ferramenta pedagógica de Catherine Walsh
(2009b) é justamente a que questiona a subalternização e inferiorização dos padrões de poder,
aquela que visibiliza maneiras diferentes de ser, viver e saber. Buscando o desenvolvimento e a
criação de condições que fazem com que as diferenças dialoguem num marco que traz legitimidade,
dignidade, igualdade, equidade e respeito. Mas que ao mesmo tempo criam “outros” modos: de
pensar, ser, estar, aprender, ensinar, sonhar e viver. Para Walsh a Interculturalidade critica exige uma
pedagogia e prática pedagógica que:
[...] retomam a diferença em termos relacionais, com seu vínculo histórico-político-
social e de poder, para construir e e afirmar processos, práticas e condições
diferentes. Dessa maneira, a pedagogia é entendida além do sistema educativo, do
ensino e transmissão do saber, e como processo e prática sociopolíticos produtivos
e transformadores assentados nas realidades, subjetividades, histórias e lutas das
pessoas, vividas num mundo regido pela estrutura colonial. (WALSH, 2009a, p. 26)
Catherine Walsh também reflete os processos educacionais através da pedagogia decolonial,
que representa uma estratégia que vai além da transformação, supondo também criação e
transformação. A decolonialidade parte da consideração das lutas dos povos subalternizados
historicamente que a partir da desumanização busca construir outros modos de viver e saber. É dar
visibilidade as lutas partindo das práticas sociais das pessoas.
Entretanto na perspectiva de Interculturalidade dos autores e autoras estudados no âmbito da
11
educação, uma mera incorporação de alguns temas no calendário e no currículo da escola não é
suficiente para que os estudantes desenvolvam o pensamento crítico sobre as relações interculturais
e possam desenvolver sua identidade baseada no respeito e dignidade consigo e com o outro. A
Interculturalidade deve ser uma ferramenta de ação constante e contínua no processo de
decolonialidade dentro da escola e da sociedade, o que exige preparação docente.
1.4 Proposta Oficial para Educação Intercultural
As questões culturais e de identidades são presença constante nos debates políticos, científicos
e filosóficos. Portanto, não é estranha sua presença também no discurso pedagógico, precisamente
nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). Os PCNs fazem parte de uma série de compromissos
assumidos internacionalmente para satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem para todos,
oportunizando essa aprendizagem para crianças, jovens e adultos.
Os PCNs são os referenciais importantes que podem orientar a educação em todo o País, tem
como função garantir a coerência dos investimentos no sistema educacional, funcional como um
elemento que seleciona ações na busca por melhorias da qualidade na educação. Como já foi dito as
questões envolvendo as diversas culturas existentes na escola que são tão importantes para a
construção da identidade do indivíduo traz a tona a formalização desses conteúdos em um
referencial nacional para direcionar a abordagem de temas como a pluralidade e a diversidade
cultural na escola. Estabelecendo uma determinada ordem na distribuição dos conteúdos.
O PCN de Pluralidade Cultural ressalta a imensa diversidade sócio-cultural que forma a
sociedade brasileira, como essa diversidade é caracterizada pelas diferenças de tradições culturais e
religiosas dos povos que habitam o território brasileiro. “[...] além de uma imensa população
formada pelos descendentes dos povos africanos e um grupo igualmente numeroso de imigrantes e
descendentes de povos originários de diferentes continentes, de diferentes tradições culturais e de
diferentes religiões. [...]” (BRASIL, 1998, p. 29). E o que se pretende fazer para a essas culturas
uma convivência pacifica e respeitosa diante de tantos conflitos gerados pelo fato de não
enxergarmos no “outro” qualidades pelo simples fato de ele ser diferente.
[...] O que se almeja, portanto, ao tratar de Pluralidade Cultural, não é a divisão ou
o esquadrinhamento da sociedade em grupos culturais fechados, mas o
enriquecimento propiciado a cada um e a todos pela pluralidade de formas de vida,
pelo convívio e pelas opções pessoais, assim como o compromisso ético de
contribuir com as transformações necessárias à construção de uma sociedade mais
justa. (BRASIL, 198, p. 21)
12
A desigualdade social, a discriminação e o preconceito são empecilhos para a construção de
uma sociedade justa que não só respeita as diferenças como aprende com elas e se torna um ser
humano consciente de suas responsabilidades consigo e na convivência com o outro. Mudar a
mentalidade e combater o preconceito é algo que precisa ser iniciado desde cedo nas crianças, para
que cresçam respeitando as diferenças e não olhem para os outros procurando um reflexo de si.
Mudar mentalidades, superar o preconceito e combater atitudes discriminatórias
são finalidades que envolvem lidar com valores de reconhecimento e respeito
mútuo, o que é tarefa para a sociedade como um todo. A escola tem um papel
crucial a desempenhar nesse processo. Em primeiro lugar, porque é o espaço em
que pode se dar a convivência entre crianças de origens e nível socioeconômico
diferentes, com costumes e dogmas religiosos diferentes daqueles que cada uma
conhece, com visões de mundo diversas daquela que compartilha em família. Em
segundo, porque é um dos lugares onde são ensinadas as regras do espaço publico
para o convívio democrático com a diferença. Em terceiro lugar, porque a escola
apresenta à criança conhecimentos sistematizados sobre o País e o mundo, e aí a
realidade plural de um país como o Brasil fornece subsídios para debates e
discussões em torno de questões sociais. A criança na escola convive com a
diversidade e poderá aprender com ela. (BRASIL, 1998, p. 23-24)
Segundo o PCN - Pluralidade Cultural, a escola contribui para a construção da democracia e
promove os princípios éticos de liberdade, dignidade, respeito mútuo, justiça e equidade,
solidariedade, diálogo no cotidiano. Contribui também para encontrar formas de fazer cumprir o
princípio constitucional de igualdade, onde é indispensável que haja sensibilidade para lidar com a
questão da diversidade cultural. “[...] Por isso, fortalecer a cultura própria de cada grupo social,
cultural e étnico que compõe a sociedade brasileira, promover reconhecimento, valorização e
conhecimento mútuo, é fortalecer a igualdade, a justiça, a liberdade, o diálogo e, portanto, a
democracia”. (BRASIL, 1998, p.44)
Este documento informa que a heterogeneidade apresentada na composição da população
brasileira, evidencia dificuldade para lidar com o preconceito e a discriminação racial/étnica,
inclusive na escola, onde muitas vezes acontecem manifestações de racismo, discriminação social e
étnica, por parte de todos os envolvidos no seu contexto, professores, alunos e equipe escolar,
mesmo que de maneira inconsciente ou involuntária. Somos resultado de uma sociedade que por
muitos anos, viveu o preconceito e a discriminação como algo normalizado no comportamento das
pessoas.
No entanto, no contexto dos movimentos sociais vinculados a diferentes comunidades étnicas
foi desenvolvida uma história de resistência aos padrões culturais que estabeleciam e sedimentavam
injustiças, que culminou na conquista gradativa de uma legislação que estabeleceu a discriminação
13
racial como crime.
Contudo não basta só criminalizar, é preciso educar os cidadãos para que não desenvolvam no
seu cotidiano atitudes de discriminação e preconceito. Portanto, “[...] a criança na escola convive
com a diversidade e poderá aprender com ela.” (BRASIL, 1998, p. 123) Mas esse aprendizado
precisa ser sistematizado de maneira correta para que alcance os objetivos a que se propõe, de
acordo com o PCN:
Reconhecer essa complexidade que envolve a problemática social, cultural e étnica
é o primeiro passo. A escola tem um papel fundamental a desempenhar nesse
processo. Em primeiro lugar, porque é um espaço em que pode se dar a
convivência entre estudantes de diferentes origens, com costumes e dogmas
religiosos diferentes daqueles que cada um conhece, com visões de mundo diversas
daquela que compartilha em família. Nesse contexto, ao analisar os fatos e as
relações entre eles, a presença do passado no presente, no que se refere às diversas
fontes de que se alimenta a identidade — ou as identidades, seria melhor dizer — é
imprescindível esse recurso ao Outro, a valorização da alteridade como elemento
constitutivo do Eu, com a qual experimentamos melhor quem somos e quem
podemos ser. Em segundo, porque é um dos lugares onde são ensinadas as regras
do espaço público para o convívio democrático com a diferença. Em terceiro lugar,
porque a escola apresenta à criança conhecimentos sistematizados sobre o país e o
mundo, e aí a realidade plural de um país como o Brasil fornece subsídios para
debates e discussões em torno de questões sociais. (BRASIL, 1998, p. 123)
Contudo, constata-se que houve um avanço na formalização do PCN - Pluralidade Cultural,
no que tange a educação voltada para educação das diversas culturas existentes no país, e na
valorização das diferentes identidades que contribuem para o crescimento consciente de cidadãos.
Mas cabe saber como tem sido feito esse trabalho dentro das escolas pelos professores, é
imprescindível o retorno a problemática desse trabalho que pretende investigar as concepções e as
práticas pedagógicas dos docentes sobre a Educação Intercultural nas escolas do município de Ji-
Paraná/RO.
1.5 Práticas Pedagógicas na Perspectiva Intercultural
O processo de ensino-aprendizagem na escola contemporânea depende totalmente da prática
pedagógica desenvolvida pelos agentes educacionais. É preciso priorizar uma prática formadora
para o desenvolvimento real, e não uma obrigação a ser cumprida pelo estudante. Motivar sua
participação nesse processo para que não se torne um mero receptor de informações, mas que possa
participar ativamente de todo o seu processo de aprendizagem.
14
O professor como agente de ensino nesse processo deve contextualizar a sua prática de
acordo com as necessidades reais de sua clientela. Não se pode mais utilizar um modelo
conservador, pois,
[...] diante de uma sociedade dinâmica, complexa e em constante evolução, é
evidente que não se permite mais utilizar uma prática pedagógica conservadora. É
essencial uma crescente conscientização por parte dos professores em desenvolver
uma nova postura, inserida numa prática inovadora, visando a formar cidadãos com
autonomia, conscientes, reflexivos e construtores de sua própria vida, por meio de
uma ruptura definitiva com o paradigma conservador. (DONATO, p. 165)
Portanto de acordo com este autor, a perspectiva de encontrar novos processos
metodológicos e novas abordagens é um desafio à ação docente contemporânea, o que propicia um
novo significado à docência. Conduzir suas ações de forma reflexiva visando atender as
necessidades de conhecimento propiciando formação de cidadão críticos e questionadores.
A convivência diária do professor com os educandos proporciona a ele a oportunidade de
construir a sua identidade e prática pedagógica através da interação entre a diversidade de
experiências e saberes, por isso que para:
[...] O professor, dadas as circunstâncias e contextos de e para o seu exercício
profissional, interage constantemente com os elementos ou atores principais e
contextos envolvidos no processo ensino-aprendizagem. Essas experiências
possibilitam-lhes construir conjuntos de saberes sobre cada um, os quais orientam
suas práticas. [...] (VAGULA, 2005, p. 105)
Diante da realidade das diversas culturas que compõem a sociedade brasileira, pensar a
prática pedagógica a partir da perspectiva da Interculturalidade tem se constituído como um desafio
no cotidiano escolar. Promover as relações entre os diferentes grupos que convivem diariamente no
mesmo espaço social das escolas possibilita diálogo e reflexão sobre a realidade, permitindo
autonomia para o docente na elaboração de novas formas de fazer educação.
Essas novas formas de fazer educação vão de encontro com as práticas homogeneizadoras
comumente encontradas nas escolas tradicionais. Tornando necessário a flexibilização e a adaptação
do currículo, rompendo com a estrutura atual, permitindo maior mobilidade e autonomia ao
docente. Possibilitando assim, responder de forma criativa as necessidades apresentadas pela
comunidade escolar. É importante valorizar as manifestações culturais dos grupos existentes e
reconhecer suas particularidades.
Dessa forma, assumindo uma perspectiva não homogeneizadora será possível favorecer a
15
construção da identidade dos sujeitos envolvidos nesse processo educacional. E não apenas
promover uma tolerância pacífica entre os ocupantes do mesmo espaço social.
Após as discussões apresentadas, vimos que a concepção de Interculturalidade que supõe o
diálogo entre as culturas é mais ampla e se enquadra no contexto brasileiro, ao contrário da
concepção de Multiculturalismo que apenas constata a existência da multiplicidade de culturas. E
essa multiplicidade de culturas necessita que sejam desenvolvidas propostas educacionais que
valorizem as relações Interculturais, promovendo a construção da identidade dos indivíduos, na
perspectiva de Educação Intercultural apresentada no decorrer do texto. Neste sentido, indagamos: a
proposta oficial do PCN, e as práticas pedagógicas dentro dessa perspectiva de Interculturalidade
que visa combater a tendência homogeneizadora, favorecendo a construção da identidade do
indivíduo.
REFERÊNCIAS
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Janeiro: Lexikon Editora Digital, 2008; Porto Alegre, RS: L&PM, 2008.
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BECKER, Berta. Manual do candidato: Geografia. Brasília: FUNAG, 2012.
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DONATO, Sueli Pereira. ENS, Romilda Teodora. A Docência Contemporânea:entre saberes
docentes e práticas. Disponível
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mundo contemporâneo. São Paulo: Contexto, 2003.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
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LARRAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. 23 ed. Rio de Janeiro: Jorge
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MARÍN, José. Globalização, Educação e Diversidade Cultural. Tellus, ano 6, n. 11, out, 2006.
16
ROCHA, Everardo. O que é etnocentrismo. São Paulo: Brasiliense, 2008.
RIBEIRO, Darci. O Povo Brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das
letras, 2006.
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 6ª
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SILVA, Gilbero Ferreira da Silva. Marcas Interculturais na Prática Pedagógica de Professores
do Ensino Médio. Disponível em < http://www.rizoma.ufsc.br/html/833-of10a-st3.htm>
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contexto Amazônico. In: SILVEIRA, Anamaria (Org.). Experiência em Educação Inclusiva na
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Filho. V. 4. N. 1, 2005
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2005. p. 143-202.

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Texto 3 -Educação intercultural

  • 1. 1 EDUCAÇÃO INTERCULTURAL: A CULTURA NO COTIDIANO DAS ESCOLAS NO CONTEXTO ENTRE IGUALDADE E DIFERENÇA1 EDIVANIA RIBEIRO DE AMORIM2 Aos olhos dos recém-chegados, aquela indiada louçã, de encher os olhos só pelo prazer de vê-los, aos homens e às mulheres, com seus corpos em flor, tinha um defeito capital: eram vadios, vivendo uma vida inútil e sem prestança. Que é que produziam? Nada. Que é que amealhavam? Nada. Viviam suas fúteis vidas fartas, como se neste mundo só lhes coubesse viver. Aos olhos dos índios, os oriundos do mar oceano pareciam aflitos demais. Por que se afanavam tanto em seus fazimentos? Por que acumulavam tudo, gostando mais de tomar e reter do que de dar, intercambiar? Sua sofreguidão seria inverossímel se não fosse tão visível no empenho de juntar toras de pau vermelho, como se estivessem condenados, para sobreviver, a alcançá-las e embarcá-las incansavelmente? Temeriam eles, acaso, que as florestas fossem acabar e, com elas, as aves e as caças? Que os rios e o mar fossem secar, matando os peixes todos? (RIBEIRO, 2006, p. 41) O choque cultural causado quando o grupo do “eu” de repente se depara com o “outro”, o grupo do diferente que faz as coisas de uma forma que é impossível reconhecer como normal. É difícil entender como esse “outro” consegue existir e sobreviver de uma maneira diferente. Essa constatação da diferença ameaça a identidade cultural conhecida. O grupo do “eu” sempre entende que sua visão é a única possível e que a do “outro” é absurda ou anormal. O “eu” é sempre melhor e superior ao “outro” que é atrasado e inferior. (ROCHA, 2008) Essa aproximação cultural intensificada pela globalização da economia e da comunicação trouxe também a necessidade de uma convivência democrática e de respeito entre esses diversos grupos e não só uma convivência de tolerância dessas diferenças. Essa convivência configura uma proposta de educação com uma perspectiva que contemple as diversas culturas existentes. Abordaremos neste tópico uma reflexão sobre Educação Intercultural, o papel da cultura no cotidiano das escolas considerando o patamar da igualdade e da diferença. Discutiremos as diferenças conceituais entre a abordagem Multicultural e Intercultural, a relação entre a escola e a Interculturalidade, a proposta de como a Educação Intercultural pode se construir dentro da 1 Fragmento do texto: Concepções e práticas docentes de interculturalidade no município de Ji- Paraná/Ro. Monografia apresentada ao Departamento de Ciências Humanas e Sociais da Fundação Universidade Federal de Rondônia – UNIR, Campus de Ji-Paraná/RO, como requisito avaliativo de conclusão do Curso de Licenciatura em Pedagogia, sob a orientação da Professora Doutora Josélia Gomes Neves, defendida em julho de 2014 2 Graduada em Pedagogia pela UNIR – Campus de Ji-Paraná-RO.
  • 2. 2 identidade no contexto escolar considerando as orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais - Pluralidade Cultural e as razões de termos adotado a concepção de Interculturalidade. Apresentaremos as perspectivas de Educação Intercultural dos autores que pautaram esse estudo, e as práticas pedagógicas que favorecem a aprendizagem numa perspectiva de Interculturalidade. 1.1 Multicultural e Intercultural: da constatação da multiplicidade ao diálogo entre as culturas No âmbito da globalização surgiram movimentos contestatórios a esta lógica de exclusão do capitalismo, dentre eles citamos o que mobilizou maior visibilidade que foi a abordagem Multicultural e Intercultural. O primeiro tem sido interpretado para indicar uma realidade de convivência entre diferentes grupos culturais que se encontram num mesmo contexto social, de forma descritiva, analítica e sociológica. O segundo para indicar realidades e perspectivas contraditórias entre si. Há ainda a redução do seu significado como a relação entre grupos “folclóricos” ou “mestiçagem”, ou a sua ampliação ao modo de compreensão do “diferente” e a singularidade do ser humano. Contudo o trabalho Intercultural contribui para a superação da atitude do medo e da tolerância do “outro”, a fim de construir uma visão positiva da pluralidade social e cultural, baseada no respeito à diferença concretizada no reconhecimento da igualdade de direitos (FLEURI, 2003). Neste trabalho, adotaremos a concepção da Interculturalidade, porque vai além da concepção Multiculturalista, que limita-se à constatação das múltiplas culturas. Já a Interculturalidade supõe o diálogo entre as culturas sem considerar a questão hierárquica de que um é melhor que o outro, e busca valorizar e respeitar as diferenças buscando articulações de forma que não sejam anuladas A relação entre diferentes culturas é uma constante nas discussões em todas as sociedades. O Brasil é um exemplo de sociedade constituída a partir de uma grande diversidade cultural. Em cada região, em cada estado há uma grande mistura das diversas culturas que influenciaram o seu desenvolvimento cultural. E em Rondônia não foi diferente, pois o estado teve sua formação dentro desse contexto de diversidade, recebendo influências de todas as regiões do país, e por isso é de fundamental relevância o estudo sobre as concepções docentes que englobam a Educação Intercultural. De acordo com Candau (2003, p. 01): [...] na América Latina e, particularmente no Brasil, a questão multicultural apresenta uma configuração própria, uma especificidade. Nosso continente é um continente construído com uma base multicultural muito forte, onde as relações interétnicas têm sido uma constante através de toda sua história, uma história
  • 3. 3 dolorosa e trágica principalmente no que diz respeito aos grupos indígenas e afro- descendentes. Essa população constituída a partir dos diversos grupos culturais que migraram de outros lugares para colonizar a região geraram diversos conflitos entre os indígenas que aqui habitavam e os colonos que receberam terras do governo para plantar e entre estes e os grandes latifundiários que começaram a tomar posse das terras dos menos favorecidos. (RIBEIRO, 2012) Essa relação de conflitos entre grupos socioculturais diferentes inevitavelmente requer providências para que esse relacionamento conflituoso seja solucionado de maneira pacífica e respeitosa para todas as partes, sem que ninguém seja prejudicado e possibilitando que todos possam conviver de maneira harmoniosa mantendo a igualdade nos direitos e a diferença de hábitos. E de que maneira essa convivência de respeito pode ser alcançada? Uma das maneiras mais eficazes é através de um processo educacional democrático e dialógico. Sendo a escola um local onde as crianças passam grande parte do seu tempo, evidenciando esse encontro e os seus conflitos, torna-se de extrema relevância que a educação recebida por essas crianças contemple todo esse contexto Intercultural em que ela vive. Portanto é na escola onde devem começar esse aprendizado de respeito ao “outro”. E assim ser capaz de formar sua própria identidade valorizando todas as experiências de aprendizagem geradas por esse encontro. Segundo Scaramuzza (2010, p. 77) A construção da educação escolar na Amazônia, especificamente em Rondônia, confrontou-se coma ampla diversidade cultural constituinte do espaço. A partir da década de oitenta do século XX, foi intenso o contato entre grupos historicamente distintos, isso efetivou a necessidade de se discutir a melhor forma de contato entre concepções e práticas aparentemente tão diferentes. Desta forma, o lugar privilegiado em que as relações sociais se confrontaram foi na escola que, como lugar de transmissão, ressignificação e produção de conhecimento que é, incorpora certas linguagens, roupagens e concepções muitas vezes embutidas nas políticas escolares do conhecimento oficial. [...] (p. 77) A Interculturalidade se apresenta como um diálogo possível entre grupos de origens culturais e históricas diferentes, que no caso de Rondônia, como destaca o autor por ser um estado formado a partir de múltiplos contatos entre povos locais e continentais, podem ser promovidas mudanças significativas a partir do conceito de Interculturalidade, como vem ocorrendo nas comunidades indígenas: “isso vem ocorrendo no âmbito dos processos educativos de populações minoritárias como os grupos indígenas, que, com a incorporação da educação escolar em suas comunidades, utilizam práticas interculturais no sentido de conhecer o outro sem perder suas origens e identidades.” (SCARAMUZZA, 2010, p. 78-79)
  • 4. 4 Portanto, a Interculturalidade visa a articulação dos grupos sociais diversos que convivem no mesmo espaço se opondo a supremacia de culturas sobre outras, baseada no respeito ao “outro”, valorizando a construção da identidade através do diálogo para que se tenha uma educação democrática. 1.2 Escola e Interculturalidade: a cultura no cotidiano escolar Quando pensamos em escola já imaginamos um prédio cercado por muros dividido em salas de aula, áreas administrativas, onde temos que frequentar desde a infância, durante muitos anos. Essa imagem ameaçadora passada por algumas pessoas pode às vezes afastar aqueles que se sintam intimidados diante dessa imagem dominadora e carrasca da escola. No entanto, não podemos ver a escola apenas como uma construção física, a escola é muito mais que isso, ela se constrói através das pessoas, sem elas a escola é só um monte de tijolos sobre o outro, não tem razão de existir. A escola é formada pelas pessoas que lá trabalham, sejam como educadores, ou como apoio técnico administrativo, na limpeza ou na cozinha. Assim como os estudantes que são a razão de sua existência. Todos fazem parte desse universo de convivência diária, entretanto essas pessoas não são iguais, cada uma traz consigo uma bagagem de conhecimentos e vivências, e o que acontece quando se juntam no mesmo espaço? Geram situações tensas e conflitantes pautadas por suas diferenças culturais. Então surge o questionamento: como a escola deve lidar com essas situações? Como administrar esses conflitos provocados por esse encontro cultural? A escola deve trabalhar para que esses conflitos se transformem em coisas positivas para a convivência de todos e não na violência que essas situações tensas costumam provocar. Diante das tensões e conflitos gerados por esse encontro de culturas diversas a escola tem buscado através da Interculturalidade soluções para contemplar a educação de todos e para todos, “[...] é importante que em qualquer sociedade haja um projeto de educação intercultural tentando valorizar o status do outro”. (SOUZA, 2004, p. 3) Portanto, a escola é um espaço de reprodução ideológica, mas também é onde acontece a contestação e a subversão dessa ideologia. Por isso a escola é considerada um local privilegiado para formação das crianças e jovens. Paulo Freire (1996) fala que é indispensável que exista ética no exercício da docência. Mas não da ética restrita que obedece aos interesses do lucro, mas sim da ética universal do ser humano que afronta todo tipo de discriminação, principalmente na prática
  • 5. 5 educativa que é uma prática humana. Contudo, Freire afirma que não há ensino sem aprendizagem, então valorizar o conhecimento que o estudante traz para a escola faz com que o professor também aprenda. “[…] Porque não estabelecer uma “intimidade” entre os saberes curriculares fundamentais aos estudantes e a experiência social que eles têm como indivíduos? […]” (p. 30) Então, ao valorizar esses saberes diversos existentes a escola aproxima o cotidiano dos estudantes do conteúdo escolar e mostra que respeitar é importante e favorece a aprendizagem, cumprindo assim o seu dever para com todos: […] à escola, o dever de não só respeitar os saberes com que os educandos, sobretudo os das classes populares, chegam a escola – saberes socialmente construídos, na prática comunitária – mas também, […] discutir com os alunos a razão de ser de alguns desses saberes em relação com o ensino dos conteúdos. […] (FREIRE, 1996, p. 30) Essa aproximação de saberes diversos favorece a aprendizagem e confirmando o que diz Paulo Freire, de que não há docência sem discência, pois quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. As possibilidades de aprendizagem geradas por essa aproximação fortalecem os processos de produção e construção do conhecimento ao invés da simples transferência de saberes, que em nada favorece o desenvolvimento humano. A Interculturalidade tem sido visibilizada a partir da aproximação cultural ocasionada pela globalização. No Brasil, a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação em 1996 (LDB, 1996) trouxe o termo Educação Interrcultural a tona pela primeira vez. Segundo Fleuri (2003) o lançamento dos Parâmetros Curriculares Nacionais para a Pluralidade Cultural (BRASIL, 1997) trouxe relevância social e educacional para a multiculturalidade na perspectiva Intercultural, juntamente com o desenvolvimento do Referencial Curricular Nacional para as Escolas Indígenas, políticas afirmativas das minorias étnicas, inclusão de pessoas com deficiência na escola regular, valorização das culturas infantis, movimentos de pessoas da terceira idade e ampliação e reconhecimento dos movimentos de gênero. Diante disso, vem sendo desenvolvidas propostas de educação para valorizar os direitos humanos e as relações interculturais. 1.3 Educação Intercultural e a construção da identidade no contexto escolar A busca por uma educação que promova a construção de identidades e o reconhecimento das diferenças, e que valorize as especificidades de cada um, levou ao surgimento de uma educação de caráter Intercultural. Há diversos estudos sobre Educação Intercultural, no entanto, neste trabalho
  • 6. 6 serão utilizados como aportes teóricos os seguintes autores: Fleuri (2006, 2003, 2001), Candau (2009) e Walsh (2009a, 2009b). Para Fleuri (2001) a educação intercultural, surgiu no Brasil a partir da luta contra os processos de exclusão social, uma vez que a realidade brasileira se formou a partir de processos de aculturação violentos que levaram a perda da identidade cultural: [...] Esta emerge no contexto das lutas contra os processos crescentes de exclusão social. Reconhece-se o sentido e a identidade cultural de cada grupo social. Mas, ao mesmo tempo, valoriza-se o potencial educativo dos conflitos. E busca-se desenvolver a interação e reciprocidade entre grupos diferentes, como fator de crescimento cultural e de grupos diferentes, como fator de crescimento cultural e de enriquecimento mútuo. Assim, em nível das práticas educacionais, a perspectiva intercultural propõe novas estratégias de relação entre sujeitos e entre grupos diferentes. Busca promover a construção de identidades particulares e o reconhecimento das diferenças culturais. Mas, ao mesmo tempo, procura sustentar a relação critica e solidária entre elas. (FLEURI, 2001, p. 69-70) O reconhecimento dessas diferenças culturais e a valorização dos conflitos gerados pela convivência entre várias culturas mostra que a prática pedagógica deixa de ser apenas uma transmissão de cultura homogênea, e passa a elaborar modelos culturais que interagem na formação dos educandos como seres humanos capazes de respeitar o outro na sua diferença. Para isso, segundo Fleuri (2001) “[...] Foi necessário esclarecer como se dão os processos de formação da identidade pessoal e coletiva. [...] entender o significado e o valor das diferenças, pelas quais se identificam os grupos sociais. [...]” (p. 72) Esse modelo de Educação Intercultural reconhece o valor de cada cultura e defende o respeito entre os diferentes grupos existentes no contexto escolar. Nessa perspectiva a educação deixa de ser entendida como um processo de transmissão de conhecimentos de um indivíduo para o outro, confirmando o que diz Paulo Freire (1996, p. 22) “[...] ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção”. Então a escola deve proporcionar aos estudantes um diálogo crítico sobre as diferenças, para que possam construir sua identidade cultural respeitando a identidade do outro, desenvolvendo relações de reciprocidade. “[...] A educação intercultural não se reduz a uma simples relação de conhecimento: trata-se da interação entre sujeitos. [...]” (FLEURI, 2001, p. 77). Nessa perspectiva a Educação Intercultural se preocupa com as relações entres os seres humanos culturalmente diferentes: A educação passa a ser entendida como o processo construído pela relação tensa e intensa entre diferentes sujeitos, criando contextos interativos que, justamente por
  • 7. 7 se conectar dinamicamente com os diferentes contextos culturais em relação aos quais os diferentes sujeitos desenvolvem suas respectivas identidades, torna-se um ambiente criativo e propriamente formativo, ou seja, estruturante de movimentos de identificação subjetivos e socioculturais. (FLEURI. 2003, p. 31-32). Essas relações sociais interculturais são complexas e requerem novas formas de elaborar o conhecimento. Por isso, para Fleuri (2003) a aprendizagem não se desenvolve apenas com informações, conceitos e valores, mas, sobretudo com os significados adquiridos através desses elementos. Essa concepção de educação faz com seja repensado e ressignificado a concepção de educador, pois: [...] se o processo educativo consiste na criação e desenvolvimento de contextos educativos, e não simplesmente na transmissão e assimilação disciplinar de informações especializadas, ao educador compete a tarefa de propor estímulos (energia colateral) que ativem as diferenças entre os sujeitos e entre seus contextos (histórias, culturas, organizações sociais...) para desencadear a elaboração e circulação de informações (versões codificadas das diferenças e das transformações) que se articulem em diferentes níveis de organização (seja em âmbito subjetivo, intersubjetivo, coletivo, seja em níveis lógicos diferentes). Educador, nesse sentido, é propriamente um sujeito que se insere num processo educativo e interage com outros sujeitos, dedicando particular atenção às relações e aos contextos que vão se criando, de modo a contribuir para a explicitação e elaboração dos sentidos (percepção, significado e direção) que os sujeitos em relação constroem e reconstroem. (FLEURI, 2003, p. 32) De modo que, a interação do educador no processo educativo nesse contexto de Interculturalidade é indispensável para a construção da relação entre todos os sujeitos envolvidos. Assumindo o desafio de construir condições para a compreensão das diferentes dimensões entre as relações humanas através de diferentes pontos de vista. As relações humanas entre os diferentes grupos sociais e culturais devem promover um diálogo de reconhecimento do “outro” na perspectiva Intercultural Candau (2009) defende que: Uma educação para a negociação cultural, que enfrenta os conflitos provocados pela assimetria de poder entre os diferentes grupos sócio-culturais nas nossas sociedades e é capaz de favorecer a construção de um projeto comum, pelo qual as diferenças sejam dialeticamente integradas. A perspectiva intercultural está orientada à construção de uma sociedade democrática, plural, humana, que articule políticas de igualdade com políticas de identidade. (p. 166). O encontro que ocorre no espaço pedagógico gera conflitos, e evidencia a necessidade de aprendizado sobre a condição do outro e a sua própria. E o objetivo é possibilitar instrumentos para que os confrontos aconteçam de forma menos destrutiva explorando as diferenças de forma produtiva na construção da identidade dos indivíduos. Para Candau (2012, p.01) “[...] a educação escolar deve colaborar na promoção da igualdade de oportunidades, construção da cidadania,
  • 8. 8 formação da consciência critica e o desenvolvimento de práticas democráticas”. Mas não deve acontecer apenas em alguns momentos, como em datas comemorativas pelo Dia do Índio em 19 de Abril ou Dia da Consciência Negra em 20 de Novembro. Pelo contrário deve contemplar todos os grupos existentes na escola, pois só há Interculturalidade se acontecer de forma global e se atingir a todos os indivíduos. Diante dessa dinâmica escolar, Candau (2009) afirma que: [...] A educação intercultural não pode ser reduzida a algumas situações e/ou atividades realizadas em momentos específicos, nem focalizar sua atenção exclusivamente em determinados grupos sociais. Trata-se de um enfoque global que deve afetar todos os atores e a todas as dimensões do processo educativo, assim como os diferentes âmbitos em que ele se desenvolve. No que diz respeito à escola, afeta a seleção curricular, a organização escolar, as linguagens, as práticas didáticas, as atividades extraclasse, o papel do/a professor/a, a relação com a comunidade, etc. (p, 170) É claro que o desenvolvimento dessa perspectiva de Educação Intercultural apresentada pela autora é uma questão bastante complexa e que gera muitas tensões e desafios. É por isso que exige a problematização de como é concebida as práticas educativas, e formação docente para que o professor possa ser capaz de lidar com as situações que ocorrem na sala de aula causada pela convivência da diferença. Repensar as relações entre Direitos Humanos e as diferenças culturais no contexto educacional. Como contemplar a dignidade humana num mundo que parece ter se esquecido dela. No sentido de uma nova construção social, política educacional, A perspectiva intercultural quer promover uma educação para o reconhecimento do outro, o diálogo entre os diferentes grupos sócio-culturais. [...] A perspectiva intercultural está orientada a construção de uma sociedade democrática, plural, humana, que articule políticas de igualdade com políticas de identidade. (CANDAU, 2009, p. 171-172) Nessa perspectiva como conviver com o “outro” que é diferente? Basta apenas tolerá-lo na convivência diária? Como trabalhar a igualdade na diferença? As tensões entre igualdade e a diferença tem sido amplamente discutidas no contexto da Interculturalidade, pois, esta tensão está presente na sociedade em geral assim como na escola, onde se revela de modo especialmente agudo, de modo que alguns termos como denegrir, judiar, tolerância, passam a ser questionados: No campo da educação, a tolerância pode nos instalar no pensamento débil, evitar que examinemos e tomemos posição em relação aos valores que dominam a cultura contemporânea, fazer-nos evitar polemizar, assumir a conciliação como valor último e evitar questionar a ‘ordem’ como comportamentos a serem cultivados. (p. 75) Muitas vezes afirmar que há igualdade entre pessoas e grupos pode parecer uma negação das
  • 9. 9 diferenças ou até mesmo uma tentativa de silenciá-las. Em outra situação reconhecer essas diferenças também pode ser visto como uma legitimação dessas desigualdades o que causa o enfraquecimento da tentativa de superá-las. A dialética entre igualdade e diferença busca superar a desigualdade ao mesmo tempo que reconhece as diferenças culturais existentes. Diferenças que estão presentes em toda a sociedade e reivindica reconhecimento e valorização. É necessário que haja políticas de valorização e não apenas o reconhecimento. Contudo como afirma Candau (2012), é impossível trabalhar a igualdade sem incluir a diferença, uma não pode ser dissociada da outra. As diferenças devem ser reconhecidas como elemento de construção da igualdade. A articulação entre igualdade e diferença deve ser uma questão presente na construção de processos educativos que tenham como objetivo o reconhecimento das diferentes culturas existentes na sociedade. Trabalhar questões de igualdade dissociada da questão da diferença é uma prática impossível. O diálogo entre os diferentes é indispensável para a construção da identidade do ser humano. Catherine Walsh (2009b) traz uma compreensão de Interculturalidade a partir de três perspectivas distintas: Relacional, Funcional e Crítica. A primeira é a Interculturalidade Relacional que: [...] faz referência da forma mais básica e geral ao contato e intercâmbio entre culturas, isto é, entre pessoas, práticas, saberes, valores e tradições culturais distintas, as quais poderiam dar-se em condições de igualdade ou desigualdade. Desta maneira, se assume que a interculturalidade é algo que sempre existiu na América Latina pois sempre existiu aqui o contato e arelação entre os povos indígenas e afrodescendentes, por exemplo, e a sociedade branco-mestiça crioula, do que poderia ser conhecida a evidência na própria mestiçagem, nos sincretismos e nas transculturações que são parte central da historia e “natureza” latino- americana-caribenha. (p. 02) O problema é que esta perspectiva oculta ou minimiza os conflitos nos contextos de poder e dominação e limita a Interculturalidade ao contato e a relação, muitas vezes individual, deixando de lado as estruturas da sociedade, que situam as diferenças em termos de superioridade e inferioridade. Fazendo com que seja necessário problematizar a perspectiva relacional, ampliando e evidenciando seus significados e implicações sociais e políticas. A segunda perspectiva citada pela autora é a Interculturalidade Funcional, que se apresenta na perspectiva do reconhecimento da diversidade e das diferenças culturais que visam sua inclusão no interior da estrutura social. Perspectiva essa que busca a promoção do diálogo, convivência e tolerância, a Interculturalidade é funcional ao sistema, não questiona as desigualdades sociais e culturais, de forma que é totalmente compatível com o modelo neoliberal existente. A
  • 10. 10 Interculturalidade funcional é exercida a partir de cima em contraste com a Interculturalidade critica que é entendida como uma ferramenta, um processo construído a partir das gentes e demandado da subalternidade. (WALSH, 2009b) O interculturalismo funcional responde a parte dos interesses e necessidades das instituições sociais; a interculturalidade crítica,por sua vez é uma chamada de e desde o povo que tem sofrido uma histórica submissão e subalternização, de seus aliados, e dos setores que lutam, junto com eles, pela re-fundaçãosocial e descolonização, pela construção de um mundo melhor. (WALSH, 2009c, p. 07) Assumir as diferenças existentes faz com que novas relações sejam construídas entre grupos socioculturais diferentes. É exatamente esse o foco da terceira perspectiva de Interculturalidade, a Interculturalidade Crítica, questionar essas relações construídas ao longo da história entre as diversas culturas. Para Walsch (2009a, p. 22) “[...] a Interculturalidade crítica [...] é uma construção de e a partir das pessoas que sofreram uma histórica submissão e subalternização”. Esse processo de dominação e subalternidade pode ser transformado a partir de “iniciativas e perspectivas éticas que fazem questionar, transformar, sacudir, rearticular e construir” (idem, p. 25). A proposta de Interculturalidade critica como ferramenta pedagógica de Catherine Walsh (2009b) é justamente a que questiona a subalternização e inferiorização dos padrões de poder, aquela que visibiliza maneiras diferentes de ser, viver e saber. Buscando o desenvolvimento e a criação de condições que fazem com que as diferenças dialoguem num marco que traz legitimidade, dignidade, igualdade, equidade e respeito. Mas que ao mesmo tempo criam “outros” modos: de pensar, ser, estar, aprender, ensinar, sonhar e viver. Para Walsh a Interculturalidade critica exige uma pedagogia e prática pedagógica que: [...] retomam a diferença em termos relacionais, com seu vínculo histórico-político- social e de poder, para construir e e afirmar processos, práticas e condições diferentes. Dessa maneira, a pedagogia é entendida além do sistema educativo, do ensino e transmissão do saber, e como processo e prática sociopolíticos produtivos e transformadores assentados nas realidades, subjetividades, histórias e lutas das pessoas, vividas num mundo regido pela estrutura colonial. (WALSH, 2009a, p. 26) Catherine Walsh também reflete os processos educacionais através da pedagogia decolonial, que representa uma estratégia que vai além da transformação, supondo também criação e transformação. A decolonialidade parte da consideração das lutas dos povos subalternizados historicamente que a partir da desumanização busca construir outros modos de viver e saber. É dar visibilidade as lutas partindo das práticas sociais das pessoas. Entretanto na perspectiva de Interculturalidade dos autores e autoras estudados no âmbito da
  • 11. 11 educação, uma mera incorporação de alguns temas no calendário e no currículo da escola não é suficiente para que os estudantes desenvolvam o pensamento crítico sobre as relações interculturais e possam desenvolver sua identidade baseada no respeito e dignidade consigo e com o outro. A Interculturalidade deve ser uma ferramenta de ação constante e contínua no processo de decolonialidade dentro da escola e da sociedade, o que exige preparação docente. 1.4 Proposta Oficial para Educação Intercultural As questões culturais e de identidades são presença constante nos debates políticos, científicos e filosóficos. Portanto, não é estranha sua presença também no discurso pedagógico, precisamente nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). Os PCNs fazem parte de uma série de compromissos assumidos internacionalmente para satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem para todos, oportunizando essa aprendizagem para crianças, jovens e adultos. Os PCNs são os referenciais importantes que podem orientar a educação em todo o País, tem como função garantir a coerência dos investimentos no sistema educacional, funcional como um elemento que seleciona ações na busca por melhorias da qualidade na educação. Como já foi dito as questões envolvendo as diversas culturas existentes na escola que são tão importantes para a construção da identidade do indivíduo traz a tona a formalização desses conteúdos em um referencial nacional para direcionar a abordagem de temas como a pluralidade e a diversidade cultural na escola. Estabelecendo uma determinada ordem na distribuição dos conteúdos. O PCN de Pluralidade Cultural ressalta a imensa diversidade sócio-cultural que forma a sociedade brasileira, como essa diversidade é caracterizada pelas diferenças de tradições culturais e religiosas dos povos que habitam o território brasileiro. “[...] além de uma imensa população formada pelos descendentes dos povos africanos e um grupo igualmente numeroso de imigrantes e descendentes de povos originários de diferentes continentes, de diferentes tradições culturais e de diferentes religiões. [...]” (BRASIL, 1998, p. 29). E o que se pretende fazer para a essas culturas uma convivência pacifica e respeitosa diante de tantos conflitos gerados pelo fato de não enxergarmos no “outro” qualidades pelo simples fato de ele ser diferente. [...] O que se almeja, portanto, ao tratar de Pluralidade Cultural, não é a divisão ou o esquadrinhamento da sociedade em grupos culturais fechados, mas o enriquecimento propiciado a cada um e a todos pela pluralidade de formas de vida, pelo convívio e pelas opções pessoais, assim como o compromisso ético de contribuir com as transformações necessárias à construção de uma sociedade mais justa. (BRASIL, 198, p. 21)
  • 12. 12 A desigualdade social, a discriminação e o preconceito são empecilhos para a construção de uma sociedade justa que não só respeita as diferenças como aprende com elas e se torna um ser humano consciente de suas responsabilidades consigo e na convivência com o outro. Mudar a mentalidade e combater o preconceito é algo que precisa ser iniciado desde cedo nas crianças, para que cresçam respeitando as diferenças e não olhem para os outros procurando um reflexo de si. Mudar mentalidades, superar o preconceito e combater atitudes discriminatórias são finalidades que envolvem lidar com valores de reconhecimento e respeito mútuo, o que é tarefa para a sociedade como um todo. A escola tem um papel crucial a desempenhar nesse processo. Em primeiro lugar, porque é o espaço em que pode se dar a convivência entre crianças de origens e nível socioeconômico diferentes, com costumes e dogmas religiosos diferentes daqueles que cada uma conhece, com visões de mundo diversas daquela que compartilha em família. Em segundo, porque é um dos lugares onde são ensinadas as regras do espaço publico para o convívio democrático com a diferença. Em terceiro lugar, porque a escola apresenta à criança conhecimentos sistematizados sobre o País e o mundo, e aí a realidade plural de um país como o Brasil fornece subsídios para debates e discussões em torno de questões sociais. A criança na escola convive com a diversidade e poderá aprender com ela. (BRASIL, 1998, p. 23-24) Segundo o PCN - Pluralidade Cultural, a escola contribui para a construção da democracia e promove os princípios éticos de liberdade, dignidade, respeito mútuo, justiça e equidade, solidariedade, diálogo no cotidiano. Contribui também para encontrar formas de fazer cumprir o princípio constitucional de igualdade, onde é indispensável que haja sensibilidade para lidar com a questão da diversidade cultural. “[...] Por isso, fortalecer a cultura própria de cada grupo social, cultural e étnico que compõe a sociedade brasileira, promover reconhecimento, valorização e conhecimento mútuo, é fortalecer a igualdade, a justiça, a liberdade, o diálogo e, portanto, a democracia”. (BRASIL, 1998, p.44) Este documento informa que a heterogeneidade apresentada na composição da população brasileira, evidencia dificuldade para lidar com o preconceito e a discriminação racial/étnica, inclusive na escola, onde muitas vezes acontecem manifestações de racismo, discriminação social e étnica, por parte de todos os envolvidos no seu contexto, professores, alunos e equipe escolar, mesmo que de maneira inconsciente ou involuntária. Somos resultado de uma sociedade que por muitos anos, viveu o preconceito e a discriminação como algo normalizado no comportamento das pessoas. No entanto, no contexto dos movimentos sociais vinculados a diferentes comunidades étnicas foi desenvolvida uma história de resistência aos padrões culturais que estabeleciam e sedimentavam injustiças, que culminou na conquista gradativa de uma legislação que estabeleceu a discriminação
  • 13. 13 racial como crime. Contudo não basta só criminalizar, é preciso educar os cidadãos para que não desenvolvam no seu cotidiano atitudes de discriminação e preconceito. Portanto, “[...] a criança na escola convive com a diversidade e poderá aprender com ela.” (BRASIL, 1998, p. 123) Mas esse aprendizado precisa ser sistematizado de maneira correta para que alcance os objetivos a que se propõe, de acordo com o PCN: Reconhecer essa complexidade que envolve a problemática social, cultural e étnica é o primeiro passo. A escola tem um papel fundamental a desempenhar nesse processo. Em primeiro lugar, porque é um espaço em que pode se dar a convivência entre estudantes de diferentes origens, com costumes e dogmas religiosos diferentes daqueles que cada um conhece, com visões de mundo diversas daquela que compartilha em família. Nesse contexto, ao analisar os fatos e as relações entre eles, a presença do passado no presente, no que se refere às diversas fontes de que se alimenta a identidade — ou as identidades, seria melhor dizer — é imprescindível esse recurso ao Outro, a valorização da alteridade como elemento constitutivo do Eu, com a qual experimentamos melhor quem somos e quem podemos ser. Em segundo, porque é um dos lugares onde são ensinadas as regras do espaço público para o convívio democrático com a diferença. Em terceiro lugar, porque a escola apresenta à criança conhecimentos sistematizados sobre o país e o mundo, e aí a realidade plural de um país como o Brasil fornece subsídios para debates e discussões em torno de questões sociais. (BRASIL, 1998, p. 123) Contudo, constata-se que houve um avanço na formalização do PCN - Pluralidade Cultural, no que tange a educação voltada para educação das diversas culturas existentes no país, e na valorização das diferentes identidades que contribuem para o crescimento consciente de cidadãos. Mas cabe saber como tem sido feito esse trabalho dentro das escolas pelos professores, é imprescindível o retorno a problemática desse trabalho que pretende investigar as concepções e as práticas pedagógicas dos docentes sobre a Educação Intercultural nas escolas do município de Ji- Paraná/RO. 1.5 Práticas Pedagógicas na Perspectiva Intercultural O processo de ensino-aprendizagem na escola contemporânea depende totalmente da prática pedagógica desenvolvida pelos agentes educacionais. É preciso priorizar uma prática formadora para o desenvolvimento real, e não uma obrigação a ser cumprida pelo estudante. Motivar sua participação nesse processo para que não se torne um mero receptor de informações, mas que possa participar ativamente de todo o seu processo de aprendizagem.
  • 14. 14 O professor como agente de ensino nesse processo deve contextualizar a sua prática de acordo com as necessidades reais de sua clientela. Não se pode mais utilizar um modelo conservador, pois, [...] diante de uma sociedade dinâmica, complexa e em constante evolução, é evidente que não se permite mais utilizar uma prática pedagógica conservadora. É essencial uma crescente conscientização por parte dos professores em desenvolver uma nova postura, inserida numa prática inovadora, visando a formar cidadãos com autonomia, conscientes, reflexivos e construtores de sua própria vida, por meio de uma ruptura definitiva com o paradigma conservador. (DONATO, p. 165) Portanto de acordo com este autor, a perspectiva de encontrar novos processos metodológicos e novas abordagens é um desafio à ação docente contemporânea, o que propicia um novo significado à docência. Conduzir suas ações de forma reflexiva visando atender as necessidades de conhecimento propiciando formação de cidadão críticos e questionadores. A convivência diária do professor com os educandos proporciona a ele a oportunidade de construir a sua identidade e prática pedagógica através da interação entre a diversidade de experiências e saberes, por isso que para: [...] O professor, dadas as circunstâncias e contextos de e para o seu exercício profissional, interage constantemente com os elementos ou atores principais e contextos envolvidos no processo ensino-aprendizagem. Essas experiências possibilitam-lhes construir conjuntos de saberes sobre cada um, os quais orientam suas práticas. [...] (VAGULA, 2005, p. 105) Diante da realidade das diversas culturas que compõem a sociedade brasileira, pensar a prática pedagógica a partir da perspectiva da Interculturalidade tem se constituído como um desafio no cotidiano escolar. Promover as relações entre os diferentes grupos que convivem diariamente no mesmo espaço social das escolas possibilita diálogo e reflexão sobre a realidade, permitindo autonomia para o docente na elaboração de novas formas de fazer educação. Essas novas formas de fazer educação vão de encontro com as práticas homogeneizadoras comumente encontradas nas escolas tradicionais. Tornando necessário a flexibilização e a adaptação do currículo, rompendo com a estrutura atual, permitindo maior mobilidade e autonomia ao docente. Possibilitando assim, responder de forma criativa as necessidades apresentadas pela comunidade escolar. É importante valorizar as manifestações culturais dos grupos existentes e reconhecer suas particularidades. Dessa forma, assumindo uma perspectiva não homogeneizadora será possível favorecer a
  • 15. 15 construção da identidade dos sujeitos envolvidos nesse processo educacional. E não apenas promover uma tolerância pacífica entre os ocupantes do mesmo espaço social. Após as discussões apresentadas, vimos que a concepção de Interculturalidade que supõe o diálogo entre as culturas é mais ampla e se enquadra no contexto brasileiro, ao contrário da concepção de Multiculturalismo que apenas constata a existência da multiplicidade de culturas. E essa multiplicidade de culturas necessita que sejam desenvolvidas propostas educacionais que valorizem as relações Interculturais, promovendo a construção da identidade dos indivíduos, na perspectiva de Educação Intercultural apresentada no decorrer do texto. Neste sentido, indagamos: a proposta oficial do PCN, e as práticas pedagógicas dentro dessa perspectiva de Interculturalidade que visa combater a tendência homogeneizadora, favorecendo a construção da identidade do indivíduo. REFERÊNCIAS AULETE, Caldas. Dicionário Caldas Aulete da língua portuguesa: edição de bolso. 2 ed. Rio de Janeiro: Lexikon Editora Digital, 2008; Porto Alegre, RS: L&PM, 2008. AMORIM, Edivania R. Os povos da floresta: conflitos e esperanças. 2012 BECKER, Berta. Manual do candidato: Geografia. Brasília: FUNAG, 2012. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB, nº9394/1996. DONATO, Sueli Pereira. ENS, Romilda Teodora. A Docência Contemporânea:entre saberes docentes e práticas. Disponível <http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2008/anais/pdf/192_353.pdf> EDGAR, Andrew; SEDGWICK, Peter. Teoria Cultural de A a Z: conceitos-chave para entender o mundo contemporâneo. São Paulo: Contexto, 2003. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996. HALL, Stuart. A Identidade Cultural na Pós-Modernidade. Rio de Janeiro: DP&A EDITORA, 2006. KUPER, Adam. Cultura: a visão dos antropólogos. Bauru, SP: EDUSC, 2002. LARRAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. 23 ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2009. MARÍN, José. Globalização, Educação e Diversidade Cultural. Tellus, ano 6, n. 11, out, 2006.
  • 16. 16 ROCHA, Everardo. O que é etnocentrismo. São Paulo: Brasiliense, 2008. RIBEIRO, Darci. O Povo Brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das letras, 2006. SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 6ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2001. SILVA, Gilbero Ferreira da Silva. Marcas Interculturais na Prática Pedagógica de Professores do Ensino Médio. Disponível em < http://www.rizoma.ufsc.br/html/833-of10a-st3.htm> SCARAMUZZA, Genivaldo Frois. Interculturalidade e Inclusão: Diálogo possível e necessário em contexto Amazônico. In: SILVEIRA, Anamaria (Org.). Experiência em Educação Inclusiva na Amazônia. São Carlos, SP: Pedro e João Editores, 2010, p. 71-81. SOUZA, Isabela Cabral Félx de.A Educação Intercultural na Escola e o Reconhecimento do Outro Diferente. Archivos Analít6icos de Políticas Educativas. Vol, 12. N. 9. Out. 2004. Disponível em: www.doaj.org SOUZA, Murilo Mendonça Oliveira de; PESSÔA, Vera Lucia Salazar. A contra-reforma agrária em Rondônia: colonização agrícola, expropriação e violência. 2009. Disponível em: < http://w3.ufsm.br/gpet/engrup/vengrup/anais/1/Murilo%20Mendonca_NEAT-UFU.pdf> Acesso em 20 de ago. 2011. VAGULA, Edilaine. O Professor, seus Saberes e sua Identidade. Rev. Cient. Fac. Lourenço Filho. V. 4. N. 1, 2005 WULF, Christoph. Educação Intercultural. In: Antropologia da Educação. Campinas, SP: Alínea, 2005. p. 143-202.