3. “Na caatinga, o homem bicho bate em retirada,
carregando apenas trapos, cambaleia. Cai”
Graciliano Ramos
4. Caatinga - Apresentação
Caatinga (do tupi: caa (mata) + tinga (branca) = mata branca) é o único bioma
exclusivamente brasileiro, o que significa que grande parte do seu patrimônio
biológico não pode ser encontrado em nenhum outro lugar do planeta.
Este nome decorre da paisagem esbranquiçada apresentada pela vegetação
durante o período seco: a maioria das plantas perde as folhas e os troncos
tornam-se esbranquiçados e secos.
5. Caatinga – Localização
A caatinga é uma formação
vegetal que podemos encontrar
na região do semi-árido
nordestino. Está presente
também nas regiões do extremo
norte de Minas Gerais e sul dos
estados do Maranhão e Piauí.
6. Caatinga – Características Gerais
A Caatinga estende-se por todo
interior do nordeste oriental. É
marcada pelo clima semi-árido, com
chuvas irregulares, com estações do
ano não muito bem definidas: uma
quente e seca, e outra quente e
úmida (isto ocorre devido a
irregularidade das chuvas somando
a circulação de massas de ar na
região)
7. Caatinga – Clima
O clima é semi-árido, com
temperaturas médias anuais
compreendidas entre 27ºC e 29ºC e
com médias pluviométricas inferiores
aos 800 mm. A rigidez climática das
caatingas é conferida principalmente
pela irregularidade na distribuição
destas chuvas no tempo e no espaço.
A paisagem mais comum da Caatinga é
a que ela apresenta durante a seca. Na
estação seca a temperatura do solo
pode chegar até 60°C
9. Caatinga – Vegetação
A caatinga é coberta por solos
relativamente férteis. Embora não
tenha potencial madeireiro, exceto
pela extração secular de lenha, a
região é rica em recursos genéticos,
dada a sua alta biodiversidade. Por
outro lado, o aspecto agressivo da
vegetação contrasta com o colorido
diversificado das flores emergentes no
período das chuvas, cujo índice
pluviométrico varia entre 300 e 800
mm anualmente.
10. Caatinga – Vegetação
A caatinga apresenta três estratos:
Arbóreo (8 a 12 metros)
Arbustivo (2 a 5 metros)
Herbáceo (abaixo de 2 metros)
O aspecto geral da vegetação, na seca,
é de uma mata espinhosa e agreste.
Algumas poucas espécies da caatinga
não perdem as folhas na época da
seca. Entre essas destaca-se o
Juazeiro (Zizyphus Joazeiro) como uma
das plantas mais típicas desse
ecossistema.
11. Caatinga – Vegetação
A Caatinga é dominada por tipos de
vegetação com características
xerofíticas – formações vegetais secas,
que compõem uma paisagem cálida e
espinhosa – com estratos compostos
por gramíneas, arbustos e árvores de
porte baixo ou médio (3 a 7 metros de
altura), caducifólias (folhas que caem),
com grande quantidade de plantas
espinhosas (exemplo: leguminosas),
entremeadas de outras espécies como
as cactáceas e as bromeliáceas.
Diversidade da vegetação original
Da caatinga brasileira
12. Caatinga – Vegetação
Área com grande variedade de espécies de vegetação típica da Caatinga
16. Caatinga – Fauna
A maioria dos animais da caatinga tem hábitos noturnos, o que evita que se
movimentem em horas mais quentes.
Levantamentos sobre a fauna do domínio da Caatinga revelam a existência de 40
espécies de lagartos, sete espécies de anfibenídeos (espécies de lagartos sem pés), 45
espécies de serpentes, quatro de quelônios, uma de Crocodylia, 44 anfíbios anuros e
uma de Gymnophiona
23. Caatinga – Degradação
Sua área corresponde a 54% da Região Nordeste e a 11% do território brasileiro e
constitui o chamado Polígono das Secas. A utilização da caatinga como pastagem
extensiva vem causando degradações fortes e por vezes irreversíveis nesse
ecossistema. Já são encontradas extensas áreas cuja vegetação já se encontra
muito empobrecida, tendo perdido a diversificação florística que lhe é peculiar.
Porém, quase sempre a regeneração não pode acontecer por causa da pressão
humana intensa e constante.
24. Caatinga – Degradação
Atualmente, uma das principais causas do
desmatamento da Caatinga é a extração de
mata nativa para a produção de lenha e
carvão vegetal destinado ás fábricas de
gesso e cerâmica do semi-árido do
Nordeste
25. Caatinga – Degradação
Abalando ainda mais a fragilidade
da Caatinga, foram construídos
"açudes" com o intuito de
possibilitar a expansão das
plantações e criações. Porém o
intenso e equivocado processo de
irrigação gerou, em muitos lugares,
a salinização do solo, tornando-o
impróprio para a agricultura.
Devido a este fato, cerca de 40 km²
da Caatinga já foram transformados
em deserto.
26. Caatinga – Degradação
Além da extração de mata nativa, há
plantio de insumos vegetais para bio-
combustíveis e pecuária. Segundo
estimativas, cerca de 70% da Caatinga já
se encontra alterada pelo homem e
somente 0,28% de sua área encontra-se
protegida por unidades de conservação.
27. Caatinga – Conservação
O Núcleo do Bioma Caatinga trabalha em nível de conservação de paisagem,
promovendo a criação e implementação de áreas protegidas (unidades de
conservação e corredores, principalmente) e em nível de conservação de espécies,
promovendo a conservação de espécies da caatinga ameaçadas de extinção, a
conservação das reservas genéticas das espécies com potencial de uso e o controle de
espécies invasoras .
29. Caatinga – Conservação
Ecorregiões do bioma Caatinga: é uma
unidade relativamente grande de terra e
água delineada pelos fatores bióticos e
abióticos que regulam a estrutura e
função das comunidades naturais que lá
se encontram.
1. Complexo de Campo Maior
2. Complexo Ibiapaba - Araripe
3. Depressão Sertaneja Setentrional
4. Planalto da Borborema
5. Depressão Sertaneja Meridional
6. Dunas do São Francisco
7. Complexo da Chapada Diamantina
8. Raso da Catarina
30. Caatinga – Conclusão
A Caatinga tem sido ocupada desde os tempos do Brasil-Colônia com o regime de
sesmarias e sistema de capitanias hereditárias, por meio de doações de terras, criando-
se condições para a concentração fundiária, a extração de madeira, a monocultura da
cana-de-açúcar e a pecuária nas grandes propriedades (latifúndios) deram origem à
exploração econômica. Os ecossistemas do bioma Caatinga encontram-se bastante
alterados, com a substituição de espécies vegetais nativas por cultivos e pastagens. O
desmatamento e as queimadas são ainda práticas comuns no preparo da terra para a
agropecuária que, além de destruir a cobertura vegetal, prejudica a manutenção de
populações da fauna silvestre, a qualidade da água, e o equilíbrio do clima e do solo.
Fim