O documento discute o modelo de corpo clínico fechado versus corpo clínico aberto em hospitais, comparando as vantagens e desvantagens de cada modelo. Também apresenta o conceito de hospitalista, médico dedicado exclusivamente ao atendimento hospitalar, e exemplos de implementação desse modelo no Brasil, demonstrando redução de custos. Por fim, propõe um modelo global de assistência em hospital integrando diferentes especialidades, incluindo hospitalistas.
1. PAINEL: CORPO CLÍNICO FECHADO X CORPO CLÍNICO ABERTO
Por Guilherme Brauner Barcellos
Coordenador do Programa de Hospitalistas do Hospital Divina Providência
Médico do Programa de Gestão da Qualidade e da Informação em Saúde (Qualis) -
Hospital de Clínicas de Porto Alegre
Fellow in Hospital Medicine/Society of Hospital Medicine
2. Roteiro Proposto
Diante da transformação pela qual os médicos vem passando, com os desafios de
competitividade de mercado, o avanço da tecnologia e a sobrevivência em um cenário
cheio de turbulências, tem diminuído o número de profissionais que optam por
manter um consultório. Nota-se o aumento do interesse dos profissionais em atrelar-
se aos instituições de saúde.
• Entenda quais são as vantagens e desvantagens do corpo clínico aberto e fechado.
• O corpo clínico aberto gera riscos para os hospitais consolidados?
• Como remunerar esses profissionais?
• Como fidelizar o corpo clínico?
• Analise qual a melhor opção para a sua instituição e reduza custos.
• Tire suas dúvidas.
3. Definições Tradicionais
HOSPITAL OU UNIDADE DE CORPO CLÍNICO ABERTO
É onde se permite a quaquer profissional
independente credenciado internar e tratar seus
pacientes.
HOSPITAL OU UNIDADE DE CORPO CLÍNICO FECHADO
É onde não se permitem atividades de outros
profissionais além de um grupo fechado. Apenas
muito eventualmente, mediante permissão
especial, libera-se o exercício para terceiro.
HOSPITAL OU UNIDADE DE CORPO CLÍNICO ABERTO
É onde se permite a quaquer profissional
independente credenciado internar e tratar seus
pacientes.
HOSPITAL OU UNIDADE DE CORPO CLÍNICO FECHADO
É onde não se permitem atividades de outros
profissionais além de um grupo fechado. Apenas
muito eventualmente, mediante permissão
especial, libera-se o exercício para terceiro.
DA DÉCADA DE 70
NÃO DÃO CONTA DA COMPLEXIDADE E DO
DINAMISMO DA PRÁTICA HOSPITALAR MODERNA
POUCO CENTRADAS NO PACIENTE
CONSTUMAM SERVIR APENAS PARA FOMENTAR
EXERCÍCIOS DE PODER IMPRODUTIVOS
5. De acordo com 2011 Today’s Hospitalist Compensation & Career
Survey, mais da metade dos hospitalistas no EUA não são
empregados dos hospitais. As possibilidades de contratos, vínculos e
formas de remuneração dos profissionais podem variar. Interessa
mesmo onde se quer chegar, e como se vai tentar.
• sugestão de que uma corresponde à atividade 100%
independente, absolutamente autônoma, e de que somente o
corpo clínico fechado é gerenciável.
Administrators must measure quality
indicators, mortality, length of stay,
readmissions, infection rates, cost per case
and other metrics and set minimum
standards for physicians who practice in
their hospital whether they are hospitalists
or not. The minimum standards should be
the same for all. Perverse financial
incentives will unfortunately promote care
processes that are not necessarily in the
best interest of the patients. David Klocke,
Chair, Division HM, Mayo Clinic em
04/10/2010
6. O sistema norte-americano já está claramente dividido
com 3 tipos de médicos categorizados
de acordo com sua relação com o hospital,
e não mais em corpo clínico predominantemente aberto ou fechado:
• The home team
• Important visitors
• Office-based physicians
E o sistema brasileiro tem percorrido o mesmo caminho!
7. The Home Team versus Important Visitors
Realidade local e atual (quem sou, qual meu perfil, quem
são meus pacientes, onde quero chegar, o que me é mais
custo-efetivo) deve pautar a maior utilização de um ou de
outro, bem como a maneira de se relacionarem.
8. Médico de Família
Internista
Pediatra
Ambulatório Inpatient
Hospitalista
Sistema norte-americano:
exemplo de composição
Sub-especialistas
Eis que, recentemente, Gerente de Qualidade e Segurança de tradicional hospital paulista
disse-me: “vontade até teríamos, mas não podemos em razão de nosso corpo clínico”.
Se refere-se a clínicos e pediatras, estaríamos falando apenas em posicioná-los diferente.
Se refere-se a sub-especialistas: NÃO SE FAZ MAIS BOA MEDICINA SEM ELES!
11. O conceito é de uma simplicidade incrível,
mas, antes de apresentá-lo, para aguçar interesse...
• Nos EUA, os médicos que passaram a atuar nele
organizaram-se por sociedade de especialidade
(Society of Hospital Medicine) e hoje representam a
que mais rapidamente cresceu na história da
medicina moderna:
2012 AHA Survey
• 38,114
• Estimativas conservadoras
para 2014: 44,456
• Presentes em 66% dos
hospitais norte-
americanos.
• Estimativas conservadoras
para 2014: 72%
13. E está longe de ser impossível no Brasil…
Caxias D’Or - Hospital Privado - RJ
Hospital Nossa Senhora dos Navegantes - SUS - RS
Hospital Pompéia - Filantrópico - RS
14. O conceito é de uma
simplicidade incrível...
• Não mais “passar visita” e ir fazer qualquer
outra coisa for a da instituição;
• Dedicação e envolvimento com o hospital;
• Generalismo;
• Coordenação do cuidado hospitalar da
admissão à alta;
• Continuidade das/nas equipes deve importar
tanto quanto continuidade do cuidado
Diabolicamente difícil está sendo convencer algumas instituições a abandonar a maneira
pela qual sempre trabalharam e se engajar na promoção da inovação.
15. O Modelo com Hospitalistas I
Gerenciamento de Pacientes Clínicos
16. O Modelo com Hospitalistas II
Comanejo Clínico-Cirurgião/Sub-Especialista
”divisão de responsabilidade e autoridade”
“não é consultoria”
17. O Modelo com Hospitalistas III
Atividades “Não Clínicas”
• Participação em Comissões
Hospitalares ----------- 92%
• Em projetos de melhoria da
qualidade e segurança do
paciente ----------------- 86%
(SHM 2005-2006 Survey)
• Desenvolvimento, implantação e
aprimoramento de rotinas e
protocolos clínicos
• Ensino / treinamentos
18. 2011-2012 Quality Improvement
Community Engagement Survey
• 54% dos hospitalistas norte-americanos com treinamento formal em
melhoria da qualidade;
• 96% dos respondedores estiveram envolvidos em projetos de melhoria da
qualidade e segurança no ano anterior;
• 42% tem de 0-10% de tempo protegido para dedicação a projetos de
melhoria da qualidade e segurança e 26% tem 11-20%.
• “The top projects” multidisciplinares em que participaram no ano anterior:
– Fluxo de pacientes
– Melhoramentos e inovações em TI
– Readmissiões
– TEV/anticoagulantes
– Controle glicêmico
– Reconciliação medicamentosa
– Sepse
19. O Modelo com Hospitalistas IV
Add-On Services
• Time de PCR
• Time de Resposta Rápida
• Time de Procedimentos Guiados por Ecografia
• Equipe de Cuidados Paliativos
• Consultorias tradicionais
• …
21. Hospitalista não é…
• Plantão clínico (por melhor que seja);
• TRR (embora possa compor);
• Auxiliar administrativo (mas por que não se comportar como tal?);
• Assessor ou auditor da gerência de qualidade
22. Da a teoria à prática
Add-On Services
Pacientes próprios Co-manejo Clínico-CIrurgião
23. Da teoria a prática no Brasil…
Hospital Divina Providência
• Início do programa em março
de 2014, com aproveitamento
de um hospitalista que já existia
na casa;
• 3 hospitalistas totalmente
dedicados e 3
parcialmente;
• Co-manejo clínico-
cirurgião bariátrico;
• Participação em
comissões;
• Time de Resposta Rápida
24. Da teoria à prática no Brasil… Hospital Pompéia
Rev Soc Bras Clin Med. 2013 out-dez
25. Da teoria a prática no Brasil… Hospital Santa Izabel
• Foi feita por eles uma análise de coorte
retrospectiva, comparando antes e depois. A
variável estudada foi custos hospitalares, através
da média de repasse por AIH do SUS. Foram
incluídos 509 pacientes do período pré-
hospitalista e 423 pacientes do período pós-
hospitalista. Como houve redução do tempo de
internação, aumentou a rotatividade de
pacientes.
• Considerando apenas o repasse de AIH´s, houve
uma economia de cerca de 100.000 reais, no
período de 6 meses.
26. Modelo Global de Assistência em
Hospital com Hospitalistas
Modelo
Internistas
tradicionais
Hospitalistas
Add-on
services
Intensivistas
Emergencistas
Outra Equipe Especial
“Visitantes
importantes”
27. Roteiro Proposto
Diante da transformação pela qual os médicos vem passando, com os desafios de
competitividade de mercado, o avanço da tecnologia e a sobrevivência em um cenário
cheio de turbulências, tem diminuído o número de profissionais que optam por
manter um consultório. Nota-se o aumento do interesse dos profissionais em atrelar-
se aos instituições de saúde.
• Entenda quais são as vantagens e desvantagens do corpo clínico aberto e fechado.
• O corpo clínico aberto gera riscos para os hospitais consolidados?
• Como remunerar esses profissionais?
• Como fidelizar o corpo clínico?
• Analise qual a melhor opção para a sua instituição e reduza custos.
• Tire suas dúvidas.