O documento discute o câncer de testículo, incluindo o que é, fatores de risco, sinais e sintomas, tipos, diagnóstico, estadiamento e tratamentos como cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Também enfatiza a importância do autoexame e do apoio social para homens que vivem com câncer de testículo.
3. O que é o Câncer de Testículo?
O câncer é o crescimento de células anormais no corpo. O câncer de testículo pode
se desenvolver em um ou ambos os testículos de homens jovens. É um tipo de
câncer altamente tratável e geralmente curável.
4. Fatores de Risco
Vários fatores podem tornar uma pessoa mais propensa a desenvolver câncer de
testículo:
• Criptorquidia.
• Histórico familiar.
• Infecção pelo HIV.
• Carcinoma in situ.
• Câncer no outro testículo.
• Idade.
• Raça e etnia.
• Estatura.
5. Sinais e Sintomas
Na maioria dos casos de câncer de testículo, os homens têm um nódulo em um dos
testículos ou podem perceber o testículo aumentado ou inchado. Às vezes, o nódulo
provoca dor, mas na maioria das vezes não é doloroso. Os homens com câncer de
testículo podem notar uma sensação de peso ou dor abdominal ou no escroto.
6. A Importância do Autoexame
Por se tratar de uma doença que tem maior incidência em homens jovens é muito
importante que seja realizado periodicamente o autoexame dos testículos. Assim se
recomenda que já os meninos aprendam a realizar o autoexame conhecendo assim
muito melhor seu próprio corpo e ficando atento a quaisquer mudanças. Pergunte
ao seu médico de confiança como deve ser realizado o autoexame. Lembre-se a
detecção e o diagnóstico precoce do câncer de testículo pode determinar a cura da
doença.
7. Tipos de Câncer de Testículo
• Tumores de células germinativas - 90% dos cânceres de testículo se desenvolvem nas
células germinativas, que produzem o esperma.
• Seminomas - Se desenvolvem a partir das células produtoras de espermatozoides.
Existem 2 tipos: seminoma clássico (95% dos casos) e espermatocítico (raro).
• Não seminomas - Tipo de tumor de células germinativas que ocorre geralmente entre
a adolescência e os 30 anos. Tipos de tumores não seminomas: carcinoma
embrionário, carcinoma de saco vitelino, coriocarcinoma e teratomas.
• Carcinoma in situ - Forma não invasiva da doença.
• Tumores estromais - Se desenvolvem nos tecidos que produzem hormônios e nos
tecidos de suporte dos testículos, correspondendo a 5% dos tumores testiculares.
Tipos principais são: tumores de células de Leydig e tumores de células de Sertoli.
8. Diagnóstico do Câncer de Testículo: Imagem
Os exames de imagem ajudam a localizar o tumor e são extremamente úteis para
determinar a extensão da doença, o que se denomina estadiamento do câncer de
testículo:
• Radiografia de tórax.
• Ultrassom.
• Tomografia computadorizada.
• Ressonância magnética.
• Tomografia emissão de pósitrons.
9. Diagnóstico do Câncer de Testículo: Marcadores Tumorais
Se o exame físico e os resultados dos exames de imagem sugerem um diagnóstico de
câncer de testículo, o médico solicitará a realização de marcadores tumorais
Muitos cânceres de testículo secretam níveis elevados das proteínas alfa-
fetoproteína (AFP) e gonadotropina coriónica humana (HCG). Quando estas
proteínas (marcadores tumorais) estão presentes no sangue, sugerem a existência
de um tumor maligno.
10. Estadiamento do Câncer de Testículo
• Estágio I - T1-T4 N0 M0 SX.
• Estágio IA - T1 N0 M0 S0.
• Estágio IB - T2-T4 N0 M0 S0.
• Estágio IS - Qualquer T N0 M0 S1-S3.
• Estágio II - Qualquer T N1-N3 M0 SX.
• Estágio IIA - Qualquer T N1 M0 S0-S1.
• Estágio IIB - Qualquer T N2 M0 S0-S1.
• Estágio IIC - Qualquer T N3 M0 S0-S1.
• Estágio III - Qualquer T Qualquer N M1 SX.
• Estágio IIIA - Qualquer T Qualquer N M1a S0-S1.
• Estágio IIIB - Qualquer T N1-N3 M0 S2 ou Qualquer T Qualquer N M1a S2.
• Estágio IIIC - Qualquer T N1-N3 M0 S3 ou Qualquer T Qualquer N M1a S3 ou Qualquer T
Qualquer N M1b Qualquer S.
11. Tratamento: Cirurgia
A cirurgia é normalmente o primeiro tratamento realizado para todos os cânceres de
testículo. Os principais procedimentos cirúrgicos são:
• Orquiectomia inguinal radical - Remove os testículos que contém o câncer. Todos
os estágios da doença são normalmente tratados com este tipo de cirurgia.
• Dissecação do linfonodo retroperitoneal - Dependendo do tipo e estadiamento
alguns linfonodos do abdome podem ser retirados durante a cirurgia ou em outro
procedimento diagnóstico. Cerca de 5% a 10% dos pacientes têm complicações
temporárias após a cirurgia, como obstrução intestinal ou infecções na cicatriz.
• Cirurgia laparoscópica - Em alguns casos, o cirurgião pode remover os linfonodos
através de incisões pequenas no abdome usando um laparoscópio.
12. Tratamento: Radioterapia
No tratamento do câncer de testículo, a radioterapia é utilizada principalmente para
destruir as células cancerígenas que se disseminaram para os gânglios linfáticos. Em
geral, a radioterapia é utilizada para pacientes com tumores do tipo seminomas, que
são mais sensíveis à radiação. Não parece funcionar muito bem nos tumores não
seminomas. Algumas vezes é utilizada após a orquiectomia, sendo direcionada para
os gânglios linfáticos do abdome (linfonodos retroperitoneais), para destruir
quaisquer células cancerígenas remanescentes. O objetivo da radioterapia após a
cirurgia visa eliminar o câncer nos linfonodos e tratar pequenas quantidades de
seminoma que se disseminaram para os gânglios linfáticos.
13. Tratamento: Quimioterapia
A químio é frequentemente utilizada para o câncer de testículo disseminado ou para
diminuir o risco da recidiva. Não é usada para tratar a doença que está apenas no
testículo. O uso de duas ou mais drogas quimioterápicas é muitas vezes mais eficaz
do que apenas um medicamento. As principais drogas utilizadas para tratar o câncer
de testículo são: cisplatina, vinblastina, bleomicina, ciclofosfamida, etoposido,
paclitaxel e ifosfamida. Os esquemas quimioterápicos mais comumente usados no
tratamento inicial são bleomicina, etoposido, e cisplatina (BEP ou PEB) ou
etoposido e cisplatina (PE). Outra combinação que pode ser utilizada é a VIP, que
inclui as drogas VP-16 ou vinblastina ifosfamida e cisplatina.
14. Vivendo com Câncer de Testículo
O tratamento do câncer de testículo é, na maioria das vezes, extremamente
estressante. Com o término do tratamento o paciente percebe a doença como um
todo e alguns medos ou incertezas podem tomar conta dele. O paciente acaba
revendo seus relacionamentos e coisas aparentemente sem importância começam a
ter valor. Como o tratamento cirúrgico pode ser um tratamento bastante agressivo é
muito importante que o paciente divida com a família e a cônjuge está situação.
Lidar sozinho talvez não seja o mais adequado. Lembre-se é importante receber
apoio seja dos familiares, amigos, pacientes ou até em sua própria fé.