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Certa manhã acordamos numa praia qualquer com o chilrear de uns pássaros quais
queres, levantamo-nos no meio do areal húmido debaixo de uma lua que está a renascer
e de um sol que está morrer.
O frio é arrepiante não dá para pensar no tempo em que
estamos, o frio entranhasse pelo corpo dentro como uma
lamina afiada que lateja o corpo, pelas dunas arrastamo-nos
com todas as forças que não temos.
O barulho do silêncio é aterrador nesta vida de mudos, que
caminha pelos o pântanos da tristeza onde os homens se
entranham com os sentidos de sobrevivência
inexistentes, quanto mais caminhamos mais nos afundamos
na lama da vida até perder a vontade de lutar.
Estamos num beco sem saída
para uma vida repleta de
luz, estamos condenados a viver
nas trevas de uma existência feita
por ruas sem sentido onde paira
a sujidade e o fedor da podridão
dos nossos corpos apodrecidos
com o tempo.
O caminho que nos é apresentado não tem uma
sustentação firme, é um caminho vazio que nos leva ao
fundo da nossa existência e que nos vai levar a uma
decadência sem retorno.
Podemo-nos isolar de tudo e de todos, podemos
meditar, orar, fazer uma leitura da vida que
tivemos, analisar os erros que comutemos até
podemos dar milhares de euros a um sem-
abrigo, mas não será o suficiente para pagar as
dividas que temos uns com os outros porque o mal
que fizemos nunca será apagado das nossas vidas.
Com tanta adversidade que a vida tem , só nos resta
atiramo-nos de um precipício, será só desta maneira
que vamos conseguir alcançar a paz interior, porque
tudo o que prometemos e tudo que disse-mos para
mudar o rumo da vida de nada serve, nós nunca
cumprir-mos.
Depois de uma existência feita de tristeza
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  • 1. Certa manhã acordamos numa praia qualquer com o chilrear de uns pássaros quais queres, levantamo-nos no meio do areal húmido debaixo de uma lua que está a renascer e de um sol que está morrer.
  • 2. O frio é arrepiante não dá para pensar no tempo em que estamos, o frio entranhasse pelo corpo dentro como uma lamina afiada que lateja o corpo, pelas dunas arrastamo-nos com todas as forças que não temos.
  • 3. O barulho do silêncio é aterrador nesta vida de mudos, que caminha pelos o pântanos da tristeza onde os homens se entranham com os sentidos de sobrevivência inexistentes, quanto mais caminhamos mais nos afundamos na lama da vida até perder a vontade de lutar.
  • 4. Estamos num beco sem saída para uma vida repleta de luz, estamos condenados a viver nas trevas de uma existência feita por ruas sem sentido onde paira a sujidade e o fedor da podridão dos nossos corpos apodrecidos com o tempo.
  • 5. O caminho que nos é apresentado não tem uma sustentação firme, é um caminho vazio que nos leva ao fundo da nossa existência e que nos vai levar a uma decadência sem retorno.
  • 6. Podemo-nos isolar de tudo e de todos, podemos meditar, orar, fazer uma leitura da vida que tivemos, analisar os erros que comutemos até podemos dar milhares de euros a um sem- abrigo, mas não será o suficiente para pagar as dividas que temos uns com os outros porque o mal que fizemos nunca será apagado das nossas vidas.
  • 7. Com tanta adversidade que a vida tem , só nos resta atiramo-nos de um precipício, será só desta maneira que vamos conseguir alcançar a paz interior, porque tudo o que prometemos e tudo que disse-mos para mudar o rumo da vida de nada serve, nós nunca cumprir-mos.
  • 8. Depois de uma existência feita de tristeza chegamos ao fim da viagem e o que ficou foram pequenas lembranças que o tempo vai apagando. Fazendo com que a nossa passagem por este corpo celeste não seja mais que uma mera presença num mundo decadente.
  • 9. Temos que nos encontrar como ser humanos que somos. Temos que GRITAR BASTA