1. Perfeição/ Cap. 013 PÁG.: 01
Recanto das Capítulo 013
Letras
PERFEIÇÃO
novela de:
Lucas Vinícius
escrita por:
Lucas Vinícius
Participaram deste Capítulo:
BARTOLOMEU
CARMÉLIA
CONSTANTINO
DESIRRÉ
ERMELITA
ESTER
JECA
JÚLIO
JUREMA
LEANDRO
LENINHA
LISA
MARIA
MIRELA
RAQUEL
SIMONE
PEDRO JÚNIOR
2. Perfeição/ Cap. 013 PÁG.: 02
CENA 01. PIZZARIA LOCAL DE SP. INT. NOITE
Continuidade da última cena do capítulo Anterior. LISA ESTÁ
SURPRESA COM O QUE DISSE LEANDRO. DO OUTRO LADO, JECA E
RAQUEL NO CARRO, VEEM TUDO, MAS SÓ VEEM, NÃO ESCUTAM.
LISA —— Leandro... você tem certeza do que
tá dizendo? Paixão...?
LEANDRO —— Tenho!
Confesso que quando eu tava lá, com a
Ester, sentia uma alegria. Mas também
um vazio.
LISA —— (se levanta) Muito bonitinho, mas a
realidade nos chama, Leandro!
LEANDRO —— Como assim, Lisa? Vai me dizer que
depois daquele beijo você não ficou
balançada?
LISA —— Fiquei, sim. Fiquei
dividida,mas eu soube agir
como qualquer pessoa honesta agiria.
LEANDRO —— Do que você tá falando?
LISA —— Estou falando que você é
comprometido, Leandro. E é grande o
bastante pra saber e entender isso.
LEANDRO —— (se levanta) Isso não impede o
nosso amor.
LISA —— Como não, Leandro? E a sua noiva, a
Ester? Eu não acho justo você ficar
comigo uma hora, me beijar, e depois
chegar nela e repetir o mesmo.
LEANDRO —— Você tá insinuando que eu termine o
casamento que nem aconteceu com a minha
noiva?
LISA —— Não disse. Mas nunca é tarde,
Leandro. Nunca é tarde!
Sonoplastia: Sobe Trilha Romântica – LISA VAI SAINDO DO
RESTAURANTE.LEANDRO PENSATIVO. CLOSE EM: JECA E RAQUEL
SURPRESOS AO VER LISA SAIR DA PIZZARIA.
RAQUEL —— (p/ Jeca) Eles brigaram?
JECA —— Pra ela sair assim, é bem capaz.
RAQUEL —— Tá vendo?! Você atrapalhou meu ioga!
JECA —— (começa a rir) Ioga? Raquel, quando
você tem dinheiro pra pagar aulas de
ioga?
RAQUEL —— Como eu já disse, tô nadando na
cascalhada! Agora, pisa no acelerador
3. Perfeição/ Cap. 013 PÁG.: 03
aí!
JECA RI E PISA NO ACELERADOR DANDO LARGADA. CAM GIRA E MOSTRA
LEANDRO PARADO, DENTRO DO RESTAURANTE.
Corta para:
CENA 2. MANSÃO DE JÚLIO. INT. SALA. NOITE. CONTINUIDADE.
ESTER ACABA DE SE LEVANTAR AO VER QUE LEANDRO CHEGA EM CASA.
TRISTE E CABISBAIXO. ESTER INDIGNADA.
ESTER —— Muito bom, seu Leandro... (irônica)
muito pontual de sua parte.
LEANDRO —— (sério) Ah, Ester... não te vi.
ESTER —— Mas eu vi! E é melhor você ter uma
boa de uma explicação. Amanhã vamos
marcar a data do casamento na igreja.
Eu quero que você teja de pé às 4 da
manhã se possível.
LEANDRO —— Que exagero! Mas se é de teu gosto,
eu vou indo dormir, sem proble/
LEANDRO VAI CAMINHANDO, MAS ESTER REPREENDE/
ESTER —— Opa! Nada disso...
LEANDRO PARA DE ANDAR. VIRA-SE ASSUSTADO.
ESTER —— Você disse aquele dia com todas as
letras de que não ia mais chegar a essa
hora em casa. E voltou a fazer isso.
Por quê?
LEANDRO FICA AFLITO, SEM RESPOSTAS.
Corta para:
CENA 5. CASA DE CARMÉLIA E BARTOLOMEU. INT. SALA. NOITE.
CONTINUIDADE.
LENINHA CHORANDO NO COLO DE BARTOLOMEU, SENTADO, AINDA DE
DETETIVE, SEM ENTENDER NADA.
LENINHA —— (choramingando) E ela, seu Bartô, me
bateu de cabo de vassoura!
BARTOLOMEU —— Te bateu de... Ora bolas! Alguém
pode me explicar o que tá acontecendo
4. Perfeição/ Cap. 013 PÁG.: 04
aqui?!
CARMÉLIA SURGE DA COZINHA INDIGNADA, COM UM CABO DE VASSOURA
ÀS MÃOS.
CARMÉLIA —— (possessa e braba) Ah! Peguei no
flagra!! Bartolomeu,
acobertando a bandida safada!
BARTOLOMEU —— (confuso) Acobertar? Por quê, a
Maria Helena matou alguém, por acaso?
LENINHA —— (choramingando, tranquila) Não... eu
só quebrei a TV do senhor de 65
polegadas, pagadas em 19 vezes com
juros em 5 anos.
BARTOLOMEU TEM UM ATAQUE DE FÚRIA, SE LEVANTA E EMPURRA
LENINHA.
BARTOLOMEU —— Como é que é?
CARMÉLIA —— (se junta dele) Isso mesmo! Essa
empregada-bateperna destruiu nossa LCD
de 65 polegadas.
BARTOLOMEU —— (lamentando) Mas... eu nem tinha
terminado de pagar ela.
LENINHA —— (chorando) Me desculpa, seu
Bartolomeu!
LENINHA FAZ CARA DE PENA, BARTOLOMEU COM PENA. COM CIÚMES,
CARMÉLIA DÁ UM TAPA NO BRAÇO DE BARTÔ E DIZ.
LENINHA —— (chorando) É que assim... eu tava
indignada com ela, causa que ela vive
aprontando com seu Tufão, que é gente
dez, gente boa. Só matou o Tony Ramos
no começo da novela, mas aí é passado!
BARTOLOMEU —— (delirando)Carmélia... eu vou ter um
troço. Então essa desleixada quebrou
nossa televisão por causa da novela das
8?
LENINHA —— (chorando, corrige) Das 9!
CARMÉLIA —— (p/ Leninha, furiosa) Como ousa?!
Olha, eu não sei onde minha cabeça tá
que eu não arrebento essa outra ripa na
tua cabeça!
LENINHA —— Processo por atentado de homicídio!
CARMÉLIA PARA E FICA TRAVADA, PARECE TER PENSADO EM ALGO.
5. Perfeição/ Cap. 013 PÁG.: 05
CARMÉLIA —— Espera! Espera!
BARTOLOMEU —— (desesperado) Esperar o quê,
Carmélia? Vai terminar de matar a Maria
Helena?
CARMÉLIA —— Eu tive uma ideia pra compensar,
digamos, o que essa desmiolada fez com
nossa TV de LCD.
LENINHA —— (desconfiada) Teve uma ideia, é?
CARMÉLIA SORRI.
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CENA 6. QUARTO DOS FUNDOS DE LENINHA. INT. NOITE.
CARMÉLIA PUXA UM RÁDIO E SAI AFANANDO ROUPAS DE CIMA DA CAMA
DE LENINHA, QUE FICA PASMA.
CARMÉLIA —— Tudo isso pra compensar, sabe? Cadê
o bartolomeu? Bartô, pega também essa
revista de homem pelado da Maria
Helena, que eu tô de olho tem um tempo.
BARTOLOMEU VAI ENTRANDO E AJUDANDO CARMÉLIA AFANAR AS COISAS
DE LENINHA, QUE FICA BOQUIABERTA O TEMPO TODO.
Corta para:
Dia seguinte
CENA 08. MANSÃO DE JÚLIO. INT. QUARTO HÓSPEDES. DIA.
ESTER AO ESPELHO, SE MAQUIANDO, TODA LINDA, COM UM VESTIDO
LINDÍSSIMO.
ESTER —— (radiante) Ai! Nem acredito que tô
indo pra marcar meu casamento! Bom, eu
posso afirmar com todas as letras que
dei a volta por cima nessa vida.
BATIDAS À PORTA. ESTER DESANIMA.
ESTER —— (desanimada) Só o que faltava! Quem
é?
LENINHA —— (lá fora) Sua melhor amiga!
ESTER —— (estranha) Minha melhor amiga? Mas
6. Perfeição/ Cap. 013 PÁG.: 06
eu não tenho/
LENINHA EMPURRA A PORTA TODA ANIMADA, GRITANDO:
LENINHA —— (radiante) Sou eu!!!!
NA HORA, ESTER DESANIMA GERAL.
ESTER —— Ai, nem no dia de marcar a data do
meu casamento? (vira-se) O quê que você
quer agora, Leninha?
LENINHA —— Olha... eu sei que somos muito das
amigas, mas... eu vim 'memo' é pra
contar uma coisa séria. Seriona!
ESTER —— (estranha) Seriona? (se levanta) O
que seria sério a ponto de deixar você,
esse espantalho alegre, tão abalada?
LENINHA HESITA.
Corta para:
CENA 9. APÊ DE LISA E MIRELA. INT. COZINHA. DIA.
LISA E MIRELA À MESA, TOMANDO LEITE E CORTANDO PÃO.
LISA —— Mirela... ontem cheguei e não te vi
acordada. Milagre!
MIRELA —— Eu que pergunto: onde você estava?
Porque eu só fui dormir porque cansei
de te esperar!
LISA —— (disfarça) Ah... tava numa reunião
com os diretores da escola.
MIRELA —— Hum. Sei. Mas e o problema com o
papai e a mamãe, foi realmente
resolvido, é?
LISA —— Provisoriamente. Eu arrumei um jeito
de alongar o prazo que o papai e a
mamãe tinham pra sair da casa. Espero
que esses meses de prazo, eles consigam
achar o golpista.
MIRELA —— Vixe, a essas alturas o cara deve tá
em Milão! Sem exageros.
LISA —— Todo criminoso deixa um rastro,
minha irmã. Vai por mim.
MIRELA —— Como num conto de amor bandido e
criminoso que eu li esses dias.
7. Perfeição/ Cap. 013 PÁG.: 07
LISA —— (rindo) Minha irmã desinteressada
interessada em literatura? Palmas!
Algum milagre está acontecendo!
MIRELA —— (descontraída) Bobinha!
LISA —— Falando em bobinha... vai pegando
seu material, que eu levo você com o
meu carro.
MIRELA —— Ué, não tava no conserto?
LISA —— Tava. Não está mais. Anda, vai!
MIRELA SE LEVANTA.
MIRELA —— Ai, mais um dia chato de aula de
biologia e química! (bufa) E aquele
mala do Eustácio!
LISA —— Não reclama, Mirela. O que importa é
o conteúdo que se estuda, não o
professor.
MIRELA —— Só se for pra você. Vou te esperar
na sala.
MIRELA PEGA UM PÃO E VAI SAINDO. LISA SE LEVANTA.
LISA —— Deixa eu ver se não tô esquecendo de
nada. (T) Ah! O dinheiro pra gasolina,
eu vou pegar das economias aqui.
TENSÃO. LISA CAMINHA ATÉ A GELADEIRA, PEGA UMA JARRA E CRENTE
QUE TINHA DINHEIRO DENTRO, ELA ENFIA A MÃO. SENTE QUE não TEM
DINHEIRO. ELA ABRE E CONSTATA VENDO QUE NÃO HÁ NADA.
LISA —— (estranha) Ué... Mas... sumiu o
dinheiro que eu guardava pra
emergências.
Corta imediatamente para:
CENA 10. APÊ DE LISA E MIRELA. INT. SALA. DIA.
MIRELA ARRUMANDO SUA BOLSA, COLOCANDO LIVROS DE PÉ, PERTO DO
SOFÁ. LISA VEM CHEGANDO COM A JARRA VAZIA.
LISA —— Mirela.
MIRELA —— (distraída) Hum?
LISA —— Você sabe o que significa isso?
MIRELA VIRA-SE DISTRAÍDA E QUANDO VÊ A JARRA, TEME, FICA COM
8. Perfeição/ Cap. 013 PÁG.: 08
MEDO DE SER DESCOBERTA. LISA A ENCARA. ELA FICA PÁLIDA.
Corta para:
CENA 11. HOTEL DE SÃO PAULO. SUÍTE DESIRRÉ. INT. DIA.
DESIRRÉ SENTADA à CAMA, OLHANDO ALGO NO NOTEBOOK, SOZINHA NO
QUARTO. VEM ABRINDO A PORTA E ENTRANDO SIMONE, COM UM
RAMALHETE DE ROSAS VERMELHAS.
SIMONE —— Hum, chegou pra você.
SIMONE ESTENDE O BRAÇO E MOSTRA O RAMALHETE. DESIRRÉ
SURPRESA.
DESIRRÉ —— O que é isso?
SIMONE —— Cortesia ou sei lá o quê.
DESIRRÉ —— Bom, deve ser cortesia, porque “sei
lá o quê” é um tipo muito estranho.
(ri) (pega as rosas)
SIMONE —— Esses povos, dono de hotel, adora
puxar-saco de gente rica.
DESIRRÉ —— (rindo) É verdade. O que eles querem
é ganhar dinheiro, e agradam ao
máximo. Agradam até demais.
SIMONE —— Quem dera eu ganhasse um ramalhete
desses dum homem feito como aquele dono
que eu vi ali no elevador.
DESIRRÉ —— Ah, é? Então toma!
SORRINDO, DESIRRÉ PÕE O RAMALHETE NAS MÃOS DE SIMONE, QUE SE
SURPREENDE.
SIMONE —— Jura?
DESIRRÉ —— Claro!
SIMONE —— Ah, obrigada, amiga.
DESIRRÉ —— Por nada.
SIMONE SE SENTA AO LADO DE DESIRRÉ NA CAMA.
SIMONE —— E o que você tá vendo aí, nesse
computador?
DESIRRÉ —— Pesquisando. Sabia que eu descobri
que o orfanato do padre Onório, onde a
minha filha foi deixada, foi
interditado pela polícia?
SIMONE —— (surpresa) Interditado?
9. Perfeição/ Cap. 013 PÁG.: 09
DESIRRÉ —— Pois é. Isso vai complicar ainda
mais na busca pelo padre, e na busca
pela minha filha. Ai, Simone, São Paulo
é uma cidade tão grande. Tenho medo de
não conseguir o que eu quero e morrer
sem ter o perdão da minha filha.
SIMONE —— (segura as mãos de Desi) Fé em Deus,
minha amiga. Que tudo vai se realizar,
você vai ver. Fé em Deus!
DESIRRÉ —— Eu tenho muita, Simone. Muita.
DESIRRÉ E SIMONE SE ABRAÇAM.
Corta para:
CENA 12. CASA DE JUREMA. INT. SALA. DIA.
JUREMA E ERMELITA SENTADAS AO SOFÁ, COM UM BALDE DE PIPOCA NO
COLO, COMENDO.
ERMELITA —— Hum! Isso tá de comer rezando,
minha irmã! Vem cá, que tempero vai
nisso? É maconha? Tá um gosto exótico,
tropical!
JUREMA —— Que isso, Erme?! Eu, hein! Nem sei o
que é maconha. Longe de mim mexer com
isso. Eu coloco um tempero em tablete.
BATIDAS à PORTA. AMBAS SE ASSUSTAM.
ERMELITA —— Ai! Povo chato, vem bater logo de
manhã.
JUREMA —— Deixa, deixa! Eu atendo!
JUREMA SE LEVANTA E CAMINHA ATÉ A PORTA. QUANDO ELA ABRE DÁ
DE CARA COM CONSTANTINO SORRINDO, BALANÇANDO UMA XICARAZINHA
VAZIA.
JUREMA —— O quê que quer?
CONSTANTINO —— Opa, cadê a educação?
JUREMA —— Cadê a educação?! Você vem bater na
minha porta de manhã, e eu que sou sem
educação?
CONSTANTINO —— Interprete como quiser.
JUREMA —— (estressada) Ora, meu senhor!
CONSTANTINO —— (alegre) Não esqueça que amanhã Fifi
e Balduco vão num passeio.
ERMELITA, LÁ NO SOFÁ, FICA APREENSIVA.
10. Perfeição/ Cap. 013 PÁG.: 010
ERMELITA —— (baixinho, p/ si) Passeio?
JUREMA —— (p/ Constantino) Passeio? Mais essa
agora?! Já não basta a minha
cachorrinha de raça namorar um
pulguento vira-lata com nome de
biscoito. Ainda quer levá-la pra um
passeio?
CONSTANTINO —— Para de frescura, Jurema! Cão é cão,
gente é gente! No mundo animal, vira-
lata se misturam com pulguentos, de
raça, qualquer coisa. Já no mundo real,
eu não posso dizer a mesma coisa!
JUREMA —— (corta) Tá, tá, tá, tá! Eu passeio,
passeio até no quinto da besta, só pra
você fechar essa matraca! Agora,
chispa/
CONSTANTINO —— Pera! E o meu açúcar?
JUREMA —— Que açúcar? Você não pediu açúcar!
CONSTANTINO —— (balança a xícara) Tô pedindo agora.
JUREMA BATE A PORTA NA CARA DE CONSTANTINO.
Corta para:
CENA 13. MANSÃO DE JÚLIO. INT. QUARTO HÓSPEDES. DIA.
CONTINUIDADE.
Continuação da Cena 08. LENINHA PARA ESTER, AFLITA.
LENINHA —— Então... eu quero mesmo é, tipo,
fazer a coisa certa!
ESTER —— Pensa bem. Eu não empresto dinheiro.
E também não vou te ajudar a correr
atrás daquele advogado!
LENINHA —— Não, não é sobre o Geovane! (aflita)
Ai! Droga, eu vou contar!
ESTER —— Então conta, criatura!
LENINHA —— (na lata) Você tá sendo enganada
pela Carmélia, Bartolomeu e pela Néia!
TENSÃO. ESTER FICA SÉRIA, PERPLEXA, TRANSTORNADA.
ESTER —— Como é?
LENINHA AFLITA, DÁ AS COSTAS PARA ESTER, MAS CONTINUA:
LENINHA —— Isso mesmo! O detetive aí, que você
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contrata na verdade é meu patrão, o
Bartolomeu.
ESTER —— (boquiaberta) Meu Deus... por isso
se cobria todo. Por que fizeram isso?
LENINHA —— Porque... (vira-se de novo) foram
eles que roubaram o cofre, e querem
esconder a verdade a todo custo!
BAQUE. ESTER FICA MAIS ESPANTADA AINDA.
ESTER —— Repete. Eu não entendi. Você tá
dizendo que os gordos lá do Centro de
São Paulo foi quem roubou o dinheiro do
cofre?
LENINHA —— Tô afirmando. Roubaram. E eu só tô
te contando isso porque gosto muito de
ti, amiga.
ESTER —— (ignora-a) Uma coisa me deixou
encafifada! A Néia?
LENINHA —— A Néia. Aquela empregada daqui.
Todos, os três, saíram de bolso cheio e
queriam te fazer de... (se aproxima)
trouxa!
ESTER —— Velhos gordos infelizes!
LENINHA —— Você pensa em ir lá? Contar que fui
eu que contei pra tu!
ESTER —— Penso!
LENINHA —— (assusta) Mas assim vou ser
demitida!
ESTER —— Fica tranquila. Além de pegar meu
dinheiro de volta, eu ainda coloco medo
naqueles dois gordos idiotas!
ESTER ENCARA LENINHA SORRINDO, QUE CORRESPONDE FEITO UMA
BOBA-ALEGRE.
Corta para:
CENA 14. FAVELA DE SÃO P. BARRACO DE RAQUEL. INT. SALA. DIA.
RAQUEL, AO CELULAR, ACABA DE SE LEVANTAR APREENSIVA DO SOFÁ.
RAQUEL —— (animada, ao cel) Sério, é?! Hoje
'mermo' tu vai planilhar meu futuro?!
ESTER —— (OFF, ao cel) Preciso te ver.
Combinar com você como vai ser o dia,
o local, e a cena.
12. Perfeição/ Cap. 013 PÁG.: 012
RAQUEL —— (ao cel) Fica 'tranque', que boa de
teatro eu sou!
ESTER —— (OFF, ao cel) Então... de noite eu
passo aí. Não esqueça que hoje é o dia
mais feliz de minha vida!
RAQUEL —— (zombando, ao cel) O quê? Conseguiu
matar o Leandro e ficar com a fortuna
dele?
ESTER —— (off) Há, há, há! É sério, ô sem
graça!
RAQUEL —— (ao cel) Ó, mas é sério! Eu quero
que tu passe aqui pra ver a portona que
eu pus aqui no meu barraco! É, tô
podendo. (T) Tá.
RAQUEL DESLIGA O CELULAR E DÁ UM GRITINHO DE ALEGRIA.
RAQUEL —— Ai! Tudo corre bem. Maravilhosamente
bem!
Corta para:
CENA 15. CASA DE MARIA. INT. COZINHA. DIA.
MARIA PÕE UM DELICIOSO PRATO DE SOPA DE MANDIOCA NA MESA,
PARA PEDRO JÚNIOR, QUE ESTÁ SENTADO. ELE OLHA E SE ALEGRA.
PEDRO JR. —— (radiante) Uau! Sopa de mandioca!
MARIA —— É. Eu sabia que fazia tempo que você
não comia sopa de mandioca. Tá vendo?
Guarda isso com você: é pelo estômago
que se conquista alguém.
PEDRO JR. —— (ri) Pode deixar. (T) Maria.
MARIA —— Hum?
PEDRO JR. —— Por que eu não posso morar aqui, com
você?
CLOSE NO OLHAR ABATIDO DE MARIA, QUE FICA SEM RESPOSTA.
Corta para:
CENA 16. APARTAMENTO DE LISA E MIRELA. INT. SALA. DIA.
CONTINUIDADE.
LISA APONTANDO A JARRA VAZIA, PARA MIRELA, QUE FICA
PARALISADA.
MIRELA —— (pálida) Ah...
13. Perfeição/ Cap. 013 PÁG.: 013
LISA —— O dinheiro que coloquei aqui,
durante o mês inteiro era pra
economias. E eu quero saber, Mirela.
Você pegou esse dinheiro? Fez alguma
coisa com ele? Gastou?
MIRELA FICA SEM RESPOSTA, MAS DIZ:
MIRELA —— Eu peguei, Lisa! Peguei o dinheiro,
sim.
LISA FICA RESSENTIDA, E CHATEADA.
Corta para:
FIM DO CAPÍTULO.
De frente pro Crime – João Bosco
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