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Questões fechadas sobre
Emparedado, de Cruz e Souza
            Manoel Neves
QUESTÃO 01
                         “Emparedado”, de Cruz e Sousa
        A metáfora na noite, presente em “Emparedado”, só NÃO pode ser associada a:
o preconceito racial
a cor negra
a América
o subconsciente
SOLUÇÃO COMENTADA
                          “Emparedado”, de Cruz e Souza
A metáfora da noite, presente na primeira parte do poema “Emparedado”, pode ser associado
ao preconceito racial, à cor negra, ao subconsciente do sujeito poético e à África. Marque-se,
pois, a alternativa “c”.
INTRUÇÃO
                   “Emparedado”, de Cruz e Souza
Leia o fragmento a seguir, extraído do poema “Emparedado”, de Cruz e Souza.
TEXTO
                          “Emparedado”, de Cruz e Souza
Uma tristeza fina e incoercível errava nos tons violáceos vivos daquele fim suntuoso de tarde
aceso ainda nos vermelhos sanguíneos, cuja cor cantava-me nos olhos, quente, inflamada, na
linha longe dos horizontes em largas faixas rutilantes.
QUESTÃO 02
                         “Emparedado”, de Cruz e Souza
        Todos os recursos indicados abaixo estão presentes no fragmento lido, EXCETO:
aliteração
imagens vagas e imprecisas
sinestesia
metáfora
SOLUÇÃO COMENTADA
                          “Emparedado”, de Cruz e Souza
Estão presentes no trecho citado, aliteração [cuja cor cantava-me], imagens vagas e imprecisas
[fim suntuoso de tarde aceso ainda nos vermelhos sanguíneos] e sinestesia [cor cantava].
Assinale-se, pois, a alternativa “d”.
QUESTÃO 03
                        “Emparedado”, de Cruz e Souza
Considerando do tom e a temática do poema “Emparedado”, de Cruz e Souza, só NÃO se pode
afirmar que ele seja:
nefelibata
metalinguístico
engajado
místico
SOLUÇÃO COMENTADA
                           “Emparedado”, de Cruz e Souza
O estilo elevado, impreciso e evanescente dos poetas simbolistas é denominado nefelibata. O
caráter metalinguístico está presente tanto na primeira quanto na segunda partes do poema,
nas quais o sujeito poético discute a função da arte [parte 1] e critica os escritores de sua época
[parte 2]. O engajamento [social] pode ser comprovado pela denúncia do preconceito racial
feita, principalmente, na terceira parte do poema.
Apesar de um dos principais expedientes simbolistas – o desejo de transcendência – estar
presente no poema, não se pode afirmar que ele seja místico, pois não há destaque para a
religiosidade neste texto de Cruz e Souza. Assinale-se, pois, a alternativa “d”.
QUESTÃO 04
                         “Emparedado”, de Cruz e Souza
    Comparecem no poema “Emparedado”, de Cruz e Souza, os seguintes discursos, EXCETO:
transcendente
decadentista
artístico
científico
SOLUÇÃO COMENTADA
                           “Emparedado”, de Cruz e Souza
O discursos transcendente e social comparecem por intermédio da denúncia e da tentativa do
preconceito racial analisado detidamente no poema.
“Emparedado” é um poema dividido em três partes. Na primeira, fala-se sobre a arte simbolista.
Na segunda, criticam-se os escritores contemporâneos cujas obras, para o locutor, eram uma
compilação de clichês fin de siécle. Na última parte, faz-se uma análise e uma crítica à ideologia
determinista que ratificava o preconceito racial, visto como ciência pela sociedade do final do
século XIX.
Como se viu anteriormente, um dos objetivos do locutor é criticar o discurso cientificista de fins
do século XIX. Para tanto, o sujeito poético se vale de estratégias argumentativas e
procedimentos poéticos. Não, há, pois, procedimentos científicos. Por isso, deve-se assinalar a
alternativa “d”.
INTRUÇÃO
     “Emparedado”, de Cruz e Souza
Leia o fragmento abaixo, para responder à questão 05.
TEXTO
                          “Emparedado”, de Cruz e Souza
Se caminhares para a direita baterás e esbarrarás ansioso, aflito, numa parede horrendamente
incomensurável de Egoísmos e Preconceitos! Se caminhares para a esquerda, outra parede, de
Ciências e Críticas, mais alta do que a primeira, te mergulhará profundamente no espanto! Se
caminhares para a frente, ainda nova parede, feita de Despeitos e Impotências, tremenda, de
granito, broncamente se elevará ao alto! Se caminhares, enfim, para trás, ah! ainda, uma
derradeira parede, fechando tudo, fechando tudo — horrível! — parede de Imbecilidade e
Ignorância, te deixará num frio espasmo de terror absoluto...
E, mais pedras, mais pedras se sobreporão às pedras já acumuladas, mais pedras, mais pedras...
Pedras destas odiosas, caricatas e fatigantes Civilizações e Sociedades... Mais pedras, mais
pedras! E as estranhas paredes hão de subir, — longas, negras, terríficas! Hão de subir, subir,
subir mudas, silenciosas, até às Estrelas, deixando-te para sempre perdidamente alucinado e
emparedado dentro do teu Sonho...
QUESTÃO 05
                            “Emparedado”, de Cruz e Souza
Considerando a leitura do fragmento acima e do poema de Cruz e Souza, pode-se afirmar que a
metáfora presente no título de “Emparedado”, só NÃO se refere a:
o preconceito contra os negros que buscam oportunidades no mundo das artes.
as teorias raciais em voga no fim do século XIX em todo o mundo.
condição do negro em uma sociedade recém-saída da escravidão.
a rejeição dos escritos do poeta feita por várias editoras.
SOLUÇÃO COMENTADA
                           “Emparedado”, de Cruz e Souza
Apesar de a metáfora do emparedado também se referir à rejeição que a sociedade votava à
obra de Sousa, devido ao fato de ele ser negro e filho de escravos, não há referências à rejeições
feitas por editoras a sua obra. Marque-se, pois, a alternativa “d”. Em tempo, Souza publicou seus
vários textos em vida, graças, principalmente, a ajuda dos amigos de Santa Catarina.
QUESTÃO 06
                          “Emparedado”, de Cruz e Souza
Todos os trechos de “Emparedado”, de Cruz e Souza, foram devidamente associados a um
comentário crítico, EXCETO em:
Ou, então, massas cerradas, compactas, de harmonias wagnerianas, que cresciam, cresciam,
subiam em gritos, em convulsões, em alaridos nervosos, em estrépitos nervosos, em
sonoridades nervosas, em dilaceramentos nervosos, em catadupas vertiginosas de vibrações,
ecoando longe e alastrando tudo, por entre a delicada alma sutil dos ritmos religiosos, alados,
procurando a serenidade dos Astros... [musicalidade tanto na forma quanto no conteúdo]
Como os martirizados de outros Gólgotas mais amargos, mais tristes, fui subindo a escalvada
montanha, através de urzes eriçadas, e de brenhas, como os martirizados de outros Gólgotas
mais amargos, mais tristes. [explanações metalinguísticas sobre a criação artística]
E, descidas, afinal, as névoas, as sombras claustrais da noite, tímidas e vagarosas Estrelas
começavam a desabrochar florescentemente, numa tonalidade peregrina e nebulosa de brancas
e erradias fadas de Lendas... [uso de imagens vagas e imprecisas]
Assim é que eu a compreendia em toda a intimidade do meu ser, que eu a sentia em toda a
minha emoção, em toda a genuína expressão do meu Entendimento — e não uma espécie de
iguaria agradável, saborosa, que se devesse dar ao público em doses e no grau e qualidade que
ele exigisse, fosse esse público simplesmente um símbolo, um bonzo antigo, taciturno e cor de
oca, uma expressão serôdia, o público A+B, cujo consenso a Convenção em letras maiúsculas
decretara. [fusão do eu-lírico com o eu-biográfico]
SOLUÇÃO COMENTADA
                         “Emparedado”, de Cruz e Souza
O comentário referente à alternativa “b” é incorreto. Neste fragmento, por intermédio de uma
intertextualidade bíblica, o locutor fala do sofrimento dos pertencentes à raça negra.
QUESTÃO 07
                          “Emparedado”, de Cruz e Souza
       A denúncia do racial, tônica do poema “Emparedado”, só NÃO está presente em:
Artista! Pode lá isso ser se tu és d’África, tórrida e bárbara, devorada insaciavelmente pelo
deserto, tumultuando de matas bravias, arrastada sangrando no lodo das Civilizações
despóticas, torvamente amamentada com o leite amargo e venenoso da Angústia! A África
arrebatada nos ciclones torvelinhantes das Impiedades supremas, das Blasfêmias absolutas,
gemendo, rugindo, bramando no caos feroz, hórrido, das profundas selvas brutas...
— "Tu és dos de Cam, maldito, réprobo, anatematizado! Falas em abstrações, em Formas, em
Espiritualidades, em Requintes, em Sonhos! Como se tu fosses das raças de ouro e da aurora, se
viesses dos arianos, depurado por todas as civilizações, célula por célula, tecido por tecido,
cristalizado o teu ser num verdadeiro cadinho de ideias, de sentimentos — direito, perfeito, das
perfeições oficiais dos meios convencionalmente ilustres!
Um ou outro tinha a habilidade quase mecânica de apanhar, de recolher do tempo e do espaço
as ideias e os sentimentos que, estando dispersos, formavam a temperatura burguesa do meio,
portanto corrente já, e trabalhar algumas páginas, alguns livros, que por trazerem ideias e
sentimentos homogêneos dos sentimentos e ideias burguesas, aqueciam, alvoroçavam,
atordoavam o ar de aplausos...
O temperamento entortava muito para o lado da África: — era necessário fazê-lo endireitar
inteiramente para o lado Regra, até que o temperamento regulasse certo como um
termômetro!
SOLUÇÃO COMENTADA
                           “Emparedado”, de Cruz e Souza
O trecho transcrito na alternativa “c”, não há referência ao preconceito racial. Neste fragmento,
o locutor aborda a falta de criatividade dos escritores contemporâneos a ele.

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Questões fechadas sobre emparedado

  • 1. Questões fechadas sobre Emparedado, de Cruz e Souza Manoel Neves
  • 2. QUESTÃO 01 “Emparedado”, de Cruz e Sousa A metáfora na noite, presente em “Emparedado”, só NÃO pode ser associada a: o preconceito racial a cor negra a América o subconsciente
  • 3. SOLUÇÃO COMENTADA “Emparedado”, de Cruz e Souza A metáfora da noite, presente na primeira parte do poema “Emparedado”, pode ser associado ao preconceito racial, à cor negra, ao subconsciente do sujeito poético e à África. Marque-se, pois, a alternativa “c”.
  • 4. INTRUÇÃO “Emparedado”, de Cruz e Souza Leia o fragmento a seguir, extraído do poema “Emparedado”, de Cruz e Souza.
  • 5. TEXTO “Emparedado”, de Cruz e Souza Uma tristeza fina e incoercível errava nos tons violáceos vivos daquele fim suntuoso de tarde aceso ainda nos vermelhos sanguíneos, cuja cor cantava-me nos olhos, quente, inflamada, na linha longe dos horizontes em largas faixas rutilantes.
  • 6. QUESTÃO 02 “Emparedado”, de Cruz e Souza Todos os recursos indicados abaixo estão presentes no fragmento lido, EXCETO: aliteração imagens vagas e imprecisas sinestesia metáfora
  • 7. SOLUÇÃO COMENTADA “Emparedado”, de Cruz e Souza Estão presentes no trecho citado, aliteração [cuja cor cantava-me], imagens vagas e imprecisas [fim suntuoso de tarde aceso ainda nos vermelhos sanguíneos] e sinestesia [cor cantava]. Assinale-se, pois, a alternativa “d”.
  • 8. QUESTÃO 03 “Emparedado”, de Cruz e Souza Considerando do tom e a temática do poema “Emparedado”, de Cruz e Souza, só NÃO se pode afirmar que ele seja: nefelibata metalinguístico engajado místico
  • 9. SOLUÇÃO COMENTADA “Emparedado”, de Cruz e Souza O estilo elevado, impreciso e evanescente dos poetas simbolistas é denominado nefelibata. O caráter metalinguístico está presente tanto na primeira quanto na segunda partes do poema, nas quais o sujeito poético discute a função da arte [parte 1] e critica os escritores de sua época [parte 2]. O engajamento [social] pode ser comprovado pela denúncia do preconceito racial feita, principalmente, na terceira parte do poema. Apesar de um dos principais expedientes simbolistas – o desejo de transcendência – estar presente no poema, não se pode afirmar que ele seja místico, pois não há destaque para a religiosidade neste texto de Cruz e Souza. Assinale-se, pois, a alternativa “d”.
  • 10. QUESTÃO 04 “Emparedado”, de Cruz e Souza Comparecem no poema “Emparedado”, de Cruz e Souza, os seguintes discursos, EXCETO: transcendente decadentista artístico científico
  • 11. SOLUÇÃO COMENTADA “Emparedado”, de Cruz e Souza O discursos transcendente e social comparecem por intermédio da denúncia e da tentativa do preconceito racial analisado detidamente no poema. “Emparedado” é um poema dividido em três partes. Na primeira, fala-se sobre a arte simbolista. Na segunda, criticam-se os escritores contemporâneos cujas obras, para o locutor, eram uma compilação de clichês fin de siécle. Na última parte, faz-se uma análise e uma crítica à ideologia determinista que ratificava o preconceito racial, visto como ciência pela sociedade do final do século XIX. Como se viu anteriormente, um dos objetivos do locutor é criticar o discurso cientificista de fins do século XIX. Para tanto, o sujeito poético se vale de estratégias argumentativas e procedimentos poéticos. Não, há, pois, procedimentos científicos. Por isso, deve-se assinalar a alternativa “d”.
  • 12. INTRUÇÃO “Emparedado”, de Cruz e Souza Leia o fragmento abaixo, para responder à questão 05.
  • 13. TEXTO “Emparedado”, de Cruz e Souza Se caminhares para a direita baterás e esbarrarás ansioso, aflito, numa parede horrendamente incomensurável de Egoísmos e Preconceitos! Se caminhares para a esquerda, outra parede, de Ciências e Críticas, mais alta do que a primeira, te mergulhará profundamente no espanto! Se caminhares para a frente, ainda nova parede, feita de Despeitos e Impotências, tremenda, de granito, broncamente se elevará ao alto! Se caminhares, enfim, para trás, ah! ainda, uma derradeira parede, fechando tudo, fechando tudo — horrível! — parede de Imbecilidade e Ignorância, te deixará num frio espasmo de terror absoluto... E, mais pedras, mais pedras se sobreporão às pedras já acumuladas, mais pedras, mais pedras... Pedras destas odiosas, caricatas e fatigantes Civilizações e Sociedades... Mais pedras, mais pedras! E as estranhas paredes hão de subir, — longas, negras, terríficas! Hão de subir, subir, subir mudas, silenciosas, até às Estrelas, deixando-te para sempre perdidamente alucinado e emparedado dentro do teu Sonho...
  • 14. QUESTÃO 05 “Emparedado”, de Cruz e Souza Considerando a leitura do fragmento acima e do poema de Cruz e Souza, pode-se afirmar que a metáfora presente no título de “Emparedado”, só NÃO se refere a: o preconceito contra os negros que buscam oportunidades no mundo das artes. as teorias raciais em voga no fim do século XIX em todo o mundo. condição do negro em uma sociedade recém-saída da escravidão. a rejeição dos escritos do poeta feita por várias editoras.
  • 15. SOLUÇÃO COMENTADA “Emparedado”, de Cruz e Souza Apesar de a metáfora do emparedado também se referir à rejeição que a sociedade votava à obra de Sousa, devido ao fato de ele ser negro e filho de escravos, não há referências à rejeições feitas por editoras a sua obra. Marque-se, pois, a alternativa “d”. Em tempo, Souza publicou seus vários textos em vida, graças, principalmente, a ajuda dos amigos de Santa Catarina.
  • 16. QUESTÃO 06 “Emparedado”, de Cruz e Souza Todos os trechos de “Emparedado”, de Cruz e Souza, foram devidamente associados a um comentário crítico, EXCETO em: Ou, então, massas cerradas, compactas, de harmonias wagnerianas, que cresciam, cresciam, subiam em gritos, em convulsões, em alaridos nervosos, em estrépitos nervosos, em sonoridades nervosas, em dilaceramentos nervosos, em catadupas vertiginosas de vibrações, ecoando longe e alastrando tudo, por entre a delicada alma sutil dos ritmos religiosos, alados, procurando a serenidade dos Astros... [musicalidade tanto na forma quanto no conteúdo] Como os martirizados de outros Gólgotas mais amargos, mais tristes, fui subindo a escalvada montanha, através de urzes eriçadas, e de brenhas, como os martirizados de outros Gólgotas mais amargos, mais tristes. [explanações metalinguísticas sobre a criação artística] E, descidas, afinal, as névoas, as sombras claustrais da noite, tímidas e vagarosas Estrelas começavam a desabrochar florescentemente, numa tonalidade peregrina e nebulosa de brancas e erradias fadas de Lendas... [uso de imagens vagas e imprecisas] Assim é que eu a compreendia em toda a intimidade do meu ser, que eu a sentia em toda a minha emoção, em toda a genuína expressão do meu Entendimento — e não uma espécie de iguaria agradável, saborosa, que se devesse dar ao público em doses e no grau e qualidade que ele exigisse, fosse esse público simplesmente um símbolo, um bonzo antigo, taciturno e cor de oca, uma expressão serôdia, o público A+B, cujo consenso a Convenção em letras maiúsculas decretara. [fusão do eu-lírico com o eu-biográfico]
  • 17. SOLUÇÃO COMENTADA “Emparedado”, de Cruz e Souza O comentário referente à alternativa “b” é incorreto. Neste fragmento, por intermédio de uma intertextualidade bíblica, o locutor fala do sofrimento dos pertencentes à raça negra.
  • 18. QUESTÃO 07 “Emparedado”, de Cruz e Souza A denúncia do racial, tônica do poema “Emparedado”, só NÃO está presente em: Artista! Pode lá isso ser se tu és d’África, tórrida e bárbara, devorada insaciavelmente pelo deserto, tumultuando de matas bravias, arrastada sangrando no lodo das Civilizações despóticas, torvamente amamentada com o leite amargo e venenoso da Angústia! A África arrebatada nos ciclones torvelinhantes das Impiedades supremas, das Blasfêmias absolutas, gemendo, rugindo, bramando no caos feroz, hórrido, das profundas selvas brutas... — "Tu és dos de Cam, maldito, réprobo, anatematizado! Falas em abstrações, em Formas, em Espiritualidades, em Requintes, em Sonhos! Como se tu fosses das raças de ouro e da aurora, se viesses dos arianos, depurado por todas as civilizações, célula por célula, tecido por tecido, cristalizado o teu ser num verdadeiro cadinho de ideias, de sentimentos — direito, perfeito, das perfeições oficiais dos meios convencionalmente ilustres! Um ou outro tinha a habilidade quase mecânica de apanhar, de recolher do tempo e do espaço as ideias e os sentimentos que, estando dispersos, formavam a temperatura burguesa do meio, portanto corrente já, e trabalhar algumas páginas, alguns livros, que por trazerem ideias e sentimentos homogêneos dos sentimentos e ideias burguesas, aqueciam, alvoroçavam, atordoavam o ar de aplausos... O temperamento entortava muito para o lado da África: — era necessário fazê-lo endireitar inteiramente para o lado Regra, até que o temperamento regulasse certo como um termômetro!
  • 19. SOLUÇÃO COMENTADA “Emparedado”, de Cruz e Souza O trecho transcrito na alternativa “c”, não há referência ao preconceito racial. Neste fragmento, o locutor aborda a falta de criatividade dos escritores contemporâneos a ele.