Este documento discute a preparação de jovens futebolistas. Afirma que o treino físico é fundamental para o desenvolvimento de capacidades e posterior rendimento esportivo. Também enfatiza a importância de respeitar as fases de desenvolvimento dos jovens atletas e evitar a especialização precoce.
Inteligência e conhecimento específico em jovens futebolistas (j c costa, j ...
Treino de jovens
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TREINO COM JOVENS
" A PREPARAÇÃO DO JOVEM FUTEBOLISTA "
1. ASPECTOS DA PREPARAÇÃO DO JOVEM FUTEBOLISTA
O Treino Físico, entendido como o processo que visa promover o
racional desenvolvimento das capacidades condicionais e
coordenativocondicionais, reveste-se de uma importância fundamental
no que concerne à posterior obtenção de elevados níveis de rendimento
desportivo.
Os mais altos níveis de rendimento surgem da conjugação :
entre as potencialidades que o indivíduo possui à partida
(património genético, físico, psíquico, etc..); e
as correctas formas de estimulação a que o mesmo é sujeito
(respectivo processo de treino e muito especialmente nas
fases iniciais de formação).
O início da prática desportiva em idades mais jovens tem-se revelado
de grande importância para o conveniente desenvolvimento das
diferentes capacidades motoras :
as capacidades das quais depende a motricidade não se
desenvolvem de uma forma contínua, nem em
simultaneidade, mas sim através de saltos qualitativos,
em tempos próprios (descontínuas e heterocrónicas);
existem fases ou estádios no desenvolvimento das crianças
e dos jovens :
- durante os quais determinados sistemas orgânicos são
mais ou menos susceptíveis de estimulação.
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Os períodos da ontogénese que oferecem condições favoráveis para a
formação das aptidões de condição física ou de coordenação, são
designados por FASES SENSÍVEIS (sensitivas ou críticas) ou como
períodos de treinabilidade.
A procura de uma estimulação optimal constitui-se como o objectivo
principal de todo o processo de treino, dado que tanto a hipo como a
hiperestimulação podem comprometer o desenvolvimento das mesmas.
No treino com jovens o rendimento ao mais alto grau não deverá a
pretexto algum, ser exigido antes das estruturas corporais terem
atingido a sua maturidade.
Não se pode pretender que os jovens atinjam altos índices desportivos,
sem que se tenha em consideração as suas particularidades
psicobiológicas (inacabamento estrutural e a consequente labilidade
funcional do organismo).
O conhecimento dos dois grandes referenciais :
as variáveis que dependem dos períodos de desenvolvimento do
jovem; e
as variáveis que ressaltam das exigências postas pelo jogo
(formais e energético-funcionais);
poderá evitar a chamada especialização precoce dos atletas ou do
subaproveitamento das suas capacidades.
A eficácia no treino com jovens passa pelo devido respeito das leis e
dos períodos do seu desenvolvimento :
o grande objectivo deste processo situa-se ao nível da criação de
pressupostos ou de estados predisponentes, para que os
potenciais atletas possam atingir a seus devido tempo os mais
altos rendimentos.
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Assim o Futebol praticado ao mais alto nível funciona como um
importante meio de análise e como um indicador fundamental :
não se pretende fazer a apologia da imitação de métodos e
concepções de treino do futebol sénior evoluído, mas tão só ter
presente os modelos de treino e competição mais avançados, e
estar alerta para o modo como poderão condicionar os modelos
de preparação nas idades mais jovens.
Para Hollmann e colaboradores , o Futebol é um jogo que exige um
ritmo muito variado (intensidade oscilando entre o mínimo e o máximo)
com um tempo de duração muito longo :
várias corridas à velocidade máxima, repetidas com intervalo de
alguns segundos;
corridas com ritmo submáximo (80-85% do máximo) sobre
distâncias de 40 a 50m;
remates, passes, cabeceamentos, ....., com diversos graus de força
estática ou de dinâmica;
metabolismo com características anaeróbicas (60%) e aeróbicas
(40%).
o jogador deverá possuir uma elevada aceleração de velocidade
sobre espaços mais curtos 20-40m;
estes e outros esforços duram aproximadamente 3 a 10", sendo
portanto anaeróbicos alácticos.
Nos últimos anos no Futebol de mais alto nível constata-se :
o aumento do volume de corrida;
o aumento do ritmo geral do jogo;
o aumento das disputas de bola, corpo a corpo;
o acréscimo da importância do jogo aéreo;
o crescente número de variações bruscas de ritmo (alternância),
adaptadas para surpreender o adversário;
o aumento de espaço de intervenção, constratando com a redução
do tempo disponível para manobrar a bola (maior pressão do
adversário).
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FUTEBOL DE ALTO NÍVEL
FUTEBOL TOTAL
Polivalência funcional Empenhamento
Equipa = Bloco Dinâmico
dos jogadores permanente dos jogadores
Intensificação do Jogo C/ e S/ Bola
----------------------------------------------------
Todos Atacam Todos Defendem
Ataque em bloco apoiado Procura activa da posse da
bola, em todo o campo
Mudanças de ritmo, Atitudes pré-dinâmicas,
acelerações súbitas MULTIPLICAÇÕES DOS grande sentido de
ESFORÇOS INDIVIDUAIS entreajuda
Ganhar ESPAÇO é ganhar Reduzir o ESPAÇO é
TEMPO para agir reduzir o TEMPO de
acção do adversário
A transição ATAQUE - DEFESA
Procura activa da posse da exige uma rápida e intencional Grande pressão sobre o
bola, em todo o campo mudança de atitude possuidor da bola
CRIAR SUPERIORIDADE NUMÉRICA SOBRE O ADVERSÁRIO
E
TER A POSSE DA BOLA PARA PODER CONTROLAR O JOGO
EQUIPA MAIS RÁPIDA (para se antecipar, surpreender). MAIS
FORTE (para disputar, lutar). MAIS RESISTENTE (para durar). E
MAIS INTELIGENTE (para criar e desequilibrar, no sentido positivo)
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O esforço realizado por um futebolista envolve, obviamente, todas as
fontes de energia do seu organismo (aeróbicas e anaeróbicas);
Só raras vezes o nível de ácido láctico supera os valores limite de
transição para o esforço de tipo anaeróbico láctico, dado que em jogo as
acções de grande intensidade são intercaladas com períodos de
actividade reduzida;
Vários autores consideram o Futebol com uma actividade de
RESISTÊNCIA em regime de VELOCIDADE (de reacção, de
deslocamento e de execução), de FORÇA e de COORDENAÇÃO
(táctico-técnica);
As dificuldades surgem, quando se pretende abordar essas capacidades
numa perspectiva de interdependência e interacção;
No treino com jovens este problema agudiza-se, na medida em que
ainda não existe uma teoria das fases sensíveis que responda
objectivamente a muitas questões importantes :
a maior parte das investigações são relativas ao futebol sénior;
na maior parte dos casos o tipo de trabalho que se faz com os
mais jovens é uma imitação do que se passa com os seniores.
Mesmo as pessoas com formação específica, continuam a recorrer aos
estudos realizados na área dos desportos individuais, que não podem
nunca reflectir a realidade dos JDC.
O Futebol, bem como todas as outras modalidades, e os jovens,
requerem métodos próprios, adoptados à realidade (é necessário assim
investigar).
É indispensável ter o conhecimento da evolução; das fases de
progresso, de estagnação e de regressão das várias capacidades
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motoras, nos jovens , para se poder estruturar uma base física à altura da
preparação desportiva e sobretudo multilateral.
Actualmente os especialistas da Teoria e da Metodologia do Treino
Desportivo são unânimes ao considerar que todas as capacidades
motoras são treináveis em qualquer idade; o problema central está na
selecção dos meios e métodos para o fazer com eficácia.
No treino físico com os jovens futebolistas podem definir-se dois
grandes imperativos :
desenvolver todas as capacidades, segundo o princípio da
multilateralidade, mas incidindo particularmente naqueles que
se encontram nas respectivas fases sensíveis;
estabelecer uma relação, tão estreita quanto possível entre todas
elas, de forma a dar resposta aos seus aspectos particulares do
Futebol, nomeadamente aos seus padrões estruturais e
energético-funcionais.
O treino do jovem atleta, é efectivamente, a parte fundamental dum
processo a longo prazo de construção do nível:
funcional;
biológico; e
psicológico, necessário para atingir as performances do mais alto
grau.
Para perseguir a especialização do futebolista na construção do
rendimento a longo termo, consideramos dois tipos de pressupostos :
Princípios gerais ; e
Princípios Específicos.
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PRINCÍPIOS GERAIS
A especialização ao mais alto nível nas idades jovens só pode
acontecer, se aquando do processo de treino, tiver sido
contemplado, entre outros o princípio da multilateralidade.
As capacidades motoras representam no processo de treino, uma
unidade e funcionam em interdependência.
PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS
RESISTÊNCIA
a sua finalidade (componente aeróbica) é proporcionar uma
estabilidade orgânica, sobretudo do sistema cardio-vascular,
para além da consolidação do tecido conjuntivo e do aparelho de
sustentação (ossos, ligamentos, articulações), e simultaneamente a
criação de uma boa base bio-funcional para o desenvolvimento de
outras capacidades (força e velocidade);
com o desenvolvimento da resistência aeróbia aumenta-se
progressivamente a capacidade de efectuar treinos mais
prolongados e intensos;
só entre as 150-180 puls./min., se pode melhorar o volume-
minuto, visando assim os valores próximos de oxigénio
(Vo2máx.);
poderá ser adoptado um esforço de duração (contínuo) de 15',
perto do limiar anaeróbico (FC máxima de 180 pul./min.);
alguns jovens (dadas as diferenças individuais) podem mesmo
manter um exercício prolongado superior a 180 puls./min.
(segundo Pirnay);
a resistência na sua componente ANAERÓBICA láctica está
pouco desenvolvida nas crianças, aumentando devagar na
puberdade;
apenas no final deste período se pode usufruir significativamente
da capacidade anaeróbica láctica;
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assim a fonte glicolítica que serve este tipo de resistência, pode
ser solicitada com uma frequência relativa a partir dos 15-16
anos, desde que se tenha em conta :
1. um considerável substracto aeróbico;
2. a elevação dos níveis de testosterona (relacionada
com a idade cronológica e o período pubertário).
segundo Hegedus, o incremento do VO2máx., no futebolista, é
produto de adequados trabalhos de repetição de sucessivas
corridas curtas de índole aláctica.
sendo assim o elevado VO2máx do jogador de futebol é
consequência e não prioridade na sua preparação (para casos
de equipas nas etapas superiores de preparação);
FORÇA
jovem futebolista tem na fase dos 13 aos 15 anos, o período mais
favorável ao desenvolvimento da força;
a força pode e deve ser trabalhada a partir das idades baixas
considerando algumas situações :
- não deve ser trabalhada no sentido absoluto, ou seja,
não se pode solicitar a força máxima;
- mas sim formas que permitam a execução correcta e
dinâmica dos movimentos a realizar;
- prescrevendo a variante força resistente (cargas leves
com grande nº de repetições); e a
- variante força veloz (cargas leves com grande
velocidade);
- a força veloz é a capacidade representativa das
capacidades condicionais dos 6 aos 14 anos;
- esta que depende da forma como os níveis de força e
velocidade se relacionam, tem o seu máximo aos 16-18
anos;
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- os elevados níveis de força veloz são determinantes na
obtenção de grandes resultados;
os exercícios devem ser devem ser executados com autocarga
(peso do próprio indivíduo) e procurando a amplitude máxima
nos movimentos;
o trabalho estático (isométrico) torna-se inoportuno devido
não só ao bloqueio respiratório (fenómeno de Valsalva), mas
também porque dificulta o transfert;
os exercícios de força devem ser realizados quando o atleta está
em estado de frescura física;
numa fase inicial de preparação (idades mais baixas) deve-se
privilegiar o trem médio e superior em detrimento do inferior;
VELOCIDADE
a velocidade maximal é determinada geneticamente numa
percentagem muito elevada;
a sua treinabilidade é de 18 a 20%;
as possibilidades concretas de intervenção, podem realizar-se
entre os 6 e os 13 anos (após este período a evolução será
modesta e difícil);
o nível do seu desenvolvimento (no Futebol) é determinado pela
força dinâmica, coordenação, flexibilidade, velocidade de
contracção muscular e características antropométricas;
o trabalho de coordenação e flexibilidade devem prever a
melhoria da velocidade de base;
a procura da precisão e da velocidade aquando do treino das
técnicas é um aspecto importante nas etapas iniciais;
importante é também o controlo da alternância da tensão e da
descontracção dos músculos esqueléticos (coordenação intra e
intermuscular)
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a solicitação desta capacidade deve ter lugar em condições de
frescura nervosa (cansaço diminui a excitabilidade do SNC e
consequentemente o desempenho dos processos
neuromusculares);
FLEXIBILIDADE
é uma das capacidades que se tem de trabalhar desde as idades
muito jovens;
após os 10 anos de idade perde-se facilmente, sendo que o seu
treino a partir desta idade deverá atender aos motivos desportivos
referentes à modalidade a praticar;
para Hollmann a idade óptima para o seu desenvolvimento situa-
se entre os 11 e os 14 anos;
apesar de não ser determinante para o futebol, o seu
desenvolvimento facilita o acesso a elevados índices de prestação
de outras capacidades (velocidade e coordenação por exemplo);
A preparação do atleta/futebolista é um processo moroso que passa por
diversas etapas de preparação. O quadro 1 procura representar (com base
em vários autores) uma sequência das etapas de preparação do jogador
de futebol.
- torna-se necessário recorrer a formas organizadas de aplicação
dos estímulos (cargas) de treino - MÉTODOS DE TREINO - de modo a
perseguir um desenvolvimento optimal dos factores deles decorrentes.
O quadro 2 apresenta uma sistematização de alguns métodos de treino
para a solicitação dos diferentes sistemas energéticos e capacidades, nas
etapas de preparação do jogo de futebol (com base em vários autores).
Os restantes quadros complementares, pretendem representar de uma forma
aproximada, a relação entre o nível de incidência da solicitação para as
capacidades a desenvolver no futebolista e a idade correspondente.
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Quadro 1 :
Etapas Idades Objectivos Direccionamento
Capacidades Sistemas
Metodológico a Energéticos
Desenvolver
Predomi-
nantemente
Preparação 8-10 Criação dos Formação multilateral Resistência Sistema
Preliminar anos pressupostos para polifacetada; aeróbica; Oxidativo
a prestação desenvolvimento das flexibilidade (aeróbico);
desportiva capacidades ao nível geral geral; e velo. ATP-CP
com predominância do de reacção e (anaeróbio
trabalho de volume deslocamento aláctico)
Especialização 10- Desenvolvimento Desenvolvimento das Resistência Idem
Inicial de Base 14/15 e aperfeiçoamento capacidades motoras aeróbica;
anos dos pressupostos gerais, prevalecendo o flexibilidade
para a prestação volume; específica;
desportiva. solicitação dirigida tendo velocidade de
Introdução de em conta a estrutura de deslocamento
elementos que rendimento do Futebol e execução;
condicionem de força
forma directa o resistente e
rendimento veloz.
Especialização 16-18 Aprofundamento e Incidência crescente no Resistência Idem
Aprofundada anos direccionamento treino específico; aumento de velocidade +
mais específico da progressivo das cargas (velocidade Sistema
preparação (volume, intensidade e específica); Glicolítico
complexidade) dirigidas força veloz e (anaeróbio
ao desenvolvimento das velocidade de láctico)
capacidades respectivas. execução
específica.
Performances 18-26 Exploração Grande incidência em Idem Sistema
Maximais anos máxima das exercícios de preparação ATP-CP
capacidades. Altas especial; cargas com (anaeróbio
performances. grande volume, intensida- aláctico)
de e complexidade; prepa-
ração mais unilateral vi-
sando altos rendimentos.
Manutenção 26 Estabilização das Estabilização do nível de Idem Sistema
das + anos performances e de treino; grande incidência + ATP-CP e
Performances um elevado nível no treino específico, Incidência Sistema
de rendimento embora recorrendo de crescente na Oxidativo
pelo período de uma forma crescente aos resistência
tempo mais longo. aspectos gerais aeróbica
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Devem evitar-se os exercícios que constituam uma sobrecarga para a
coluna vertebral (especialmente nas idades mais jovens);
Nem sempre os elevados níveis de flexibilidade passiva correspondem a
um igual desenvolvimento dos níveis de flexibilidade activa;
Os alongamentos são delicados e poderão ser inoportunos quando o
organismo se encontra fatigado;
No entanto no final de cada UT podem utilizar-se formas de
alongamento de «stretching», para evitar o encurtamento muscular e a
rigidez articular (vulgar no futebolista);
Algumas conclusões :
o treino com jovens é um processo global;
a divisão (físico, técnico, táctico e psicológico) não é mais que
uma abstracção, dado que os comportamentos adoptados pelos
jogadores surgem como resultantes do modo como eles se
relacionam entre si;
questões que se podem colocar :
- até que ponto os conhecimentos actuais permitem no
treino uma aproximação à realidade jogo-competição ?
- de que modo a caracterização do esforço para seniores
pode ser extensiva aos jovens jogadores ?
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- o que nos permite dizer que um jovem com 12 anos em
jogo está a desencadear um esforço de tipo aeróbico,
anaeróbico láctico ou aláctico ?
- será que em 2 a 3 treinos semanais se consegue obter um
volume e intensidade adequada para atingir um elevado
nível de desenvolvimento das capacidades do jovem ?
- porquê a Capacidade Força no treino com jovens
continua a ser um mito ?
- que implicações poderá ter no jogador de futebol jovem,
o futebol de 11 ? hipersolicitação de alguns ?
hiposolicitação de outros ?
- de que modo o futebol de 7 poderá ser a alternativa ?
a) maior aproveitamento dos espaços ?
b) solicitação mais equilibrada dos jogadores ?
c) melhor assimilação da estrutura do jogo ?
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2. A FORMAÇÃO DO JOGADOR DE FUTEBOL
Vários factos da actualidade sugerem que se estão a desenhar os
contornos científicos duma modalidade que, durante largos anos da
sua existência, foi perspectivada como uma actividade onde a
investigação, a inovação ou qualquer tratamento científico, não eram
bem vindos.
Para se projectar um processo qualitativo de formação do jovem
futebolista será importante considerar :
a vertente jogo em que importa considerar os seus aspectos
estruturais e energético-funcionais; e
a componente jogador em que interessa sobretudo nas etapas iniciais
de formação, atender às fases sensíveis (atendendo às referências
etárias cronológicas e biológicas).
A formação do futebolista não é uma sucessão linear e aleatória de
factos :
sabe-se que as capacidades motoras apresentam um desenvolvimento
que obedece a uma lógica ontogenética particular.
Surge a noção de fase, entendida como a resultante das modificações
sucessivas que as diferentes variáveis do processo de treino vão
experimentando, traduzindo em cada momento, o grau de evolução dos
respectivos sistemas (jogo e jogador) :
fases intrinsecas, dependentes do processo natural de
desenvolvimento do ser humano; e as
fases extrinsecas, que são determinadas aquando do processo de
treino e competição.
Faseamento será o modo como as etapas de preparação desportiva se
ajusta às respectivas fases de desenvolvimento do indivíduo e à
especificidade da respectiva modalidade.
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As fases diferenciam-se assim pelos objectivos, conteúdos e métodos
empregues;
Referenciais do faseamento nos JDC :
FASEAMENTO
JOGADOR JOGO
.Leis Biológicas Especificidade
.Fase Maturativa da Modalidade
. Idade Cronológica Condicionantes
. Idade Biológica Estruturais
Condicionantes
. Fases Sensíveis
Energético-Funcionais
Momento e grau Estrutura do
de estimulação das rendimento na
capacidades modalidade
motoras
«Fases sensíveis» utiliza-se para designar os períodos da ontogénese
favoráveis ao desenvolvimento de determinadas capacidades motoras;
«Períodos críticos ou sensíveis» (para Magill 1982) referem-se às fases
durante as quais o indivíduo se encontra predisposto para a
aprendizagem;
Nos períodos mais sensíveis que são favoráveis a «algo» também são
mais sensíveis aos métodos de treino errados ou inadequados;
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Períodos favoráveis para o aperfeiçoamento da técnica desportiva :
7 - 11 anos (Winter, 1969; Stemmier, 1977; Grasselt, 1972)
7 - 10 anos (Hirtz el al, 1979, 1981, 1982).
Períodos relativos à existência de FS para a Força Veloz :
Volkov (1973, 1974) Incremento progressivamente crescente à medida
que vai acontecendo a maturação sexual.
Werbitz (1974) Máxima taxa de incremento no estado inicial da
maturação sexual e notavelmente inferior no final
deste período.
Wolanski (1976) O período favorável situa-se entre os 7/8 anos -
12/13 anos
Kuznecova O período favorável situa-se entre os 9/12-14 anos
(1975,1976) (rapazes) e 8, 10, 12 anos (raparigas)
Tschiene (1980) O período favorável vai dos 12 aos 15 anos e o
desenvolvimento da capacidade depende do grau de
maturação puberal e do S.N.C.
A idade da maturação sexual poderá estar alterada em 1, 2 , 3 ou
mesmo 4 anos, devendo a idade biológica ser avaliada através dos seus
indicadores (idade esquelética, caracteres sexuais secundários e o
momento do máximo crescimento em estatura);
Jovens sujeitos precocemente a grandes esforços físicos atingem com
maior dificuldade e mais tardiamente a maturação;
Ao submetermos o jogador de futebol a um esforço de tipo contínuo e
de longa duração, para incrementar a resistência aeróbia, a
correspondente adaptação funcional da miosina, reduz a possibilidade
de se desenvolverem níveis superiores de Força Veloz;
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17. Escola Superior de Desporto de Rio Maior – Licenciatura em Treino Desportivo
Esquema da sucessão geral da especialização funcional do organismo,
num processo de treino plurianual (Verchosanskij, 1985) :
Estrutura do nível de
preparação especial
condicional
Força Resistência
Explosiva Específica
Coordenação
Velocidade Força Resistência
No treino com jovens existe uma labilidade das funções orgânicas,
tornando-se necessário um maior conhecimento das características de
evolução, das fases de progresso, da estagnação e de regressão das
diversas capacidades motoras;
Zonas de idade, em anos (Z.I.) relativas às fases de iniciação
desportiva e de rendimentos desportivos superiores, no futebol :
Z.I. Iniciação Z.I. Rendimentos
desportiva superiores
Ulatowski (1975) 10-12 -
Dal Monte, Matteucci (1977) 8-10 18-32
Harre (1977) 8-10 18-23
Segui (1981) 10-13 18-22
Matveiev (1983) - 23-26
Tschiene (1983) 8-10 -
Filin (1983) 10-11 22-26
Nadori (1986) 9-10 -
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18. Escola Superior de Desporto de Rio Maior – Licenciatura em Treino Desportivo
Várias taxionomias do faseamento existem, tantas quanto os seus
autores, as suas diferenças terminológicas ou tantas como os seus
países.
Fases do processo de formação do praticante, segundo (Thiess,
1978) :
N
Í
V
E
L
D
E
D Treino
E
S de
E Treino Ligação
M
P de
E Treino Formação
N
H de
O Base
10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 (idade em anos)
Fases da preparação desportiva, de acordo com Filin e Nagornij
(1983) :
N
Í
V
E ****
L
D
E ***
D
E
S **
E
M
P
E
N
*
H
O
6 - 7 - 8 - 9 - 10-11-12-13-14-15-16-17-18 - (idade)
(*) Preparação física geral (***) Treino específico
(**) Início da especialização (****) Aperfeiçoamento Desportivo
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19. Escola Superior de Desporto de Rio Maior – Licenciatura em Treino Desportivo
Etapas do processo de formação do atleta, de acordo com Matveiev
(1977) :
Treino de Base Plena Realização das Manutenção da
Capacidades Desportivas Longevidade Desportiva
Treino Especialização Pré- Performances Manutenção Manutenção
preliminar inicial culminante maximais das do nível geral
preformances de treino
Idade escolar ----------- adolescência -------------------------------------------------- 35-40 anos
Fases da formação do jogador de Futebol, conforme Segui, 1981 :
22
21
2ª fase
20 Qualidade Confirmação
Culminação de Valores
19 1ª fase
18
elaborada
17 Qualidade 2ª fase Formação
Evolução 16 de Valores
15
14 natural 1ª fase
13 2ª fase Captação
Iniciação 12 Quantidade
11 de Valores
1ª fase
10
Escalonamento actual dos jogadores de Futebol, em Portugal :
8 - 10 anos - Escolas 14 - 16 anos - Juvenis
10 - 12 anos - Infantis 16 - 18 anos - Juniores
12 - 14 anos - Iniciados < = 18 anos - Seniores
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