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MESA 2
AVALIAÇÃO DE TÉCNICAS ADMINISTRATIVAS EM PROPRIEDADES RURAIS:
O CASO DO OESTE DO PARANÁ.
Gelson Luiz Uecker1
Mirian Beatriz Schneider Braun2
RESUMO
O setor agrícola passa por momentos difíceis. A abertura de mercados, o aumento da
concorrência e o aumento da exigência do consumidor, fazem com que as propriedades rurais
passem por sérias dificuldades financeiras. Este estudo tem como objetivo caracterizar a
gestão das pequenas propriedades. Foram realizadas pesquisas bibliográficas para a
caracterização dos empreendimentos rurais, ressaltando os aspectos, a importância e a
complexidade da administração rural. Foram realizadas também pesquisas de campo, onde
caracterizou-se os produtores rurais da região oeste do Estado do Paraná. A pesquisa foi por
amostragem não estatística, induzida, composta por oito propriedades rurais, respeitando a
proporção da tipificação e caracterização feita pelo IAPAR-Pr, como parte integrante do
Projeto Paraná 12 meses, em produtores de subsistência, simples de mercadoria, empresários
familiares e empresários rurais. Pesquisou-se as atividades de produção, as benfeitorias, as
máquinas e os equipamentos, os animais destinados a produção, os aspectos financeiros, a
escolha das atividades, a comercialização, a utilização da mão-de-obra e o setor
administrativo, tanto nas áreas operacionais como administrativas. Fez-se também
considerações sobre a pesquisa de campo, abordando o baixo grau de gestão e a
predominância de pequenas propriedades na região estudada. Ao final apresentam-se as
considerações finais deste estudo, apontando a necessidade da conscientização dos produtores
rurais quanto ao uso de técnicas administrativas e que a iniciativa deve partir dos segmentos
que apresentam maior ligação com o campo.
1
Gelson Luiz Uecker – Doutorando em Ciencias Empresariais. Professor da Universidade Paranaense. Rua Rui
Barbosa, 611, Jardim Cristal, CEP 85.801.470, fone: (02145)326-1300, Cascavel, Paraná, Brasil. E-mail:
gelson@unipar.br.
2
Mirian Beatriz Schneider Braun – Doutoranda em História, Mestre em Desenvolvimento Econômico pela UFPR
Professora da Universidade Paranaense. Rui Bui Barbosa, 611, Jardim Cristal, CEP 85.801.470, fone:
(02145)277-2542, Cascavel, Paraná, Brasil. E-mail: sb@certto.com.br.
ABSTRACT
The agricultural sector is passing through difficult moments. The markets opening, the
bidding increase, and the consumer demanding increase, make the rural properties goes into
serious financial difficulties. This study has as its aim to characterize the small properties
management. Bibliographic researches were held to characterize the rural undertakings,
emphasizing the aspects, the importance, and the complexity of rural administration. Field
researches were also held, where were characterized the rural producers from the Paraná West
region. The research was by sampling not statistical, induced, made up by eight rural
properties, respecting the typification proportion and the characterization made by IAPAR –
Pr, as an integrant part from the Paraná 12 months Project, in subsistence producers, simple of
merchandise, family enterpreneur and rural enterpreneur. The production activities were
researched, the improvements, the machines and the equipments, the animals bound for
production, the financial aspects, the activities selection, the commercialization, the labor use
and the administrative sector, so as at the operational areas as administrative ones.
Considerations about the field research were made, dealing with the administration low
degree, and the predominance of small properties in the studied region. At the end, the final
considerations of this study were presented, pointing out the conscientization need by the
rural producers as for the administrative techniques use, and that the initiative must proceed
from the segments that present the major connection with the field.
1. INTRODUÇÃO
No passado a agricultura se baseava na geração de capital e de mão-de-obra, mas à
medida que o setor foi desenvolvendo, as propriedades rurais adotaram novas tecnologias de
produção e de gestão administrativa, que permitiram uma nova postura diante das exigências
do mercado. Estas transformações ocorreram principalmente nos países de primeiro mundo.
No Brasil, essa situação é característica em regiões mais desenvolvidas e com propriedades de
grande porte.
NANTES (1997) discute essa situação, ressaltando que em tempos de crédito fácil,
como o que ocorreu até meados da década de 80, o produtor rural não se via pressionado a
desenvolver sua eficiência profissional. O domínio das técnicas agropecuárias era, em tempos
passados, suficiente para manter a produtividade num nível aceitável, proporcionando uma
lucratividade atraente ao produtor. Atualmente, com a abertura dos mercados e o acirramento
da concorrência interna a realidade é bem diferente. Já não basta só produzir, é necessário
saber o que, como e quando produzir e principalmente, como e quando vender.
Diante dessas transformações, a Administração rural apresenta-se como uma "peça
chave" para o desenvolvimento do empreendimento. JANK (1997) relata que a gestão
profissional nas propriedades rurais deve, além de executar um rígido controle das contas da
propriedade e planejar as atividades a serem implantadas, identificar as oportunidades de
negócio. As duas primeiras características são importantes para que as atividades do
empreendimento rural possam ser melhores aproveitadas. A identificação das oportunidades
de mercado refere-se aos novos nichos que se apresentam devido, principalmente, às
mudanças dos hábitos de consumo e aparecimento de novas tecnologias.
A adoção da Administração rural profissional também justifica-se pela correta
utilização de recursos materiais, financeiros e principalmente humanos. SOUZA (1992),
acrescenta que onde quer que se encontrem pessoas agrupadas visando atingir objetivos
predeterminados, é necessário a utilização de técnicas administrativas.
A implantação desta mentalidade administrativa é necessária durante a transição da
propriedade rural tradicional para empresa rural. Isto é, as transformações devem iniciar-se
pela mudança de postura e mentalidade do produtor rural. Suas atitudes e comportamentos é
que irão determinar a passagem de um sistema de produção tradicional para um sistema
moderno. Organizações rurais são explorações econômicas capitalistas e se denominam de
"empresa rural". Utilizando-se das ferramentas de gestão administrativa, a propriedade rural
estará melhor estruturada e preparada para concorrer no mercado.
De acordo com SANTOS & MARION (1996), o principal papel do administrador
rural é planejar, controlar, decidir e avaliar os resultados, visando à maximização dos lucros, à
permanente motivação, o bem-estar social de seus empregados e à satisfação de seus clientes
e da comunidade.
TUNG (1990) ressalta a importância da administração nas propriedades rurais, que na
sua maioria, se caracterizam por baixas produções, má qualidade dos produtos, desperdícios
de recursos, especialmente mão-de-obra. A boa administração agropecuária preocupa-se com
métodos eficazes de controle e utilização dos recursos disponíveis, possibilitando a
maximização dos lucros.
No atual mercado agropecuário, os produtores rurais sofrem forte pressão do lado das
receitas para atender os compromissos assumidos no início das atividades. AZEVEDO (1997)
relata que “além dos aspectos de mercado, a produção agrícola está subordinada às restrições
impostas pela natureza. Esta dependência em relação à natureza apresenta dois elementos
relevantes à oferta agrícola: as condições climáticas e o período de maturação dos
investimentos. No primeiro caso, o produtor rural tem poucas alternativas de proteger-se das
condições climáticas. Excluindo-se a produção em estufa, economicamente inviável para
grandes volumes de produção, a atividade agrícola ainda depende muito das condições
climáticas. Na segunda situação, a natureza impõe um espaço de tempo entre a decisão de
investimento e a efetiva produção agrícola. O investimento depende da maturação biológica
de seus componentes, sejam eles plantas ou animais”.
Estas características são próprias da atividade agropecuária e a diferem da indústria e
do comércio tradicional. Estes motivos reforçam a necessidade das atividades agropecuárias
serem melhor controladas e planejadas.
Diante dessa realidade e das dificuldades na viabilização econômica dos
empreendimentos rurais, este trabalho tem o objetivo principal a caracterização das
propriedades rurais do oeste paranaense quanto à gestão administrativa, ressaltando as 4
funções (planejamento, organização, direção e controle) e as 4 áreas (produção, finanças,
marketing e recursos humanos).
2. EMPREENDIMENTOS RURAIS
Uma propriedade rural pode ser caracterizada de duas maneiras: como ela é vista pelos
seus proprietários e como de fato deveria ser. Na primeira situação, ela é tida como uma
unidade de produção, caracterizada por SOUZA et al. (1992) como a área de terra na qual se
realiza a produção agropecuária. É composta por máquinas, equipamentos, mão-de-obra,
insumos , etc. Na segunda , ela é representada como uma verdadeira empresa rural, definida
por ANDRADE (1990), como a unidade de produção que possui elevado nível de capital de
exploração e alto grau de comercialização, tendo como objetivos prioritários a sobrevivência,
o crescimento e o lucro.
Trabalhar a propriedade rural como uma unidade simplesmente de produção, parece
ser a única maneira encontrada por grande parte dos produtores rurais do oeste do Paraná.
Alguns produtores parecem incapazes de perceber as transformações que vem ocorrendo no
ambiente produtivo, que não permitem mais tratar o empreendimento rural de forma diferente
de uma empresa comercial ou industrial. Claro que a empresa rural apresenta especificidades
e particularidades só existentes no meio rural, mas de qualquer forma essas situações devem
ser trabalhadas de forma profissional para que o empreendimento se torne viável e possa
crescer dentro do seu mercado.
Qualquer empresa, seja ela do setor urbano ou rural, está inserida em um determinado
ambiente, no qual a empresa obtém recursos e informações e nele coloca os seus produtos.
Para SOUZA et al. (1992) o ambiente representa todo o universo que envolve externamente
uma empresa. A sociedade representa o universo total em cujo contexto se estabelecem outras
empresas, organizações e grupos sociais.
As empresas rurais estão inseridas em um contexto composto por fatores que
influenciam o seu desempenho, sendo classificados como controláveis e incontroláveis.
Controláveis são os que o empresário exerce influência direta, enquanto os incontroláveis são
aqueles que o empresário não atua diretamente.
Estas variáveis deveriam ser igualmente significativas aos empreendimentos rurais,
independentemente do seu porte. Todavia, nas grandes propriedades rurais elas são mais
reconhecidas e trabalhadas de maneira diferenciada. Já se observa nestes empreendimentos,
embora de maneira inicial, a preocupação em atender satisfatoriamente estes requisitos, como
forma de preparar a empresa rural visando a certificação com a ISO 14.000, demonstrando ser
ecologicamente correto e conseguindo junto ao mercado um reconhecimento de qualidade .
2.1 Tipos e características dos produtores do Estado do Paraná
No Estado do Paraná houve uma tipificação e caracterização dos produtores rurais
visando a participação no Programa Paraná 12 meses, com o apoio do Banco Mundial. A base
foi um estudo desenvolvido pelo IAPAR que identificou os grupos de estabelecimentos
agrícolas em classes simples, distintas e claramente reconhecíveis, com o propósito de
caracterizar cada uma destas para conhecer e entender sua lógica. O resultado deste trabalho
foi a definição de quatro grandes categorias: produtores de subsistência, produtores simples de
mercadorias, empresário familiar e empresário rural.
a) Produtor de subsistência – Compõe-se de produtores com pequena área, menor que 10
ha e que cultivam produtos alimentícios para consumo familiar. O uso do capital é
muito baixo, resumido a ferramentas de uso manual e, eventualmente, equipamentos
de tração animal. As produtividades físicas estão abaixo das médias locais. A receita
mensal é muito baixa, inferior a um salário mínimo. A sua relação com o mercado
resume-se a venda de eventuais excedentes de produção. Geralmente parte
significativa da renda familiar é proveniente da venda do trabalho.
b) Produtores simples de mercadorias – É constituído por produtores com área pequena,
inferior a 50 ha, com sistema de produção baseado em produtos alimentícios e
pequenos animais. O uso do capital é baixo, concentrando-se em equipamentos de
tração animal, insumos agrícolas e em menor escala de máquinas e equipamentos
moto-mecanizados. As produtividades físicas são inferiores à média regional. No
sistema de produção utilizado, pelo menos um produto visa o mercado local ou
regional. A receita bruta mensal da família é baixa, inferior a 5 salários mínimos. A
mão-de-obra utilizada nas atividades é predominantemente familiar.
c) Empresário familiar – Esta categoria é constituída por produtores cuja área da
propriedade encontra-se dentro da área média regional, variando de 25 ha a 120 ha.
Os sistemas de produção baseiam-se em produtos agroindustriais, como soja e
algodão, ou na criação de animais, como aves, suínos e bovinos de leite. O uso de
capital concentra-se em equipamentos, máquinas e insumos agroindustriais. Tem
produtividade média igual ou superior às médias regionais. Têm intensa relação com o
mercado. Estes produtores apresentam pequeno índice de contratação de mão-de-obra
e forte participação da família nos trabalhos.
d) Empresário rural – Constitui-se de produtores com área média alta, maior que 250 ha.
Apresentam sistema de produção baseado em animais de grande porte, como bovinos,
ou produtos agroindustriais, como soja e trigo. O uso de capital é elevado e centrado
em máquinas e insumos agroindustriais. Todas as atividades estão voltadas para o
mercado e a mão-de-obra é exclusivamente contratada.
Os agricultores do município de Pato Bragado estão caracterizados e tipificados na
Tabela 1:
Tabela 1 - Caracterização dos produtores rurais de Pato Bragado e participação de cada
grupo.
Participação
Caracterização dos produtores número %
1. Subsistência
2. Simples de mercadorias
3. Empresários familiares
4. Empresários rurais
70
395
55
14
13
74
10
3
TOTAL 534 100
O total de produtores no município é de 534, ocupando uma área de 8.277 ha. Os
principais produtos cultivados no município são mandioca, milho e soja. Destes, a mandioca
foi o produto de maior destaque no último ano, com crescimento acentuado. O milho manteve
a área cultivada dos outros anos, enquanto a soja apresentou redução na área de plantio. A
bovinocultura de leite apresentou grande crescimento nos últimos dois anos, atingindo
atualmente o volume de 510 mil litros de leite mês. O total de produtores envolvidos nesta
atividade é de 280. A suinocultura envolve 60 produtores, perfazendo 42 mil animais alojados
mês. A avicultura de corte é trabalhada por 9 produtores, com 240 mil aves alojadas.
3. ESTUDO DAS PROPRIEDADES
Neste item serão apresentadas a metodologia utilizada no estudo das propriedades, os
resultados obtidos e a discussão sobre os estudos de caso.
3.1 Metodologia do estudo das propriedades
De acordo com SALOMON, citado por MARTINS (1998), a pesquisa científica pode
ser dividida em três tipos. A pesquisa descritiva ou exploratória, a pesquisa aplicada e a
pesquisa teórica. Este trabalho refere-se a uma pesquisa exploratória pois os objetivos
estabelecidos estavam relacionados a uma melhor definição do problema, classificar e analisar
adequadamente as diferentes variáveis.
Embora o trabalho apresente dados quantitativos, a abordagem da pesquisa é essencialmente
qualitativa, baseado em dados primários e secundários. Os dados primários foram colhidos
através de pesquisa de campo, por meio de entrevistas pessoais, feitas por amostragem, que
tem como meta final permitir que o pesquisador generalize a respeito de uma população,
estudando uma pequena parcela da mesma.
O critério para a escolha foi a amostragem não estatística, induzida, composta por oito
propriedades rurais diferenciados por quatro grupos, como produtor de subsistência, produtor
simples de mercadoria, empresário familiar e empresário familiar, tipificados e caracterizados
pelo IAPAR-Pr, como parte integrante do Projeto Paraná 12 Meses.
Para identificar e analisar a gestão administrativa das propriedades rurais no oeste do
estado do Paraná, foram feitas entrevistas a produtores do município de Pato Bragado.
A escolha das propriedades baseou-se na porcentagem de produtores em cada
caracterização. Foram entrevistados 2 produtores de subsistência, que perfazem 13% do
município, 5 produtores simples de mercadoria, que perfazem 74% do município e 1
empresário familiar, que perfaz 10% dos produtores do município.
Para a elaboração do questionário, composto por 23 questões (Anexo 2), seguiu-se o
propósito de diagnosticar a gestão administrativa das propriedades. Para isso buscou-se a
caracterização da propriedade rural. Estas informações, somadas às obtidas no referencial
teórico e nos dados coletados no questionário da pesquisa de campo, permitiram formular o
diagnóstico do setor administrativo, tanto das áreas operacionais (produção, recursos
humanos, finanças e marketing) como das áreas administrativas (planejamento, organização,
direção e controle). De acordo com o nível de desenvolvimento destas 8 áreas, as
propriedades estudadas foram classificadas quanto à administração em 4 níveis: inexistente,
baixo, médio e alto.
3.2. Descrição das propriedades rurais
Foi constatado que na região oeste do Estado do Paraná, existe uma predominância de
pequenas propriedades, que apresentam semelhanças em relação às atividades desenvolvidas,
a forma de utilização de mão-de-obra, ao controle dos aspectos financeiros, às formas de
comercialização de seus produtos e sobretudo, pela ausência na utilização de qualquer
ferramenta de gestão administrativa
As 8 propriedades estudadas tiveram seus proprietários classificados pelo IAPAR da
seguinte maneira:
Quadro 1 – Classificação dos produtores estudados segundo o IAPAR
Propriedade Classificação
1 Produtor simples de mercadoria
2 Produtor simples de mercadoria
3 Produtor de subsistência
4 Produtor de subsistência
5 Produtor simples de mercadoria
6 Produtor simples de mercadoria
7 Produtor simples de mercadoria
8 Empresário familiar
A síntese dos resultados das atividades produtivas desenvolvidas pelas 8 propriedades
rurais pesquisadas, encontram-se no Quadro 2.
Quadro 2– Principais atividades de produção de 8 propriedades rurais do oeste do Paraná
Principais atividades de produção
Propriedade Soja Milho Leite Suínos Outras
1 Sim Sim Sim Sim Sim
2 Sim Sim Sim Não Não
3 Não Sim Sim Não Sim
4 Não Sim Sim Não Sim
5 Sim Sim Sim Sim Não
6 Sim Sim Sim Sim Sim
7 Sim Sim Sim Não Sim
8 Sim Sim Sim Sim Não
Além destas atividades, as propriedades rurais também produzem aveia, mandioca e
peixe. Na região estão sendo desenvolvidas campanhas para novas atividades. Todavia,estes
incentivos não estão tendo boa aceitação por parte dos produtores, que preferem não apostar
em algo desconhecido. A dificuldade em alterar a cultura do produtor rural é muito grande.
O leite é uma atividade importante para a pequena propriedade, pois proporciona uma
receita mensal. Os produtores continuam com o pensamento antigo, de que o importante é o
plantio da soja e do milho, os demais são complementos.
A suinocultura não recebe a devida valorização por parte dos produtores. Com grandes
possibilidades de agregação de valor na propriedade, o suíno poderia ser melhor aproveitado
na pequena propriedade. Existem inúmeras pesquisas que demonstram a utilização dos dejetos
de suínos como fonte energética para outras atividades. Este procedimento, embora seja
efetuado por poucas propriedades estudadas, é realizado com sucesso.
É recomendável que as propriedades estudadas desenvolvam atividades alternativas
viáveis às pequenas propriedades, respeitando as variáveis ambientais da nossa região.
Todavia, esta iniciativa deveria, necessariamente partir da Emater com o apoio das
prefeituras, por meio da realização e demonstração, em campos experimentais de pesquisas,
que comprovassem os benefícios das novas atividades. Essa demonstração, possivelmente iria
encorajar os produtores, uma vez que, a forma que o trabalho é conduzido nestas
propriedades, não existe iniciativa de partir para novas atividades e nichos de mercado..
As benfeitorias das propriedades, de um modo em geral, apresentam-se de acordo
com as necessidades de cada atividade. O quadro 3, apresenta um resumo das benfeitorias e
da utilização de máquinas e equipamentos das 8 propriedades estudadas.
Quadro 3 – Presença de benfeitorias, máquinas e equipamentos
Propriedade Galpão
misto
Galpão p/
suínos
Galpão p/
estábulo
Galpão p/
armazém
Trator e
implementos
Ordenhadeira
e resfriador.
1 Sim Sim Não Não Sim Sim
2 Sim Não Sim Não Sim Sim
3 Sim Não Não Não Não Não
4 Sim Não Não Não Não Não
5 Sim Sim Não Não Sim Sim
6 Sim Não Não Não Sim Sim
7 Sim Não Não Não Sim Sim
8 Não Sim Sim Sim Sim Sim
No Quadro 3 é possível perceber a falta de estrutura para o desenvolvimento de
algumas atividades. Na maioria das propriedades há um galpão misto, que serve à produção
de leite, à suinocultura, ao armazenamento de alimentação animal, de abrigo para trator e
implementos e etc. Somente na propriedade 8 existe uma benfeitoria para cada atividade,
dentro dos padrões mínimos para seu bom desenvolvimento. Esta situação torna-se ainda mais
grave quando considera-se que as atividades envolvendo leite, são realizadas no mesmo local
que as demais.
Para muitas propriedades, o investimento em benfeitorias, máquinas e equipamentos é
inviável devido a falta de caixa e suporte financeiro privado. Verificou-se também que a
maioria das propriedades dispõe de trator e implementos. Isto é possível pelo regime de
associativismo adotado no município, que disponibiliza máquinas e equipamentos de maior
valor. Os tamanhos dos grupos de produtores varia conforme o tamanho das propriedades.
Esta modalidade possibilitou uma diminuição dos custos de produção.
As atividades de destaque que envolvem animais são a suinocultura e a bovinocultura
de leite. Em ambas, predominam animais mestiços, sendo poucos de raças. A linhagem dos
animais está melhorando com o incentivo da Prefeitura municipal à inseminação artificial. O
sêmen fornecido gratuitamente origina-se de animais de alta linhagem, permitindo aumentar
gradativamente a qualidade dos animais.
Na atividade leiteira, desenvolvida em todas as propriedades estudadas, o número de
animais e o valor investido nas propriedades estudadas são pequenos, como apresenta o
quadro 4.
Quadro 4 – Número de animais e valor investido na atividade leiteira.
Propriedade Vacas Novilhas Bezerras Valor investido
Propriedade 1 8 9 8 9.750,00
Propriedade 2 15 7 6 14.100,00
Propriedade 3 8 0 3 2.640,00
Propriedade 4 5 0 5 1.780,00
Propriedade 5 11 8 0 9.000,00
Propriedade 6 10 2 2 5.800,00
Propriedade 7 7 4 4 5.520,00
Propriedade 8 10 9 0 7.250,00
Nos aspectos financeiros, com exceção da propriedade 2, as demais não dão a devida
importância ao controle financeiro. Não é realizada a contabilidade das movimentações
financeiras da propriedade. A propriedade 2 executa esta atividade por envolvida em um
programa contábil financeiro desenvolvido pela Emater-Pr. Devido a inexistência deste
controle, as propriedades trabalham desordenadas em relação aos resultados obtidos. A
maioria trabalha com recursos financiados, sem avaliar o custo benefício deste procedimento.
O Quadro apresenta uma síntese da utilização dos aspectos financeiros das 8 propriedades
rurais:
Quadro 5 – Aspectos econômicos das propriedades rurais do oeste do Paraná.
Propriedade Controle
financeiro
Recursos
próprios
Recursos
financiados
Valor envolvido
na propriedade
1 Não possui Utiliza Utiliza 64.250,00
2 Possui Utiliza Utiliza 182.600,00
3 Não possui Não utiliza Não utiliza 23.640,00
4 Não possui Não utiliza Não utiliza 23.180,00
5 Não possui Utiliza Utiliza 79.300,00
6 Não possui Utiliza Utiliza 156.750,00
7 Não possui Utiliza Utiliza 178.700,00
8 Não possui Utiliza Utiliza 1.042.250,00
A escolha das atividades produtivas é feita de acordo com informações fornecidas
pelas diversas entidades de extensão ligadas ao setor agrícola, como Emater e cooperativas.
As atividades de cultivo da soja e do milho são realizadas em função da experiência
acumulada pelos proprietários em safras passadas. A maioria das propriedades desenvolve
culturas tradicionais na região oeste do Paraná. Investir em novas atividades não faz parte do
pensamento dos produtores, pelo medo da mudança.
O leite é uma atividade escolhida nos últimos anos pela opção de um giro financeiro
mais rápido. Dificilmente é tida como atividade principal, justamente pela dificuldade em
romper o aspecto tradicional predominante. A suinocultura foi escolhida pelo mesmo motivo
do leite, possibilitando a sobrevivência das famílias durante o período de cultivo da soja e do
milho. Para alguns produtores, há a consciência da possibilidade de agregação de valor no
leite e na suinocultura . No entanto, essa possibilidade não é efetivada pela falta de cultura
dos produtores, pela resistência às mudanças e pela falta de apoio e incentivo dos órgãos
responsáveis pela extensão na região.
A maioria das comercializações é feita diretamente com a cooperativa sem pesquisa
de preços. Isto acontece pela facilidade neste tipo de comercialização. Poucos produtores
ressaltaram a importância do fator preço no momento de vender os produtos. Parecem que os
produtores entendem que a sua missão encerra-se à medida que a produção é obtida. O preço
não é problema deles, é uma questão de mercado, impossível de ser melhorada.
A soja é totalmente comercializada “fora da porteira”, enquanto o milho, na maioria
das propriedades, é utilizado como alimentação animal, diminuindo o custo de produção com
a agregação de valor.
Os suínos são normalmente comercializados na cooperativa, mas a propriedade 6
buscou uma forma mais rentável de vender o produto, por meio da comercialização direta
com outros produtores, responsáveis pela engordar dos leitões. Este procedimento
proporcionou maior lucro. A propriedade 8 comercializa seu produto com uma empresa
particular, mas não soube explicar o motivo da escolha.
O leite também é comercializado, pela maioria das propriedades, com a cooperativa.
Vale ressaltar que as propriedades, 3 e 4 comercializam com uma empresa particular. Isto não
acontece por escolha da propriedade, mas pela falta de alternativa devido ao manuseio
inadequado do produto, sem ordenhadeira e resfriador. Deve-se destacar, que a propriedade 1
buscou uma alternativa diferente de comercialização do seu produto, vendendo grande parte
da produção diretamente ao consumidor final e comercializando o excedente com a
cooperativa. Este procedimento possibilitou melhores rendimentos financeiros, recebendo R$
0,60 por litro do consumidor final e R$ 0,23 por litro da cooperativa.
As duas modalidades diferenciadas de comercialização dos produtos, a da propriedade
1 com o leite e da propriedade 6 com os suínos, possibilitou a estes empreendimentos
melhores rentabilidades, evidenciando que a questão da comercialização é muito importante e
pode ser trabalhada pela propriedade, bastando iniciativa e vontade de buscar novas
alternativas.
Nenhuma das propriedades estudadas dispõe de mão-de-obra com formação técnica. A
maioria busca capacitação em cursos oferecidos pela Emater, Prefeitura municipal e
cooperativa. Somente as propriedades 3 e 4 não buscam aperfeiçoamento. Estas propriedades
não utilizam assistência técnica, enquanto as outras utilizam este benefício. A assistência
contábil só é utilizada pela propriedade 2, recebida por meio de um programa de controle
contábil financeiro da Emater-Pr.
Todas as propriedades estudadas utilizam-se de mão-de-obra familiar, enfrentando
problemas de direção. Por se tratar de pessoas da família, não há distribuição de tarefas,
liderança e motivação.
Quadro 6 – Nível de desenvolvimento das áreas operacionais nas propriedades rurais
Propriedade Produção RH Finanças Marketing
1 Alto Médio Inexistente Baixo
2 Alto Médio Alto Baixo
3 Baixo Inexistente Inexistente Inexistente
4 Baixo Inexistente Inexistente Inexistente
5 Alto Médio Inexistente Baixo
6 Alto Médio Baixo Médio
7 Alto Médio Baixo Baixo
8 Alto Médio Inexistente Baixo
O Quadro 6 permite verificar que a maioria das propriedades apresenta-se com alto
desenvolvimento em relação à área de produção. Um dos fatores que possibilita esta situação
é a presença de assistência técnica. Todas as propriedades que dispõem de assistência técnica
apresentam desenvolvimento satisfatório na área de produção.
Constata-se ainda que as propriedades 1, 2, 5, 6, 7 e 8 apresentam desenvolvimento
médio na área de recursos humanos. Constantemente são oferecidos na região, cursos
gratuitos, porém é necessário o interesse em participar dos mesmos.
Com exceção da propriedade 2, as demais propriedades não desenvolvem a área de
finanças, residindo neste setor, o maior problema administrativo das propriedades.
A área de marketing também apresenta problemas, com índices de desenvolvimento
baixo ou inexistente na maioria das propriedades. A falta de preocupação com as tendências e
evolução do mercado, pode ser apontado com um dos responsáveis pela baixo índice de
desenvolvimento das propriedades nos últimos anos.
Quadro 7 – Desenvolvimento das áreas administrativas nas propriedades
Propriedade Planejamento Organização Direção Controle Nível
administrativo
1 Baixo Médio Baixo Baixo Baixo
2 Baixo Médio Baixo Médio Médio
3 Baixo Baixo Inexistente Inexistente Inexistente
4 Baixo Baixo Inexistente Inexistente Inexistente
5 Baixo Médio Baixo Baixo Baixo
6 Baixo Médio Baixo Baixo Baixo
7 Baixo Baixo Baixo Baixo Baixo
8 Baixo Baixo Baixo Inexistente Baixo
O Quadro 7 revela o baixo desenvolvimento das 4 áreas administrativas, acarretando
um baixo nível administrativo na maioria das propriedades. As propriedades 3 e 4, por terem
caracter de subsistência, não apresentam nível administrativo. A propriedade 2 possui nível
médio, sendo considerado a mais desenvolvida neste item.
Na propriedade 2, com nível administrativo médio, apesar do produtor avaliar sua
evolução como baixa nos últimos anos, foi a que apresentou melhores condições de vida, com
uma bela sede. Vale ressaltar, que nesta propriedade verificou-se perspectivas de melhoria,
ânimo e motivação para continuar a atividade de produção. Esta motivação foi verificada nas
propriedades 1, 5, 6, 7 e 8, de baixo nível administrativo.
Nas duas propriedades com nível administrativo inexistente, também inexiste a
perspectiva de crescimento e motivação para continuar na atividade.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A abertura de mercado e o acirramento da concorrência interna mudou a realidade do
setor agrícola no Brasil. No passado, somente uma produção razoável garantia uma
lucratividade atraente ao produtor. Atualmente, não basta somente produzir, sendo necessário
também saber o que, como e quando produzir, além de como e quando vender. Estas questões
apresentam difícil resolução, mas ficam mais fáceis de serem equacionadas com a utilização
de técnicas administrativas, que organiza, controla e planeja as atividades das propriedades
rurais.
No desenvolvimento do trabalho ressaltou-se a importância da administração.
Abordou-se a sua necessidade de aplicação nas quatro áreas, como também nas quatro
funções principais. A área de produção é básica, mas também é necessária a devida atenção à
áreas de marketing, comercialização, recursos humanos e finanças. Além disso, o produtor
rural deve planejar, organizar, dirigir e controlar o seu empreendimento, de modo a integrá-lo
nas respectivas cadeias produtivas e poder participar efetivamente no mercado.
O produtor rural deve produzir com qualidade, para isso é necessário que seus recursos
humanos estejam desempenhando o trabalho corretamente. O produto final deve estar de
acordo com os desejos e necessidades do consumidor, além de ser produzido com custo
compatível. Todas as atividades devem ser realizadas com planejamento operacional,
gerencial e estratégico. Deve haver organização dos recursos disponíveis que facilitem o
desenvolvimento do trabalho. Os colaboradores devem ser dirigidos corretamente na
realização das tarefas e todas as atividades controladas, por meio do acompanhamento do
planejamento previamente realizado.
Na pesquisa de campo diagnosticou-se que o setor rural continua na realidade dos anos
80, focada principalmente na produção. A visão da maioria dos produtores é restrita, o
mesmo acontecendo com a assistência fornecida pelas cooperativas e pelos cursos de extensão
oferecidos pela Emater e Prefeitura.
Constatou-se que a região dispõe de um potencial muito grande no setor agropecuário,
sobretudo em relação aos recursos físicos, materiais e humanos. Todavia, é necessário que o
produtor realize a gestão administrativa adequada à sua propriedade, considerando as áreas e
as funções administrativas. Para isso é necessário efetuar a transição do conceito de
propriedade rural para empresa rural.
No decorrer da pesquisa de campo, constatou-se um grande desânimo dos produtores
com as perspectivas do setor. As reclamações quanto as dificuldades são inúmeras. São
mencionados como maiores culpados pela situação as cooperativas e o governo. As alegações
são feitas como se estas entidades fossem as únicas causadoras das dificuldades, sem perceber
que as propriedades rurais fazem parte de um mercado. O mercado realmente dita as regras,
que são impostas pelos consumidores, com novos hábitos e novas exigências. No passado,
produzia-se para vender, porém, atualmente, é necessário que os produtores se enquadrem na
nova economia que considera o mercado soberano e os desejos dos consumidores como fator
determinante na escolha da atividade e do processo de produção.
A conscientização dos produtores rurais quanto ao uso de técnicas administrativas, é
essencial para a prosperidade do setor. A iniciativa para adoção destas técnicas deve partir dos
segmentos que apresentam maior ligação com o campo. A Emater, deve capacitar seus
técnicos, não só para atividades produtivas, mas também para orientar o gerenciamento das
propriedades. Este procedimento também deve ser seguido pelas cooperativas, auxiliando nas
atividades contábeis e gerenciais. É preciso desencadear o processo, criar propriedades
modelo que possam ser seguidas e técnicas administrativas flexíveis que possam ser moldadas
mais facilmente às diferentes realidades regionais. Mas, acima de tudo, é necessário que o
produtor rural mude a mentalidade e que o setor rural acredite que pode acompanhar com
sucesso, o desenvolvimento dos outros setores econômicos do País.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Lavras: Esal – Gráfica universitária, 1990.
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49 – 81.
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agropecuária: uma visão empresarial. In: Seminário “Os Novos Desafios e
Oportunidades do Agribusiness no Brasil, São Paulo, 1997.
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Produção. São Paulo: DEP/UFSCAR, 1998. (Apostila)
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São Paulo: Pioneira, 2000.
REZENDE, C.L., ZYLBERSZTAJN, D. Uma análise da complexidade do
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SANTOS, G. J. dos.; MARION, J. C. Administração de custos na agropecuária. 2. Ed.
São Paulo: Atlas, 1996
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de Administração Rural: Administração rural & agronegócio no 3 milênio, 1999, Anais,
p. 51 – 63.
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Procedures and Techniques. USA: Sage Publications, 1990.
TUNG, N.H. Planejamento e controle financeiro das empresas agropecuárias. São
Paulo: Universidade Empresa, 1990, 369p.
WILLIANSOM, O. E. Markets and Hierarchies: analysis and antitrust implications.
New York: The Free Press, 1975.

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Gestão de pequenas propriedades rurais no oeste do Paraná

  • 1. MESA 2 AVALIAÇÃO DE TÉCNICAS ADMINISTRATIVAS EM PROPRIEDADES RURAIS: O CASO DO OESTE DO PARANÁ. Gelson Luiz Uecker1 Mirian Beatriz Schneider Braun2 RESUMO O setor agrícola passa por momentos difíceis. A abertura de mercados, o aumento da concorrência e o aumento da exigência do consumidor, fazem com que as propriedades rurais passem por sérias dificuldades financeiras. Este estudo tem como objetivo caracterizar a gestão das pequenas propriedades. Foram realizadas pesquisas bibliográficas para a caracterização dos empreendimentos rurais, ressaltando os aspectos, a importância e a complexidade da administração rural. Foram realizadas também pesquisas de campo, onde caracterizou-se os produtores rurais da região oeste do Estado do Paraná. A pesquisa foi por amostragem não estatística, induzida, composta por oito propriedades rurais, respeitando a proporção da tipificação e caracterização feita pelo IAPAR-Pr, como parte integrante do Projeto Paraná 12 meses, em produtores de subsistência, simples de mercadoria, empresários familiares e empresários rurais. Pesquisou-se as atividades de produção, as benfeitorias, as máquinas e os equipamentos, os animais destinados a produção, os aspectos financeiros, a escolha das atividades, a comercialização, a utilização da mão-de-obra e o setor administrativo, tanto nas áreas operacionais como administrativas. Fez-se também considerações sobre a pesquisa de campo, abordando o baixo grau de gestão e a predominância de pequenas propriedades na região estudada. Ao final apresentam-se as considerações finais deste estudo, apontando a necessidade da conscientização dos produtores rurais quanto ao uso de técnicas administrativas e que a iniciativa deve partir dos segmentos que apresentam maior ligação com o campo. 1 Gelson Luiz Uecker – Doutorando em Ciencias Empresariais. Professor da Universidade Paranaense. Rua Rui Barbosa, 611, Jardim Cristal, CEP 85.801.470, fone: (02145)326-1300, Cascavel, Paraná, Brasil. E-mail: gelson@unipar.br. 2 Mirian Beatriz Schneider Braun – Doutoranda em História, Mestre em Desenvolvimento Econômico pela UFPR Professora da Universidade Paranaense. Rui Bui Barbosa, 611, Jardim Cristal, CEP 85.801.470, fone: (02145)277-2542, Cascavel, Paraná, Brasil. E-mail: sb@certto.com.br.
  • 2. ABSTRACT The agricultural sector is passing through difficult moments. The markets opening, the bidding increase, and the consumer demanding increase, make the rural properties goes into serious financial difficulties. This study has as its aim to characterize the small properties management. Bibliographic researches were held to characterize the rural undertakings, emphasizing the aspects, the importance, and the complexity of rural administration. Field researches were also held, where were characterized the rural producers from the Paraná West region. The research was by sampling not statistical, induced, made up by eight rural properties, respecting the typification proportion and the characterization made by IAPAR – Pr, as an integrant part from the Paraná 12 months Project, in subsistence producers, simple of merchandise, family enterpreneur and rural enterpreneur. The production activities were researched, the improvements, the machines and the equipments, the animals bound for production, the financial aspects, the activities selection, the commercialization, the labor use and the administrative sector, so as at the operational areas as administrative ones. Considerations about the field research were made, dealing with the administration low degree, and the predominance of small properties in the studied region. At the end, the final considerations of this study were presented, pointing out the conscientization need by the rural producers as for the administrative techniques use, and that the initiative must proceed from the segments that present the major connection with the field. 1. INTRODUÇÃO No passado a agricultura se baseava na geração de capital e de mão-de-obra, mas à medida que o setor foi desenvolvendo, as propriedades rurais adotaram novas tecnologias de produção e de gestão administrativa, que permitiram uma nova postura diante das exigências do mercado. Estas transformações ocorreram principalmente nos países de primeiro mundo. No Brasil, essa situação é característica em regiões mais desenvolvidas e com propriedades de
  • 3. grande porte. NANTES (1997) discute essa situação, ressaltando que em tempos de crédito fácil, como o que ocorreu até meados da década de 80, o produtor rural não se via pressionado a desenvolver sua eficiência profissional. O domínio das técnicas agropecuárias era, em tempos passados, suficiente para manter a produtividade num nível aceitável, proporcionando uma lucratividade atraente ao produtor. Atualmente, com a abertura dos mercados e o acirramento da concorrência interna a realidade é bem diferente. Já não basta só produzir, é necessário saber o que, como e quando produzir e principalmente, como e quando vender. Diante dessas transformações, a Administração rural apresenta-se como uma "peça chave" para o desenvolvimento do empreendimento. JANK (1997) relata que a gestão profissional nas propriedades rurais deve, além de executar um rígido controle das contas da propriedade e planejar as atividades a serem implantadas, identificar as oportunidades de negócio. As duas primeiras características são importantes para que as atividades do empreendimento rural possam ser melhores aproveitadas. A identificação das oportunidades de mercado refere-se aos novos nichos que se apresentam devido, principalmente, às mudanças dos hábitos de consumo e aparecimento de novas tecnologias. A adoção da Administração rural profissional também justifica-se pela correta utilização de recursos materiais, financeiros e principalmente humanos. SOUZA (1992), acrescenta que onde quer que se encontrem pessoas agrupadas visando atingir objetivos predeterminados, é necessário a utilização de técnicas administrativas. A implantação desta mentalidade administrativa é necessária durante a transição da propriedade rural tradicional para empresa rural. Isto é, as transformações devem iniciar-se pela mudança de postura e mentalidade do produtor rural. Suas atitudes e comportamentos é que irão determinar a passagem de um sistema de produção tradicional para um sistema moderno. Organizações rurais são explorações econômicas capitalistas e se denominam de
  • 4. "empresa rural". Utilizando-se das ferramentas de gestão administrativa, a propriedade rural estará melhor estruturada e preparada para concorrer no mercado. De acordo com SANTOS & MARION (1996), o principal papel do administrador rural é planejar, controlar, decidir e avaliar os resultados, visando à maximização dos lucros, à permanente motivação, o bem-estar social de seus empregados e à satisfação de seus clientes e da comunidade. TUNG (1990) ressalta a importância da administração nas propriedades rurais, que na sua maioria, se caracterizam por baixas produções, má qualidade dos produtos, desperdícios de recursos, especialmente mão-de-obra. A boa administração agropecuária preocupa-se com métodos eficazes de controle e utilização dos recursos disponíveis, possibilitando a maximização dos lucros. No atual mercado agropecuário, os produtores rurais sofrem forte pressão do lado das receitas para atender os compromissos assumidos no início das atividades. AZEVEDO (1997) relata que “além dos aspectos de mercado, a produção agrícola está subordinada às restrições impostas pela natureza. Esta dependência em relação à natureza apresenta dois elementos relevantes à oferta agrícola: as condições climáticas e o período de maturação dos investimentos. No primeiro caso, o produtor rural tem poucas alternativas de proteger-se das condições climáticas. Excluindo-se a produção em estufa, economicamente inviável para grandes volumes de produção, a atividade agrícola ainda depende muito das condições climáticas. Na segunda situação, a natureza impõe um espaço de tempo entre a decisão de investimento e a efetiva produção agrícola. O investimento depende da maturação biológica de seus componentes, sejam eles plantas ou animais”. Estas características são próprias da atividade agropecuária e a diferem da indústria e do comércio tradicional. Estes motivos reforçam a necessidade das atividades agropecuárias serem melhor controladas e planejadas.
  • 5. Diante dessa realidade e das dificuldades na viabilização econômica dos empreendimentos rurais, este trabalho tem o objetivo principal a caracterização das propriedades rurais do oeste paranaense quanto à gestão administrativa, ressaltando as 4 funções (planejamento, organização, direção e controle) e as 4 áreas (produção, finanças, marketing e recursos humanos). 2. EMPREENDIMENTOS RURAIS Uma propriedade rural pode ser caracterizada de duas maneiras: como ela é vista pelos seus proprietários e como de fato deveria ser. Na primeira situação, ela é tida como uma unidade de produção, caracterizada por SOUZA et al. (1992) como a área de terra na qual se realiza a produção agropecuária. É composta por máquinas, equipamentos, mão-de-obra, insumos , etc. Na segunda , ela é representada como uma verdadeira empresa rural, definida por ANDRADE (1990), como a unidade de produção que possui elevado nível de capital de exploração e alto grau de comercialização, tendo como objetivos prioritários a sobrevivência, o crescimento e o lucro. Trabalhar a propriedade rural como uma unidade simplesmente de produção, parece ser a única maneira encontrada por grande parte dos produtores rurais do oeste do Paraná. Alguns produtores parecem incapazes de perceber as transformações que vem ocorrendo no ambiente produtivo, que não permitem mais tratar o empreendimento rural de forma diferente de uma empresa comercial ou industrial. Claro que a empresa rural apresenta especificidades e particularidades só existentes no meio rural, mas de qualquer forma essas situações devem ser trabalhadas de forma profissional para que o empreendimento se torne viável e possa crescer dentro do seu mercado. Qualquer empresa, seja ela do setor urbano ou rural, está inserida em um determinado
  • 6. ambiente, no qual a empresa obtém recursos e informações e nele coloca os seus produtos. Para SOUZA et al. (1992) o ambiente representa todo o universo que envolve externamente uma empresa. A sociedade representa o universo total em cujo contexto se estabelecem outras empresas, organizações e grupos sociais. As empresas rurais estão inseridas em um contexto composto por fatores que influenciam o seu desempenho, sendo classificados como controláveis e incontroláveis. Controláveis são os que o empresário exerce influência direta, enquanto os incontroláveis são aqueles que o empresário não atua diretamente. Estas variáveis deveriam ser igualmente significativas aos empreendimentos rurais, independentemente do seu porte. Todavia, nas grandes propriedades rurais elas são mais reconhecidas e trabalhadas de maneira diferenciada. Já se observa nestes empreendimentos, embora de maneira inicial, a preocupação em atender satisfatoriamente estes requisitos, como forma de preparar a empresa rural visando a certificação com a ISO 14.000, demonstrando ser ecologicamente correto e conseguindo junto ao mercado um reconhecimento de qualidade . 2.1 Tipos e características dos produtores do Estado do Paraná No Estado do Paraná houve uma tipificação e caracterização dos produtores rurais visando a participação no Programa Paraná 12 meses, com o apoio do Banco Mundial. A base foi um estudo desenvolvido pelo IAPAR que identificou os grupos de estabelecimentos agrícolas em classes simples, distintas e claramente reconhecíveis, com o propósito de caracterizar cada uma destas para conhecer e entender sua lógica. O resultado deste trabalho foi a definição de quatro grandes categorias: produtores de subsistência, produtores simples de mercadorias, empresário familiar e empresário rural. a) Produtor de subsistência – Compõe-se de produtores com pequena área, menor que 10 ha e que cultivam produtos alimentícios para consumo familiar. O uso do capital é
  • 7. muito baixo, resumido a ferramentas de uso manual e, eventualmente, equipamentos de tração animal. As produtividades físicas estão abaixo das médias locais. A receita mensal é muito baixa, inferior a um salário mínimo. A sua relação com o mercado resume-se a venda de eventuais excedentes de produção. Geralmente parte significativa da renda familiar é proveniente da venda do trabalho. b) Produtores simples de mercadorias – É constituído por produtores com área pequena, inferior a 50 ha, com sistema de produção baseado em produtos alimentícios e pequenos animais. O uso do capital é baixo, concentrando-se em equipamentos de tração animal, insumos agrícolas e em menor escala de máquinas e equipamentos moto-mecanizados. As produtividades físicas são inferiores à média regional. No sistema de produção utilizado, pelo menos um produto visa o mercado local ou regional. A receita bruta mensal da família é baixa, inferior a 5 salários mínimos. A mão-de-obra utilizada nas atividades é predominantemente familiar. c) Empresário familiar – Esta categoria é constituída por produtores cuja área da propriedade encontra-se dentro da área média regional, variando de 25 ha a 120 ha. Os sistemas de produção baseiam-se em produtos agroindustriais, como soja e algodão, ou na criação de animais, como aves, suínos e bovinos de leite. O uso de capital concentra-se em equipamentos, máquinas e insumos agroindustriais. Tem produtividade média igual ou superior às médias regionais. Têm intensa relação com o mercado. Estes produtores apresentam pequeno índice de contratação de mão-de-obra e forte participação da família nos trabalhos. d) Empresário rural – Constitui-se de produtores com área média alta, maior que 250 ha. Apresentam sistema de produção baseado em animais de grande porte, como bovinos, ou produtos agroindustriais, como soja e trigo. O uso de capital é elevado e centrado em máquinas e insumos agroindustriais. Todas as atividades estão voltadas para o
  • 8. mercado e a mão-de-obra é exclusivamente contratada. Os agricultores do município de Pato Bragado estão caracterizados e tipificados na Tabela 1: Tabela 1 - Caracterização dos produtores rurais de Pato Bragado e participação de cada grupo. Participação Caracterização dos produtores número % 1. Subsistência 2. Simples de mercadorias 3. Empresários familiares 4. Empresários rurais 70 395 55 14 13 74 10 3 TOTAL 534 100 O total de produtores no município é de 534, ocupando uma área de 8.277 ha. Os principais produtos cultivados no município são mandioca, milho e soja. Destes, a mandioca foi o produto de maior destaque no último ano, com crescimento acentuado. O milho manteve a área cultivada dos outros anos, enquanto a soja apresentou redução na área de plantio. A bovinocultura de leite apresentou grande crescimento nos últimos dois anos, atingindo atualmente o volume de 510 mil litros de leite mês. O total de produtores envolvidos nesta atividade é de 280. A suinocultura envolve 60 produtores, perfazendo 42 mil animais alojados mês. A avicultura de corte é trabalhada por 9 produtores, com 240 mil aves alojadas. 3. ESTUDO DAS PROPRIEDADES Neste item serão apresentadas a metodologia utilizada no estudo das propriedades, os
  • 9. resultados obtidos e a discussão sobre os estudos de caso. 3.1 Metodologia do estudo das propriedades De acordo com SALOMON, citado por MARTINS (1998), a pesquisa científica pode ser dividida em três tipos. A pesquisa descritiva ou exploratória, a pesquisa aplicada e a pesquisa teórica. Este trabalho refere-se a uma pesquisa exploratória pois os objetivos estabelecidos estavam relacionados a uma melhor definição do problema, classificar e analisar adequadamente as diferentes variáveis. Embora o trabalho apresente dados quantitativos, a abordagem da pesquisa é essencialmente qualitativa, baseado em dados primários e secundários. Os dados primários foram colhidos através de pesquisa de campo, por meio de entrevistas pessoais, feitas por amostragem, que tem como meta final permitir que o pesquisador generalize a respeito de uma população, estudando uma pequena parcela da mesma. O critério para a escolha foi a amostragem não estatística, induzida, composta por oito propriedades rurais diferenciados por quatro grupos, como produtor de subsistência, produtor simples de mercadoria, empresário familiar e empresário familiar, tipificados e caracterizados pelo IAPAR-Pr, como parte integrante do Projeto Paraná 12 Meses. Para identificar e analisar a gestão administrativa das propriedades rurais no oeste do estado do Paraná, foram feitas entrevistas a produtores do município de Pato Bragado. A escolha das propriedades baseou-se na porcentagem de produtores em cada caracterização. Foram entrevistados 2 produtores de subsistência, que perfazem 13% do município, 5 produtores simples de mercadoria, que perfazem 74% do município e 1 empresário familiar, que perfaz 10% dos produtores do município. Para a elaboração do questionário, composto por 23 questões (Anexo 2), seguiu-se o propósito de diagnosticar a gestão administrativa das propriedades. Para isso buscou-se a
  • 10. caracterização da propriedade rural. Estas informações, somadas às obtidas no referencial teórico e nos dados coletados no questionário da pesquisa de campo, permitiram formular o diagnóstico do setor administrativo, tanto das áreas operacionais (produção, recursos humanos, finanças e marketing) como das áreas administrativas (planejamento, organização, direção e controle). De acordo com o nível de desenvolvimento destas 8 áreas, as propriedades estudadas foram classificadas quanto à administração em 4 níveis: inexistente, baixo, médio e alto. 3.2. Descrição das propriedades rurais Foi constatado que na região oeste do Estado do Paraná, existe uma predominância de pequenas propriedades, que apresentam semelhanças em relação às atividades desenvolvidas, a forma de utilização de mão-de-obra, ao controle dos aspectos financeiros, às formas de comercialização de seus produtos e sobretudo, pela ausência na utilização de qualquer ferramenta de gestão administrativa As 8 propriedades estudadas tiveram seus proprietários classificados pelo IAPAR da seguinte maneira: Quadro 1 – Classificação dos produtores estudados segundo o IAPAR Propriedade Classificação 1 Produtor simples de mercadoria 2 Produtor simples de mercadoria 3 Produtor de subsistência 4 Produtor de subsistência 5 Produtor simples de mercadoria 6 Produtor simples de mercadoria 7 Produtor simples de mercadoria 8 Empresário familiar
  • 11. A síntese dos resultados das atividades produtivas desenvolvidas pelas 8 propriedades rurais pesquisadas, encontram-se no Quadro 2. Quadro 2– Principais atividades de produção de 8 propriedades rurais do oeste do Paraná Principais atividades de produção Propriedade Soja Milho Leite Suínos Outras 1 Sim Sim Sim Sim Sim 2 Sim Sim Sim Não Não 3 Não Sim Sim Não Sim 4 Não Sim Sim Não Sim 5 Sim Sim Sim Sim Não 6 Sim Sim Sim Sim Sim 7 Sim Sim Sim Não Sim 8 Sim Sim Sim Sim Não Além destas atividades, as propriedades rurais também produzem aveia, mandioca e peixe. Na região estão sendo desenvolvidas campanhas para novas atividades. Todavia,estes incentivos não estão tendo boa aceitação por parte dos produtores, que preferem não apostar em algo desconhecido. A dificuldade em alterar a cultura do produtor rural é muito grande. O leite é uma atividade importante para a pequena propriedade, pois proporciona uma receita mensal. Os produtores continuam com o pensamento antigo, de que o importante é o plantio da soja e do milho, os demais são complementos. A suinocultura não recebe a devida valorização por parte dos produtores. Com grandes possibilidades de agregação de valor na propriedade, o suíno poderia ser melhor aproveitado na pequena propriedade. Existem inúmeras pesquisas que demonstram a utilização dos dejetos de suínos como fonte energética para outras atividades. Este procedimento, embora seja efetuado por poucas propriedades estudadas, é realizado com sucesso. É recomendável que as propriedades estudadas desenvolvam atividades alternativas
  • 12. viáveis às pequenas propriedades, respeitando as variáveis ambientais da nossa região. Todavia, esta iniciativa deveria, necessariamente partir da Emater com o apoio das prefeituras, por meio da realização e demonstração, em campos experimentais de pesquisas, que comprovassem os benefícios das novas atividades. Essa demonstração, possivelmente iria encorajar os produtores, uma vez que, a forma que o trabalho é conduzido nestas propriedades, não existe iniciativa de partir para novas atividades e nichos de mercado.. As benfeitorias das propriedades, de um modo em geral, apresentam-se de acordo com as necessidades de cada atividade. O quadro 3, apresenta um resumo das benfeitorias e da utilização de máquinas e equipamentos das 8 propriedades estudadas. Quadro 3 – Presença de benfeitorias, máquinas e equipamentos Propriedade Galpão misto Galpão p/ suínos Galpão p/ estábulo Galpão p/ armazém Trator e implementos Ordenhadeira e resfriador. 1 Sim Sim Não Não Sim Sim 2 Sim Não Sim Não Sim Sim 3 Sim Não Não Não Não Não 4 Sim Não Não Não Não Não 5 Sim Sim Não Não Sim Sim 6 Sim Não Não Não Sim Sim 7 Sim Não Não Não Sim Sim 8 Não Sim Sim Sim Sim Sim No Quadro 3 é possível perceber a falta de estrutura para o desenvolvimento de algumas atividades. Na maioria das propriedades há um galpão misto, que serve à produção de leite, à suinocultura, ao armazenamento de alimentação animal, de abrigo para trator e implementos e etc. Somente na propriedade 8 existe uma benfeitoria para cada atividade, dentro dos padrões mínimos para seu bom desenvolvimento. Esta situação torna-se ainda mais grave quando considera-se que as atividades envolvendo leite, são realizadas no mesmo local que as demais.
  • 13. Para muitas propriedades, o investimento em benfeitorias, máquinas e equipamentos é inviável devido a falta de caixa e suporte financeiro privado. Verificou-se também que a maioria das propriedades dispõe de trator e implementos. Isto é possível pelo regime de associativismo adotado no município, que disponibiliza máquinas e equipamentos de maior valor. Os tamanhos dos grupos de produtores varia conforme o tamanho das propriedades. Esta modalidade possibilitou uma diminuição dos custos de produção. As atividades de destaque que envolvem animais são a suinocultura e a bovinocultura de leite. Em ambas, predominam animais mestiços, sendo poucos de raças. A linhagem dos animais está melhorando com o incentivo da Prefeitura municipal à inseminação artificial. O sêmen fornecido gratuitamente origina-se de animais de alta linhagem, permitindo aumentar gradativamente a qualidade dos animais. Na atividade leiteira, desenvolvida em todas as propriedades estudadas, o número de animais e o valor investido nas propriedades estudadas são pequenos, como apresenta o quadro 4. Quadro 4 – Número de animais e valor investido na atividade leiteira. Propriedade Vacas Novilhas Bezerras Valor investido Propriedade 1 8 9 8 9.750,00 Propriedade 2 15 7 6 14.100,00 Propriedade 3 8 0 3 2.640,00 Propriedade 4 5 0 5 1.780,00 Propriedade 5 11 8 0 9.000,00 Propriedade 6 10 2 2 5.800,00 Propriedade 7 7 4 4 5.520,00 Propriedade 8 10 9 0 7.250,00 Nos aspectos financeiros, com exceção da propriedade 2, as demais não dão a devida importância ao controle financeiro. Não é realizada a contabilidade das movimentações financeiras da propriedade. A propriedade 2 executa esta atividade por envolvida em um
  • 14. programa contábil financeiro desenvolvido pela Emater-Pr. Devido a inexistência deste controle, as propriedades trabalham desordenadas em relação aos resultados obtidos. A maioria trabalha com recursos financiados, sem avaliar o custo benefício deste procedimento. O Quadro apresenta uma síntese da utilização dos aspectos financeiros das 8 propriedades rurais: Quadro 5 – Aspectos econômicos das propriedades rurais do oeste do Paraná. Propriedade Controle financeiro Recursos próprios Recursos financiados Valor envolvido na propriedade 1 Não possui Utiliza Utiliza 64.250,00 2 Possui Utiliza Utiliza 182.600,00 3 Não possui Não utiliza Não utiliza 23.640,00 4 Não possui Não utiliza Não utiliza 23.180,00 5 Não possui Utiliza Utiliza 79.300,00 6 Não possui Utiliza Utiliza 156.750,00 7 Não possui Utiliza Utiliza 178.700,00 8 Não possui Utiliza Utiliza 1.042.250,00 A escolha das atividades produtivas é feita de acordo com informações fornecidas pelas diversas entidades de extensão ligadas ao setor agrícola, como Emater e cooperativas. As atividades de cultivo da soja e do milho são realizadas em função da experiência acumulada pelos proprietários em safras passadas. A maioria das propriedades desenvolve culturas tradicionais na região oeste do Paraná. Investir em novas atividades não faz parte do pensamento dos produtores, pelo medo da mudança. O leite é uma atividade escolhida nos últimos anos pela opção de um giro financeiro mais rápido. Dificilmente é tida como atividade principal, justamente pela dificuldade em romper o aspecto tradicional predominante. A suinocultura foi escolhida pelo mesmo motivo do leite, possibilitando a sobrevivência das famílias durante o período de cultivo da soja e do milho. Para alguns produtores, há a consciência da possibilidade de agregação de valor no
  • 15. leite e na suinocultura . No entanto, essa possibilidade não é efetivada pela falta de cultura dos produtores, pela resistência às mudanças e pela falta de apoio e incentivo dos órgãos responsáveis pela extensão na região. A maioria das comercializações é feita diretamente com a cooperativa sem pesquisa de preços. Isto acontece pela facilidade neste tipo de comercialização. Poucos produtores ressaltaram a importância do fator preço no momento de vender os produtos. Parecem que os produtores entendem que a sua missão encerra-se à medida que a produção é obtida. O preço não é problema deles, é uma questão de mercado, impossível de ser melhorada. A soja é totalmente comercializada “fora da porteira”, enquanto o milho, na maioria das propriedades, é utilizado como alimentação animal, diminuindo o custo de produção com a agregação de valor. Os suínos são normalmente comercializados na cooperativa, mas a propriedade 6 buscou uma forma mais rentável de vender o produto, por meio da comercialização direta com outros produtores, responsáveis pela engordar dos leitões. Este procedimento proporcionou maior lucro. A propriedade 8 comercializa seu produto com uma empresa particular, mas não soube explicar o motivo da escolha. O leite também é comercializado, pela maioria das propriedades, com a cooperativa. Vale ressaltar que as propriedades, 3 e 4 comercializam com uma empresa particular. Isto não acontece por escolha da propriedade, mas pela falta de alternativa devido ao manuseio inadequado do produto, sem ordenhadeira e resfriador. Deve-se destacar, que a propriedade 1 buscou uma alternativa diferente de comercialização do seu produto, vendendo grande parte da produção diretamente ao consumidor final e comercializando o excedente com a cooperativa. Este procedimento possibilitou melhores rendimentos financeiros, recebendo R$ 0,60 por litro do consumidor final e R$ 0,23 por litro da cooperativa. As duas modalidades diferenciadas de comercialização dos produtos, a da propriedade
  • 16. 1 com o leite e da propriedade 6 com os suínos, possibilitou a estes empreendimentos melhores rentabilidades, evidenciando que a questão da comercialização é muito importante e pode ser trabalhada pela propriedade, bastando iniciativa e vontade de buscar novas alternativas. Nenhuma das propriedades estudadas dispõe de mão-de-obra com formação técnica. A maioria busca capacitação em cursos oferecidos pela Emater, Prefeitura municipal e cooperativa. Somente as propriedades 3 e 4 não buscam aperfeiçoamento. Estas propriedades não utilizam assistência técnica, enquanto as outras utilizam este benefício. A assistência contábil só é utilizada pela propriedade 2, recebida por meio de um programa de controle contábil financeiro da Emater-Pr. Todas as propriedades estudadas utilizam-se de mão-de-obra familiar, enfrentando problemas de direção. Por se tratar de pessoas da família, não há distribuição de tarefas, liderança e motivação. Quadro 6 – Nível de desenvolvimento das áreas operacionais nas propriedades rurais Propriedade Produção RH Finanças Marketing 1 Alto Médio Inexistente Baixo 2 Alto Médio Alto Baixo 3 Baixo Inexistente Inexistente Inexistente 4 Baixo Inexistente Inexistente Inexistente 5 Alto Médio Inexistente Baixo 6 Alto Médio Baixo Médio 7 Alto Médio Baixo Baixo 8 Alto Médio Inexistente Baixo O Quadro 6 permite verificar que a maioria das propriedades apresenta-se com alto desenvolvimento em relação à área de produção. Um dos fatores que possibilita esta situação é a presença de assistência técnica. Todas as propriedades que dispõem de assistência técnica
  • 17. apresentam desenvolvimento satisfatório na área de produção. Constata-se ainda que as propriedades 1, 2, 5, 6, 7 e 8 apresentam desenvolvimento médio na área de recursos humanos. Constantemente são oferecidos na região, cursos gratuitos, porém é necessário o interesse em participar dos mesmos. Com exceção da propriedade 2, as demais propriedades não desenvolvem a área de finanças, residindo neste setor, o maior problema administrativo das propriedades. A área de marketing também apresenta problemas, com índices de desenvolvimento baixo ou inexistente na maioria das propriedades. A falta de preocupação com as tendências e evolução do mercado, pode ser apontado com um dos responsáveis pela baixo índice de desenvolvimento das propriedades nos últimos anos. Quadro 7 – Desenvolvimento das áreas administrativas nas propriedades Propriedade Planejamento Organização Direção Controle Nível administrativo 1 Baixo Médio Baixo Baixo Baixo 2 Baixo Médio Baixo Médio Médio 3 Baixo Baixo Inexistente Inexistente Inexistente 4 Baixo Baixo Inexistente Inexistente Inexistente 5 Baixo Médio Baixo Baixo Baixo 6 Baixo Médio Baixo Baixo Baixo 7 Baixo Baixo Baixo Baixo Baixo 8 Baixo Baixo Baixo Inexistente Baixo O Quadro 7 revela o baixo desenvolvimento das 4 áreas administrativas, acarretando um baixo nível administrativo na maioria das propriedades. As propriedades 3 e 4, por terem caracter de subsistência, não apresentam nível administrativo. A propriedade 2 possui nível médio, sendo considerado a mais desenvolvida neste item. Na propriedade 2, com nível administrativo médio, apesar do produtor avaliar sua evolução como baixa nos últimos anos, foi a que apresentou melhores condições de vida, com
  • 18. uma bela sede. Vale ressaltar, que nesta propriedade verificou-se perspectivas de melhoria, ânimo e motivação para continuar a atividade de produção. Esta motivação foi verificada nas propriedades 1, 5, 6, 7 e 8, de baixo nível administrativo. Nas duas propriedades com nível administrativo inexistente, também inexiste a perspectiva de crescimento e motivação para continuar na atividade. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS A abertura de mercado e o acirramento da concorrência interna mudou a realidade do setor agrícola no Brasil. No passado, somente uma produção razoável garantia uma lucratividade atraente ao produtor. Atualmente, não basta somente produzir, sendo necessário também saber o que, como e quando produzir, além de como e quando vender. Estas questões apresentam difícil resolução, mas ficam mais fáceis de serem equacionadas com a utilização de técnicas administrativas, que organiza, controla e planeja as atividades das propriedades rurais. No desenvolvimento do trabalho ressaltou-se a importância da administração. Abordou-se a sua necessidade de aplicação nas quatro áreas, como também nas quatro funções principais. A área de produção é básica, mas também é necessária a devida atenção à áreas de marketing, comercialização, recursos humanos e finanças. Além disso, o produtor rural deve planejar, organizar, dirigir e controlar o seu empreendimento, de modo a integrá-lo nas respectivas cadeias produtivas e poder participar efetivamente no mercado. O produtor rural deve produzir com qualidade, para isso é necessário que seus recursos humanos estejam desempenhando o trabalho corretamente. O produto final deve estar de acordo com os desejos e necessidades do consumidor, além de ser produzido com custo compatível. Todas as atividades devem ser realizadas com planejamento operacional, gerencial e estratégico. Deve haver organização dos recursos disponíveis que facilitem o
  • 19. desenvolvimento do trabalho. Os colaboradores devem ser dirigidos corretamente na realização das tarefas e todas as atividades controladas, por meio do acompanhamento do planejamento previamente realizado. Na pesquisa de campo diagnosticou-se que o setor rural continua na realidade dos anos 80, focada principalmente na produção. A visão da maioria dos produtores é restrita, o mesmo acontecendo com a assistência fornecida pelas cooperativas e pelos cursos de extensão oferecidos pela Emater e Prefeitura. Constatou-se que a região dispõe de um potencial muito grande no setor agropecuário, sobretudo em relação aos recursos físicos, materiais e humanos. Todavia, é necessário que o produtor realize a gestão administrativa adequada à sua propriedade, considerando as áreas e as funções administrativas. Para isso é necessário efetuar a transição do conceito de propriedade rural para empresa rural. No decorrer da pesquisa de campo, constatou-se um grande desânimo dos produtores com as perspectivas do setor. As reclamações quanto as dificuldades são inúmeras. São mencionados como maiores culpados pela situação as cooperativas e o governo. As alegações são feitas como se estas entidades fossem as únicas causadoras das dificuldades, sem perceber que as propriedades rurais fazem parte de um mercado. O mercado realmente dita as regras, que são impostas pelos consumidores, com novos hábitos e novas exigências. No passado, produzia-se para vender, porém, atualmente, é necessário que os produtores se enquadrem na nova economia que considera o mercado soberano e os desejos dos consumidores como fator determinante na escolha da atividade e do processo de produção. A conscientização dos produtores rurais quanto ao uso de técnicas administrativas, é essencial para a prosperidade do setor. A iniciativa para adoção destas técnicas deve partir dos segmentos que apresentam maior ligação com o campo. A Emater, deve capacitar seus técnicos, não só para atividades produtivas, mas também para orientar o gerenciamento das
  • 20. propriedades. Este procedimento também deve ser seguido pelas cooperativas, auxiliando nas atividades contábeis e gerenciais. É preciso desencadear o processo, criar propriedades modelo que possam ser seguidas e técnicas administrativas flexíveis que possam ser moldadas mais facilmente às diferentes realidades regionais. Mas, acima de tudo, é necessário que o produtor rural mude a mentalidade e que o setor rural acredite que pode acompanhar com sucesso, o desenvolvimento dos outros setores econômicos do País. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, J. G. Introdução em Administração Rural – Curso por tutoria a distância. Lavras: Esal – Gráfica universitária, 1990. ANTUNES, L. M., ENGEL, A. Manual de Administração rural: custos de produção. Guaíba (RS): Livraria e Editora Agropecuária, 1999. AZEVEDO, Paulo Furquim de. Comercialização de produtos agroindustriais. In: BATALHA, Mário O. (coord.) Gestão Agroindustrial. 1. Ed. São Paulo: Atlas, 1997. p. 49 – 81. BASTIANI, I.C.R. O produtor rural na condição de empreendedor. In: 3 Congresso Brasileiro de Administração Rural: Administração rural & agronegócios no 3 milênio, 1999, Anais, p. 310 – 321. BATALHA, Mário O. Sistemas Agroindustriais: Definições e correntes metodológicas. In: BATALHA, Mário O. (coord.) Gestão Agroindustrial. 1. Ed. São Paulo: Atlas, 1997. p. 23 – 48. BIALOSKORSKI, S., NEVES, E.M. Planejamento e controle da produção. Um sistema simplificado para pequenas e médias propriedades rurais. Campinas: CATI-SAA, 1994. CHIAVENATO, I. Teoria Geral da Administração. 5 ed. São Paulo: Makron Books, 1998. DRUCKER, P. Introdução à Administração. 3 ed. São Paulo: Pioneira, 1998. INCRA/FAO – Análise diagnóstico de Sistemas agrários. Guia metodológico. Brasília, p. 65, 1995. (Relatório Técnico) JANK, F. S. Discutindo a importância da administração profissional na produção agropecuária: uma visão empresarial. In: Seminário “Os Novos Desafios e Oportunidades do Agribusiness no Brasil, São Paulo, 1997. KOTLER, P. Marketing (edição compacta). São Paulo: Atlas, 1988. KWASNICKA, E.L. Introdução à administração. São Paulo: Atlas, 1995. LIMA, A. J. P. O objeto da administração rural. Fundação JP. Análise e conjuntura, São Paulo, 1982. MARION, J.C., SANTOS, G.J. Administração de custos na agropecuária. São Paulo:Atlas, 1996, 13-16 p. MARTINS, R.A. Metodologia científica: um caso de aplicação em Engenharia de Produção. São Paulo: DEP/UFSCAR, 1998. (Apostila) MAXIMIANO, A. C. A. Introdução à Administração. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2000. NANTES, J. F. D. Gerenciamento da Empresa Rural. In: BATALHA, Mário O. (cord.). Gestão Agroindustrial. 1. Ed. São Paulo:Atlas, 1997. p. 489 – 514.
  • 21. REA, L. M., PARKER, R. A. Metodologia de pesquisa: Do planejamento à execução. São Paulo: Pioneira, 2000. REZENDE, C.L., ZYLBERSZTAJN, D. Uma análise da complexidade do gerenciamento rural. In: IV SEMEAD, outubro de 1999. SANTOS, G. J. dos.; MARION, J. C. Administração de custos na agropecuária. 2. Ed. São Paulo: Atlas, 1996 SETTE, R. de S. Administração estratégica na empresa rural. In: 3 Congresso Brasileiro de Administração Rural: Administração rural & agronegócio no 3 milênio, 1999, Anais, p. 51 – 63. SOUZA, R. de. et al. A administração da fazenda. São Paulo : Globo, 1992. STRAUSS, A. , CORBIN, J. Basics of qualitative research. Graundech Theory Procedures and Techniques. USA: Sage Publications, 1990. TUNG, N.H. Planejamento e controle financeiro das empresas agropecuárias. São Paulo: Universidade Empresa, 1990, 369p. WILLIANSOM, O. E. Markets and Hierarchies: analysis and antitrust implications. New York: The Free Press, 1975.