O documento discute definições, epidemiologia, classificação, diagnóstico e tratamento da osteoporose. A osteoporose é definida como uma redução da massa óssea que leva à fragilidade óssea e suscetibilidade a fraturas. Sua prevalência aumenta com a idade, afetando cerca de 1/3 das mulheres entre 60-70 anos e 2/3 acima de 80 anos. O diagnóstico é feito principalmente por densitometria óssea e o tratamento envolve medidas não farmacológicas e fárm
2. Definição
Osteoporose:
redução da massa óssea
deterioração da microarquitetura
fragilidade óssea
suscetibilidade a fraturas
Pinto Neto et al, Rev Bras Reumatol 42:6 343-54 2002
3. Definição
Normal
T score > -1 DP
Osteopenia
-1 > T score > -2,5 DP
Osteoporose
T score ≤ -2,5 DP
Osteoporose
Estabelecida
T score ≤ -2,5 DP e pelo menos uma fratura
por fragilidade óssea
4. Epidemiologia
•
No mundo:
o 200 milhões de mulheres no mundo
o 1/3 das mulheres entre 60 e 70 anos
o 2/3 das mulheres acima de 80 anos
•
No Brasil:
o 22,2% - 33,2% das mulheres > 65 anos
o 6,4% - 16,1% dos homens > 65 anos
Postmenopausal Guidelines, 2006
Camargo MBR et al. Osteoporos Int 2005; 16: 1451-1460
5. Epidemiologia
Incapaz de executar pelo
menos uma atividade diária
Um ano após fratura de quadril
Pacientes (%)
80%
Incapazes de
andar
sozinhos
Óbito durante
1 ano
Incapacidade
permanente
40%
30%
20%
Cooper C, Am J Med, 1997;103(2A):12S-17S
6. Classificação
Osteoporose Primária
•
Tipo I
(ou pós-menopausa)
Osteoporose Primária
•
Tipo II
(ou senil)
o mulheres na pós-menopausa
– homens e mulheres após 70 anos
o perda óssea acelerada
– perda óssea lenta e progressiva
o acomete osso trabecular
– osso trabecular e cortical
12. Diagnóstico
Exame físico e história clínica
•
Identificar fatores de risco:
o baixo peso
oidade
o tabagismo
o etilismo
o causas secundárias (uso de corticoides, histórico
menstrual, etc)
o história pessoal ou familiar de fraturas
•
Avaliar cifose acentuada, perda de estatura, peso
Consenso de Reumatologia, 2002
19. Interpretação da Densidade Mineral Óssea
World Health Organisation (WHO)
T-score
-0.5
Classificação
Normal
-1.0
-1.5
-2.0
-2.5
Osteopenia
Osteoporose
Osteoporose Grave
(com fratura por fragilidade)
NOF guideline, 2008
20. Interpretação da Densidade Mineral Óssea
Z-score
-2.0
Classificação
Densidade mineral óssea normal para a
idade
Baixa densidade mineral óssea para a
idade
Mulheres na pré - menopausa ou homens < 50 anos ou crianças
NOF guideline, 2010
21. Indicação de
densitometria óssea
•
Todas as mulheres acima de 65 anos
•
Todos os homens acima de 70 anos
•
Mulheres na pós menopausa <65 anos ou homens entre 50-69 anos, se fatores
de risco
•
Adultos com doenças ou medicações associadas a baixa massa óssea
•
Adultos com fratura de fragilidade
•
Mulheres na pós-menopausa que irão descontinuar a TRH
•
Monitorização da terapêutica (a cada 2 anos)
•
Para avaliações sequenciais, utilizar sempre o mesmo aparelho
Postmenopausal Guidelines, 2006
ISCD Guidelines
NOF Guidelines, 2010
22. Quem deve ser
tratado?
• Mulheres na pós-menopausa e homens > 50 anos:
o Fratura de quadril ou coluna
o T <-2,5
o Osteopenia (T entre 1-2,4)
• FRAX
• Múltiplos fatores de risco
NOF Guidelines 2010
25. Tratamento
Farmacológico
Cálcio
• Pré-menopausa:
o 1.000 mg/dia
• Pós-menopausa:
o 1.200 – 1.500 mg/dia
• Cálcio Sandoz
o 500mg 2x/dia
o Ingerir nas refeiçoes
(meio ácido)
o Dispepsia, constipação
intestinal
NOF Guidelines 2010
26. Tratamento Farmacológico
Vitamina D
• Concentração Sérica de 25-hidroxivitamina D (25OHD):
– Ideal > 30 ng/ml
• Complementação
– Vitamina D3 (Colecalciferol) – 800-1200 UI/ dia
– 200UI/gota – 4 a 6 gotas/dia
• Suplementação
• Vitamina D2 50000 UI/sem
• 1000UI/gota – 50 gotas/sem por 3 meses
NOF Guidelines 2010
Consenso Osteoporose, 2002
27. Tratamento Farmacológico
•
Bisfosfonatos
o
o
Durante 5-10 anos
Alendronato
•
•
•
o
•
•
•
Risedronato, Ibandronato, Ácido Zoledrônico
Reposição Hormonal
Raloxifeno
Análogos do PTH
o
•
10mg/dia ou 70mg/sem
Não se alimentar ou deitar por 40 minutos
Esofagite, úlcera péptica, osteonecrose de mandíbula
Teriparatida
Ranelato de Estrôncio
NOF Guidelines 2010
Consenso Osteoporose, 2002
28. Considerações sobre o diagnóstico e tratamento
Após fratura de quadril decorrente de osteoporose:
• 13,9% receberam diagnóstico
• 11,6% iniciaram algum tratamento
–
–
cálcio
tratamento específico
Dados após 6 meses decorrentes da fratura
Erika M. Fortes, tese mestrado- resultados
No momento da 2a. fratura decorrente de osteoporose:
• Apenas 26% dos pacientes tinham diagnóstico de osteoporose
• Apenas 19% recebiam tratamento específico
Löonroos E et al. Osteoporos Int 2007; 18: 1279-1285
29. Caso Clínico
Mulher, 73 anos, com história de lombalgia aguda.
Menopausa aos 44 anos, nunca recebeu TRH.
Relata fratura no rádio aos 70 anos. Mãe com
fratura fêmur aos 75 anos. Radiografia de coluna
lombar revela fratura vertebral em T10.
Densitometria óssea de fêmur mostra escore T=1,6.
Qual o manejo adequado para este caso?
30. Caso Clínico
Mulher, 73 anos, com história de lombalgia aguda.
Menopausa aos 44 anos, nunca recebeu TRH.
Relata fratura no rádio aos 70 anos. Mãe com
fratura fêmur aos 75 anos. Radiografia de coluna
lombar revela fratura vertebral em T10.
Densitometria óssea de fêmur mostra escore T=1,6.
Qual o manejo adequado para este caso?
31. Avaliação Laboratorial
Exame
Diagnóstico ou exclusão da patologia
Calcio elevado
Hiperparatireoidismo, metastase óssea
Fosforo baixo
Hiperparatireoidismo, osteomalácia
25- OH- vitamina D baixa
Def. vit. D, osteomalácia
Fosfatase alcalina elevada
Osteomalácia, Doença de Paget
Calciuria de 24h elevada
Hipercalciúria
Calciuria de 24h baixa
Deficiência de vitamina D
Eletroforese de proteína com pico monoclonal
Mieloma Múltiplo
TSH elevado
Hipertireoidismo
FSH elevado
Menopausa
Testosterona livre diminuída
Hipogonadismo masculino
Anti-gliadina, anti-endomísio +
Doença Celíaca
PTH intacto elevado
Hiperpartireoidismo
Creatinina sérica elevada
Insuficiencia renal
Enzimas hepáticas alteradas
Insuficiencia hepática
Cortisol livre urina 24h/ Teste de supressão com
dexametasona positivo
Síndrome de Cushing
32. Fatores de Risco para
Osteoporose e Fraturas
•
Maiores:
o História pessoal de fratura na vida adulta
o História de fratura em parentes de primeiro grau
o História atual de tabagismo
o Baixo peso (<57kg)
o Uso de glicocorticoide
o Idade avançada
33. Fatores de Risco para
Osteoporose e Fraturas
• Menores:
o Deficiência de estrógeno (menopausa <45a)
o Baixa ingestão de cálcio durante a vida
o Sedentarismo
o Alcoolismo
o Quedas frequentes
o Demência
o Déficit de visão
o Doenças crônicas associadas