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Rótulo Urbano
- 1. PAULO
MAIA
RÓTULO URBANO
© 1986 PAULO MAIA. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 1
- 2. TUDO NUMA SÓ CANÇÃO
SONHO
MINHA CANÇÃO
VIDA SELVAGEM
MUTILADOS
MENTE
CAMINHOS INDECISOS
COISAS QUE NÃO SENTIA
COMO
QUEM NÃO QUER
NADA
RÓTULO URBANO
RÓTULO URBANO
© 1986 PAULO MAIA. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 2
- 3. TUDO NUMA SÓ CANÇÃO
Liberdade, grande farsa uma ilusão
Na cidade, muita gente sem direção
Não estamos se entregando a um coração
Estamos seguindo tudo numa só canção
Juventude, uma idade em mutação
Atitudes, muitas delas sem intenção
Sem coragem, caminhando sem os pés no chão
Estamos seguindo tudo numa só canção
Sociedade, hipocrisia na população
Na verdade ninguém conhece sua lição
Destruindo o que foi feito com união
Estamos seguindo tudo numa só canção
RÓTULO URBANO
© 1986 PAULO MAIA. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 3
- 4. SONHO
Você transforma o mundo em coisas que eu nunca vi
Você me diz quase tudo
São coisas que eu nunca ouvi
Você me traz sentimento
Palavra que eu gostei
Você se faz de sereia no mar da minha ilusão
Você me deita na areia e me cobre com toda paixão
Você me traz felicidade
Palavra que eu gostei
Você é fruto proibido de um paraíso tropical
Você tem um carinho bonito
Um toque todo especial
Você é toda perfeita
É pena que acordei
Você é minha receita
Que em sonho eu guardei
RÓTULO URBANO
© 1986 PAULO MAIA. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 4
- 5. MINHA CANÇÃO
Já não a tenho na memória pois o tempo apagou
Tenho só a triste solidão que você me deixou
Já não presto tanta atenção
Nas derrotas do meu coração
Já não me lembro mais o caminho de casa
Fico sentado esperando o tempo me atrasa
Mas acredite não estou perdido
Só um pouco triste mas não iludido
Tenho vontade de dizer que estou amando
Mas muita gente me pergunta se estou blefando
Realmente não sei lhe dizer
Felizmente vou pelo prazer
Hoje eu começo a ver o tempo mudar
Minha vida, meus amores, o meu novo lar
É tão bonito poder renascer
Sou atrevido, eu não sei perder
Agora me sinto bem melhor pra respirar
Já não existe tanto mistério parado no ar
Acredito na minha canção
Faço dela a minha paixão
RÓTULO URBANO
© 1986 PAULO MAIA. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 5
- 6. VIDA SELVAGEM
Amor, sinta mais sua vida
Não deixe sua mente perdida
O mundo não termina ali na esquina
Há sempre um sonho na retina
Dos seus olhos marcantes na neblina
O sol aparece no horizonte
O dia amanhece, não se esconde
À tarde, pessoas se cruzam
Se falam, se tocam, se procuram
Mas têm medo do olhar, recuam
Com tudo não se deixe abater
Se guie por si, por prazer
À noite a lua vem e posa
Em seu brilhar é dengosa
Por isso não se perca da vistosa
Te falo da vida com certeza
Porque já passei da tristeza
Vivo assim de passagem
Querem meu fim, sou selvagem
Mas pra isso, eu resisto, tenho coragem
Vida selvagem
RÓTULO URBANO
© 1986 PAULO MAIA. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 6
- 7. MUTILADOS
Amigos presos à sociedade
Amigos perdidos assim
Em busca da humanidade
É sempre um triste fim
Amigos feridos
De pés no chão
O melhor é se refazer
E buscar compreensão
Brindaremos o surgir de um novo mundo
E não será apenas um sonho profundo
Um mundo onde não nos sentíssemos
enclausurados
Pobres, pequenos, mutilados
No acontecer dos fatos
Em cada alvorecer
Vivendo de seus atos
Procure amadurecer
Amigos sofridos
De cabeças atingidas
Afastem-se dessa
Sociedade fingida
RÓTULO URBANO
© 1986 PAULO MAIA. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 7
- 8. MENTE
Maravilhosa a mente quer criar
Curiosa a mente quer saber
Instintiva a mente quer sonhar
Precisa a mente entender
Exatamente sabe o que quer?
Extrema a mente ao infinito
Falsa a mente sentir perdido
Eterna a mente pensa em nós
Paralela a mente ouve uma voz
Exatamente sabe o que quer?
Infinitiva a mente jamais acaba
Relativa a mente sempre ignora
Imediata a mente te responde
Inversa a mente te atrapalha
Exatamente sabe o que quer?
Novamente, outra vez
RÓTULO URBANO
© 1986 PAULO MAIA. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 8
- 9. CAMINHOS INDECISOS
Um dia eu disse a mim mesmo
Vá e procure sua canção
Vasculhe céus e inferno
Saia dessa solidão
Mas o que eu consegui
Não dá nem mesmo para contar
Seus caminhos eu segui
Mas não consigo te achar
Pensei em te ignorar
Procurar um novo caminho
Dizer adeus a esse lugar
Caminhar sem rumo sozinho
Mas minha mente ficou
Meu coração gelou
Você é importante para mim
Não posso mais ficar assim
RÓTULO URBANO
© 1986 PAULO MAIA. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 9
- 10. COISAS QUE NÃO SENTIA
Que gente boa eu vi por lá
E só chegar e se acomodar
Gente triste neguei existência
Talvez pela minha santa inocência
O mundo para pra me ver chegar
Todos me abraçam ela diz bom dia
É uma maneira de se amar
Lá a vida ´passa bem rapidinho
Escuto o canto do passarinho
Lá pelas tantas vou passear
Sinto seu ar a me cativar
Sinto as coisas que não sentia
E me perguntam o que pensei
E ela me diz que me viu sorrir
O tempo para e eu tenho que ir
Mas outro dia eu voltarei
E com ela me amarrarei
RÓTULO URBANO
© 1986 PAULO MAIA. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 10
- 11. COMO QUEM NÃO QUER NADA
Um dia já cansado dessa rotina viciada
Decidi fazer uma viagem alucinada
Então eu pensei
Eu posso viver o mar
Minha vida velejar
Não ter do que reclamar
Viver como quem não quer nada
Minha mente tão despreocupada
Longe dessa coisa viciada
Quero levar você comigo
Vou te mostrar meu abrigo
Mas não pense no perigo
Vou tirar o meu disfarce
Me transformar num passe
Não mudarei minha face
Já estou pronto para partir
Não se atrase se quiser vir
Não vou esperar ninguém pedir
RÓTULO URBANO
© 1986 PAULO MAIA. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 11
- 12. RÓTULO URBANO
Quero te mostrar criança
Que o mundo não existe se você não o faz
A vida resiste, o instante é outro
O futuro insiste em dar o passado
De tantas lembranças, todas tão iguais
Em nosso comportamento
Já não tem mais visão do momento
Sem telepatia, no apartamento
A janela vazia nos traz o tormento
De tanto mistério de gente demais
Quero te dar o presente e o firmamento
De cor transparente
Sem nada cinzento, sem nada aparente
E que o medo jamais se sente com a gente
Esqueça as pessoas de tempos atrás
O nosso rótulo urbano
Cria artifícios na nossa face
Tão cheia de vícios, cheia de danos, cheia de tudo
Um cotidiano um tanto pesado para os nossos planos
Sem mais, quero deixar
Você pensar
A flor renascer no nosso prazer
Um tempo de paz
RÓTULO URBANO
© 1986 PAULO MAIA. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 12
- 13. Todas as letras são de autoria de Paulo Maia, exceto “Mutilados”,
autoria de Silvana Helal e Paulo Maia
Sampa, Setembro de 1986
© 1986 Paulo Maia. Todos os direitos reservados