O documento discute os desafios e oportunidades que os dispositivos móveis e a leitura digital trazem para as bibliotecas em 3 frases:
1) As novas formas de acesso à informação através de dispositivos móveis e leitura digital estão alterando as atitudes dos usuários em relação à informação.
2) Isso cria tanto desafios quanto oportunidades para as bibliotecas se posicionarem e oferecerem novos serviços para atender esses usuários onde e quando eles precisam.
3)
Dispositivos móveis e Leitura digital: desafios e oportunidades para as bibliotecas
1. DISPOSITIVOS MÓVEIS E LEITURA DIGITAL
desafios e oportunidades para as bibliotecas
Pedro Príncipe | UNIVERSIDADE DO MINHO
ratodebiblioteca.blogspot.com
twitter.com/pedroprincipe
2. Enquadramento
A mudança que a utilização dos novos recursos web e
dispositivos móveis está a provocar nas atitudes das
pessoas face à informação é marcante. As novas formas e
métodos de acesso à informação, à cultura e à
aprendizagem, a proliferação dos meios e plataformas digitais
de comunicação e o crescimento e acesso generalizado à
internet, às ferramentas de web, em particular às redes sociais,
marcam estas alterações no perfil dos utilizadores as
bibliotecas e serviços de informação e documentação.
3. 1 Posicionamento das bibliotecas face aos
desafios que os novos suportes colocam
2 Oportunidades de intervenção e ação
para as bibliotecas
3 Espaços pedagógicos com enfoque na
funcionalidade e não na tecnologia
5. Antes de mais…
Mobile communication has been more widely adopted
more quickly than any other technology ever.
Mobile communications “is
the fastest
diffusing technology ever”.
Manuel Castells
6. “Horizon Report”
(…) tempo para a adoção da tecnologia:
• 1 Year or Less - Electronic Books
• 1 Year or Less - Mobile Devices
• 2-3 Years - Augmented Reality
• 2-3 Years - Game Based Learning
7. Arranque…
• Internet móvel é o próximo passo para as bibliotecas.
• O aumento exponencial da utilização de dispositivos móveis
prevê um recurso inexplorado para a entrega
de recursos da biblioteca aos seus públicos.
8. PARA ALÉM DA TECNOLOGIA
POSICIONAMENTO
De um serviço fronteira
Gerador de sinergias
Facilitador de recursos
9. Biblioteca um serviço de Fronteira
Está na fronteira
Um serviço de interface… de relações e interdependências…
Da educação formal e da educação não-formal
Do estudo individual e da descoberta partilhada
Do tradicional e da novidade
Do espaço físico e do espaço virtual
Da cultura e da assistência social
Dos leitores e dos escritores
Da história e das estórias…
11. PARA ALÉM DA TECNOLOGIA
ESTRATÉGIA
Integração de conteúdos e serviços
Recursos e ferramentas de mobile e web social
Integrados na estratégia dos serviços
12. Integração dos conteúdos e serviços
• Uma forma de entregar a biblioteca aos
utilizadores…
• Estratégia integrada no apoio ao utilizador em novos
ambientes de aprendizagem.
• Estratégia que se caracteriza por:
• uma lógica de redundância de pontos de acesso à
informação,
• tornar acessíveis a biblioteca, os seus serviços e recursos
onde e quando são necessários.
13. PARA ALÉM DA TECNOLOGIA
RELEVÂNCIA
Sendo útil onde o utilizador está
Com atenção às necessidades dos públicos
Para adequar conteúdos e ferramentas
14. 1 Mais relevância
• Ir ao encontro das necessidades dos
públicos
• Seleccionar criteriosamente ferramentas
e canais de comunicação a utilizar
• Olhar para fora das paredes da
biblioteca e encontrar lá as
oportunidades de novos serviços e
aplicações
• Oferecendo serviços de valor
acrescentado
15. Não basta estar onde o utilizador está
é importante ser útil
onde o utilizador está e aí criar
serviços de valor acrescentado
16. Oportunidades de
intervenção e ação para as
2
bibliotecas na
disponibilização, acesso e
utilização dos novos recursos
tecnológicos
18. 1 Contexto de mudança
• Ir ao encontro das necessidades dos
públicos e confiar nos utilizadores
• Assumir-se institucionalmente “early
adopter”
• Incorporar serviços e tecnologias
emergentes
• Correr riscos, não ter receio de errar e
rejeitar a “cultura do perfeito”
20. Reforçando…(2/3)
• A grande maioria dos utilizadores das bibliotecas escolares e de
ensino superior nasceram e cresceram com a web, com as
redes sociais e dispositivos móveis (nativos digitais).
21. Reforçando…(3/3)
• A Biblioteca é um nó de uma rede cada vez maior que
combinando recursos internos e externos pode oferecer novos
serviços.
23. Estudos… e o que é importante para…
• “O telemóvel é antes de mais uma ferramenta de comunicação
utilizada para falar com familiares e amigos. No entanto, apesar
de 45,4% dos inquiridos ter afirmado que nunca utiliza o
telemóvel por motivos profissionais (contra 26,3% que disse
usar “pouco frequentemente”, 18,3% “frequentemente”, e
apenas 6,1% “muito frequentemente”), a análise do uso do
telemóvel em contexto profissional não deixa de ser relevante
devido às implicações que tem, quer em termos sociais, como
económicos.”
Ver estudo: http://www.obercom.pt/client/?newsId=29&fileName=rr4.pdf
Ver tb “The Mobile Communication Society”
24. Dados estatísticos - Portugal
Estudo
"A Utilização da
Internet em Portugal
2010", elaborado pelo
LINI – Lisbon Internet and
Networks Institute com o
apoio da UMIC,
apresentado a 10 Nov.
Telemóvel é o 2º
equipamento de TIC de
posse mais generalizada
(88,7)
25. Dados estatísticos - Portugal
Estudo "A Utilização da Internet em Portugal 2010", elaborado pelo LINI –
Lisbon Internet and Networks Institute com o apoio da UMIC, apresentado a 10 Nov.
• Dos utilizadores da Internet a quase totalidade tem telemóvel
• 48,8% dos agregados domésticos tem acesso à internet , 20,4 por banda
larga móvel e 2,4 por telefone móvel
27. Estudos…
• The mobilelife report says that 94% of UK youth own a
mobile phone http://www.mobilelife2007.co.uk/
• ECAR reports that 66% of students own an Internet-
capable phone but most don’t use it for Internet
because of expense…this WILL change
• http://www.educause.edu/ECAR/TheECARStudyofUnd
ergraduateStu/163283
30. Outros estudos… parcelares
• “O estudo revela uma preocupante falta de preparação dos
estabelecimentos de ensino superior para lidar com a
crescente aumento dos serviços móveis”
• 40% identificaram as "comunicações móveis" como uma área
importante no seu plano estratégico de tecnologia
“Spreading the Word: Messaging and Communications in Higher Education,”
EDUCAUSE Center for Applied Research, 2009
31. Nestes estudos surgem características
emergentes
• Das gerações que hoje chegam às
escolas…
• Sempre conectado, multi-tarefa
• Orientado para trabalho em grupo
• Aprendizagem pela experimentação
• Mais visual
• Simultaneamente produtores e consumidores
de informação
32. Recomendações
• Programa Arcadia da Cambridge Univ. e The Open
Univ.
Piloting text alerting services - giving users the opportunity to choose whether they want notifications
by text message, email or both are likely to be taken up by at least a third of library users. These alerts
would include the notifications automatically generated by the Library Management System (LMS).
Piloting a text reference service – if the library receives a high volume of enquiries that require brief
responses, such as dictionary definitions, facts or service information from the library.
Providing a mobile OPAC interface – perhaps using a service such as AirPac or WorldCat Mobile, or
working with their LMS supplier to develop a mobile version of their OPAC.
Ensuring that the library website is accessible and will resize to smaller screens – in order to be ready
for increasing numbers of netbook users and mobile internet users in the next few years.
Providing audio tours of the library - to help visitors or new users orient themselves and learn more
about the service.
Allowing mobile phone use in the library - as long as they are set to silent or to flight mode (meaning
they are not receiving a signal).
33. Contéudos para
dispositivos móveis
• De que modo é que as bibliotecas se estão a preparar para
assegurar que os seus recursos web, nomeadamente os seus
portais e catálogos, fiquem devidamente acessíveis
nestes dispositivos?
34. Ponto de partida
• Pró-activo
• Produzir aplicações para utilizações nos
aparelhos…
Ver: Introducing the PLoS Medicine iPhone application
• http://www.plos.org/cms/node/517
35. Aplicações
• Serviços de alerta por SMS (alertas RSS)
• Serviços básicos de referência
• Mobile OPAC
• Portal web acessível
• Mapas interactivos da biblioteca
• Serviço de recomendações
• Disponibilizar áudio guias
• M-Bases de dados e M-Repositórios
• Serviços de empréstimo mobile
• Conteúdos para e-books
36. Conteúdos… e serviços…
• Disponibilizar podcasts
• Configurar conteúdos digitais para e-books reader
• Facilitar as colecções móveis de recursos
• Recursos científicos e académicos
• Tutoriais vídeos, screencasts
• Txt a call number
38. Conteúdos
• American Institute of Physics iResearch iPhone application
• EBSCOhost Mobile
• Hoover's Mobile company information
• IEEE XPlore
• Lexis/Nexis Get Cases and Shepardize
• PubMed for Handhelds medical database
• Questia iPhone application (iTunes link)
• Refworks Mobile
• Westlaw legal research database
• EBL Ebook Library
• Google Books
• OverDrive
• Safari Books Online
• Amazon Kindle for the iPhone (US Only)
• Zotero
40. Bibliotecas como espaços
pedagógicos de literacia para
3
a promoção e utilização dos
novos recursos com enfoque
na funcionalidade e não na
tecnologia
41. Novos ambientes… (1/3)
Os processos e ambientes de ensino e aprendizagem,
de formação e qualificação estão confrontados
atualmente com mudanças constantes, mas que não
resultarão necessariamente na substituição de um tipo
de aprendizagem por um outro.
Há novas formas mais dinâmicas, personalizadas
e centradas no aluno. (DOWNES, 2005)
42. Novos ambientes… (2/3)
Ênfase no desenvolvimento dos recursos e capacidades
necessárias para os alunos se envolverem na aquisição
de novas competências e para a procura do
conhecimento existente nas redes criadas e mantidas
pelos utilizadores. (SIEMENS, 2008)
Novas abordagens caracterizadas por uma maior
abertura, participação e colaboração.
43. Novos ambientes… (3/3)
O papel dos utilizadores da web na relação que
estabelecem com a rede transformou-se, passando de
meros pesquisadores ou consumidores de informação a
produtores e geradores de novos conteúdos.
Do consumidor ao PROSUMER
producer (produtor) + consumer (consumidor)
44. 2 Nova realidade
• Proliferação dos meios e plataformas
digitais de comunicação
• Crescimento e acesso generalizado à
internet, às ferramentas de web, em
particular às redes sociais
• Marcam alterações no perfil dos
utilizadores
45. Ponto de partida
• Assumir uma atitude institucional de pioneirismo tecnológico
focado na funcionalidade e não na tecnologia.
• Postura de early adopter com um duplo papel:
• incorporador das tecnologias nos seus sistemas e
serviços,
• formador dos seus públicos na utilização dos novos
recursos tecnológicos.
49. One very touching story is worth retelling here to make this point. Philip
Bourne, a professor at UC San Diego and Editor in Chief of the journal PLoS
Computational Biology, told of a rather remarkable manuscript that was
sent directly to him in his editorial role. He thought it was quite a special
work of scholarship, on computer modelling of pandemics, and asked
some of his colleagues with expertise in that field for their
opinions. Uniformly it was felt that the article was ground-
breaking. Finally, Bourne met directly with the author and, unusually,
urged her to submit it to the journal Science. You see, the author was a
fifteen-year old high school student who had done her research as a
visitor in university libraries and, for a while, using a “test” login obtained
directly from a vendor.
• The point here is not the obstacles to access that this young author
encountered and overcame. The point is that she was not at all the
person the authors of previous articles on the topic thought they were
writing for. Yet she made a remarkable advance in the field because
she was able to read those works in spite of conventional expectations.
• By the way, Science selected her article for in-depth review, which is
itself a big accomplishment for even experienced researchers, but
ultimately decided not to publish her paper, which will now likely appear
in PLoS Computational Biology, as she originally hoped.
50. O mobile permite…
Permite às bibliotecas virtualizar o espaço físico,
aumentando a sua realidade, amplificar a sua acção,
tornando acessíveis os seus serviços, recursos e conteúdos
onde e quando são necessários para um número cada vez
maior de utilizadores, captando novos públicos.
53. Mobile tagging
• Processo de
disponibilização de dados
em dispositivos móveis,
normalmente através do
uso de informação
codificada em códigos de
barra 2D para serem lidos
usando um telefone com
câmara.
54. Mobile tagging: QR codes
• Códigos de barras 2D são
uma forma prática e
conveniente de incorporar
o “virtual” no espaço
físico
• Fornecer conteúdo útil, no
momento em que ele é
útil e necessário
• Os códigos QR são uma
tecnologia de baixo custo,
fácil de implementar e de
usar.
55. QR codes, DataMatrix Code, Microsoft Tag…
• Como é que as
bibliotecas já usam e
podem usar… este
mundo de aplicações
• Muita imaginação com
relevância, criação de
conteúdos com valor
acrescentado, gerar
redundância.
códigos de: m.ox.ac.uk
56. Aplicações (QR codes)
• Nas exposições, incluindo um ligação a músicas, vídeos, sites,
inquéritos ou outras informações que “ampliam” essas exposições;
• Códigos nas estantes ou secções que apontam para recursos
electrónicos ou bibliotecas digitais de assuntos relacionados;
• Adicionar o código aos materiais impressos (folhetos, etc) para obter
informações adicionais na web;
• Nas mostras de arte ligando aos sites dos artistas
• No catálogo para fornecer mais informações sobre um registo,
incluindo a localização e o número de sistema;
• Código colocado em portas de sala de estudo ou computadores
ligando aos formulários de reserva;
• Ligações a playlists de tutoriais vídeo da biblioteca…
57. Em conclusão
• As ferramentas e aplicações mobile devem ser incorporadas
numa estratégia global de serviços aos utilizadores.
58. Em conclusão
• Serviços que permitem chegar a mais e novos públicos
(muitos deles deslocalizados, oferta de serviços
remotos).
59. Em conclusão
• As ferramentas e aplicações mobile permitem a redução
de barreiras entre a biblioteca e os seus utilizadores
60. Alguns problemas…
• Que plataformas (suportar)?
• Que dispositivos (quais os necessários no nosso
contexto)?
• Percepções de custos vs utilização
• Quem vai tomar as decisões e quem suporta
técnicamente?
• Quem cria e selecciona conteúdos móveis?
• Serão estas opções vantagens competitivas?
• Que metodologias de investigação usar nesta nova
realidade
• Escassos exemplos e boas práticas nacionais
61. Agora (muitos de nós) podem…
• Estudar o ambiente local e utilizadores (condições
técnicas e perfil de utilização)
• Arrancar com projectos piloto (parcerias)
• Participar nas estratégias institucionais (m-learning,
serviços de redes e comunicação)
• Promover estas primeiras acções junto da
comunidade (dos públicos)
• Partilhar sucessos e problemas
• Arriscar (ousar) participar