SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 36
Descargar para leer sin conexión
1

Revista Canavieiros - Maio 2011
2

Revista Canavieiros - Maio de 2011
3

Revista Canavieiros - Maio 2011
Editorial

4

Expediente:
Conselho Editorial:
Antonio Eduardo Tonielo
Augusto César Strini Paixão
Clóvis Aparecido Vanzella
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan
Manoel Sérgio Sicchieri
Oscar Bisson
Editora:
Carla Rossini - MTb 39.788
Projeto gráfico e
Diagramação:
Rafael H. Mermejo
Equipe de redação e fotos:
Carla Rodrigues - MTb 55.115
Murilo Sicchieri
Rafael H. Mermejo
Comercial e Publicidade:
Marília F. Palaveri
(16) 3946-3311 - Ramal: 2008
comercial@revistacanavieiros.com.br
atendimento@revistacanavieiros.com.br
Impressão:
São Francisco Gráfica e Editora Ltda
Tiragem:
11.000 exemplares
ISSN:
1982-1530
A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados
e fornecedores do Sistema Copercana,
Canaoeste e SicoobCocred. As matérias
assinadas são de responsabilidade dos autores. A reprodução parcial desta revista é
autorizada, desde que citada a fonte.
Endereço da Redação:
A/C Revista Canavieiros
Rua Dr. Pio Dufles, 532
Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-680
Fone: (16) 3946 3311 - (ramal 2190)
www.revistacanavieiros.com.br

A realização da
Agrishow e a retomada
de negócios na agricultura

N

egócios que contabilizaram
R$ 1.755 bilhão, assim foi a
Agrishow 2011 (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação)
que foi realizada de 2 a 6 de maio, em
Ribeirão Preto e atingiu recorde em todos os seus segmentos. As informações
completas e novidades sobre a maior
feira de tecnologia agrícola em ação,
o leitor encontrará na “Reportagem de
Capa” deste mês.
O entrevistado desta edição é com
o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, em exercício, Antônio Junqueira. Ele conversou
com a equipe de redação da Revista Canavieiros durante a Agrishow. Na entrevista, ele comenta sobre a importância
do setor agrícola na economia brasileira, perspectivas futuras e seguro rural.
Cleber Moraes, da M. Moraes Consultoria Agronômica Ltda e Almir Torcato, do departamento de Planejamento
da Canaoeste, assinam o “Ponto de Vista” do mês de maio. Economia, crises e
produção de açúcar e etanol são os temas abordados.
Em “Assuntos Legais”, o advogado
da Canaoeste, Juliano Bortoloti, fala
sobre os argumentos que devem ser ouvidos em Brasília para realização da votação do novo Código Florestal. O advogado defende que só a votação pode
impedir que milhares de produtores rurais fiquem na irregularidade.
Nas “Notícias Copercana” está uma
nova alternativa de negócios que foi
apresentada aos produtores rurais de
Orindiúva e região. Para isso, a cooperativa realizou uma reunião, no mês de

RC

www.twitter.com/canavieiros
redacao@revistacanavieiros.com.br de 2011
Revista Canavieiros - Maio

abril, que contou com a participação da
Oricana (Associação dos Fornecedores
de Cana da Região de Orindiúva), do
Grupo Bunge (Usina Moema) e da empresa Dupont.
Em “Notícias Canaoeste” o leitor
pode conferir o evento que aconteceu
no auditório da associação em Sertãozinho, realizado em parceira com a
Stab (Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil) e Unesp
(Universidade Estadual Paulista). Na
ocasião foram apresentados os resultados de estudos para o desenvolvimento
tecnológico do setor e levantamentos de
dados qualitativos nas últimas safras.
Ainda em “Notícias Canaoeste”, é possível conferir a viagem de fornecedores
da associação à Brasília. Na ocasião, os
produtores rurais puderam acompanhar
as discussões sobre a votação do Código Florestal.
Em “Destaque”, está à visita do presidente da Unica (União da Indústria
de Cana-de-Açúcar), Marcos Jank, ao
Centro Empresarial Zanini, em Sertãozinho, para proferir uma aula especial
aos alunos da Uniceise (Universidade
Corporativa do Setor Sucroenergético).
Em “Novas Tecnologias”, o leitor
poderá se informar sobre o novo herbicida lançado pela DuPont. Este produto
apresenta vantagens para produtores e
usinas por ser específico para a época
seca da cana-de-açúcar.
Além disso, não deixe de conferir as
“Informações Setoriais” com o consultor agronômico da Canaoeste, Oswaldo
Alonso; dicas de leitura e gramática,
classificados e a agenda de eventos.

Boa leitura!
Conselho Editorial
5

Ano V - Edição 59 - Maio de 2011

Índice:

Capa - 22
Agrishow 2011: negócios movimentaram R$ 1,755 bilhão
Em edição recorde, feira
atraiu público de 45 países e
lideranças do setor

E mais:
Ponto de Vista I

06 - Entrevista
Antônio Junqueira
Sec. de Agricultura e Abastecimento do Estado de SP
Hora do produtor aproveitar o bom momento

08 - Ponto de
Vista
Cleber Moraes
Consultor Agronômico
Bom momento para o setor, mas há sinais da nova crise

14 - Notícias Copercana
- Copercana realiza reunião com produtores de Orindiuva
- Dupont lança produto para cana-de-açúcar

15 - Notícias Canaoeste
- Em busca da votação do Código Florestal
- Impurezas e Qualidade de Cana-de-açúcar

18 - Notícias Sicoob Cocred

.................página 08

Ponto de Vista II
.................página 12

Circular Consecana
.................página 16

Informações Setoriais
.................página 26

Opinião
.................página 30

Destaque
.................página 32

- Balancete Mensal

28 - Assuntos Legais
Classificados
Alteração do Código Florestal - mobilização
para que isso ocorra
“Como todos vem acompanhando pela imprensa,
está se travando uma árdua batalha no Congresso Nacional para alteração do arcaico Código
Florestal. Digo arcaico porque uma lei que coloca
90% de um segmento da sociedade, no caso os
agricultores, na ilegalidade, não pode ser considerado de outra forma, como apregoam alguns...”

.................página 33

Cultura
.................página 34
Revista Canavieiros - Maio 2011
6

Entrevista com:

Antônio Junqueira
Carla Rodrigues

É assim que pensa o secretário
de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, em
exercício, Antônio Junqueira,
que numa entrevista exclusiva a
Canavieiros durante a Agrishow
2011, falou sobre a importância
do setor agrícola na economia
brasileira, perspectivas futuras e
seguro rural. Confira!

“Hora do produtor aproveitar o bom momento”
Revista Canavieiros: Fale um
pouco sobre a importância da realização de uma feira como a Agrishow.
Antonio Junqueira: A Agrishow é
a maior feira agrícola do Brasil e hoje
é considerada a segunda do mundo.
Estamos na região mais rica do país,
e só pela alta tecnologia que a feira
apresenta, já mostra sua importância.
Sua localização é estratégica, num lugar onde temos mais de 45 países visitantes e estradas boas. Devido a esses
e outros fatores, conseguimos receber
além dos grandes produtores, os médios e os pequenos produtores também. É fácil para todo mundo chegar.
Não podemos deixar de citar a capacidade da difusão de tecnologia, para
isso temos aqui uma área de quase 830
hectares, que nos proporciona uma facilidade muito grande para as realizações das demonstrações de campo.
Revista Canavieiros: A secretaria assinou durante a abertura da
feira, uma concessão que tem como
objetivo a permanência da Agrishow
em Ribeirão Preto por mais 30 anos.
Quais as mudanças que isso traz para
a feira?
Junqueira: Isso era um pedido do
setor já há algum tempo. Dentro do

“A Agrishow é a maior
feira agrícola do Brasil
e hoje é considerada
a segunda do mundo.
Estamos na região mais
rica do país, e só pela
alta tecnologia que a
feira apresenta, já mostra sua importância.”

estado podemos fazer convênios de
até cinco anos de duração. Os patrocinadores da feira queriam fazer investimentos de vulto, para que isso
aconteça, eles precisavam de uma garantia de que a feira iria permanecer
aqui na cidade. O intuito dessa lei é
exatamente dar segurança para que
esses patrocinadores possam fazer novos investimentos, como construções
fixas, melhores e maiores, por exemplo: asfaltar as ruas, melhorar sanitários, construir centros de convenções.
Penso que essa lei garante a segurança
necessária para que eles (organizadores) possam melhorar e apresentar
mais tecnologias.
Revista Canavieiros: A Secretaria
de Agricultura está realizando algumas ações, entre elas o Seguro Sani-

Revista Canavieiros - Maio de 2011

tário Contra Doenças Avícolas, Seguro da Viticultura e Seguro Sanitário
de Citros . Fale um pouco sobre isso.
Junqueira: Esse seguro sanitário
abrange mais de cinco mil estabelecimentos, o que significa mais de 248
milhões de aves. É um setor importante para nós, pois movimenta na economia aproximadamente R$ 3,8 bilhões.
Terá direito a esse instrumento, todos
os produtores do Estado de São Paulo. É um seguro educativo e de convencimento, que atende toda cadeia
produtiva. O objetivo é indenizar os
produtores segurados das seguintes
doenças: influenza aviária (H5N1 e
subtipos), newcastle, micoplasmose e
salmonelose aviária.
Quanto ao setor da viticultura, hoje
temos dentro do Estado de São Paulo,
aproximadamente quatro mil produtores com áreas médias de 2,5 hectares.
Isso também era uma reivindicação do
setor e veio através da câmara setorial
o pedido de um sanitário agrícola para
este setor. A uva, depois da laranja é a
fruta mais consumida no estado, além
disso, já estão fazendo sucos de uva e
vinho aqui em São Paulo, cujo mercado consome 60% do vinho produzido
no Brasil. Esse seguro contemplará doenças que dão na uva e cobrirá perdas
7

“...Trator foi feito para
trabalhar e não para
passear, pensando assim,
criamos o Pró-implemento,
que é diferentemente do
programa Pró-trator.”
por excesso de chuvas. Estamos ainda
elaborando este documento e acreditamos que até meados deste ano o seguro
da uva e também o da avicultura, serão
lançados na praça.
O Seguro Citrícula já foi um sucesso no ano passado, quando beneficiávamos produtores com até 20 mil
árvores; hoje estamos dobrando sua
abrangência, indo até 40 mil árvores,
ou seja, 95% do parque citrícula do
Estado de São Paulo, garantindo renda para o produtor e crescimento do
agronegócio no estado.
Revista Canavieiros: O Programa
Pró-trator está em vigor desde janeiro
de 2009, com subsídio total dos juros,
pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento, através do FEAP – Fundo
de Expansão do Agronegócio Paulista. Como está este programa hoje?
Junqueira: Podem fazer parte do
programa Pró-trator, todos os produtores com renda bruta anual até R$ 400
mil. Deveremos financiar nessa segunda etapa por volta de 4 mil máquinas,
entre essas, tratores de 50 cavalos até
120. O pagamento pode ser feito em
até 5 anos, com carência de 3 anos. O

produtor vai escolher a máquina que
quiser. Ele vai até a Casa da Agricultura, preenche o questionário, entrega
seu imposto de renda e compra um trator com juros médios de 20% sobre a
tabela. Esses juros quem está bancando
é o Estado de São Paulo.
Revista Canavieiros: Durante a
abertura da Agrishow 2011, o governador Geraldo Alckmin lançou o
programa Pró-implemento. Qual serão as vantagens deste programa?
Junqueira: Este programa foi criado para complementar o programa
Pró-trator e funcionará com as mesmas condições de crédito. Trator foi
feito para trabalhar e não para passear, pensando assim, criamos o Próimplemento, que é diferentemente
do programa Pró-trator. Temos uma
quantidade enorme de implementos,
cada um com uma cultura diferente,
por isso, demoramos um pouco mais
para soltar esse programa e chegamos a conclusão de que é o agricultor
quem tem que escolher o implemento que precisa. Vamos disponibilizar
na ordem de R$ 20 mil por produtor
para que ele possa realizar junto com
o Pró-trator, a compra do implemento

também, adquirindo assim, um trator
completo para já começar a trabalhar.
Revista Canavieiros: Qual é o cenário que o senhor prevê para a agricultura brasileira neste ano?
Junqueira: Neste ano temos uma
conjuntura muito positiva. O setor da
cana vai muito bem, o setor da laranja, da borracha vai muito bem e o setor
de soja e milho melhorou bastante. Só
tenho ouvido reclamações do setor arrozeiro, que tem um preço mínimo de
R$ 24 e está vendendo a saca por R$ 19.
São Paulo no passado foi um grande exportador e hoje é importador, na quantia
de 95%, isso nos preocupa. Já a arroba
(carne) deverá recompensar o produtor.
Numa ótica geral, este ano é atípico, temos um ano como este a cada
dez anos. Por esse motivo, acho que o
produtor tem que aproveitar este momento para acertar seus débitos, colocar a vida em ordem, tentar colocar
um dinheiro no banco e pensar com
calma no que vai fazer. Aqui estamos
cheios de oportunidades. Sei que há
uma grande vontade em adquirir novas máquinas, implementos, produtos,
mas é necessário agir com cautela. E
acreditamos que iremos fechar este
ano com chave de ouro com a aprovação do Código Florestal.
Se o produtor tem segurança jurídica para se organizar e produzir, tenho
certeza que iremos caminhar fortemente para o sucesso. O Brasil daqui a
15 anos estará produzindo 50% da comida do mundo. Os estrangeiros vêm
para cá e ficam impressionados com
a nossa tecnologia, agora só depende
de nós sermos um país para frente ou
ficarmos no atraso. RC

O secretário Antônio Junqueira participou da reunião do
Grupo Técnico da Orplana durante a Agrishow 2011

Revista Canavieiros - Maio 2011
8

Ponto de Vista I

Cleber Moraes *

Bom momento para o setor,
mas há sinais da nova crise

A

o que tudo indica, o setor sucroenergético viverá um bom
momento até 2.015, mas a próxima crise do setor com preços baixos
já se desenha. Esta crise está sendo
montada por todos nós, consumidores, industriais, fornecedores de cana,
insumos e equipamentos, funcionários
do setor, gerentes, diretores, etc e tem
data marcada para ocorrer, 2015.
Esta montagem segue um ciclo que
se repete pelo menos desde 1975, mas
que pode ter raízes mais profundas no
setor. O ciclo inicia-se após um pico
de preço do açúcar no mercado internacional como o ocorrido em 03 de fevereiro de 2.006. Este pico de preço é
resultado de uma sequência de anos em
que as produções mundiais de açúcar
são inferiores ao consumo, o que leva
os players deste mercado a realizar investimentos no setor e que, no instante
seguinte, geram a próxima crise.
Na figura 1 é apresentado um gráfico da Evolução dos Preços Mundiais
de Açúcar entre os anos de 1970 e

1982, onde podem ser
observados dois momentos de forte elevação nos
preços seguidos de forte
queda.

Figura 1 – Evolução dos Preços Mundiais de Açúcar: 1970 - 1982

Neste gráfico é possível identificarmos os
instantes em que o setor
passou por crises e assim
analisar os fatores desencadeantes destas crises.
Na figura 3 apresentamos o mesmo gráfico,
pontuando os momentos
de crise, os períodos mais
agudos das mesmas e a
duração dos ciclos.

Fonte: A Desregulamentação do Setor Sucroalcooleiro do Brasil - Márcia
Azanha Ferraz Dias de Moraes, 2000.

É importante relembrar
que, nos momentos em que os preços
de açúcar se recuperam, tanto no período pré-crise ou no início da recuperação do setor, sempre há reflexos
nos preços de etanol. Em geral, nestes
instantes, há uma oferta menor de cana-de-açúcar do que a necessária para

Figura 2 - Evolução dos Preços de Açúcar do contrato No. 11 da NYBOT e
as Variações dos Estoques Mundiais de Açúcar:

a produção de açúcar e etanol. Como
os preços de açúcar refletem mais rapidamente a informação de uma oferta
menor de cana-de-açúcar, há a manutenção ou um pequeno crescimento da
produção de açúcar, limitado pela capacidade instalada das indústrias que
tem flexibilidade entre açúcar e álcool
limitada, entretanto, como a oferta de
matéria-prima é menor, os efeitos repercutem na produção e, por fim, nos
preços do etanol.
Em função da crise, assistimos no
mercado e no campo uma série de atitudes que levam à criação de uma nova
crise. Vejamos a figura 4 onde são
apresentados os preços do Kg de ATR
no período das safras de 1998/1999
até a safra 2006/2007.

Fonte: Czarnikow Sugar

Revista Canavieiros - Maio de 2011

Logo abaixo dos preços de cada safra, indicamos quais foram as atitudes
das usinas, destilarias e dos produtores de cana em cada safra. Estas atitudes foram consequência das condições de preço do setor, que afetou a
disponibilidade de recursos no caixa
das empresas.
►
9

Revista Canavieiros - Maio 2011
10
No período de 1.998 a 2.000, em
função dos preços baixos de álcool, que
refletiam um mercado de açúcar em baixa também, houve uma grande expansão
do consumo com a introdução dos carros
flex. É importante destacar que, em todos os outros instantes de crise do setor,
sempre houve fatos que propiciassem

Ponto de Vista I
uma expansão do consumo de álcool
como a crise do petróleo e as duas fases
do Proálcool, a abertura às exportações
de açúcar e álcool, a criação e produção/
venda dos carros flex. Não se pode descartar que no futuro tenhamos outras crises do petróleo ou o desenvolvimento de
tecnologias que demandem álcool como

Figura 3 - Evolução dos Preços de Açúcar do contrato No. 11 da NYBOT, as Variações dos
Estoques Mundiais de Açúcar e os Momentos de Crise

Fonte: Czarnikow Sugar e M. Moraes

Figura 4 – Evolução dos Preços do Kg de ATR entre as safras de 1998/1999 a 2006/2007:

matéria-prima como a alcoolquímica e a
utilização do etanol como fonte de hidrogênio para os carros elétricos.
O fato é que o mercado consumidor,
aproveitando-se da crise do setor, gera
um crescimento da demanda de álcool,
o que apóia a elevação de preços no momento seguinte.
O governo federal, buscando controle
da inflação, não age no cerne do problema, ou seja, não atua como regulador
dos estoques, mas sim pressionando o
setor a ofertar mais etanol, menos açúcar
e ambos a preços mais baixos. Para isto
utiliza mecanismos como alterações na
mistura de etanol à gasolina ou ameaçando taxar as exportações, o que mais funciona como uma mola propulsora para a
próxima crise.
Pelo lado dos fornecedores de equipamentos, insumos e serviços, após o período de recuperação do setor, cresce a
demanda para estes setores, na maioria
das vezes este crescimento é acima da
capacidade de seu atendimento, o que resulta em elevação dos preços e aumento
dos custos de produção, resultando em
pressão para elevação dos preços nos
produtos finais, ou seja, açúcar e etanol.
Pelo lado industrial, nas usinas e destilarias, a atitude é muito semelhante à
ocorrida no campo, nos 3 anos da fase
aguda da crise, as manutenções industriais são reduzidas drasticamente e investimentos maciços só passam a ocorrer
1 a 2 safras após este período, ou seja, 4
a 5 anos após o pico de preços que inicia
a crise.

Fonte: CONSECANA-SP e M. Moraes

Figura 5 – Evolução dos Preços do Kg de ATR entre as safras de 2006/2007 a 2010/2011 e
previsão para as safras a partir da safra 2011/2012:

Fonte: CONSECANA-SP e M. Moraes

Revista Canavieiros - Maio de 2011

Com isto tem-se o cenário montado
para uma próxima crise.
O último pico de preços que marcou o
início da crise de 2006, ocorreu em 03 de
fevereiro de 2006. As safras 2007/2008,
2008/2009 e 2009/2010 representaram a
fase aguda da crise, sendo que, nas safras 2007/2008 e 2008/2009, houve uma
grande reposição dos estoques mundiais
de açúcar. A partir da safra 2010/2011,
inicia-se o período de recuperação do setor com produções inferiores ao consumo mundial de açúcar e, portanto, com
elevação dos preços.
11
caracterizam o ciclo e acabam por
reforçar o início da crise seguinte.

Em todos os ciclos anteriores, entre o
início e o final do ciclo, além dos 3 anos
da fase aguda da crise, há mais um ano em
que a produção supera o consumo. Isto
ocorre devido à entrada de produção excedente de cana-de-açúcar e de açúcar de
países asiáticos com ciclo curto, no máximo 1 ou 2 safras, aproveitando os bons
preços do mercado. Como sua entrada,
imediatamente afeta os preços de açúcar,
rapidamente estes excedentes não são renovados e estes produtores só retornam
ao mercado no pico final de preços que

Assim e com as informações
que já dispomos das últimas 4
safras, 2007/2008 a 2010/2011,
após o início do ciclo em 2006 é
possível traçar um cenário para as
próximas safras, obviamente que
os valores absolutos do Kg de
ATR expressos na figura 5 pouco
importam, pois irão modificar-se
com as variações do câmbio, preços de insumos e equipamento do
setor, oferta e demanda dos demais países consumidores e produtores de açúcar
e etanol, etc. O fato relevante é que sinalizam para uma crescente nos preço de
açúcar e etanol, direcionando-se para um
pico e assim o setor caminha para uma
nova crise, com ingredientes que levam
a crer que esta ocorra entre 2014 e 2016,
com data mais provável em 2015.
A questão primordial para a cadeia
sucroenergética é uma reflexão de como
podemos agir para, se não for possível

impedir, minimizar os efeitos de uma
próxima crise e isto passa por uma oferta
mais constante e equilibrada de crédito
para o setor sem as oscilações observadas entre o período de euforia e crise e
por estoques reguladores da oferta de
etanol, gerando preços mais equilibrados
durante os ciclos do setor.
Outro objetivo deste artigo é alertar
usinas, destilarias e fornecedores de cana
quanto à renovação e expansão dos seus
canaviais, pois, se as atitudes forem as
mesmas descritas no rodapé da figura 5,
fatalmente sofrerão gravemente nos períodos de crise, pois seus canaviais estarão
com a máxima produção nos momentos
de menores preços.
É necessário um planejamento que leve
em consideração estas variações do mercado e que propiciem melhores resultados
a toda a cadeia sucroenergética e equilíbrio nos preços aos consumidores. RC
cleber@mmoraes.agr.br
M. Moraes Consultoria Agronômica Ltda

Revista Canavieiros - Maio 2011
12

Almir Torcato

Ponto de Vista II
*

O nosso etanol

D

entre as fontes de energia disponíveis no mundo, o Brasil
possui hoje, em sua matriz
energética, uma fonte renovável, alternativa e limpa. Para melhor entendimento, é uma fonte naturalmente
disponível, considerada inesgotável
na escala temporal, cujo tempo de formação é inferior ao seu gasto, sendo
possível repor.
Por sua vez, a cana de açúcar se
insere na matriz energética brasileira,
pois se dispõe hoje, de um “combustível verde”, renovável, despertando as
atenções, face às incertezas do petróleo, quanto aos impactos ambientais e
sua disponibilidade.
A história teve início no PROÁLCOOL, em meados da década de 70,
quando se buscava diminuir a dependência do petróleo do mercado externo, em função da elevação de seus preços, que até hoje nos causa uma certa
dependência. Mesmo com a exploração do petróleo, parte do que é extraído em nosso território, não é o tipo
mais adequado às nossas refinarias,
por não permitir o maior percentual
de destilados leves, não sendo pois,
melhor indicado para a produção de
combustível, desta forma é preferível
comprar fora o que mais nos convém
e vender o nosso petróleo para refino
em outros países.

as outras matérias primas.
Fala-se muito sobre o etanol tornarse uma commodity energética, mas até
onde isso é possível?
Para que o leitor possa entender e
de uma maneira mais prática, o termo
commodity refere-se a um produto
produzido em muitos países e consumido em muitos outros. Embora pareça fácil, a maioria das nações enfrenta
sérias dificuldades em atingir a autosuficiência em sua matriz energética e
dificuldades, ainda maiores, em gerar
excedentes de produção exportáveis.
Nos dias atuais, o Brasil conta com
um baixo excedente de produção de

A auto-suficiência, prevista com a
exploração do Pré Sal, será considerada quando os ganhos de exportação de
petróleo forem maiores que os gastos
para importação, e não por que não
importaremos mais petróleo.
Mesmo assim, embora o PROALCOOL não tenha obtido todo efeito esperado, angariou-se desenvolvimento
tecnológico somado a um forte crescimento na indústria sucroalcooleira em
âmbito nacional, dispomos atualmente de um etanol de qualidade, com baixos custos de produção, comparados
aos outros países, com rendimento de
produtividade mais altos comparados
Revista Canavieiros - Maio de 2011

etanol, some-se a isto a perda crescente de sua competitividade comercial
em determinados períodos do ano,
quando comparado a gasolina automotiva. O gráfico abaixo mostra a
evolução dos preços de etanol fruto da
oferta e demanda deste produto. Chama a atenção as variações de até 90%
entre o maior preço médio mensal sobre o menor preço médio praticado
durante a safra.

Gráfico 1 – Preços de Etanol (Postos de Combustíveis)

Fonte: ESALQ.

Gráfico 2 –Proporção de Automóveis comerciais leves, 2003 à 2010.

Fonte: Anfavea
13
Como outro fator gerador desse
“apagão” do biocombustível etanol,
pode-se enfatizar o estímulo do governo ao consumo (demanda), como isenções de IPI mediante os incentivos à
aquisição de veículos flex novos, conforme gráfico 2.
Quando lemos ou ouvimos as posições públicas do governo federal,
nota-se que atribuem a maior parcela
de culpa ao setor, afirmando que preferem produzir açúcar, face aos preços
mais compensadores.
Ocorre que, mesmo que o governo adote alguma outra medida ou até
mais drásticas como a sobretaxação
do açúcar exportado, com a finalidade
Mix de produção safras
2009/2010 e 2010/2011.

Fonte: Circular Consecana

de fomentar a produção do etanol, o
direcionamento da produção de uma
Unidade Produtora, embora com preços favoráveis ao açúcar nesta safra,
tem limitações de flexibilidade de
produção, de ordem de 6 a 7%.

É por essas e outras que: Com o aumento de projetos de novas unidades produtoras, haverá significativo aumento na produção, que permitiria até a busca de novos
mercados de etanol, porém a produção está
atualmente muito ajustada à demanda.

A medida econômica mais plausível para minimizar essa variação de
preços é a adoção de estoques reguladores por parte do governo e o setor sucroenergético. Uma vez que já
existem estoques reguladores de vários outros produtos, inclusive do petróleo.

O Brasil, em termos de produção,
pode estar preparado para aumentar sua
participação no mercado externo e interno de etanol, porém esforços privados e públicos deverão ser voltados para
facilitar esse escoamento e garantir uma
estabilidade econômica ao setor.

Embora a adoção de estoques reguladores pareça ser a opção mais
coerente, os custos operacionais e financeiros para implantação, são altos,
considerando que os estoques ficam
estagnados e sem rendimentos.
Foram questões desta natureza que
fizeram com que o Brasil importasse
álcool de outros países a título de injeção na demanda interna para acalmar
o mercado.

As condições como: fatores climáticos, áreas disponíveis com ambientes
de produção favoráveis e preços mais
competitivos, investimentos em tecnologia e desenvolvimento de variedades
mais produtivas, beneficiam o setor,
porém ainda é preciso mais, como estoques reguladores, pois vale destacar
que o mercado sucroenergético não
tem nenhum subsídio do governo. RC
Almir Torcato
Dep. de Planejamento da Canaoeste

Revista Canavieiros - Maio 2011
14

Notícias Copercana

Copercana realiza reunião com
produtores de Orindiúva
Carla Rossini

U

Os produtos e serviços comercializados pela cooperativa foram
colocados à disposição dos agricultores presentes na reunião

ma nova alternativa de negócios
foi apresentada pela Copercana
aos produtores rurais de Orindiúva e região. Para isso, a cooperativa realizou uma reunião, no mês de abril, que
contou com a participação da Oricana
(Associação dos Fornecedores de Cana
da Região de Orindiúva), do Grupo Bunge (Usina Moema) e da empresa Dupont.
Cerca de 60 produtores rurais participaram do encontro. O diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti, apresentou os
serviços oferecidos pela cooperativa e o
gerente comercial, Frederico José Dalmaso complementou a apresentação e orientou os produtores esclarecendo dúvidas.
Segundo Bighetti, a Copercana está
em fase de implantação de um escritório

Rodolfo Savegnago, Frederico Dalmaso, Pedro Esrael Bighetti, Roberto Cestari

na cidade que vai atender as necessidades dos produtores. Para isso, a cooperativa já contratou um agrônomo, Leonardo Tuan. “Esse agrônomo será o nosso
representante técnico e comercial na cidade de Orindiúva. Através dele a cooperativa coloca todos os seus produtos e

serviços à disposição dos agricultores”,
disse o diretor.
Durante a reunião, a empresa Dupont
apresentou a sua linha de produtos, destacando o seu novo herbicida para canade-açúcar, o Front. RC

Dupont lança produto para
cana-de-açúcar
Da redação

N

Novo herbicida garante resultados com apenas uma aplicação

o dia 12 de maio, a DuPont realizou em Ribeirão Preto, o lançamento de um herbicida específico para a época seca da cana-de-açúcar.
Trata-se do Front, um novo produto que
pode beneficiar usinas e produtores por
reduzir as aplicações e consequentemente, diminuir os custos.
De acordo com o diretor de marketing da DuPont, o engenheiro agrônomo Marcelo Okamura, desde 2004
este produto vem sendo pesquisado,
desde suas moléculas, influências, até
seus reatores. “Os testes foram feitos em várias usinas e o resultado foi
excelente, identificou-se que existe
um controle de várias ervas daninhas
como corda-de-viola, capim colonião,
capim braquiária, essas que represen-

tam 90% das ameaças
em um canavial e este
produto controla todas
elas. Todo o trabalho
de aplicação de herbicida que é feito somente na época de chuva,
com o Front ganha-se
em tempo e máquinas,
já que o produto é aplicado durante a seca
após a colheita”, explicou Okamura.
Ainda de acordo com
o diretor de marketing,
Marcelo Okamura - diretor de Marketing da Dupont
espera-se um crescimento de 15% no faturamento em um ano, já destinado ao Front movimentou US$ 1,4
para essa safra no Brasil, e um crescimen- bilhões, desse valor US$ 200 milhões foto de 50% em cinco anos. O investimento ram designados as pesquisas. RC

Revista Canavieiros - Maio de 2011
15

Notícias Canaoeste

Em busca da votação do Código Florestal
Carla Rossini

D

Canaoeste levou fornecedores a Brasília; depois de muita discussão em
torno do assunto, a votação foi adiada

epois de levar à Brasília produtores rurais de Sertãozinho
e região, no mês de abril, para
participarem de uma manifestação reivindicando agilidade na votação das mudanças do Código Florestal, a Canaoeste
voltou a estar presente em apoio à votação em maio. Dessa vez, foram à Brasília cerca de 20 fornecedores de cana da
associação que se juntaram a agricultores de outras instituições para assistirem
a votação, que foi adiada, depois de um
bate-boca entre os deputados, na quartafeira (11) à noite.
Nesta mesma data, parlamentares tinham anunciado um acordo depois de um
longo dia de negociações: “Nós fechamos um acordo com a base. O deputado
Aldo Rebelo está ultimando o relatório.
Nós vamos ter condição de votar hoje”,
afirmou o deputado Cândido Vaccarezza
(PT-SP), líder do governo.

Produtores de Cana da Canaoeste e outras instituições em Brasília

Depois que o relator do projeto, Aldo
Rebelo, apresentou o texto, o líder do
governo voltou atrás e surpreendeu o
plenário: “Nós não vamos na votação no
escuro. O governo encaminha sim para
retirada de pauta e transferir a discussão
para outra data”, disse.
O anúncio de que a votação seria adiada, revoltou alguns deputados. A oposição protestou. Disse que o governo estava descumprindo o acordo para votar
o projeto. “A pergunta que faço é se os
acordos nessa casa devem ou não ter validade? Se os acordos são para valer ou
não são para valer, porque o discurso do
líder do governo, deputado Cândido Vacarezza, faz com que eu, a partir de hoje,
passe a duvidar da sua palavra”, declarou
o deputado ACM Neto (DEM-BA), líder
do partido.

Pedro Esrael Bighetti (diretor da Copercana), Gustavo Nogueira (Gerente do Dep. Técnico da Canaoeste),
Juliano Bortoloti (Advogado da Canaoeste), Milton Melloni (Administrador do Sind. Rural de Sertãozinho) e
Rubens Sicchieri (associado da Canaoeste)

Previsão de votação
Líderes de base governistas e da oposição, reunidos na tarde do dia 18, acertaram a
votação para o dia 24 de maio. Pelo acordo firmado, o texto do relator, lido no plenário na
semana no dia 10, poderá receber uma emenda sobre a obrigatoriedade de recomposição de
reserva legal e sobre atividades agrícolas em Áreas de Preservação Permanente (APP). RC
Fonte: O Globo

Deputado Federal Aldo Rebelo, relator do texto do Código Florestal

O PSDB também se manifestou. “Uma
coisa que é importante para o país e hoje
o governo não quer deixar votar depois
de todo o discurso que fez que queria
votar”, protestou o deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP), líder do partido.
Revista Canavieiros - Maio 2011
16

Notícias Canaoeste

Impurezas e Qualidade de Cana-de-açúcar
Carla Rodrigues

N

Evento reuniu fornecedores e profissionais do setor no auditório da Canaoeste

o dia 12 de maio, o auditório da
Canaoeste, em Sertãozinho, sediou o evento “Impurezas e Qualidade de Cana-de-Açúcar”, uma realização
da Canaoeste, Stab (Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil) e
Unesp (Universidade Estadual Paulista),
com o apoio institucional da Orplana (Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil) e Udop (União
dos Produtores de Bioenergia).
Antes de iniciar as apresentações, o
presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, agradeceu a presença de todos e destacou a importância da parceria entre a
Stab e a Canaoeste. “Fico feliz por saber
que mais uma vez temos essa entidade
como companheira da nossa associação”, disse Ortolan.
Manoel Ortolan conversou com os
participantes, entre eles, fornecedores
de cana-de-açúcar, estudantes e técnicos do setor, sobre as divergências que
impedem a votação do novo Código

Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste e
Miguel Mutton, coordenador do evento

Oswaldo Alonso, consultor agronômico da Canaoeste, falou sobre a caracterização das impurezas

Florestal e também sobre a reação dos
preços dos combustíveis com o início
da safra canavieira.

dados temas relacionados à utilização de
maturadores com o objetivo de melhorar
a qualidade da cana, qualidade e impurezas da cana colhida mecanicamente,
inovações tecnológicas das colhedoras
visando a redução de impurezas e melhoria da qualidade da matéria-prima,
levantamento dos níveis de impurezas
nas últimas safras, quantificação das impurezas vegetais e minerais presentes na
matéria-prima e metodologia para determinação das impurezas vegetais. RC

Durante o evento, foram apresentados
os resultados de estudos para o desenvolvimento tecnológico do setor e levantamentos de dados qualitativos nas últimas
safras. O assessor agronômico da Canaoeste, Oswaldo Alonso, foi o responsável
pela apresentação sobre a caracterização
das impurezas. Além disso, foram abor-

CIRCULAR Nº 02/11
DATA: 29 de abril de 2011

Consecana

A

Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo

seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue durante o mês de ABRIL de 2011. O preço médio do kg de ATR para o mês de ABRIL, referente à Safra 2011/2012,
é de R$ 0,5736.

O preço de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do etanol anidro e hidratado, destinados aos mercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, no mês de ABRIL, são apresentados a seguir:

Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo
(ABME e AVHP) e do etanol anidro e hidratado, carburante (EAC e EHC), destinados à industria (EAI e EHI) e ao mercado
externo (EAE e EHE), são líquidos (PVU/PVD).
Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos no mês de ABRIL, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/11, são os seguintes:

Média do mês de abril = R$ 0,5736/kg de ATR
Revista Canavieiros - Maio de 2011
17

Revista Canavieiros - Maio 2011
18

Notícias Sicoob Cocred

Balancete Mensal

COOP.CRÉDITO PRODUTORES RURAIS E EMPRESÁRIOS DO
INTERIOR PAULISTA - BALANCETE - Abril/2011

Valores em Reais

Revista Canavieiros - Maio de 2011
19

Revista Canavieiros - Maio 2011
20

Revista Canavieiros - Maio de 2011
21

Revista Canavieiros - Maio 2011
Agrishow 2011: negócios
movimentaram R$ 1,755 bilhão

22

Carla Rodrigues

Em edição recorde, feira atraiu público de 45 países e lideranças do setor
A Agrishow 2011 (Feira Internacional
de Tecnologia Agrícola em Ação) que foi
realizada de 2 a 6 de maio, em Ribeirão
Preto, atingiu recorde em todos os seus
segmentos. Com 765 expositores nacionais e internacionais, representantes de
45 países e um público de aproximadamente 146 mil pessoas, a feira consolidou-se como o centro do agronegócio
brasileiro. As três instituições financeiras que operaram durante a Agrishow –
Bancos Bradesco, do Brasil e Santander
– contabilizaram negócios de R$ 1.755
bilhão, volume 52,6% maior em relação
a feira de 2010.
Segundo os organizadores, os valores
são ainda maiores se forem considerados
os negócios das montadoras de máqui-

nas, equipamentos e veículos que por
questões estratégicas não divulgam os
seus negócios.
De acordo com o presidente da
Agrishow 2011, Cesário Ramalho, os resultados obtidos foram acima das expectativas dos organizadores, o que indica
que a população está acolhendo a agricultura brasileira. “Os agricultores são os
grandes astros de todo esse evento e sentimos orgulho disso, pois a agricultura é
a 2ª maior economia do país e precisa ser
valorizada”, disse o presidente.
Área de Exposição e Visitantes
Nesta edição, a área destinada à exposição estática da feira foi de 180 mil m2,

15% maior em relação ao ano passado,
já a área bruta foi de 360 mil m2. Durante os 5 dias de feira, foram apresentadas
800 demonstrações de campo com máquinas e equipamentos de cultivo e colheita num espaço de 100 hectares.
A feira recebeu a visita de inúmeras
autoridades, entre eles, deputados, senadores, dirigentes de instituições do agronegócio e entidades de classe, prefeitos
e vereadores de todo o Brasil. Mais de
600 profissionais da mídia brasileira e
internacional cobriram jornalisticamente
o evento, o que demonstra a importância
que a feira vem ganhando na área política do país.
Na abertura, estava presente o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o
ministro da Agricultura, Wagner Rossi,
o secretário da Agricultura do Estado de
São Paulo, em exercício, Antônio Junqueira Júnior, o secretario estadual do
meio ambiente, Bruno Covaso e a senadora Kátia Abreu.
Tanto o ministro da agricultura,
Wagner Rossi, quanto a senadora, Kátia Abreu destacaram a importância e
a necessidade da renovação do Código Florestal. “Nós, produtores rurais,
somos os que mais cuidamos do meio
ambiente e ninguém deverá nos ensinar isso. Queremos garantir a defesa
do meio ambiente com o aumento da
produção, pois somos capazes de produzir com sustentabilidade”, garantiu

Revista Canavieiros - Maio de 2011
Reportagem de Capa

Ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Bandeira Florence visitou vários
estandes de montadoras que participam do Programa Mais Alimentos

o ministro. Já a senadora também lembrou que o agricultor precisa de segurança jurídica para produzir. “De nada
adianta toda esta tecnologia que vemos
aqui, se não for realizada a votação do
Código e o produtor continuar na instabilidade”, disse Kátia.
Também visitaram a feira o ministro
do Desenvolvimento Agrário, Afonso
Bandeira Florence e o ministro da Integração, Fernando Bezerra. Na ocasião, o
ministro do MDA, lançou duas novas categorias de produtos do Programa Mais
Alimentos: três colheitadeiras de café e
uma colheitadeira de cana-de-açúcar. Ele
também aproveitou para fazer a entrega
de uma das colheitadeiras e de um caminhão adquiridos pelos pequenos produtores que fazem parte desta linha de crédito, destinada a modernizar as unidades
produtivas da agricultura familiar.
Já o ministro Fernando Bezerra, aproveitou a passagem pela feira para anunciar a
criação da Secretaria Nacional de Irrigação,
que tem como objetivos principais colocar
no setor público uma área total de 200 mil
hectares em produção e agilizar medidas

23

Entrega do primeiro caminhão adquirido através
do Programa Mais Alimentos

para uma maior adesão do setor privado,
ampliando em 10% as áreas irrigadas, com
maior produtividade e melhores manejos.
Além deles, os ministros da Agricultura dos países do Cone Sul (Chile,
Uruguai, Bolívia, Argentina e Paraguai)
também estiveram presentes durante a
Agrishow 2011. Em coletiva, juntamente com o ministro Wagner Rossi, eles se
mostraram impressionados com a magnitude da feira e o conhecimento tecnológico que o país possui. “Esse encontro
tem que ser valorizado, pois assim podemos nos conhecer melhor e nos ajudar.
O mercado de máquinas brasileiro completa o mercado da Argentina”, disse o
ministro Julián Domínguez.
Wagner Rossi destacou a importância da realização de trabalhos em grupo
e a capacidade de produção dos países.
“Somos mais fortes trabalhando juntos.
Nós temos a capacidade de produzir os
alimentos que faltam”, falou o ministro.

Agrishow como a maior feira do mundo, que a prefeita de Ribeirão Preto,
Darcy Vera, realizou a campanha “Fica
Agrishow” no ano passado. Devido ao
sucesso da campanha e ao empenho da
cidade, o governador Geraldo Alckmin
assinou durante a abertura da feira deste
ano, a mensagem do projeto de lei que
prevê a cessão de uma área que pertence à Fazenda do Estado para a marca
Agrishow, por 30 anos. Até então, a renovação da concessão era feita a cada
cinco anos.
Durante a coletiva sobre o balanço geral da feira, Cesário Ramalho, atual presidente da Agrishow, aproveitou a ocasião para apresentar o novo presidente
da Agrishow 2012, Maurílio Biagi Filho,
que esteve também presente no evento.
“É a primeira vez que sou presidente de
uma feira e quero aproveitar este momento para melhorar tudo aquilo que
RC

Novo presidente
Foi com o objetivo de promover o
agronegócio brasileiro e fortalecer a

Ministros da Agricultura dos países do Cone Sul (Chile, Uruguai, Bolívia,
Argentina e Paraguai) também estiveram presentes durante a Agrishow 2011

Cesário Ramalho, presidente da Agrishow 2011,
aproveitou a ocasião para apresentar o novo
presidente da Agrishow 2012, Maurílio Biagi Filho
Revista Canavieiros - Maio 2011
24

Trator da série MF7100 e a enfardadora de palha de cana-de-açúcar
apresentados pela Massey durante a feira

ainda pode ser mudado, mas claro, sem
deixar nosso principal foco de lado, que
é aproximar o ambientalista do produtor
rural”, explicou o novo presidente.
Voltada para agricultores, pecuaristas, agroindustriais, empresários, industriais, entidades de classe e estudantes,
a Agrishow 2011 foi organizada e promovida pela Reed Exhibitions Alcantara Machado, com iniciativa da ABAG
(Associação Brasileira de Agribusiness),
ABIMAQ (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos),
ANDA (Associação Nacional para Difusão de Adubos) e SRB (Sociedade Rural
Brasileira), com apoio da Secretaria de
Agricultura e Abastecimento do Estado

de São Paulo, APTA (Agência Paulista
de Tecnologia dos Agronegócios e Vale
Fertilizantes.
Lançamentos
Com a retomada dos investimentos no
setor, os grandes fabricantes de máquinas e equipamentos, como a Case IH e
a Massey Ferguson, marcaram presença
na Agrishow 2011 para demonstrarem o
que há de novo disponível para os agricultores.

Roberto Biasotto (especialista de marketing de produto
da empresa) em frente a A4000, colhedora desenvolvida
para áreas plantadas com espaçamento reduzido

talmente correta e que veio para facilitar a vida do produtor. “Com o passar
do tempo, o volume de palha deixado
no campo vai aumentando e o solo não
consegue decompor todo o material”,
explica Barione.

A Massey Ferguson lançou a enfardadora de palha de cana-de-açúcar, que colhe a palha deixada na lavoura e a transporta até a usina para ser transformada
em energia para alimentar as caldeiras.

Os tratores da série MF 7100 ganharam a versão para a cultura de canade-açúcar. O novo trator tem eixo com
bitola de 3 metros, evitando o pisoteio
das soqueiras e diminuindo os danos a
lavoura. O modelo apresentado na feira, MF 7180 possui transmissão sincronizada com 12 velocidades à frente e 5
à ré e um escalonamento de marchas na
faixa de trabalho projetado para obter o
maior rendimento.

De acordo com Carlos Eduardo Barione Martinat, do setor de marketing da
empresa, esta é uma máquina ambien-

Em comemoração aos 50 anos da Massey, a empresa trouxe para a feira o maior
número de novidades. Além da enfarda-

Carlos Eduardo Barione Martinat, setor de
marketing da Massey Ferguson
Revista Canavieiros - Maio de 2011

Colhedora Case IH da série A8000
25
dora e dos tratores da série MF7100, também foram lançados o Criper, um redutor
de velocidade para os tratores da linha
200. Seu trabalho é realizado através de
colhedoras de cana, acopladas ao trator.
Também foram lançados o trator 4290,
com o motor de quatro cilindros turbo de
95cavalos e mais uma rodagem para o
trator de 130 cavalos, que é o 4299.

acelerando seu processo de aprendizado.
“Nossa intenção é incluir o simulador
em nossos treinamentos de operador, de

multiplicador da usina e também para os
nossos técnicos de concessionárias”, disse Roberto.

Projeto Bioen e IAC desenvolvem
tecnologia de precisão

A Case IH apresentou durante a
Agrishow suas principais colhedoras
disponíveis no mercado, a A4000 e série
A8000, que reúnem inovações tecnológicas, proporcionando redução de custo
operacional e maior produtividade.
Segundo o especialista de marketing
de produto da empresa, Roberto Biasotto, a A4000 foi desenvolvida para colheitas em áreas plantadas com espaçamento
reduzido. Já a A8000 é uma colhedora
tradicional, fundamental para o setor canavieiro. “Elas atuam na colheita de cana
reduzindo o custo, ou seja, nessa transição de colheita manual para mecanizada,
o principal fator é a redução de custos”,
explicou Biosatto.
Com essa transição, as colheitadeiras
apresentam vantagens ambientais e também
agronômicas, como maior produtividade,
conservação do solo e redução de custos.
A série A8000, devido a sua maior
capacidade, geralmente é adquirida por
usinas. Ela colhe, em média, 150 a 200
mil toneladas de cana numa safra, o
equivalente a 40 toneladas por hora. Já a
A4000 colhe em torno de 30 a 40 mil toneladas durante uma safra, o equivalente
a 20 toneladas por hora.
“Apesar da Case ter iniciado seu trabalho com grandes produtores, hoje ela
personaliza todas as suas máquinas e
equipamentos para os pequenos e médios
produtores também, tanto que, a A4000
foi lançada na inclusão do Programa
Mais Alimentos”, disse Biasotto.
A grande novidade lançada na feira
foi o simulador de colheita de cana, que
está sendo desenvolvido para auxiliar no
treinamento de operadores. Este equipamento faz com que o operador passe
por todas as etapas de uma colhedora
normal, tornando-o melhor capacitado e

Marcos Martins (Santal), Marcos Landell (IAC) e Marco Antônio Gobesso (Santal)
apresentam o Caminhão Instrumentado.

Durante a Agrishow 2011, a Santal
lançou um caminhão instrumentado
para fazer colheita mecanizada de experimentos de cana-de-açúcar. O equipamento é na realidade um sobre-cesto
acoplado ao caminhão e estruturado
sobre quatro células de carga que obtêm a pesagem da cana com precisão.
Sua capacidade de carga é de aproximadamente sete toneladas.

Balanças, com apoio do Programa FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa
do Estado de São Paulo) de Pesquisa em
Bioenergia (BIOEN).RC

“O comboio tem sensores com células de carga que viabilizam a pesagem da cana imediatamente após
o corte e armazenam os dados em
dispositivo acoplado à cabine do caminhão”, explica o pesquisador e diretor do IAC, - Instituto Agronômico,
Marcos Landell.
Esta pesquisa surgiu com o intuito
de repetir nos ensaios a colheita mecânica crua, tentando se aproximar o mais
perto possível da realidade ambiental e
também ampliar a rede experimental de
desenvolvimento de variedades e os estudos nas áreas de fitotecnias.
A pesquisa foi desenvolvida em parceria com as empresas Santal e Técnica

Interior do Caminhão Instrumentado em foco painel conectado aos sensores
localizados no sobre-cesto.
Nele o motorista pode verificar o peso da
carga com precisão
Revista Canavieiros - Maio 2011
26

Informações Setoriais

CHUV
AS DE ABRIL

e Prognósticos Climáticos
As chuvas do mês de ABRIL de 2011 são mostradas no quadro a seguir.

Engº Agrônomo Oswaldo Alonso
Consultor Agronômico da Canaoeste

A média das chuvas anotadas em
ABRIL (99mm) “ficaram” (quase uma
vez e meia)acima da média das médias
históricas (76mm). Chamou a atenção os volumes de chuvas registradas
(≈130mm) no eixo Luiz Antonio - Sertãozinho - Bebedouro. Enquanto que, na
faixa imaginária Morro Agudo-Barretos
as chuvas (≈40mm) foram bem inferiores às respectivas normais climáticas.

A

média das chuvas anotadas em
ABRIL (99mm) “ficaram” (quase uma vez e meia) acima da
média das médias históricas (76mm).
Chamou a atenção os volumes de chuvas registradas (≈130mm) no eixo Luiz
Antonio - Sertãozinho - Bebedouro. En-

quanto que, na faixa imaginária Morro
Agudo-Barretos as chuvas (≈40mm) foram bem inferiores às respectivas normais climáticas.
O Mapa 1 abaixo, mostra que até meados de ABRIL (14 a 17), a disponibili-

Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre 14 a 17 de ABRIL de 2011.

Revista Canavieiros - Maio de 2011

dade d’água do solo encontrava-se muito
favorável no quadrante Nordeste e Sudoeste do Estado, em nível médio na faixa
Central e extremo Oeste, mas já crítica
na faixa Centro-Noroeste de São Paulo,
deixando evidente a irregularidade das
chuvas no Estado.

Mapa 2:- Água Disponível no S
27
Nota-se a restritiva condição de umidade dos solos em
quase toda área canavieira do Estado, já no início da safra
passada (Mapa 2 - ABRIL 2010). Ao final de ABRIL deste
ano observa-se a persistência da crítica condição da disponibilidade de água no solo em toda faixa (parte do)Centro e
Oeste do Estado de São Paulo.

Mapa 4:- Prognóstico de consenso entre INMET e INPE
para a Região Centro Sul durante o trimestre maio a julho de 2011.
Adaptado pela CANAOESTE

Para subsidiar planejamentos de atividades futuras, a CANAOESTE resume abaixo o prognóstico climático, consensuado entre INMET-Instituto Nacional de Meteorologia e
INPE-Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, para os meses de maio a julho de 2011:
• As temperaturas médias poderão “ficar” próximas das normais
climáticas em toda área Sucroenergética do Centro Sul do Brasil;
• Por sua vez, as chuvas (como mostra o Mapa 4) poderão
“ficar” ao redor das normais climáticas em quase toda área
Sucroenergética do Centro Sul do Brasil, com gradativa redução no decorrer do trimestre maio a julho;
• Para referências, as médias históricas para Ribeirão Preto e municípios vizinhos, pelo CentroCana e Apta-IAC, são de 55mm em
maio, próximo de 30mm em junho e de 20mm em julho.
Por sua vez, a SOMAR Meteorologia assinala que, para a
região de abrangência CANAOESTE e após novas e revisões
das “rodadas” de previsões climáticas, as chuvas previstas para
ocorrer entre maio a agosto poderão ser próximas ou ligeiramente aquém das respectivas médias históricas. Idem, no mesmo período, quanto às temperaturas médias, após as mesmas revisões.
Já com vistas para a safra 2012/13, recomenda-se aos Produtores em início de suas colheitas, que procedam aos esmerados tratos culturais mecânicos e/ou químicos. Já nas áreas que

Solo ao final de ABRIL de 2010.

estejam comprometidas por danos com pragas, doenças, falhas ou
elevada infestação de ervas daninhas e com vistas às safras futuras
(2013/14 e seguintes), merecem e justificam-se renovações.
Persistindo dúvidas, consultem os técnicos próximos ou através do Fale Conosco CANAOESTE. RC

Mapa 3:- Água Disponível no Solo ao final de ABRIL de 2011

RC

Revista Canavieiros - Maio 2011
28

Assuntos Legais

Alteração do Código
Florestal - mobilização para
que isso ocorra

C

omo todos vem acompanhando pela imprensa, está se travando uma árdua batalha no
Congresso Nacional para alteração
do arcaico Código Florestal. Digo
arcaico porque uma lei que coloca
90% de um segmento da sociedade,
no caso os agricultores, na ilegalidade, não pode ser considerado de outra
forma, como apregoam alguns, que

insistem em defender a idéia de se
tratar da legislação mais avançada do
planeta. Só esqueceram de dizer que
as áreas de preservação permanente
existem apenas em alguns países e
não ultrapassam a faixa de 5 metros,
assim como não existe, em nenhum
outro país do mundo a chamada reserva florestal legal, sendo uma criação exclusiva do Brasil.

Juliano Bortoloti
Advogado da Canaoeste

Não estamos aqui repelindo a importância da conservação e preservação da
vegetação nativa, mas repelimos sim a
sua recomposição em áreas de exploração consolidada antes da existência
e criação de institutos ambientais que
restringem o direito de propriedade, às
custas do particular e sem a participação mínima da sociedade. E, isso, em
um País que mais que preserva mais de
60% da área de seus biomas, realidade
muito diferente de todos os países europeus, onde estão sediadas a maioria
das ONG’s (Organizações Não Governamentais) dita ambientais, que, certamente, usam a bandeira ambiental para
defender outros interesses, com raríssimas exceções.
Se isso ocorrer, certamente vai significar o fim dos pequenos e médios
agricultores que não possuem vegetação nativa suficiente para averbar e,
tampouco, dinheiro para tanto, haja vista que o custo para isso fica em aproximadamente R$ 10 mil por hectare, sem
contar a perda de receita em decorrência
da diminuição da área produtiva.
Muitos, aliás, tem usado as catástrofes em cidades como o Rio de Janeiro,
para tentar impedir a mudança do Código Florestal, porém, omitem ao dizer
que no campo, não há construção em
áreas de risco.
Aliás, há inúmeros outros argumentos para defender a alteração do Código Florestal. Vou pedir permissão aqui
para colar um panfleto elaborado pela
Confederação Nacional da Agricultura,
que muito bem trata a questão.

Revista Canavieiros - Maio de 2011
29

Mobilização de agricultores em Brasília, abril de 2011

Diante destes argumentos, devemos mobilizar nossos deputados e senadores exigindo que votem pela alteração do
Código Florestal, pois não dá mais para aceitar que os agricultores que produzem alimentos e combustíveis renováveis
com os menores preços do mundo, exportando excedentes e
gerando riquezas para o Brasil, continuem a serem chamados
de criminosos ambientais por pessoas que desconhecem a realidade rural, amparados em uma legislação feita através de
Medida Provisória, que via de consequência, não foi discutida pelos representantes do povo (Congresso Nacional), como
corretamente quer se fazer agora. RC
Revista Canavieiros - Maio 2011
30

Opinião

Veículos “flex” . . . 8 anos
Oswaldo Alonso
Consultor Agronômico CANAOESTE

E

m março de 2003, a indústria automobilística lançou no mercado brasileiro os veículos bicombustíveis-“flex”- abreviação comercial
e popular atribuído aos veículos leves
bicombustíveis, movidos a gasolina e
a etanol hidratado carburante, em proporções preferenciais e/ou econômicas
pelos proprietários. Entretanto e efetivamente, foi ao final do 1º semestre de
2003 que os veículos flex “receberam”
sua aceitação pelos consumidores e
crescimento de produção.
À título de lembrança, em março
de 2008, os 26 primeiros flex foram
fabricados pela Volksvagen e, ao final
do 1º semestre de 2003, somando com
os da General Motors, já eram quase 4
mil destes veículos vendidos. Acontecimento tecnológico este, que resultou
de um sistema mecânico-energético que
permitiu o novo ciclo de utilização do
etanol hidratado combustível, trazendo
consigo as indiscutíveis vantagens am-

bientais, sociais (saúde, principalmente)
e econômicas. Ganhos estes muito bem
defendidos e intensamente divulgados
em torno do planeta pelo governo e setor
sucroenergético. É claro que sua utilização está contingenciada à sua paridade
técnica-custo frente à gasolina “C”, ou
seja, será vantajoso quando o preço (na
bomba) do etanol hidratado combustível for igual ou menor a 70% do preço
da gasolina. Enfatizando que, ambiental
e socialmente, a paridade é bem maior
que aquela paridade econômica. Detalhes podem ser consultados nas recentes
publicações “A História do Carro Flex
no Brasil” e “Do álcool ao etanol: trajetória única” que podem ser consultados
na Biblioteca da Canaoeste.
No Gráfico 1, é mostrada a linha de
tendência entre paridade preços (na
bomba) etanol/gasolina o provável
percentual de utilização de etanol hidratado combustível pelos automóveis
e veículos leves flex.

Gráfico 1:- curva de tendência entre relação % de preços do etanol e gasolina na
bomba e o % de utilização do etanol hidratado combustível.

Fonte: Tarcilo Rodrigues - Bioagência.

A curva (linha) de tendência ilustrada no Gráfico 1 é resultante do % de utilização do etanol hidratado combustível em função da relação % de preços na bomba
entre etanol e gasolina. Dados estes de muitos anos e apresentado pela Bioagência.
Exemplificando, a 60% de paridade entre preços de etanol e gasolina, esta linha de
tendência mostra que há quase 100% de probabilidade de que a utilização de etanol
hidratado pelos veículos flex estará bem próximo de 70%.
Revista Canavieiros - Maio de 2011

Segundo a ANFAVEA - Associação
Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, de março de 2003 até o mais
recente informe-abril de 2011 - foram vendidos/licenciados quase 13 milhões e 370
mil veículos flex, que significam 71,6%
dos 18 milhões e 666 mil automóveis e
veículos leves. Entretanto, estima-se que,
após sucateamento (pela idade, sinistros é
a maior causa), a atual frota de veículos
flex venha ser pouco mais de 12 milhões
e 400 mil (Tarcilo Rodrigues – Bioagência). Isto significa que sua participação na
frota, no mesmo período e mesmos percentuais de sucateamentos de veículos à
gasolina, etanol e diesel, possa ser ligeiramente maior que os 71,6% acima.
Entretanto, os Gráficos 2 a 4 mostram
que já acendeu a “luz amarela” da participação dos veículos flex nos totais de
licenciamentos dos automóveis e veículos leves.
Embora o atual governo, a mídia e,
também, significativa parcela de consumidores tenham criticado energicamente
o setor sucroenergético, parecem terem
se esquecido de percalços e contratempos recentes (cronologicamente, menos
de três anos para cá), tais como, os citados por Carvalho, L.C.C-Caio em recente evento Canaplan: a) crise de crédito desde o final de 2008; b) muitas das
empresas e grupos do setor com elevados
endividamentos; c) consequentemente,
houve estagnação de investimentos agrícolas (em tratos culturais de canaviais
remanescentes, renovações e expansões), resultando em envelhecimento e
perda de produtividade da cultura; d) de
investimentos industriais (manutenções/
adequações e novos projetos); e) pela
curva de aprendizado em ambientes de
produção menos favoráveis em muitos
dos greenfields e em expansões das unidades tradicionais. Além destas, as relatadas por todas as atividades agrícolas e,
notadamente, pelo setor sucroenergético,
como: 1) as adversas condições climáticas no decorrer da safra 2009/2010,
com excesso de chuvas a partir de julho/
agosto, impactando em forte redução da
31
qualidade da cana e operacionalidade de
colheita; 2) longa estiagem já a partir de
maio da safra 2010/2011, resultando em
sensíveis decréscimos da produção de
cana e sérias sequelas para a presente safra e a futura.

Gráfico 2:- Vendas/licenciamentos anuais de veículos flex,
percentualmente aos totais de automóveis e veículos leves

No Gráfico 2, são mostrados os percentuais anuais dos veículos flex vendidos/licenciados desde março de 2003 até
abril de 2011; no Gráfico 3, detalhando
o Gráfico anterior, os percentuais quadrimestrais desde 2008. Dividiu-se em
quadrimestres, para incluir o de janeiro
a abril de 2011. Por sua vez, o Gráfico
4 apresenta os censos quadrimestrais,
compilados dos dados da ANFAVEA,
de todos os automóveis e veículos leves
vendidos/licenciados e os dos flex.
O Gráfico 2 mostra o crescente percentual de flex no total automóveis e veículos
leves até 2009 que, após este ano, começou
reduzir sua participação na frota. Redução
esta, melhor apresentada no Grafico 3.

Gráfico 3:- Vendas/licenciamentos quadrimestrais de veículos flex entre 2008 e os
primeiros quatro meses de 2011, percentualmente aos totais de automóveis e veículos leves

O Gráfico 3 apresenta em detalhes os
períodos, divididos em quadrimestres,
a partir de 2008 e o primeiro de 2011,
para se comparar aos 4 meses iniciais de
2011 e, principalmente, enfatizando a
“luz amarela”, face à gradativa redução
percentual de licenciamentos de veículos
flex, frente aos totais de automóveis e
veículos leves vendidos/licenciados.
Nota-se no Gráfico 4, em quadrimestres a partir de 2008, que os flex e totais
de automóveis e veículos leves licenciados tem experimentado acréscimos ano
a ano. Nota-se, ainda, que via de regra,
os primeiros quatro meses de cada ano
mostram vendas/licenciamentos inferiores aos demais quadrimestres.
Entretanto e também como apresentado no Gráfico 3, torna muito evidente,
e já propaladas, que serão necessárias
ações conjuntas entre políticas públicas,
da indústria do etanol e automobilística,
objetivando obter expressivos recursos
financeiros para as ultra-necessárias e urgentes novas unidades produtoras (anexas ou não)de etanol;, equilíbrio e condizente remuneração para toda cadeia
produtiva de cana e etanol-distributivavendas; menor volatilidade dos preços
ao longo dos anos-safras e que sejam
atrativos aos consumidores. RC

Gráfico 4:- Números de veículos, em quadrimestres, compilados das Cartas ANFAVEA de
todos os automóveis/veículos leves vendidos/licenciados e dos flex.

Fontes consultadas: ANFAVEA, Bioagência, Canaplan, ÚNICA e as publicações citadas.
Revista Canavieiros - Maio 2011
32

Destaque

Unica pede medidas do governo
Carla Rodrigues

Em aula especial aos alunos da Uniceise, o presidente da Unica,
Marcos Jank, falou sobre preços, mercado e a importância da qualificação profissional do país

F

oi realizada no dia 12 de maio,
no auditório do Centro Empresarial Zanini, em Sertãozinho,
uma aula especial para os alunos da
Uniceise (Universidade Corporativa do
Setor Sucroenergético), proferida pelo
presidente da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), Marcos Jank.
Estiveram presentes também, o presidente e o vice- presidente do Ceise
Br (Centro Nacional das Indústrias do
Setor Sucroeneregético e Biocombustíveis), Adézio José Marques e Antonio
Eduardo Tonielo Filho, o presidente da
Orplana (Organização de Plantadores
de Cana da Região Centro Sul), Ismael
Perina Junior, o presidente da Copercana e Sicoob Cocred, Antônio Eduardo Tonielo e o secretário da Indústria
e Comércio de Sertãozinho, Marcelo
Pelegrini, na ocasião representando o
prefeito municipal, Nério Costa.
Antes de iniciar sua apresentação,
Marcos reuniu os jornalistas em uma
coletiva de imprensa e cobrou medidas
do governo para garantir a oferta do
etanol até 2020, já que “o setor enfrentou uma crise muito grande e os investimentos, que seriam usados em novos
projetos, foram transferidos para as
empresas que já estavam no mercado”,
explicou Jank.

Antonio Eduardo Tonielo (conselheiro da Unica), Marcos Jank (presidente da Unica) e
Adézio Marques (presidente do Ceise Br) durante coletiva de imprensa

Para a Unica, o grande desafio é
como fazer o setor crescer nos próximos 10 anos e, além disso, vender o
etanol a 70% do preço da gasolina. O
executivo também lembrou que é necessário garantir o período da entressafra e para isso diz que o governo
precisa tomar algumas providências
urgentes, como por exemplo, ampliar
o mecanismo de contratação e estocagem de etanol e trabalhar para reduzir a volatilidade do álcool anidro,
encontrando preços que mantenha

Pedro Esrael Bighetti, diretor da Copercana e Giovanni Rossanez , gerente financeiro da
Copercana também estiveram presentes no evento
Revista Canavieiros - Maio de 2011

uma média ao longo do ano.
Uniceise
Ao lado das outras lideranças do
setor, o presidente da Unica falou
sobre a importância da criação da
Uniceise, que qualifica profissionais
para trabalhar no setor. “O setor sucroenergético se torna cada vez mais
competitivo, e para acompanhar esse
crescimento, precisamos ter mão-deobra qualificada, e é isso que esta
universidade oferece”, disse Jank. RC
33

VENDE-SE

Trator Valtra/Valmet; Modelo: 1380
4X4; Ano/Mod.: 1997/1997
R$ 35.000,00;
Tratar com Luis (16) 9145-3100.
VENDE-SE

- Caminhão VW 12-170bt, ano 99
toco, em ótimo estado geral de conservação, equipado com tanque de água
10.000L e acessórios, tudo novo sem
uso, 0 km, utilizado em controle de
queimadas bombeiro ou como pipa no
setor de terra planagem. Pronto para
trabalhar. Tratar pelos telefones: (16)
3945-1250 / 9766-9243 / 7813-3866
id 96*81149.
VENDE-SE

- Fábrica de sabão com capacidade
1.000 kg/h.
Sistema de Atomização 1.000 Kg/h:
caldeira a lenha e óleo, cap. 1.500 Kg,
extrusora G. Mazone, cap. 1.000 kg/h,
atomizador, cortador, pulmão, filtro,
trocador de calor, condensador, unidade de refrigeração, caixa d’água, bombas de vácuo, torre de resfriamento, conexões, tubos, válvulas. Equipamentos
para Preparação de Massa 1.000 Kg/h:
tacho de cozimento, mezaninos, caixa
d’ água, bombas de vácuo, tanques deposito de matéria prima, tubos, válvulas, termômetros, isolamento térmico,
etc. Valor: R$ 265.000,00 (condições
de pagamento a combinar). Entrega
imediata. Tratar com Rivaldo pelos telefones: (81)3724-7895/9983-8416 ou
pelo e-mail: contato@bolsamaquinasnordeste.com
VENDEM-SE

- 01 invertedor de amendoim (arrancador);
- 01 serra Fita Schiffer vol. 1- 10 mts;
- 01 serra Fita Horizontal (Mendes);
- 01 desdobro;
- 01 grade aradora 12x32 com controle remoto;
- 03 destopadeiras pneumáticas;

- 02 circulares;
- 01 trator TL 75 - ano 2002 - 4x2;
- 01 uniport Selv Spray 2002;
- 01 adubador 16 linhas - ano 2005
Super Novo;
- 01 ranger 4x4 -07 - XLS Cabine
Dupla
Tratar com Lair Ribeiro pelo telefone: (16) 3667-3322.
COMPRA-SE

- Tubos de irrigação de todos os diâmetros, motobombas, rolão autopropelido, pivot, etc. Pagamento á vista.
Tratar com Carlos pelo telefone: (19)
9166-1710 ou pelo e-mail: cyutakam@
hotmail.com.
VENDEM-SE

- 01 galego reboque canavieiro, reboque / truck / galego BR;
- 01 stara sfil, adubadeira, reb
10.000 série 02/0496, peso 8.200 ,com
01 eixo, 2002;
- 02 dmb cobridor de cana com 02
bombas, 2002;
- 03 munari cultivador de 09 linhas;
- 04 stara distribuidor de corretivos,
bruttus 6.000 c/ 02 pneus, 2005;
- 05 piscin niveladora de 60 disco,
22 polegadas com pistão;	
- 06 tatu plantadeira, 9/8 plantio direto, 2003;
- Compro lascas e mourões de aroeira. Tratar com Marco Aurélio pelos telefones: (017) 3325-2608 / (017) 96193333 / (017) 8121-3347.	
VENDEM-SE

- 01 caixa d’água modelo australiana para 50.000 lts;
- 01 caixa d’água modelo australiana para 5.000 lts;
- 01 transformador de 15 KVA;
- 01 transformador de 45 KVA;
- 01 transformador de 75 KVA;
- mourões de aroeira;
- coxos de cimento;
- porteiras;

- 01 repetidora com 10 rádio-amadores e 3 HT;
- 01 cultivador de cana DRIA 2006
semi-novo.
Tratar com Wilson pelo telefone:
(17) 9739-2000 – Viradouro SP.		
VENDE-SE

- Excelente sítio em Sertãozinho à 5
km da Usina Santo Antônio, com 5,81
hectares, todo formado em cana-deaçúcar, não perde nada.Tratar com Fernando pelo telefone: (16) 9205-1151.	
VENDE-SE

- Scania R 112 83, impecável. Tratar
com Plauto pelo telefone :(41) 30351938 ou pelo email: planetatruck@hotmail.com.
VENDE-SE

- 02 Caminhões traçados para plantio de cana. 01 MB 2213 / 82 c/ gaiola
p/ plantio = R$ 58.000,00. 01 MB 2213
/ 88 c/ gaiola p/ plantio = R$ 68.000,00.
Tratar com Luiz Geraldo pelo telefone:
(34) 9974-0730 ou pelo email: grupocastro@terra.com.br.
VENDE-SE

- Fábrica de aguardente - capacidade de 1000 lts hora; venda completa ou
parcial. Tratar com Marcio Viana pelo
telefone: (31) 9965-4709 ou pelo email:
aguardenteurucania@bol.com.br.
VENDE-SE
- Mercedes Benz axor 3340 s - ano/
modelo: 2006/2006 - comb: diesel - cor
predominante: branca, localização do
lote: serra/ES. Tratar com Cíntia Liberatti pelo telefone: (11) 2184-0949 ou
pelo email: cl@sold.com.br.
PRESTAÇÃO DE SERVIÇO
- Precisa-se de caminhões para
plantio com urgência. Ótimos ganhos.
Tratar com Ronildo pelo telefone: (67)
8105-5950 ou pelo e-mail: ronildomicrolins@hotmail.com
Revista Canavieiros - Maio 2011
34

34

“General Álvaro
Tavares Carmo”

A geração termoelétrica com a queima
do bagaço de Cana-de-Açúcar no Brasil
Análise do Desempenho da Safra 2009 2010 (Publicado em Março 2011 - Conab)

Cultivando
a Língua Portuguesa
Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer
algumas dúvidas a respeito do português.

“O outro não o preenche. Preenchimento é interno”
Osho
1) Pedro atrasou o relatório do trabalho. Entregou-o “ante-ontem”.
...e Pedro está atrasado com o estudo da Nova Regra Ortográfica (VOLP-5 edição).
A expressão correta, segundo o Vocabulário Ortográfico
da Língua Portuguesa (VOLP) é: anteontem.
Regra nova: quando o primeiro elemento termina por vogal diferente daquela que
inicia o segundo elemento, a palavra é escrita sem hífen.
No exemplo: ante: primeiro elemento - termina com a vogal e
Ontem: segundo elemento - incia com a vogal o
Duas vogais diferentes - a expressão é escrita sem o hífen

“Este estudo representa um esforço da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em
trazer um pouco de luz para uma questão estratégica para qualquer país: a geração e a distribuição de energia elétrica. O foco do trabalho
está concentrado no uso de um combustível que
já faz parte das fontes em uso atualmente, porem com pequena participação no total nacional
e com pouco prestígio entre os profissionais do
assunto: o bagaço da cana-de-açúcar. Nesta linha
de preocupações, o presente estudo, a partir dos
dados coletados pelos técnicos da Companhia
em todas as unidades de produção brasileiras,
faz uma análise técnica de uma matéria muito
importante para o país: a cogeração de energia
elétrica a partir de um combustível não convencional, mas que somente nos anos recentes tem
conhecido algum desenvolvimento.”

2) Maria decidiu retomar o namoro. Saiu com o “ex namorado”.
Para retomar algum “ex” só com hífen, prezado amigo leitor!
Dica fácil: quando o primeiro elemento é o prefixo ex, usa-se o hífen (aqui cito a
regra do prefixo ex)
Retome, corretamente, com o Novo Acordo Ortográfico (5 edição): ex-namorado
(com hífen).
3) Pedro escreveu no documento a “sequência” das novas regras do departamento.
Correto, Pedro!
Para as novas regras funcionarem, segundo o VOLP (5 edição) sem trema.
O trema não existirá mais (regra geral), segundo o Novo Acordo Ortográfico.
PARA VOCÊ PENSAR:
“Qualquer um pode zangar-se isso é fácil.
Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo e da
maneira certa não é fácil”
Aristóteles - Ética a Nicômaco

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento. A geração termoelétrica com a queima do bagaço de cana-de-açúcar no Brasil: análise
do Desempenho da Safra 2009-2010. Brasília: Conab, 2011. Disponível em: www.conab.gov.br/OlalaCMS/uploads/arquivos/11_05_05_15_45_40_geracao_termo_baixa_res..pdf
Os interessados em conhecer as sugestões de
leitura da Revista Canavieiros podem procurar a
Biblioteca da Canaoeste, na Rua Augusto Zanini,
nº1461 em Sertãozinho, ou pelo telefone :
(16)3946-3300 - Ramal 2016
Revista Canavieiros - Maio de 2011

Dicas e sugestões, entre em contato: renatacs@convex.com.br
* Advogada, Prof. de Português, Consultora e Revisora, Mestra USP/RP, Especialista em Língua
Portuguesa, Pós-Graduada pela FGV/RJ, com MBA em Direito e Gestão Educacional, autora de vários
livros como a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras), em co-autoria.
35

Revista Canavieiros - Maio 2011
36

Revista Canavieiros - Maio de 2011

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

Edição 107 maio 2015 - agrishow 2015 tem queda de 30% nas vendas
Edição 107   maio 2015 - agrishow 2015 tem queda de 30% nas vendasEdição 107   maio 2015 - agrishow 2015 tem queda de 30% nas vendas
Edição 107 maio 2015 - agrishow 2015 tem queda de 30% nas vendasRafael Mermejo
 
Drone: monitoramento feito das alturas
Drone: monitoramento feito das alturasDrone: monitoramento feito das alturas
Drone: monitoramento feito das alturasRafael Mermejo
 
Edição 104 fevereiro 2015 - cadê a cana
Edição 104   fevereiro 2015 - cadê a canaEdição 104   fevereiro 2015 - cadê a cana
Edição 104 fevereiro 2015 - cadê a canaRafael Mermejo
 
Edição 103 janeiro 2015 - o grito do setor
Edição 103   janeiro 2015 - o grito do setorEdição 103   janeiro 2015 - o grito do setor
Edição 103 janeiro 2015 - o grito do setorRafael Mermejo
 
Edição 105 março 2015 - vitrine de variedades
Edição 105   março 2015 - vitrine de variedadesEdição 105   março 2015 - vitrine de variedades
Edição 105 março 2015 - vitrine de variedadesRafael Mermejo
 
Edição 102 dezembro 2014 - Etanol 2G
Edição 102   dezembro 2014 - Etanol 2GEdição 102   dezembro 2014 - Etanol 2G
Edição 102 dezembro 2014 - Etanol 2GRafael Mermejo
 
Edição 100 outubro 2014 - tv canaoeste
Edição 100   outubro 2014 - tv canaoesteEdição 100   outubro 2014 - tv canaoeste
Edição 100 outubro 2014 - tv canaoesteRafael Mermejo
 

La actualidad más candente (20)

Ed65novembro11
Ed65novembro11Ed65novembro11
Ed65novembro11
 
Edição 107 maio 2015 - agrishow 2015 tem queda de 30% nas vendas
Edição 107   maio 2015 - agrishow 2015 tem queda de 30% nas vendasEdição 107   maio 2015 - agrishow 2015 tem queda de 30% nas vendas
Edição 107 maio 2015 - agrishow 2015 tem queda de 30% nas vendas
 
Drone: monitoramento feito das alturas
Drone: monitoramento feito das alturasDrone: monitoramento feito das alturas
Drone: monitoramento feito das alturas
 
Edição 104 fevereiro 2015 - cadê a cana
Edição 104   fevereiro 2015 - cadê a canaEdição 104   fevereiro 2015 - cadê a cana
Edição 104 fevereiro 2015 - cadê a cana
 
Ed24junho08
Ed24junho08Ed24junho08
Ed24junho08
 
Ed52outubro10
Ed52outubro10Ed52outubro10
Ed52outubro10
 
Edição 103 janeiro 2015 - o grito do setor
Edição 103   janeiro 2015 - o grito do setorEdição 103   janeiro 2015 - o grito do setor
Edição 103 janeiro 2015 - o grito do setor
 
Edição 105 março 2015 - vitrine de variedades
Edição 105   março 2015 - vitrine de variedadesEdição 105   março 2015 - vitrine de variedades
Edição 105 março 2015 - vitrine de variedades
 
Clipping cnc 05092014 versao de impressao
Clipping cnc 05092014   versao de impressaoClipping cnc 05092014   versao de impressao
Clipping cnc 05092014 versao de impressao
 
Edição 102 dezembro 2014 - Etanol 2G
Edição 102   dezembro 2014 - Etanol 2GEdição 102   dezembro 2014 - Etanol 2G
Edição 102 dezembro 2014 - Etanol 2G
 
Ed30dezembro08
Ed30dezembro08Ed30dezembro08
Ed30dezembro08
 
Ed27setembro08
Ed27setembro08Ed27setembro08
Ed27setembro08
 
Clipping cnc 13032018
Clipping cnc 13032018Clipping cnc 13032018
Clipping cnc 13032018
 
Ed66dezembro11
Ed66dezembro11Ed66dezembro11
Ed66dezembro11
 
Ed49julho10
Ed49julho10Ed49julho10
Ed49julho10
 
Ed02ago07
Ed02ago07Ed02ago07
Ed02ago07
 
Edição 100 outubro 2014 - tv canaoeste
Edição 100   outubro 2014 - tv canaoesteEdição 100   outubro 2014 - tv canaoeste
Edição 100 outubro 2014 - tv canaoeste
 
Clipping cnc 30082016 versão de impressão
Clipping cnc 30082016   versão de impressãoClipping cnc 30082016   versão de impressão
Clipping cnc 30082016 versão de impressão
 
Ed36junho09
Ed36junho09Ed36junho09
Ed36junho09
 
Clipping cnc 23092014 versao de impressao
Clipping cnc 23092014   versao de impressaoClipping cnc 23092014   versao de impressao
Clipping cnc 23092014 versao de impressao
 

Similar a Ed59maio11 (20)

Ed63setembro11
Ed63setembro11Ed63setembro11
Ed63setembro11
 
Ed50agosto10
Ed50agosto10Ed50agosto10
Ed50agosto10
 
Ed26agosto08
Ed26agosto08Ed26agosto08
Ed26agosto08
 
Ed28outubro08
Ed28outubro08Ed28outubro08
Ed28outubro08
 
Ed54dezembro10
Ed54dezembro10Ed54dezembro10
Ed54dezembro10
 
Ed60junho11
Ed60junho11Ed60junho11
Ed60junho11
 
Ed38agosto09
Ed38agosto09Ed38agosto09
Ed38agosto09
 
Ed44fevereiro10
Ed44fevereiro10Ed44fevereiro10
Ed44fevereiro10
 
Ed61julho11
Ed61julho11Ed61julho11
Ed61julho11
 
Edição 99 setembro 2014 - fenasucro 2014
Edição 99   setembro 2014 - fenasucro 2014Edição 99   setembro 2014 - fenasucro 2014
Edição 99 setembro 2014 - fenasucro 2014
 
Ed34abril09
Ed34abril09Ed34abril09
Ed34abril09
 
Ed56fevereiro11
Ed56fevereiro11Ed56fevereiro11
Ed56fevereiro11
 
Youblisher.com 1201680-terra cia-edi_o_198
Youblisher.com 1201680-terra cia-edi_o_198Youblisher.com 1201680-terra cia-edi_o_198
Youblisher.com 1201680-terra cia-edi_o_198
 
Ed53novembro10
Ed53novembro10Ed53novembro10
Ed53novembro10
 
Ed48junho10
Ed48junho10Ed48junho10
Ed48junho10
 
Ed47maio10
Ed47maio10Ed47maio10
Ed47maio10
 
Ed41novembro09
Ed41novembro09Ed41novembro09
Ed41novembro09
 
25 de Abril Agrishow
25 de Abril Agrishow25 de Abril Agrishow
25 de Abril Agrishow
 
Livro a cadeia do algodao abrapa
Livro a cadeia do algodao   abrapaLivro a cadeia do algodao   abrapa
Livro a cadeia do algodao abrapa
 
Ed31janeiro09
Ed31janeiro09Ed31janeiro09
Ed31janeiro09
 

Más de Rafael Mermejo

Más de Rafael Mermejo (11)

Lacqua Di Fiori no Marketing Multinivel
Lacqua Di Fiori no Marketing MultinivelLacqua Di Fiori no Marketing Multinivel
Lacqua Di Fiori no Marketing Multinivel
 
Edição 101 novembro 2014 - pragas sob controlet
Edição 101   novembro 2014 - pragas sob controletEdição 101   novembro 2014 - pragas sob controlet
Edição 101 novembro 2014 - pragas sob controlet
 
Agrishow 2012
Agrishow 2012Agrishow 2012
Agrishow 2012
 
Biocoop conquista prêmio Mérito Syngenta 2012
Biocoop conquista prêmio Mérito Syngenta 2012Biocoop conquista prêmio Mérito Syngenta 2012
Biocoop conquista prêmio Mérito Syngenta 2012
 
Ed69marco12
Ed69marco12Ed69marco12
Ed69marco12
 
Ed68fevereiro12
Ed68fevereiro12Ed68fevereiro12
Ed68fevereiro12
 
Ed64outubro11
Ed64outubro11Ed64outubro11
Ed64outubro11
 
Ed62agosto11
Ed62agosto11Ed62agosto11
Ed62agosto11
 
Ed58abril11
Ed58abril11Ed58abril11
Ed58abril11
 
Ed57marco11
Ed57marco11Ed57marco11
Ed57marco11
 
Ed55janeiro11
Ed55janeiro11Ed55janeiro11
Ed55janeiro11
 

Ed59maio11

  • 2. 2 Revista Canavieiros - Maio de 2011
  • 4. Editorial 4 Expediente: Conselho Editorial: Antonio Eduardo Tonielo Augusto César Strini Paixão Clóvis Aparecido Vanzella Manoel Carlos de Azevedo Ortolan Manoel Sérgio Sicchieri Oscar Bisson Editora: Carla Rossini - MTb 39.788 Projeto gráfico e Diagramação: Rafael H. Mermejo Equipe de redação e fotos: Carla Rodrigues - MTb 55.115 Murilo Sicchieri Rafael H. Mermejo Comercial e Publicidade: Marília F. Palaveri (16) 3946-3311 - Ramal: 2008 comercial@revistacanavieiros.com.br atendimento@revistacanavieiros.com.br Impressão: São Francisco Gráfica e Editora Ltda Tiragem: 11.000 exemplares ISSN: 1982-1530 A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do Sistema Copercana, Canaoeste e SicoobCocred. As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. A reprodução parcial desta revista é autorizada, desde que citada a fonte. Endereço da Redação: A/C Revista Canavieiros Rua Dr. Pio Dufles, 532 Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-680 Fone: (16) 3946 3311 - (ramal 2190) www.revistacanavieiros.com.br A realização da Agrishow e a retomada de negócios na agricultura N egócios que contabilizaram R$ 1.755 bilhão, assim foi a Agrishow 2011 (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação) que foi realizada de 2 a 6 de maio, em Ribeirão Preto e atingiu recorde em todos os seus segmentos. As informações completas e novidades sobre a maior feira de tecnologia agrícola em ação, o leitor encontrará na “Reportagem de Capa” deste mês. O entrevistado desta edição é com o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, em exercício, Antônio Junqueira. Ele conversou com a equipe de redação da Revista Canavieiros durante a Agrishow. Na entrevista, ele comenta sobre a importância do setor agrícola na economia brasileira, perspectivas futuras e seguro rural. Cleber Moraes, da M. Moraes Consultoria Agronômica Ltda e Almir Torcato, do departamento de Planejamento da Canaoeste, assinam o “Ponto de Vista” do mês de maio. Economia, crises e produção de açúcar e etanol são os temas abordados. Em “Assuntos Legais”, o advogado da Canaoeste, Juliano Bortoloti, fala sobre os argumentos que devem ser ouvidos em Brasília para realização da votação do novo Código Florestal. O advogado defende que só a votação pode impedir que milhares de produtores rurais fiquem na irregularidade. Nas “Notícias Copercana” está uma nova alternativa de negócios que foi apresentada aos produtores rurais de Orindiúva e região. Para isso, a cooperativa realizou uma reunião, no mês de RC www.twitter.com/canavieiros redacao@revistacanavieiros.com.br de 2011 Revista Canavieiros - Maio abril, que contou com a participação da Oricana (Associação dos Fornecedores de Cana da Região de Orindiúva), do Grupo Bunge (Usina Moema) e da empresa Dupont. Em “Notícias Canaoeste” o leitor pode conferir o evento que aconteceu no auditório da associação em Sertãozinho, realizado em parceira com a Stab (Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil) e Unesp (Universidade Estadual Paulista). Na ocasião foram apresentados os resultados de estudos para o desenvolvimento tecnológico do setor e levantamentos de dados qualitativos nas últimas safras. Ainda em “Notícias Canaoeste”, é possível conferir a viagem de fornecedores da associação à Brasília. Na ocasião, os produtores rurais puderam acompanhar as discussões sobre a votação do Código Florestal. Em “Destaque”, está à visita do presidente da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), Marcos Jank, ao Centro Empresarial Zanini, em Sertãozinho, para proferir uma aula especial aos alunos da Uniceise (Universidade Corporativa do Setor Sucroenergético). Em “Novas Tecnologias”, o leitor poderá se informar sobre o novo herbicida lançado pela DuPont. Este produto apresenta vantagens para produtores e usinas por ser específico para a época seca da cana-de-açúcar. Além disso, não deixe de conferir as “Informações Setoriais” com o consultor agronômico da Canaoeste, Oswaldo Alonso; dicas de leitura e gramática, classificados e a agenda de eventos. Boa leitura! Conselho Editorial
  • 5. 5 Ano V - Edição 59 - Maio de 2011 Índice: Capa - 22 Agrishow 2011: negócios movimentaram R$ 1,755 bilhão Em edição recorde, feira atraiu público de 45 países e lideranças do setor E mais: Ponto de Vista I 06 - Entrevista Antônio Junqueira Sec. de Agricultura e Abastecimento do Estado de SP Hora do produtor aproveitar o bom momento 08 - Ponto de Vista Cleber Moraes Consultor Agronômico Bom momento para o setor, mas há sinais da nova crise 14 - Notícias Copercana - Copercana realiza reunião com produtores de Orindiuva - Dupont lança produto para cana-de-açúcar 15 - Notícias Canaoeste - Em busca da votação do Código Florestal - Impurezas e Qualidade de Cana-de-açúcar 18 - Notícias Sicoob Cocred .................página 08 Ponto de Vista II .................página 12 Circular Consecana .................página 16 Informações Setoriais .................página 26 Opinião .................página 30 Destaque .................página 32 - Balancete Mensal 28 - Assuntos Legais Classificados Alteração do Código Florestal - mobilização para que isso ocorra “Como todos vem acompanhando pela imprensa, está se travando uma árdua batalha no Congresso Nacional para alteração do arcaico Código Florestal. Digo arcaico porque uma lei que coloca 90% de um segmento da sociedade, no caso os agricultores, na ilegalidade, não pode ser considerado de outra forma, como apregoam alguns...” .................página 33 Cultura .................página 34 Revista Canavieiros - Maio 2011
  • 6. 6 Entrevista com: Antônio Junqueira Carla Rodrigues É assim que pensa o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, em exercício, Antônio Junqueira, que numa entrevista exclusiva a Canavieiros durante a Agrishow 2011, falou sobre a importância do setor agrícola na economia brasileira, perspectivas futuras e seguro rural. Confira! “Hora do produtor aproveitar o bom momento” Revista Canavieiros: Fale um pouco sobre a importância da realização de uma feira como a Agrishow. Antonio Junqueira: A Agrishow é a maior feira agrícola do Brasil e hoje é considerada a segunda do mundo. Estamos na região mais rica do país, e só pela alta tecnologia que a feira apresenta, já mostra sua importância. Sua localização é estratégica, num lugar onde temos mais de 45 países visitantes e estradas boas. Devido a esses e outros fatores, conseguimos receber além dos grandes produtores, os médios e os pequenos produtores também. É fácil para todo mundo chegar. Não podemos deixar de citar a capacidade da difusão de tecnologia, para isso temos aqui uma área de quase 830 hectares, que nos proporciona uma facilidade muito grande para as realizações das demonstrações de campo. Revista Canavieiros: A secretaria assinou durante a abertura da feira, uma concessão que tem como objetivo a permanência da Agrishow em Ribeirão Preto por mais 30 anos. Quais as mudanças que isso traz para a feira? Junqueira: Isso era um pedido do setor já há algum tempo. Dentro do “A Agrishow é a maior feira agrícola do Brasil e hoje é considerada a segunda do mundo. Estamos na região mais rica do país, e só pela alta tecnologia que a feira apresenta, já mostra sua importância.” estado podemos fazer convênios de até cinco anos de duração. Os patrocinadores da feira queriam fazer investimentos de vulto, para que isso aconteça, eles precisavam de uma garantia de que a feira iria permanecer aqui na cidade. O intuito dessa lei é exatamente dar segurança para que esses patrocinadores possam fazer novos investimentos, como construções fixas, melhores e maiores, por exemplo: asfaltar as ruas, melhorar sanitários, construir centros de convenções. Penso que essa lei garante a segurança necessária para que eles (organizadores) possam melhorar e apresentar mais tecnologias. Revista Canavieiros: A Secretaria de Agricultura está realizando algumas ações, entre elas o Seguro Sani- Revista Canavieiros - Maio de 2011 tário Contra Doenças Avícolas, Seguro da Viticultura e Seguro Sanitário de Citros . Fale um pouco sobre isso. Junqueira: Esse seguro sanitário abrange mais de cinco mil estabelecimentos, o que significa mais de 248 milhões de aves. É um setor importante para nós, pois movimenta na economia aproximadamente R$ 3,8 bilhões. Terá direito a esse instrumento, todos os produtores do Estado de São Paulo. É um seguro educativo e de convencimento, que atende toda cadeia produtiva. O objetivo é indenizar os produtores segurados das seguintes doenças: influenza aviária (H5N1 e subtipos), newcastle, micoplasmose e salmonelose aviária. Quanto ao setor da viticultura, hoje temos dentro do Estado de São Paulo, aproximadamente quatro mil produtores com áreas médias de 2,5 hectares. Isso também era uma reivindicação do setor e veio através da câmara setorial o pedido de um sanitário agrícola para este setor. A uva, depois da laranja é a fruta mais consumida no estado, além disso, já estão fazendo sucos de uva e vinho aqui em São Paulo, cujo mercado consome 60% do vinho produzido no Brasil. Esse seguro contemplará doenças que dão na uva e cobrirá perdas
  • 7. 7 “...Trator foi feito para trabalhar e não para passear, pensando assim, criamos o Pró-implemento, que é diferentemente do programa Pró-trator.” por excesso de chuvas. Estamos ainda elaborando este documento e acreditamos que até meados deste ano o seguro da uva e também o da avicultura, serão lançados na praça. O Seguro Citrícula já foi um sucesso no ano passado, quando beneficiávamos produtores com até 20 mil árvores; hoje estamos dobrando sua abrangência, indo até 40 mil árvores, ou seja, 95% do parque citrícula do Estado de São Paulo, garantindo renda para o produtor e crescimento do agronegócio no estado. Revista Canavieiros: O Programa Pró-trator está em vigor desde janeiro de 2009, com subsídio total dos juros, pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento, através do FEAP – Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista. Como está este programa hoje? Junqueira: Podem fazer parte do programa Pró-trator, todos os produtores com renda bruta anual até R$ 400 mil. Deveremos financiar nessa segunda etapa por volta de 4 mil máquinas, entre essas, tratores de 50 cavalos até 120. O pagamento pode ser feito em até 5 anos, com carência de 3 anos. O produtor vai escolher a máquina que quiser. Ele vai até a Casa da Agricultura, preenche o questionário, entrega seu imposto de renda e compra um trator com juros médios de 20% sobre a tabela. Esses juros quem está bancando é o Estado de São Paulo. Revista Canavieiros: Durante a abertura da Agrishow 2011, o governador Geraldo Alckmin lançou o programa Pró-implemento. Qual serão as vantagens deste programa? Junqueira: Este programa foi criado para complementar o programa Pró-trator e funcionará com as mesmas condições de crédito. Trator foi feito para trabalhar e não para passear, pensando assim, criamos o Próimplemento, que é diferentemente do programa Pró-trator. Temos uma quantidade enorme de implementos, cada um com uma cultura diferente, por isso, demoramos um pouco mais para soltar esse programa e chegamos a conclusão de que é o agricultor quem tem que escolher o implemento que precisa. Vamos disponibilizar na ordem de R$ 20 mil por produtor para que ele possa realizar junto com o Pró-trator, a compra do implemento também, adquirindo assim, um trator completo para já começar a trabalhar. Revista Canavieiros: Qual é o cenário que o senhor prevê para a agricultura brasileira neste ano? Junqueira: Neste ano temos uma conjuntura muito positiva. O setor da cana vai muito bem, o setor da laranja, da borracha vai muito bem e o setor de soja e milho melhorou bastante. Só tenho ouvido reclamações do setor arrozeiro, que tem um preço mínimo de R$ 24 e está vendendo a saca por R$ 19. São Paulo no passado foi um grande exportador e hoje é importador, na quantia de 95%, isso nos preocupa. Já a arroba (carne) deverá recompensar o produtor. Numa ótica geral, este ano é atípico, temos um ano como este a cada dez anos. Por esse motivo, acho que o produtor tem que aproveitar este momento para acertar seus débitos, colocar a vida em ordem, tentar colocar um dinheiro no banco e pensar com calma no que vai fazer. Aqui estamos cheios de oportunidades. Sei que há uma grande vontade em adquirir novas máquinas, implementos, produtos, mas é necessário agir com cautela. E acreditamos que iremos fechar este ano com chave de ouro com a aprovação do Código Florestal. Se o produtor tem segurança jurídica para se organizar e produzir, tenho certeza que iremos caminhar fortemente para o sucesso. O Brasil daqui a 15 anos estará produzindo 50% da comida do mundo. Os estrangeiros vêm para cá e ficam impressionados com a nossa tecnologia, agora só depende de nós sermos um país para frente ou ficarmos no atraso. RC O secretário Antônio Junqueira participou da reunião do Grupo Técnico da Orplana durante a Agrishow 2011 Revista Canavieiros - Maio 2011
  • 8. 8 Ponto de Vista I Cleber Moraes * Bom momento para o setor, mas há sinais da nova crise A o que tudo indica, o setor sucroenergético viverá um bom momento até 2.015, mas a próxima crise do setor com preços baixos já se desenha. Esta crise está sendo montada por todos nós, consumidores, industriais, fornecedores de cana, insumos e equipamentos, funcionários do setor, gerentes, diretores, etc e tem data marcada para ocorrer, 2015. Esta montagem segue um ciclo que se repete pelo menos desde 1975, mas que pode ter raízes mais profundas no setor. O ciclo inicia-se após um pico de preço do açúcar no mercado internacional como o ocorrido em 03 de fevereiro de 2.006. Este pico de preço é resultado de uma sequência de anos em que as produções mundiais de açúcar são inferiores ao consumo, o que leva os players deste mercado a realizar investimentos no setor e que, no instante seguinte, geram a próxima crise. Na figura 1 é apresentado um gráfico da Evolução dos Preços Mundiais de Açúcar entre os anos de 1970 e 1982, onde podem ser observados dois momentos de forte elevação nos preços seguidos de forte queda. Figura 1 – Evolução dos Preços Mundiais de Açúcar: 1970 - 1982 Neste gráfico é possível identificarmos os instantes em que o setor passou por crises e assim analisar os fatores desencadeantes destas crises. Na figura 3 apresentamos o mesmo gráfico, pontuando os momentos de crise, os períodos mais agudos das mesmas e a duração dos ciclos. Fonte: A Desregulamentação do Setor Sucroalcooleiro do Brasil - Márcia Azanha Ferraz Dias de Moraes, 2000. É importante relembrar que, nos momentos em que os preços de açúcar se recuperam, tanto no período pré-crise ou no início da recuperação do setor, sempre há reflexos nos preços de etanol. Em geral, nestes instantes, há uma oferta menor de cana-de-açúcar do que a necessária para Figura 2 - Evolução dos Preços de Açúcar do contrato No. 11 da NYBOT e as Variações dos Estoques Mundiais de Açúcar: a produção de açúcar e etanol. Como os preços de açúcar refletem mais rapidamente a informação de uma oferta menor de cana-de-açúcar, há a manutenção ou um pequeno crescimento da produção de açúcar, limitado pela capacidade instalada das indústrias que tem flexibilidade entre açúcar e álcool limitada, entretanto, como a oferta de matéria-prima é menor, os efeitos repercutem na produção e, por fim, nos preços do etanol. Em função da crise, assistimos no mercado e no campo uma série de atitudes que levam à criação de uma nova crise. Vejamos a figura 4 onde são apresentados os preços do Kg de ATR no período das safras de 1998/1999 até a safra 2006/2007. Fonte: Czarnikow Sugar Revista Canavieiros - Maio de 2011 Logo abaixo dos preços de cada safra, indicamos quais foram as atitudes das usinas, destilarias e dos produtores de cana em cada safra. Estas atitudes foram consequência das condições de preço do setor, que afetou a disponibilidade de recursos no caixa das empresas. ►
  • 10. 10 No período de 1.998 a 2.000, em função dos preços baixos de álcool, que refletiam um mercado de açúcar em baixa também, houve uma grande expansão do consumo com a introdução dos carros flex. É importante destacar que, em todos os outros instantes de crise do setor, sempre houve fatos que propiciassem Ponto de Vista I uma expansão do consumo de álcool como a crise do petróleo e as duas fases do Proálcool, a abertura às exportações de açúcar e álcool, a criação e produção/ venda dos carros flex. Não se pode descartar que no futuro tenhamos outras crises do petróleo ou o desenvolvimento de tecnologias que demandem álcool como Figura 3 - Evolução dos Preços de Açúcar do contrato No. 11 da NYBOT, as Variações dos Estoques Mundiais de Açúcar e os Momentos de Crise Fonte: Czarnikow Sugar e M. Moraes Figura 4 – Evolução dos Preços do Kg de ATR entre as safras de 1998/1999 a 2006/2007: matéria-prima como a alcoolquímica e a utilização do etanol como fonte de hidrogênio para os carros elétricos. O fato é que o mercado consumidor, aproveitando-se da crise do setor, gera um crescimento da demanda de álcool, o que apóia a elevação de preços no momento seguinte. O governo federal, buscando controle da inflação, não age no cerne do problema, ou seja, não atua como regulador dos estoques, mas sim pressionando o setor a ofertar mais etanol, menos açúcar e ambos a preços mais baixos. Para isto utiliza mecanismos como alterações na mistura de etanol à gasolina ou ameaçando taxar as exportações, o que mais funciona como uma mola propulsora para a próxima crise. Pelo lado dos fornecedores de equipamentos, insumos e serviços, após o período de recuperação do setor, cresce a demanda para estes setores, na maioria das vezes este crescimento é acima da capacidade de seu atendimento, o que resulta em elevação dos preços e aumento dos custos de produção, resultando em pressão para elevação dos preços nos produtos finais, ou seja, açúcar e etanol. Pelo lado industrial, nas usinas e destilarias, a atitude é muito semelhante à ocorrida no campo, nos 3 anos da fase aguda da crise, as manutenções industriais são reduzidas drasticamente e investimentos maciços só passam a ocorrer 1 a 2 safras após este período, ou seja, 4 a 5 anos após o pico de preços que inicia a crise. Fonte: CONSECANA-SP e M. Moraes Figura 5 – Evolução dos Preços do Kg de ATR entre as safras de 2006/2007 a 2010/2011 e previsão para as safras a partir da safra 2011/2012: Fonte: CONSECANA-SP e M. Moraes Revista Canavieiros - Maio de 2011 Com isto tem-se o cenário montado para uma próxima crise. O último pico de preços que marcou o início da crise de 2006, ocorreu em 03 de fevereiro de 2006. As safras 2007/2008, 2008/2009 e 2009/2010 representaram a fase aguda da crise, sendo que, nas safras 2007/2008 e 2008/2009, houve uma grande reposição dos estoques mundiais de açúcar. A partir da safra 2010/2011, inicia-se o período de recuperação do setor com produções inferiores ao consumo mundial de açúcar e, portanto, com elevação dos preços.
  • 11. 11 caracterizam o ciclo e acabam por reforçar o início da crise seguinte. Em todos os ciclos anteriores, entre o início e o final do ciclo, além dos 3 anos da fase aguda da crise, há mais um ano em que a produção supera o consumo. Isto ocorre devido à entrada de produção excedente de cana-de-açúcar e de açúcar de países asiáticos com ciclo curto, no máximo 1 ou 2 safras, aproveitando os bons preços do mercado. Como sua entrada, imediatamente afeta os preços de açúcar, rapidamente estes excedentes não são renovados e estes produtores só retornam ao mercado no pico final de preços que Assim e com as informações que já dispomos das últimas 4 safras, 2007/2008 a 2010/2011, após o início do ciclo em 2006 é possível traçar um cenário para as próximas safras, obviamente que os valores absolutos do Kg de ATR expressos na figura 5 pouco importam, pois irão modificar-se com as variações do câmbio, preços de insumos e equipamento do setor, oferta e demanda dos demais países consumidores e produtores de açúcar e etanol, etc. O fato relevante é que sinalizam para uma crescente nos preço de açúcar e etanol, direcionando-se para um pico e assim o setor caminha para uma nova crise, com ingredientes que levam a crer que esta ocorra entre 2014 e 2016, com data mais provável em 2015. A questão primordial para a cadeia sucroenergética é uma reflexão de como podemos agir para, se não for possível impedir, minimizar os efeitos de uma próxima crise e isto passa por uma oferta mais constante e equilibrada de crédito para o setor sem as oscilações observadas entre o período de euforia e crise e por estoques reguladores da oferta de etanol, gerando preços mais equilibrados durante os ciclos do setor. Outro objetivo deste artigo é alertar usinas, destilarias e fornecedores de cana quanto à renovação e expansão dos seus canaviais, pois, se as atitudes forem as mesmas descritas no rodapé da figura 5, fatalmente sofrerão gravemente nos períodos de crise, pois seus canaviais estarão com a máxima produção nos momentos de menores preços. É necessário um planejamento que leve em consideração estas variações do mercado e que propiciem melhores resultados a toda a cadeia sucroenergética e equilíbrio nos preços aos consumidores. RC cleber@mmoraes.agr.br M. Moraes Consultoria Agronômica Ltda Revista Canavieiros - Maio 2011
  • 12. 12 Almir Torcato Ponto de Vista II * O nosso etanol D entre as fontes de energia disponíveis no mundo, o Brasil possui hoje, em sua matriz energética, uma fonte renovável, alternativa e limpa. Para melhor entendimento, é uma fonte naturalmente disponível, considerada inesgotável na escala temporal, cujo tempo de formação é inferior ao seu gasto, sendo possível repor. Por sua vez, a cana de açúcar se insere na matriz energética brasileira, pois se dispõe hoje, de um “combustível verde”, renovável, despertando as atenções, face às incertezas do petróleo, quanto aos impactos ambientais e sua disponibilidade. A história teve início no PROÁLCOOL, em meados da década de 70, quando se buscava diminuir a dependência do petróleo do mercado externo, em função da elevação de seus preços, que até hoje nos causa uma certa dependência. Mesmo com a exploração do petróleo, parte do que é extraído em nosso território, não é o tipo mais adequado às nossas refinarias, por não permitir o maior percentual de destilados leves, não sendo pois, melhor indicado para a produção de combustível, desta forma é preferível comprar fora o que mais nos convém e vender o nosso petróleo para refino em outros países. as outras matérias primas. Fala-se muito sobre o etanol tornarse uma commodity energética, mas até onde isso é possível? Para que o leitor possa entender e de uma maneira mais prática, o termo commodity refere-se a um produto produzido em muitos países e consumido em muitos outros. Embora pareça fácil, a maioria das nações enfrenta sérias dificuldades em atingir a autosuficiência em sua matriz energética e dificuldades, ainda maiores, em gerar excedentes de produção exportáveis. Nos dias atuais, o Brasil conta com um baixo excedente de produção de A auto-suficiência, prevista com a exploração do Pré Sal, será considerada quando os ganhos de exportação de petróleo forem maiores que os gastos para importação, e não por que não importaremos mais petróleo. Mesmo assim, embora o PROALCOOL não tenha obtido todo efeito esperado, angariou-se desenvolvimento tecnológico somado a um forte crescimento na indústria sucroalcooleira em âmbito nacional, dispomos atualmente de um etanol de qualidade, com baixos custos de produção, comparados aos outros países, com rendimento de produtividade mais altos comparados Revista Canavieiros - Maio de 2011 etanol, some-se a isto a perda crescente de sua competitividade comercial em determinados períodos do ano, quando comparado a gasolina automotiva. O gráfico abaixo mostra a evolução dos preços de etanol fruto da oferta e demanda deste produto. Chama a atenção as variações de até 90% entre o maior preço médio mensal sobre o menor preço médio praticado durante a safra. Gráfico 1 – Preços de Etanol (Postos de Combustíveis) Fonte: ESALQ. Gráfico 2 –Proporção de Automóveis comerciais leves, 2003 à 2010. Fonte: Anfavea
  • 13. 13 Como outro fator gerador desse “apagão” do biocombustível etanol, pode-se enfatizar o estímulo do governo ao consumo (demanda), como isenções de IPI mediante os incentivos à aquisição de veículos flex novos, conforme gráfico 2. Quando lemos ou ouvimos as posições públicas do governo federal, nota-se que atribuem a maior parcela de culpa ao setor, afirmando que preferem produzir açúcar, face aos preços mais compensadores. Ocorre que, mesmo que o governo adote alguma outra medida ou até mais drásticas como a sobretaxação do açúcar exportado, com a finalidade Mix de produção safras 2009/2010 e 2010/2011. Fonte: Circular Consecana de fomentar a produção do etanol, o direcionamento da produção de uma Unidade Produtora, embora com preços favoráveis ao açúcar nesta safra, tem limitações de flexibilidade de produção, de ordem de 6 a 7%. É por essas e outras que: Com o aumento de projetos de novas unidades produtoras, haverá significativo aumento na produção, que permitiria até a busca de novos mercados de etanol, porém a produção está atualmente muito ajustada à demanda. A medida econômica mais plausível para minimizar essa variação de preços é a adoção de estoques reguladores por parte do governo e o setor sucroenergético. Uma vez que já existem estoques reguladores de vários outros produtos, inclusive do petróleo. O Brasil, em termos de produção, pode estar preparado para aumentar sua participação no mercado externo e interno de etanol, porém esforços privados e públicos deverão ser voltados para facilitar esse escoamento e garantir uma estabilidade econômica ao setor. Embora a adoção de estoques reguladores pareça ser a opção mais coerente, os custos operacionais e financeiros para implantação, são altos, considerando que os estoques ficam estagnados e sem rendimentos. Foram questões desta natureza que fizeram com que o Brasil importasse álcool de outros países a título de injeção na demanda interna para acalmar o mercado. As condições como: fatores climáticos, áreas disponíveis com ambientes de produção favoráveis e preços mais competitivos, investimentos em tecnologia e desenvolvimento de variedades mais produtivas, beneficiam o setor, porém ainda é preciso mais, como estoques reguladores, pois vale destacar que o mercado sucroenergético não tem nenhum subsídio do governo. RC Almir Torcato Dep. de Planejamento da Canaoeste Revista Canavieiros - Maio 2011
  • 14. 14 Notícias Copercana Copercana realiza reunião com produtores de Orindiúva Carla Rossini U Os produtos e serviços comercializados pela cooperativa foram colocados à disposição dos agricultores presentes na reunião ma nova alternativa de negócios foi apresentada pela Copercana aos produtores rurais de Orindiúva e região. Para isso, a cooperativa realizou uma reunião, no mês de abril, que contou com a participação da Oricana (Associação dos Fornecedores de Cana da Região de Orindiúva), do Grupo Bunge (Usina Moema) e da empresa Dupont. Cerca de 60 produtores rurais participaram do encontro. O diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti, apresentou os serviços oferecidos pela cooperativa e o gerente comercial, Frederico José Dalmaso complementou a apresentação e orientou os produtores esclarecendo dúvidas. Segundo Bighetti, a Copercana está em fase de implantação de um escritório Rodolfo Savegnago, Frederico Dalmaso, Pedro Esrael Bighetti, Roberto Cestari na cidade que vai atender as necessidades dos produtores. Para isso, a cooperativa já contratou um agrônomo, Leonardo Tuan. “Esse agrônomo será o nosso representante técnico e comercial na cidade de Orindiúva. Através dele a cooperativa coloca todos os seus produtos e serviços à disposição dos agricultores”, disse o diretor. Durante a reunião, a empresa Dupont apresentou a sua linha de produtos, destacando o seu novo herbicida para canade-açúcar, o Front. RC Dupont lança produto para cana-de-açúcar Da redação N Novo herbicida garante resultados com apenas uma aplicação o dia 12 de maio, a DuPont realizou em Ribeirão Preto, o lançamento de um herbicida específico para a época seca da cana-de-açúcar. Trata-se do Front, um novo produto que pode beneficiar usinas e produtores por reduzir as aplicações e consequentemente, diminuir os custos. De acordo com o diretor de marketing da DuPont, o engenheiro agrônomo Marcelo Okamura, desde 2004 este produto vem sendo pesquisado, desde suas moléculas, influências, até seus reatores. “Os testes foram feitos em várias usinas e o resultado foi excelente, identificou-se que existe um controle de várias ervas daninhas como corda-de-viola, capim colonião, capim braquiária, essas que represen- tam 90% das ameaças em um canavial e este produto controla todas elas. Todo o trabalho de aplicação de herbicida que é feito somente na época de chuva, com o Front ganha-se em tempo e máquinas, já que o produto é aplicado durante a seca após a colheita”, explicou Okamura. Ainda de acordo com o diretor de marketing, Marcelo Okamura - diretor de Marketing da Dupont espera-se um crescimento de 15% no faturamento em um ano, já destinado ao Front movimentou US$ 1,4 para essa safra no Brasil, e um crescimen- bilhões, desse valor US$ 200 milhões foto de 50% em cinco anos. O investimento ram designados as pesquisas. RC Revista Canavieiros - Maio de 2011
  • 15. 15 Notícias Canaoeste Em busca da votação do Código Florestal Carla Rossini D Canaoeste levou fornecedores a Brasília; depois de muita discussão em torno do assunto, a votação foi adiada epois de levar à Brasília produtores rurais de Sertãozinho e região, no mês de abril, para participarem de uma manifestação reivindicando agilidade na votação das mudanças do Código Florestal, a Canaoeste voltou a estar presente em apoio à votação em maio. Dessa vez, foram à Brasília cerca de 20 fornecedores de cana da associação que se juntaram a agricultores de outras instituições para assistirem a votação, que foi adiada, depois de um bate-boca entre os deputados, na quartafeira (11) à noite. Nesta mesma data, parlamentares tinham anunciado um acordo depois de um longo dia de negociações: “Nós fechamos um acordo com a base. O deputado Aldo Rebelo está ultimando o relatório. Nós vamos ter condição de votar hoje”, afirmou o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), líder do governo. Produtores de Cana da Canaoeste e outras instituições em Brasília Depois que o relator do projeto, Aldo Rebelo, apresentou o texto, o líder do governo voltou atrás e surpreendeu o plenário: “Nós não vamos na votação no escuro. O governo encaminha sim para retirada de pauta e transferir a discussão para outra data”, disse. O anúncio de que a votação seria adiada, revoltou alguns deputados. A oposição protestou. Disse que o governo estava descumprindo o acordo para votar o projeto. “A pergunta que faço é se os acordos nessa casa devem ou não ter validade? Se os acordos são para valer ou não são para valer, porque o discurso do líder do governo, deputado Cândido Vacarezza, faz com que eu, a partir de hoje, passe a duvidar da sua palavra”, declarou o deputado ACM Neto (DEM-BA), líder do partido. Pedro Esrael Bighetti (diretor da Copercana), Gustavo Nogueira (Gerente do Dep. Técnico da Canaoeste), Juliano Bortoloti (Advogado da Canaoeste), Milton Melloni (Administrador do Sind. Rural de Sertãozinho) e Rubens Sicchieri (associado da Canaoeste) Previsão de votação Líderes de base governistas e da oposição, reunidos na tarde do dia 18, acertaram a votação para o dia 24 de maio. Pelo acordo firmado, o texto do relator, lido no plenário na semana no dia 10, poderá receber uma emenda sobre a obrigatoriedade de recomposição de reserva legal e sobre atividades agrícolas em Áreas de Preservação Permanente (APP). RC Fonte: O Globo Deputado Federal Aldo Rebelo, relator do texto do Código Florestal O PSDB também se manifestou. “Uma coisa que é importante para o país e hoje o governo não quer deixar votar depois de todo o discurso que fez que queria votar”, protestou o deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP), líder do partido. Revista Canavieiros - Maio 2011
  • 16. 16 Notícias Canaoeste Impurezas e Qualidade de Cana-de-açúcar Carla Rodrigues N Evento reuniu fornecedores e profissionais do setor no auditório da Canaoeste o dia 12 de maio, o auditório da Canaoeste, em Sertãozinho, sediou o evento “Impurezas e Qualidade de Cana-de-Açúcar”, uma realização da Canaoeste, Stab (Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil) e Unesp (Universidade Estadual Paulista), com o apoio institucional da Orplana (Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil) e Udop (União dos Produtores de Bioenergia). Antes de iniciar as apresentações, o presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, agradeceu a presença de todos e destacou a importância da parceria entre a Stab e a Canaoeste. “Fico feliz por saber que mais uma vez temos essa entidade como companheira da nossa associação”, disse Ortolan. Manoel Ortolan conversou com os participantes, entre eles, fornecedores de cana-de-açúcar, estudantes e técnicos do setor, sobre as divergências que impedem a votação do novo Código Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste e Miguel Mutton, coordenador do evento Oswaldo Alonso, consultor agronômico da Canaoeste, falou sobre a caracterização das impurezas Florestal e também sobre a reação dos preços dos combustíveis com o início da safra canavieira. dados temas relacionados à utilização de maturadores com o objetivo de melhorar a qualidade da cana, qualidade e impurezas da cana colhida mecanicamente, inovações tecnológicas das colhedoras visando a redução de impurezas e melhoria da qualidade da matéria-prima, levantamento dos níveis de impurezas nas últimas safras, quantificação das impurezas vegetais e minerais presentes na matéria-prima e metodologia para determinação das impurezas vegetais. RC Durante o evento, foram apresentados os resultados de estudos para o desenvolvimento tecnológico do setor e levantamentos de dados qualitativos nas últimas safras. O assessor agronômico da Canaoeste, Oswaldo Alonso, foi o responsável pela apresentação sobre a caracterização das impurezas. Além disso, foram abor- CIRCULAR Nº 02/11 DATA: 29 de abril de 2011 Consecana A Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue durante o mês de ABRIL de 2011. O preço médio do kg de ATR para o mês de ABRIL, referente à Safra 2011/2012, é de R$ 0,5736. O preço de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do etanol anidro e hidratado, destinados aos mercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, no mês de ABRIL, são apresentados a seguir: Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e AVHP) e do etanol anidro e hidratado, carburante (EAC e EHC), destinados à industria (EAI e EHI) e ao mercado externo (EAE e EHE), são líquidos (PVU/PVD). Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos no mês de ABRIL, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/11, são os seguintes: Média do mês de abril = R$ 0,5736/kg de ATR Revista Canavieiros - Maio de 2011
  • 18. 18 Notícias Sicoob Cocred Balancete Mensal COOP.CRÉDITO PRODUTORES RURAIS E EMPRESÁRIOS DO INTERIOR PAULISTA - BALANCETE - Abril/2011 Valores em Reais Revista Canavieiros - Maio de 2011
  • 20. 20 Revista Canavieiros - Maio de 2011
  • 22. Agrishow 2011: negócios movimentaram R$ 1,755 bilhão 22 Carla Rodrigues Em edição recorde, feira atraiu público de 45 países e lideranças do setor A Agrishow 2011 (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação) que foi realizada de 2 a 6 de maio, em Ribeirão Preto, atingiu recorde em todos os seus segmentos. Com 765 expositores nacionais e internacionais, representantes de 45 países e um público de aproximadamente 146 mil pessoas, a feira consolidou-se como o centro do agronegócio brasileiro. As três instituições financeiras que operaram durante a Agrishow – Bancos Bradesco, do Brasil e Santander – contabilizaram negócios de R$ 1.755 bilhão, volume 52,6% maior em relação a feira de 2010. Segundo os organizadores, os valores são ainda maiores se forem considerados os negócios das montadoras de máqui- nas, equipamentos e veículos que por questões estratégicas não divulgam os seus negócios. De acordo com o presidente da Agrishow 2011, Cesário Ramalho, os resultados obtidos foram acima das expectativas dos organizadores, o que indica que a população está acolhendo a agricultura brasileira. “Os agricultores são os grandes astros de todo esse evento e sentimos orgulho disso, pois a agricultura é a 2ª maior economia do país e precisa ser valorizada”, disse o presidente. Área de Exposição e Visitantes Nesta edição, a área destinada à exposição estática da feira foi de 180 mil m2, 15% maior em relação ao ano passado, já a área bruta foi de 360 mil m2. Durante os 5 dias de feira, foram apresentadas 800 demonstrações de campo com máquinas e equipamentos de cultivo e colheita num espaço de 100 hectares. A feira recebeu a visita de inúmeras autoridades, entre eles, deputados, senadores, dirigentes de instituições do agronegócio e entidades de classe, prefeitos e vereadores de todo o Brasil. Mais de 600 profissionais da mídia brasileira e internacional cobriram jornalisticamente o evento, o que demonstra a importância que a feira vem ganhando na área política do país. Na abertura, estava presente o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, o secretário da Agricultura do Estado de São Paulo, em exercício, Antônio Junqueira Júnior, o secretario estadual do meio ambiente, Bruno Covaso e a senadora Kátia Abreu. Tanto o ministro da agricultura, Wagner Rossi, quanto a senadora, Kátia Abreu destacaram a importância e a necessidade da renovação do Código Florestal. “Nós, produtores rurais, somos os que mais cuidamos do meio ambiente e ninguém deverá nos ensinar isso. Queremos garantir a defesa do meio ambiente com o aumento da produção, pois somos capazes de produzir com sustentabilidade”, garantiu Revista Canavieiros - Maio de 2011
  • 23. Reportagem de Capa Ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Bandeira Florence visitou vários estandes de montadoras que participam do Programa Mais Alimentos o ministro. Já a senadora também lembrou que o agricultor precisa de segurança jurídica para produzir. “De nada adianta toda esta tecnologia que vemos aqui, se não for realizada a votação do Código e o produtor continuar na instabilidade”, disse Kátia. Também visitaram a feira o ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Bandeira Florence e o ministro da Integração, Fernando Bezerra. Na ocasião, o ministro do MDA, lançou duas novas categorias de produtos do Programa Mais Alimentos: três colheitadeiras de café e uma colheitadeira de cana-de-açúcar. Ele também aproveitou para fazer a entrega de uma das colheitadeiras e de um caminhão adquiridos pelos pequenos produtores que fazem parte desta linha de crédito, destinada a modernizar as unidades produtivas da agricultura familiar. Já o ministro Fernando Bezerra, aproveitou a passagem pela feira para anunciar a criação da Secretaria Nacional de Irrigação, que tem como objetivos principais colocar no setor público uma área total de 200 mil hectares em produção e agilizar medidas 23 Entrega do primeiro caminhão adquirido através do Programa Mais Alimentos para uma maior adesão do setor privado, ampliando em 10% as áreas irrigadas, com maior produtividade e melhores manejos. Além deles, os ministros da Agricultura dos países do Cone Sul (Chile, Uruguai, Bolívia, Argentina e Paraguai) também estiveram presentes durante a Agrishow 2011. Em coletiva, juntamente com o ministro Wagner Rossi, eles se mostraram impressionados com a magnitude da feira e o conhecimento tecnológico que o país possui. “Esse encontro tem que ser valorizado, pois assim podemos nos conhecer melhor e nos ajudar. O mercado de máquinas brasileiro completa o mercado da Argentina”, disse o ministro Julián Domínguez. Wagner Rossi destacou a importância da realização de trabalhos em grupo e a capacidade de produção dos países. “Somos mais fortes trabalhando juntos. Nós temos a capacidade de produzir os alimentos que faltam”, falou o ministro. Agrishow como a maior feira do mundo, que a prefeita de Ribeirão Preto, Darcy Vera, realizou a campanha “Fica Agrishow” no ano passado. Devido ao sucesso da campanha e ao empenho da cidade, o governador Geraldo Alckmin assinou durante a abertura da feira deste ano, a mensagem do projeto de lei que prevê a cessão de uma área que pertence à Fazenda do Estado para a marca Agrishow, por 30 anos. Até então, a renovação da concessão era feita a cada cinco anos. Durante a coletiva sobre o balanço geral da feira, Cesário Ramalho, atual presidente da Agrishow, aproveitou a ocasião para apresentar o novo presidente da Agrishow 2012, Maurílio Biagi Filho, que esteve também presente no evento. “É a primeira vez que sou presidente de uma feira e quero aproveitar este momento para melhorar tudo aquilo que RC Novo presidente Foi com o objetivo de promover o agronegócio brasileiro e fortalecer a Ministros da Agricultura dos países do Cone Sul (Chile, Uruguai, Bolívia, Argentina e Paraguai) também estiveram presentes durante a Agrishow 2011 Cesário Ramalho, presidente da Agrishow 2011, aproveitou a ocasião para apresentar o novo presidente da Agrishow 2012, Maurílio Biagi Filho Revista Canavieiros - Maio 2011
  • 24. 24 Trator da série MF7100 e a enfardadora de palha de cana-de-açúcar apresentados pela Massey durante a feira ainda pode ser mudado, mas claro, sem deixar nosso principal foco de lado, que é aproximar o ambientalista do produtor rural”, explicou o novo presidente. Voltada para agricultores, pecuaristas, agroindustriais, empresários, industriais, entidades de classe e estudantes, a Agrishow 2011 foi organizada e promovida pela Reed Exhibitions Alcantara Machado, com iniciativa da ABAG (Associação Brasileira de Agribusiness), ABIMAQ (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), ANDA (Associação Nacional para Difusão de Adubos) e SRB (Sociedade Rural Brasileira), com apoio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, APTA (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios e Vale Fertilizantes. Lançamentos Com a retomada dos investimentos no setor, os grandes fabricantes de máquinas e equipamentos, como a Case IH e a Massey Ferguson, marcaram presença na Agrishow 2011 para demonstrarem o que há de novo disponível para os agricultores. Roberto Biasotto (especialista de marketing de produto da empresa) em frente a A4000, colhedora desenvolvida para áreas plantadas com espaçamento reduzido talmente correta e que veio para facilitar a vida do produtor. “Com o passar do tempo, o volume de palha deixado no campo vai aumentando e o solo não consegue decompor todo o material”, explica Barione. A Massey Ferguson lançou a enfardadora de palha de cana-de-açúcar, que colhe a palha deixada na lavoura e a transporta até a usina para ser transformada em energia para alimentar as caldeiras. Os tratores da série MF 7100 ganharam a versão para a cultura de canade-açúcar. O novo trator tem eixo com bitola de 3 metros, evitando o pisoteio das soqueiras e diminuindo os danos a lavoura. O modelo apresentado na feira, MF 7180 possui transmissão sincronizada com 12 velocidades à frente e 5 à ré e um escalonamento de marchas na faixa de trabalho projetado para obter o maior rendimento. De acordo com Carlos Eduardo Barione Martinat, do setor de marketing da empresa, esta é uma máquina ambien- Em comemoração aos 50 anos da Massey, a empresa trouxe para a feira o maior número de novidades. Além da enfarda- Carlos Eduardo Barione Martinat, setor de marketing da Massey Ferguson Revista Canavieiros - Maio de 2011 Colhedora Case IH da série A8000
  • 25. 25 dora e dos tratores da série MF7100, também foram lançados o Criper, um redutor de velocidade para os tratores da linha 200. Seu trabalho é realizado através de colhedoras de cana, acopladas ao trator. Também foram lançados o trator 4290, com o motor de quatro cilindros turbo de 95cavalos e mais uma rodagem para o trator de 130 cavalos, que é o 4299. acelerando seu processo de aprendizado. “Nossa intenção é incluir o simulador em nossos treinamentos de operador, de multiplicador da usina e também para os nossos técnicos de concessionárias”, disse Roberto. Projeto Bioen e IAC desenvolvem tecnologia de precisão A Case IH apresentou durante a Agrishow suas principais colhedoras disponíveis no mercado, a A4000 e série A8000, que reúnem inovações tecnológicas, proporcionando redução de custo operacional e maior produtividade. Segundo o especialista de marketing de produto da empresa, Roberto Biasotto, a A4000 foi desenvolvida para colheitas em áreas plantadas com espaçamento reduzido. Já a A8000 é uma colhedora tradicional, fundamental para o setor canavieiro. “Elas atuam na colheita de cana reduzindo o custo, ou seja, nessa transição de colheita manual para mecanizada, o principal fator é a redução de custos”, explicou Biosatto. Com essa transição, as colheitadeiras apresentam vantagens ambientais e também agronômicas, como maior produtividade, conservação do solo e redução de custos. A série A8000, devido a sua maior capacidade, geralmente é adquirida por usinas. Ela colhe, em média, 150 a 200 mil toneladas de cana numa safra, o equivalente a 40 toneladas por hora. Já a A4000 colhe em torno de 30 a 40 mil toneladas durante uma safra, o equivalente a 20 toneladas por hora. “Apesar da Case ter iniciado seu trabalho com grandes produtores, hoje ela personaliza todas as suas máquinas e equipamentos para os pequenos e médios produtores também, tanto que, a A4000 foi lançada na inclusão do Programa Mais Alimentos”, disse Biasotto. A grande novidade lançada na feira foi o simulador de colheita de cana, que está sendo desenvolvido para auxiliar no treinamento de operadores. Este equipamento faz com que o operador passe por todas as etapas de uma colhedora normal, tornando-o melhor capacitado e Marcos Martins (Santal), Marcos Landell (IAC) e Marco Antônio Gobesso (Santal) apresentam o Caminhão Instrumentado. Durante a Agrishow 2011, a Santal lançou um caminhão instrumentado para fazer colheita mecanizada de experimentos de cana-de-açúcar. O equipamento é na realidade um sobre-cesto acoplado ao caminhão e estruturado sobre quatro células de carga que obtêm a pesagem da cana com precisão. Sua capacidade de carga é de aproximadamente sete toneladas. Balanças, com apoio do Programa FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN).RC “O comboio tem sensores com células de carga que viabilizam a pesagem da cana imediatamente após o corte e armazenam os dados em dispositivo acoplado à cabine do caminhão”, explica o pesquisador e diretor do IAC, - Instituto Agronômico, Marcos Landell. Esta pesquisa surgiu com o intuito de repetir nos ensaios a colheita mecânica crua, tentando se aproximar o mais perto possível da realidade ambiental e também ampliar a rede experimental de desenvolvimento de variedades e os estudos nas áreas de fitotecnias. A pesquisa foi desenvolvida em parceria com as empresas Santal e Técnica Interior do Caminhão Instrumentado em foco painel conectado aos sensores localizados no sobre-cesto. Nele o motorista pode verificar o peso da carga com precisão Revista Canavieiros - Maio 2011
  • 26. 26 Informações Setoriais CHUV AS DE ABRIL e Prognósticos Climáticos As chuvas do mês de ABRIL de 2011 são mostradas no quadro a seguir. Engº Agrônomo Oswaldo Alonso Consultor Agronômico da Canaoeste A média das chuvas anotadas em ABRIL (99mm) “ficaram” (quase uma vez e meia)acima da média das médias históricas (76mm). Chamou a atenção os volumes de chuvas registradas (≈130mm) no eixo Luiz Antonio - Sertãozinho - Bebedouro. Enquanto que, na faixa imaginária Morro Agudo-Barretos as chuvas (≈40mm) foram bem inferiores às respectivas normais climáticas. A média das chuvas anotadas em ABRIL (99mm) “ficaram” (quase uma vez e meia) acima da média das médias históricas (76mm). Chamou a atenção os volumes de chuvas registradas (≈130mm) no eixo Luiz Antonio - Sertãozinho - Bebedouro. En- quanto que, na faixa imaginária Morro Agudo-Barretos as chuvas (≈40mm) foram bem inferiores às respectivas normais climáticas. O Mapa 1 abaixo, mostra que até meados de ABRIL (14 a 17), a disponibili- Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre 14 a 17 de ABRIL de 2011. Revista Canavieiros - Maio de 2011 dade d’água do solo encontrava-se muito favorável no quadrante Nordeste e Sudoeste do Estado, em nível médio na faixa Central e extremo Oeste, mas já crítica na faixa Centro-Noroeste de São Paulo, deixando evidente a irregularidade das chuvas no Estado. Mapa 2:- Água Disponível no S
  • 27. 27 Nota-se a restritiva condição de umidade dos solos em quase toda área canavieira do Estado, já no início da safra passada (Mapa 2 - ABRIL 2010). Ao final de ABRIL deste ano observa-se a persistência da crítica condição da disponibilidade de água no solo em toda faixa (parte do)Centro e Oeste do Estado de São Paulo. Mapa 4:- Prognóstico de consenso entre INMET e INPE para a Região Centro Sul durante o trimestre maio a julho de 2011. Adaptado pela CANAOESTE Para subsidiar planejamentos de atividades futuras, a CANAOESTE resume abaixo o prognóstico climático, consensuado entre INMET-Instituto Nacional de Meteorologia e INPE-Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, para os meses de maio a julho de 2011: • As temperaturas médias poderão “ficar” próximas das normais climáticas em toda área Sucroenergética do Centro Sul do Brasil; • Por sua vez, as chuvas (como mostra o Mapa 4) poderão “ficar” ao redor das normais climáticas em quase toda área Sucroenergética do Centro Sul do Brasil, com gradativa redução no decorrer do trimestre maio a julho; • Para referências, as médias históricas para Ribeirão Preto e municípios vizinhos, pelo CentroCana e Apta-IAC, são de 55mm em maio, próximo de 30mm em junho e de 20mm em julho. Por sua vez, a SOMAR Meteorologia assinala que, para a região de abrangência CANAOESTE e após novas e revisões das “rodadas” de previsões climáticas, as chuvas previstas para ocorrer entre maio a agosto poderão ser próximas ou ligeiramente aquém das respectivas médias históricas. Idem, no mesmo período, quanto às temperaturas médias, após as mesmas revisões. Já com vistas para a safra 2012/13, recomenda-se aos Produtores em início de suas colheitas, que procedam aos esmerados tratos culturais mecânicos e/ou químicos. Já nas áreas que Solo ao final de ABRIL de 2010. estejam comprometidas por danos com pragas, doenças, falhas ou elevada infestação de ervas daninhas e com vistas às safras futuras (2013/14 e seguintes), merecem e justificam-se renovações. Persistindo dúvidas, consultem os técnicos próximos ou através do Fale Conosco CANAOESTE. RC Mapa 3:- Água Disponível no Solo ao final de ABRIL de 2011 RC Revista Canavieiros - Maio 2011
  • 28. 28 Assuntos Legais Alteração do Código Florestal - mobilização para que isso ocorra C omo todos vem acompanhando pela imprensa, está se travando uma árdua batalha no Congresso Nacional para alteração do arcaico Código Florestal. Digo arcaico porque uma lei que coloca 90% de um segmento da sociedade, no caso os agricultores, na ilegalidade, não pode ser considerado de outra forma, como apregoam alguns, que insistem em defender a idéia de se tratar da legislação mais avançada do planeta. Só esqueceram de dizer que as áreas de preservação permanente existem apenas em alguns países e não ultrapassam a faixa de 5 metros, assim como não existe, em nenhum outro país do mundo a chamada reserva florestal legal, sendo uma criação exclusiva do Brasil. Juliano Bortoloti Advogado da Canaoeste Não estamos aqui repelindo a importância da conservação e preservação da vegetação nativa, mas repelimos sim a sua recomposição em áreas de exploração consolidada antes da existência e criação de institutos ambientais que restringem o direito de propriedade, às custas do particular e sem a participação mínima da sociedade. E, isso, em um País que mais que preserva mais de 60% da área de seus biomas, realidade muito diferente de todos os países europeus, onde estão sediadas a maioria das ONG’s (Organizações Não Governamentais) dita ambientais, que, certamente, usam a bandeira ambiental para defender outros interesses, com raríssimas exceções. Se isso ocorrer, certamente vai significar o fim dos pequenos e médios agricultores que não possuem vegetação nativa suficiente para averbar e, tampouco, dinheiro para tanto, haja vista que o custo para isso fica em aproximadamente R$ 10 mil por hectare, sem contar a perda de receita em decorrência da diminuição da área produtiva. Muitos, aliás, tem usado as catástrofes em cidades como o Rio de Janeiro, para tentar impedir a mudança do Código Florestal, porém, omitem ao dizer que no campo, não há construção em áreas de risco. Aliás, há inúmeros outros argumentos para defender a alteração do Código Florestal. Vou pedir permissão aqui para colar um panfleto elaborado pela Confederação Nacional da Agricultura, que muito bem trata a questão. Revista Canavieiros - Maio de 2011
  • 29. 29 Mobilização de agricultores em Brasília, abril de 2011 Diante destes argumentos, devemos mobilizar nossos deputados e senadores exigindo que votem pela alteração do Código Florestal, pois não dá mais para aceitar que os agricultores que produzem alimentos e combustíveis renováveis com os menores preços do mundo, exportando excedentes e gerando riquezas para o Brasil, continuem a serem chamados de criminosos ambientais por pessoas que desconhecem a realidade rural, amparados em uma legislação feita através de Medida Provisória, que via de consequência, não foi discutida pelos representantes do povo (Congresso Nacional), como corretamente quer se fazer agora. RC Revista Canavieiros - Maio 2011
  • 30. 30 Opinião Veículos “flex” . . . 8 anos Oswaldo Alonso Consultor Agronômico CANAOESTE E m março de 2003, a indústria automobilística lançou no mercado brasileiro os veículos bicombustíveis-“flex”- abreviação comercial e popular atribuído aos veículos leves bicombustíveis, movidos a gasolina e a etanol hidratado carburante, em proporções preferenciais e/ou econômicas pelos proprietários. Entretanto e efetivamente, foi ao final do 1º semestre de 2003 que os veículos flex “receberam” sua aceitação pelos consumidores e crescimento de produção. À título de lembrança, em março de 2008, os 26 primeiros flex foram fabricados pela Volksvagen e, ao final do 1º semestre de 2003, somando com os da General Motors, já eram quase 4 mil destes veículos vendidos. Acontecimento tecnológico este, que resultou de um sistema mecânico-energético que permitiu o novo ciclo de utilização do etanol hidratado combustível, trazendo consigo as indiscutíveis vantagens am- bientais, sociais (saúde, principalmente) e econômicas. Ganhos estes muito bem defendidos e intensamente divulgados em torno do planeta pelo governo e setor sucroenergético. É claro que sua utilização está contingenciada à sua paridade técnica-custo frente à gasolina “C”, ou seja, será vantajoso quando o preço (na bomba) do etanol hidratado combustível for igual ou menor a 70% do preço da gasolina. Enfatizando que, ambiental e socialmente, a paridade é bem maior que aquela paridade econômica. Detalhes podem ser consultados nas recentes publicações “A História do Carro Flex no Brasil” e “Do álcool ao etanol: trajetória única” que podem ser consultados na Biblioteca da Canaoeste. No Gráfico 1, é mostrada a linha de tendência entre paridade preços (na bomba) etanol/gasolina o provável percentual de utilização de etanol hidratado combustível pelos automóveis e veículos leves flex. Gráfico 1:- curva de tendência entre relação % de preços do etanol e gasolina na bomba e o % de utilização do etanol hidratado combustível. Fonte: Tarcilo Rodrigues - Bioagência. A curva (linha) de tendência ilustrada no Gráfico 1 é resultante do % de utilização do etanol hidratado combustível em função da relação % de preços na bomba entre etanol e gasolina. Dados estes de muitos anos e apresentado pela Bioagência. Exemplificando, a 60% de paridade entre preços de etanol e gasolina, esta linha de tendência mostra que há quase 100% de probabilidade de que a utilização de etanol hidratado pelos veículos flex estará bem próximo de 70%. Revista Canavieiros - Maio de 2011 Segundo a ANFAVEA - Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, de março de 2003 até o mais recente informe-abril de 2011 - foram vendidos/licenciados quase 13 milhões e 370 mil veículos flex, que significam 71,6% dos 18 milhões e 666 mil automóveis e veículos leves. Entretanto, estima-se que, após sucateamento (pela idade, sinistros é a maior causa), a atual frota de veículos flex venha ser pouco mais de 12 milhões e 400 mil (Tarcilo Rodrigues – Bioagência). Isto significa que sua participação na frota, no mesmo período e mesmos percentuais de sucateamentos de veículos à gasolina, etanol e diesel, possa ser ligeiramente maior que os 71,6% acima. Entretanto, os Gráficos 2 a 4 mostram que já acendeu a “luz amarela” da participação dos veículos flex nos totais de licenciamentos dos automóveis e veículos leves. Embora o atual governo, a mídia e, também, significativa parcela de consumidores tenham criticado energicamente o setor sucroenergético, parecem terem se esquecido de percalços e contratempos recentes (cronologicamente, menos de três anos para cá), tais como, os citados por Carvalho, L.C.C-Caio em recente evento Canaplan: a) crise de crédito desde o final de 2008; b) muitas das empresas e grupos do setor com elevados endividamentos; c) consequentemente, houve estagnação de investimentos agrícolas (em tratos culturais de canaviais remanescentes, renovações e expansões), resultando em envelhecimento e perda de produtividade da cultura; d) de investimentos industriais (manutenções/ adequações e novos projetos); e) pela curva de aprendizado em ambientes de produção menos favoráveis em muitos dos greenfields e em expansões das unidades tradicionais. Além destas, as relatadas por todas as atividades agrícolas e, notadamente, pelo setor sucroenergético, como: 1) as adversas condições climáticas no decorrer da safra 2009/2010, com excesso de chuvas a partir de julho/ agosto, impactando em forte redução da
  • 31. 31 qualidade da cana e operacionalidade de colheita; 2) longa estiagem já a partir de maio da safra 2010/2011, resultando em sensíveis decréscimos da produção de cana e sérias sequelas para a presente safra e a futura. Gráfico 2:- Vendas/licenciamentos anuais de veículos flex, percentualmente aos totais de automóveis e veículos leves No Gráfico 2, são mostrados os percentuais anuais dos veículos flex vendidos/licenciados desde março de 2003 até abril de 2011; no Gráfico 3, detalhando o Gráfico anterior, os percentuais quadrimestrais desde 2008. Dividiu-se em quadrimestres, para incluir o de janeiro a abril de 2011. Por sua vez, o Gráfico 4 apresenta os censos quadrimestrais, compilados dos dados da ANFAVEA, de todos os automóveis e veículos leves vendidos/licenciados e os dos flex. O Gráfico 2 mostra o crescente percentual de flex no total automóveis e veículos leves até 2009 que, após este ano, começou reduzir sua participação na frota. Redução esta, melhor apresentada no Grafico 3. Gráfico 3:- Vendas/licenciamentos quadrimestrais de veículos flex entre 2008 e os primeiros quatro meses de 2011, percentualmente aos totais de automóveis e veículos leves O Gráfico 3 apresenta em detalhes os períodos, divididos em quadrimestres, a partir de 2008 e o primeiro de 2011, para se comparar aos 4 meses iniciais de 2011 e, principalmente, enfatizando a “luz amarela”, face à gradativa redução percentual de licenciamentos de veículos flex, frente aos totais de automóveis e veículos leves vendidos/licenciados. Nota-se no Gráfico 4, em quadrimestres a partir de 2008, que os flex e totais de automóveis e veículos leves licenciados tem experimentado acréscimos ano a ano. Nota-se, ainda, que via de regra, os primeiros quatro meses de cada ano mostram vendas/licenciamentos inferiores aos demais quadrimestres. Entretanto e também como apresentado no Gráfico 3, torna muito evidente, e já propaladas, que serão necessárias ações conjuntas entre políticas públicas, da indústria do etanol e automobilística, objetivando obter expressivos recursos financeiros para as ultra-necessárias e urgentes novas unidades produtoras (anexas ou não)de etanol;, equilíbrio e condizente remuneração para toda cadeia produtiva de cana e etanol-distributivavendas; menor volatilidade dos preços ao longo dos anos-safras e que sejam atrativos aos consumidores. RC Gráfico 4:- Números de veículos, em quadrimestres, compilados das Cartas ANFAVEA de todos os automóveis/veículos leves vendidos/licenciados e dos flex. Fontes consultadas: ANFAVEA, Bioagência, Canaplan, ÚNICA e as publicações citadas. Revista Canavieiros - Maio 2011
  • 32. 32 Destaque Unica pede medidas do governo Carla Rodrigues Em aula especial aos alunos da Uniceise, o presidente da Unica, Marcos Jank, falou sobre preços, mercado e a importância da qualificação profissional do país F oi realizada no dia 12 de maio, no auditório do Centro Empresarial Zanini, em Sertãozinho, uma aula especial para os alunos da Uniceise (Universidade Corporativa do Setor Sucroenergético), proferida pelo presidente da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), Marcos Jank. Estiveram presentes também, o presidente e o vice- presidente do Ceise Br (Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroeneregético e Biocombustíveis), Adézio José Marques e Antonio Eduardo Tonielo Filho, o presidente da Orplana (Organização de Plantadores de Cana da Região Centro Sul), Ismael Perina Junior, o presidente da Copercana e Sicoob Cocred, Antônio Eduardo Tonielo e o secretário da Indústria e Comércio de Sertãozinho, Marcelo Pelegrini, na ocasião representando o prefeito municipal, Nério Costa. Antes de iniciar sua apresentação, Marcos reuniu os jornalistas em uma coletiva de imprensa e cobrou medidas do governo para garantir a oferta do etanol até 2020, já que “o setor enfrentou uma crise muito grande e os investimentos, que seriam usados em novos projetos, foram transferidos para as empresas que já estavam no mercado”, explicou Jank. Antonio Eduardo Tonielo (conselheiro da Unica), Marcos Jank (presidente da Unica) e Adézio Marques (presidente do Ceise Br) durante coletiva de imprensa Para a Unica, o grande desafio é como fazer o setor crescer nos próximos 10 anos e, além disso, vender o etanol a 70% do preço da gasolina. O executivo também lembrou que é necessário garantir o período da entressafra e para isso diz que o governo precisa tomar algumas providências urgentes, como por exemplo, ampliar o mecanismo de contratação e estocagem de etanol e trabalhar para reduzir a volatilidade do álcool anidro, encontrando preços que mantenha Pedro Esrael Bighetti, diretor da Copercana e Giovanni Rossanez , gerente financeiro da Copercana também estiveram presentes no evento Revista Canavieiros - Maio de 2011 uma média ao longo do ano. Uniceise Ao lado das outras lideranças do setor, o presidente da Unica falou sobre a importância da criação da Uniceise, que qualifica profissionais para trabalhar no setor. “O setor sucroenergético se torna cada vez mais competitivo, e para acompanhar esse crescimento, precisamos ter mão-deobra qualificada, e é isso que esta universidade oferece”, disse Jank. RC
  • 33. 33 VENDE-SE Trator Valtra/Valmet; Modelo: 1380 4X4; Ano/Mod.: 1997/1997 R$ 35.000,00; Tratar com Luis (16) 9145-3100. VENDE-SE - Caminhão VW 12-170bt, ano 99 toco, em ótimo estado geral de conservação, equipado com tanque de água 10.000L e acessórios, tudo novo sem uso, 0 km, utilizado em controle de queimadas bombeiro ou como pipa no setor de terra planagem. Pronto para trabalhar. Tratar pelos telefones: (16) 3945-1250 / 9766-9243 / 7813-3866 id 96*81149. VENDE-SE - Fábrica de sabão com capacidade 1.000 kg/h. Sistema de Atomização 1.000 Kg/h: caldeira a lenha e óleo, cap. 1.500 Kg, extrusora G. Mazone, cap. 1.000 kg/h, atomizador, cortador, pulmão, filtro, trocador de calor, condensador, unidade de refrigeração, caixa d’água, bombas de vácuo, torre de resfriamento, conexões, tubos, válvulas. Equipamentos para Preparação de Massa 1.000 Kg/h: tacho de cozimento, mezaninos, caixa d’ água, bombas de vácuo, tanques deposito de matéria prima, tubos, válvulas, termômetros, isolamento térmico, etc. Valor: R$ 265.000,00 (condições de pagamento a combinar). Entrega imediata. Tratar com Rivaldo pelos telefones: (81)3724-7895/9983-8416 ou pelo e-mail: contato@bolsamaquinasnordeste.com VENDEM-SE - 01 invertedor de amendoim (arrancador); - 01 serra Fita Schiffer vol. 1- 10 mts; - 01 serra Fita Horizontal (Mendes); - 01 desdobro; - 01 grade aradora 12x32 com controle remoto; - 03 destopadeiras pneumáticas; - 02 circulares; - 01 trator TL 75 - ano 2002 - 4x2; - 01 uniport Selv Spray 2002; - 01 adubador 16 linhas - ano 2005 Super Novo; - 01 ranger 4x4 -07 - XLS Cabine Dupla Tratar com Lair Ribeiro pelo telefone: (16) 3667-3322. COMPRA-SE - Tubos de irrigação de todos os diâmetros, motobombas, rolão autopropelido, pivot, etc. Pagamento á vista. Tratar com Carlos pelo telefone: (19) 9166-1710 ou pelo e-mail: cyutakam@ hotmail.com. VENDEM-SE - 01 galego reboque canavieiro, reboque / truck / galego BR; - 01 stara sfil, adubadeira, reb 10.000 série 02/0496, peso 8.200 ,com 01 eixo, 2002; - 02 dmb cobridor de cana com 02 bombas, 2002; - 03 munari cultivador de 09 linhas; - 04 stara distribuidor de corretivos, bruttus 6.000 c/ 02 pneus, 2005; - 05 piscin niveladora de 60 disco, 22 polegadas com pistão; - 06 tatu plantadeira, 9/8 plantio direto, 2003; - Compro lascas e mourões de aroeira. Tratar com Marco Aurélio pelos telefones: (017) 3325-2608 / (017) 96193333 / (017) 8121-3347. VENDEM-SE - 01 caixa d’água modelo australiana para 50.000 lts; - 01 caixa d’água modelo australiana para 5.000 lts; - 01 transformador de 15 KVA; - 01 transformador de 45 KVA; - 01 transformador de 75 KVA; - mourões de aroeira; - coxos de cimento; - porteiras; - 01 repetidora com 10 rádio-amadores e 3 HT; - 01 cultivador de cana DRIA 2006 semi-novo. Tratar com Wilson pelo telefone: (17) 9739-2000 – Viradouro SP. VENDE-SE - Excelente sítio em Sertãozinho à 5 km da Usina Santo Antônio, com 5,81 hectares, todo formado em cana-deaçúcar, não perde nada.Tratar com Fernando pelo telefone: (16) 9205-1151. VENDE-SE - Scania R 112 83, impecável. Tratar com Plauto pelo telefone :(41) 30351938 ou pelo email: planetatruck@hotmail.com. VENDE-SE - 02 Caminhões traçados para plantio de cana. 01 MB 2213 / 82 c/ gaiola p/ plantio = R$ 58.000,00. 01 MB 2213 / 88 c/ gaiola p/ plantio = R$ 68.000,00. Tratar com Luiz Geraldo pelo telefone: (34) 9974-0730 ou pelo email: grupocastro@terra.com.br. VENDE-SE - Fábrica de aguardente - capacidade de 1000 lts hora; venda completa ou parcial. Tratar com Marcio Viana pelo telefone: (31) 9965-4709 ou pelo email: aguardenteurucania@bol.com.br. VENDE-SE - Mercedes Benz axor 3340 s - ano/ modelo: 2006/2006 - comb: diesel - cor predominante: branca, localização do lote: serra/ES. Tratar com Cíntia Liberatti pelo telefone: (11) 2184-0949 ou pelo email: cl@sold.com.br. PRESTAÇÃO DE SERVIÇO - Precisa-se de caminhões para plantio com urgência. Ótimos ganhos. Tratar com Ronildo pelo telefone: (67) 8105-5950 ou pelo e-mail: ronildomicrolins@hotmail.com Revista Canavieiros - Maio 2011
  • 34. 34 34 “General Álvaro Tavares Carmo” A geração termoelétrica com a queima do bagaço de Cana-de-Açúcar no Brasil Análise do Desempenho da Safra 2009 2010 (Publicado em Março 2011 - Conab) Cultivando a Língua Portuguesa Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer algumas dúvidas a respeito do português. “O outro não o preenche. Preenchimento é interno” Osho 1) Pedro atrasou o relatório do trabalho. Entregou-o “ante-ontem”. ...e Pedro está atrasado com o estudo da Nova Regra Ortográfica (VOLP-5 edição). A expressão correta, segundo o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP) é: anteontem. Regra nova: quando o primeiro elemento termina por vogal diferente daquela que inicia o segundo elemento, a palavra é escrita sem hífen. No exemplo: ante: primeiro elemento - termina com a vogal e Ontem: segundo elemento - incia com a vogal o Duas vogais diferentes - a expressão é escrita sem o hífen “Este estudo representa um esforço da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em trazer um pouco de luz para uma questão estratégica para qualquer país: a geração e a distribuição de energia elétrica. O foco do trabalho está concentrado no uso de um combustível que já faz parte das fontes em uso atualmente, porem com pequena participação no total nacional e com pouco prestígio entre os profissionais do assunto: o bagaço da cana-de-açúcar. Nesta linha de preocupações, o presente estudo, a partir dos dados coletados pelos técnicos da Companhia em todas as unidades de produção brasileiras, faz uma análise técnica de uma matéria muito importante para o país: a cogeração de energia elétrica a partir de um combustível não convencional, mas que somente nos anos recentes tem conhecido algum desenvolvimento.” 2) Maria decidiu retomar o namoro. Saiu com o “ex namorado”. Para retomar algum “ex” só com hífen, prezado amigo leitor! Dica fácil: quando o primeiro elemento é o prefixo ex, usa-se o hífen (aqui cito a regra do prefixo ex) Retome, corretamente, com o Novo Acordo Ortográfico (5 edição): ex-namorado (com hífen). 3) Pedro escreveu no documento a “sequência” das novas regras do departamento. Correto, Pedro! Para as novas regras funcionarem, segundo o VOLP (5 edição) sem trema. O trema não existirá mais (regra geral), segundo o Novo Acordo Ortográfico. PARA VOCÊ PENSAR: “Qualquer um pode zangar-se isso é fácil. Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo e da maneira certa não é fácil” Aristóteles - Ética a Nicômaco BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A geração termoelétrica com a queima do bagaço de cana-de-açúcar no Brasil: análise do Desempenho da Safra 2009-2010. Brasília: Conab, 2011. Disponível em: www.conab.gov.br/OlalaCMS/uploads/arquivos/11_05_05_15_45_40_geracao_termo_baixa_res..pdf Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da Revista Canavieiros podem procurar a Biblioteca da Canaoeste, na Rua Augusto Zanini, nº1461 em Sertãozinho, ou pelo telefone : (16)3946-3300 - Ramal 2016 Revista Canavieiros - Maio de 2011 Dicas e sugestões, entre em contato: renatacs@convex.com.br * Advogada, Prof. de Português, Consultora e Revisora, Mestra USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Pós-Graduada pela FGV/RJ, com MBA em Direito e Gestão Educacional, autora de vários livros como a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras), em co-autoria.
  • 36. 36 Revista Canavieiros - Maio de 2011