2. Sumário
Embriologia cardiovascular
Anatomia cardiovascular
Histologia cardíaca
Fisiologia
Funções do sistema cardiovascular
Ciclo cardíaco
Sistema de condução
Electrocardiograma normal
Referencias bibliográficas
3. I- Embriologia
O Sistema Cardiovascular inicia a sua formação durante a
terceira semana de desenvolvimento embrionário.
Este é o primeiro sistema a formar-se devido às
necessidades fisiológicas do embrião, que por difusão já
não consegue mais realizar funções básicas como
oxigenação dos tecidos e excreção de produtos tóxicos…
Deriva basicamente da mesoderme e de células da crista
neural.
4. Embriologia
O primeiro indício do coração é o aparecimento de um
par de canais endoteliais - os cordões angioblásticos –
durante a terceira semana.
Estes cordões canalizam-se formando os tubos
cardíacos do coração, que se fundem formando o
coração tubular, ao final da terceira semana.
O coração começa a bater ao 22° dia.
O fluxo de sangue começa durante a 4ªsemana e
pode ser visualizado pela ultra-sonografia Doppler.
6. Embriologia
A divisão do canal átrio-ventricular, átrio
e ventrículo começam por volta da
metade da 4ªs e está essencialmente
completa ao final da 4ªs de vida.
Embora sejam descritos
separadamente, esses processos de
desenvolvimento acontecem
simultaneamente.
7. Divisao do canal atrio-ventricular
Coxins endocárdicos
aparecem nas paredes
dorsal e ventral do
coração, na região do
canal atrioventricular.
Estas saliências crescem
em direção uma à outra
e se fundem, dividindo
os canais
atrioventriculares direito
e esquerdo.
8. Septação do coração
Inicialmente há separação entre os átrios e os
ventrículos (separação átrio-ventricular) e
posteriormente há divisão atrial (direito e
esquerdo).
Entre os átrios, permanece no embrião uma
pequena comunicação oval - forame oval
permitindo que o sangue rico em oxigênio
proveniente da veia cava chegue ao átrio
esquerdo
9. Septação dos ventrículos
A primeira indicação da
divisão do ventrículo é a
formação de uma crista
muscular mediana que é
o septo interventricular
resultado do crescimento
muscular do ventrículo de
ambos os lados.
Esse septo permanece
aberto até a sétima
semana.
10. Formação das veias
Veias Umbilicais: durante o período
embrionário levam sangue oxigenado da
placenta para o coração.
Veias Vitelínicas: posteriormente darão
origem as veias hepáticas
Veias Cardinais: principal sistema de
drenagem do embrião.
* Veia cardinal anterior: dará origem a
veia cava superior e veia braquiocefálica
esquerda.
* Veia cardinal posterior: dará origem as
raízes da veia ázigo e ilíacas
* Veia subcardinal: dará origem a veia
renal rsquerda, veias supra-renais e
gonadais e um segmento da veia cava
inferior.
11. Formação das válvulas cardíacas
Quando a septação do troco
arterioso esta quase completa,
as válvulas semilunares
começam a desenvolver-se de
três proliferações do tecido
subendocárdico em torno dos
orifícios da aorta e do tronco
pulmonar.
Estas proliferações são
escavadas para formar três
cúspides de paredes delgada.
12. II-Anatomia cardiovascular
O coração é um órgão em forma de cone,
aproximadamente do tamanho de uma mão fechada
Tem cerca de 12 cm de comprimento, 9 cm de
largura em sua parte mais ampla e 6 cm de
espessura.
Pesa em média 250g nas mulheres adultas e 300g
nos homens adultos.
Localiza-se no mediastino, entre os pulmões e
apoia-se sobre o diafragma
O ápice é formado pela ponta do ventrículo
esquerdo.
A base é formada pelas aurículas, principalmente o
átrio direito.
13. Limites
Anterior- esterno e
costelas
Posterior- traqueia,
esófago e artéria aorta
ascendente
Superior- grandes vasos
do coração
Inferior-diafragma
A direita- pulmão direito
A esquerda-pulmão
esquerdo
15. Configuração interna
Os dois átrios estão separados por uma
parede – septo interauricular.
Os dois ventrículos estão separadas por uma
parede – septo interventricular.
Externamente existe uma pequena depressão
que circunda o coração e que separa os
átrios dos ventrículos – é o sulco coronário.
O sulco coronário tem artérias e veias
coronárias e gordura.
16. Válvulas cardíacas
O coração tem válvulas que impedem o
refluxo do sangue.
As válvulas são estruturas que fecham
aberturas e são compostas por tecido
conjuntivo.
As válvulas fecham e abrem como
resposta a mudanças de pressão.
17. Válvulas cardíacas
VALVULAS ATRIO-VENTRICULARES:
Válvula tricúspide (3 cúspides) – válvula
que divide o atrio direito do ventrículo direito.
Válvula bicúspide (3 cúspides) - válvula que
divide o atrio esquerdo do ventrículo
esquerdo
VALVULAS SEMILUNARES
Encontram-se no tronco pulmonar e na artéria
aorta.
Estas válvulas têm como função evitar que o
sangue que sai do coração pelo ventrículo direito,
reflua.
As válvulas são compostas por 3 porções em
forma de meia lua e estão fixadas às paredes das
artérias.
19. Grandes vasos
O sangue venoso chega ao
coração (atrio direito) – através de
3 veias:
Veia cava superior – canaliza
para o coração o sangue da parte
superior do corpo, acima do
coração.
Veia cava inferior – canaliza para
o coração o sangue da parte
superior do corpo, abaixo do
coração.
Seio coronário – canaliza o
sangue da maioria dos vasos da
parede do coração.
20.
21. Grandes vasos
O sangue venoso que chega aos pulmões
liberta o dióxido de carbono (CO2) e absorve
oxigénio (O2).
O sangue oxigenado regressa ao coração,
para o átrio esquerdo através de 4 veias
pulmonares.
Quando o sangue enche o átrio esquerdo esta
canaliza-o para o ventrículo esquerdo.
O ventrículo esquerdo bombeia o sangue para
a artéria aorta.
22. Grandes vasos
Quando o sangue enche a aurícula direita
esta canaliza-o para o ventrículo direito, que
por sua vez o bombeia para o tronco
pulmonar.
O tronco pulmonar sai do ventrículo direito e
divide-se em:
Artérias pulmonares direita e esquerda – que
conduzem o sangue respectivamente para o
pulmão direito e esquerdo.
23. Grandes vasos
Quando o sangue sai do
ventrículo esquerdo passa
pela aorta ascendente,
daqui vai para as artérias
coronárias, arco da aorta e
aorta descendente, onde
vai irrigar os órgãos
torácicos e abdominais.
Através de ramificações
destes grandes vasos o
sangue chega a todos os
tecidos do organismo.
24. Vascularização
O coração tem o seu
próprio fornecimento de
sangue através da
circulação coronária.
Os principais vasos
coronários são:
Artéria coronária
direita
Artéria coronária
esquerda
Seio coronário
Que se originam na
aorta ascendente.
Ramificam-se para fornece
O2 e nutrientes ao
coração.
Transporta o sangue venoso do coração para o átrio direito
28. III-Histologia do coração
Exteriormente o coração é revestido por uma camada
de tecido conjuntivo que o protege e ajuda a manter
no lugar – o pericárdio.
O pericárdio apresenta dois folhetos:
Externo – pericárdio fibroso
Interno – pericárdio seroso – que apresenta duas camadas:
A mais externa é a - camada parietal – que está em
contacto com o pericárdio fibroso
A mais interna é a - camada visceral ou epicárdio – que
está em contacto com o miocárdio
29. Histologia do coração
Entre o camada parietal e
visceral do pericárdio
seroso existe um espaço –
a cavidade do pericárdio
– que contém um fluido
fluido pericárdico – que
evita o atrito entre as duas
camadas, para facilitar os
movimentos durante os
batimentos cardicos.
30. Histologia do coração
A parede do coração é formada por 3
camadas, do exterior para o interior:
Epicárdio(externa)
Miocárdio(média)
Endocárdio(interna)
31. Histologia do coração
Epicárdio:
Epicárdio é constituído por mesotélio e tecido
conjuntivo.
Constitui a camada visceral do pericárdio
seroso.
É uma camada fina, transparente e externa da
parede do coração.
32. Histologia do coração
Miocárdio
O miocárdio tem como principal função bombear o sangue.
As fibras musculares cardíacas formam duas redes distintas:
Uma rede atrial (sincício atrial)
Uma rede ventricular (sincício ventricular)
Cada fibra une-se a outras fibras através dos discos intercalares
No interior dos discos intercalares encontramos junções gap que
permitem a condução dos potenciais de acção entre as fibras
musculares
As junções gap funcionam como pontes para a transmissão da
excitação de uma fibra a outra.
34. Histologia do coração
Miocárdio: (cont)
O miocárdio constitui a maior parte do coração
e é composto por tecido muscular específico
responsável pela função específica do
coração.
O tecido muscular do miocárdio apresenta
células musculares:
Estriadas
Involuntárias
Organizadas em feixes
35. Histologia do coração
A camada de miocárdio é mais fina nos átrios
porque estes funcionam como uma fraca
bomba de escorva (primer pump) enviando o
sangue para os ventrículos.
Os ventrículos têm uma camada de miocárdio
mais espessa porque fornecem a forca
principal que propelem o sangue pela
circulação pulmonar e sistémica.
36. Histologia do coração
Endocárdio:
O endocárdio reveste o interior do miocárdio,
as válvulas e a cordas tendinosas que se
ligam às válvulas.
É constituído por epitélio escamoso simples –
endotélio.
O endocárdio é contíguo com o endotélio que
reveste os grandes vasos sanguíneos
37. IV-Fisiologia
Funções do sistema cardiovascular
Garantir circulação a todos órgãos e tecidos
Fornecer trocas de gases, nutrientes e
hormônios
Captar o volume sanguíneo proveniente dos
tecidos e remover os produtos do catabolismo
Participação de mecanismos homeostáticos
(comunicação hormonal, temperatura
corporal).
38. Potencial de acção
Alterações da permeabilidade durante o potencial de acção no miocardíaco:
Fase de despolarização
Os canais de Na+ abrem
Os canais de K+ fecham
Os canais de Ca 2+ começam a abrir
Fase de repolarização inicial:
Os canais de Na+ fecham
Alguns canais de K+ abrem
Os canais de Ca 2+ estão abertos (produzem a fase de planalto porque
atrasam a repolarização
Fase de repolarização final:
Os canais de Ca 2+ fecham
Muitos canais de K+ abrem
39. Ciclo cardíaco
Eventos cardíacos que ocorrem no início de cada
batimento até o comeco do seguinte;
Cada ciclo é desncadeado pela geração expontânea
de um potencial de acção pelo nodo sinusal
A energia química para a contração cardíaca é
derivada principalmente do metabolismo oxidativo de
ácidos graxos.
É constituído pela:
Diástole (periodo de relaxamento)
Sístole ( periodo de contração)
41. Ciclo cardíaco
Relações do ciclo cardíaco com o ECG
A onda P e causada pela dispolarização atrial, o que é
seguido pela contração atrial aumentando a sua
pressão imediatamente após a onda P.
Cerca de 0.16s apos surge o complexo QRS
(despolarizacao ventricular) que da inicio a contracao
ventricular
Por conseguinte o complexo QRS começa pouco
antes do inicio da contração ventricular
42. Ciclo cardíaco
Átrios como bomba de escorva
75% do enchimento ventricular é feito com a abertura das válvulas átrio-
ventriculares, sem contracção auricular.
A contracção atrial contribui com o enchimento dos restantes 25% de sangue que
falta nos ventrículos.
Variações da pressão atrial:
Onda a: gerada pela contração atrial ( em geral a pressão atrial direita=4 a
6mmHg e Esquerda=7 a 8mmHg);
Onda c: causada pelo pequeno refluxo do sangue ventriclulo-atrial durante o
inicio da contração ventricular;
Onda v: surge próximo ao fim da sístole, resultado do lento fluxo aos átrios
provenientes das válvulas semilunares.
43. Ciclo cardíaco-Ventriculos como bombas
Enchimento dos ventriculos:
Durante a sistole o sangue se acumula nos átrios ( porque as
válvulas AV encontram-se encerradas)
Logo ao fim da sistole, há ↓ pressões sistólicas e as pressões
diastólicas ↑ promovendo a abertura das válvulas AV, permitindo
o fluxo rápido para os ventriculos (periodo de enchimento
rápido) durante o primeiro terço da diástole
Durante o terço médio o sangue flui normalmente
Durante o ultimo terço o sangue flui pela contra ção atrial (25%)
44. Ciclo cardíaco-Esvaziamento dos ventriculos na sistole
Periodo de contração isométrica:
Imediatamente após o inicio da contração
ventricular, a sua pressão aumenta
subitamente resultando em fechamento das
válvulas AV.
São necessários 0.02 a 0.03s para a
abertura das válvulas semilunares
Nesta fase ocorre a contração ventricular,
porém, sem esvaziamento
45. Ciclo cardíaco-Esvaziamento dos ventriculos na sistole
Periodo de ejecção :
Com a elevação da pressão ventricular esquerda acima de
80mmHg e da direita acima de 8mmHg, ocorre abertura das
válvulas semilunares;
Imediatamente o sangue começa a sair dos ventriculos, sendo
70% durante o primeiro terço ( periodo de ejecção rápida) e 30%
( periodo de ejecção lento)
Periodo de relaxamento isométrico:
Ao término da sistole, subitamente há relaxamento ventricular
permitindo queda das pressões intraventriculares;
Mantendo-se por cerca de 0.03 a 0.06s em relaxamento antes do
inicio do novo ciclo.
46. Ciclo cardíaco-Esvaziamento dos ventriculos na sistole
Volume diastólico final: Na diástole, o
enchimento ventricular aumenta normalmente
em cada ventrículo 110 a 120ml.
Debito sistólico: A medida que os ventriculos
se esvaziam na sistole, o volume se reduz em
cerca de 70ml, e os 40 a 50ml remanescentes
a cada ventriculo formam o volume
diastólico final.
47. Sons cardíacos
Os sons que se auscultam nos batimentos
cardíacos são provocados pela turbulência do
fluxo de sangue no fechamento das válvulas.
Como se identificam os sons:
1º som – (S1) – é um som de batida e longo -
fechamento das válvulas auriculo-ventriculares –
após o inicio da sístole ventricular.
2º som – (S2 ) – fechamento das válvulas
semilunares – no final da sístole ventricular.
Pausa entre os ciclos
48. Débito cardíaco
O débito cardíaco corresponde ao sangue ejectado pelo coracao a por
minuto e é resultado do produto da frequêcia cardíaca pelo volume
efectivo:
DC = FC x VE
Num indivíduo de 70kg, com FC de 70bpm e VE de 70ml teremos um
DC de aproximadamente 5l/min
A frequêcia cardíaca é determinada pela frequência de despolarização
espontânea ao nível do nódulo SA e pode ser modificada pelo sistema
nervoso central, sendo que o nervo vago actua sobre os receptores
muscarínicos reduzindo a frequência cardíaca, enquanto que as fibras
simpáticas estimulam os receptores beta-adrenérgico para aumentar a
frequência cardíaca.
O volume ejectivo é determinado por 3 factores: pré-carga, pós-carga e
contractilidade.
49. Regulação do Débito cardiaco
Mecanismo de Frank-Starling:
“Quanto mais o músculo for distendido durante o
enchimento, maior vai ser a força de contração
e, consequentimente maior será também a
quantidade de sangue bombeiada para aorta”
“Dentro dos limites fisiológicos, o coração irá
bombear todo o sangue que chegar a ele sem
permitir represamento excessivo de sangue nas
veias”
50. Débito cardíaco
Os factores que fazem diminuir o
volume sistólico e a frequência cardíaca
– diminuem o débito cardíaco.
Os factores que fazem aumentar o
volume sistólico e a frequência cardíaca
– aumentam o débito cardíaco.
51. Pré-carga
A pré-carga consiste no volume
ventricular no final da diástole e é
dependente do retorno venoso.
O retorno venoso é influenciado por
mudanças de posição, pressão
intratorácica e pelo tónus do sistema
venoso.
O aumento da pré-carga implica
aumento no volume ejectivo.
A relação entre o volume ventricular no
final da diástole e o volume ejectivo é
conhecido com Lei de Starling que
defende que a energia de contracção
do músculo ventricular é directamente
proporcional ao comprimento inicial da
fibra muscular.
52. Pós-carga
Pós-carga é a resistência a
ejecção ventricular e é causada
pela resistência oferecida ao
fluxo na circulação sistémica –
resistência vascular sistémica.
A resistência é determinada pelo
diâmetro das arteríolas e dos
esfíncteres pré-capilares.
Quanto mais reduzido for o seu
diâmetro, maior a resistência.
A resistência vascular sistémica
é controlada pelo sistema
nervoso simpático, que por sua
vez controla o tónus muscular da
parede arteriolar.
53. Frequência cardíaca
A frequência cardíaca é variável de acordo com vários
estímulos.
Frequência cardíaca = 60-100 bpm.
Factores que condicionam a frequência cardíaca:
Controle do sistema nervoso autónomo
Substâncias químicas
Temperatura
Emoções
Sexo
Idade
54. Algumas substâncias químicas
produzidas pelo organismo podem
provocar alterações da frequência
cardíaca:
Adrenalina (epinefrina)
Frequência cardíaca – Substâncias químicas
É produzida pelas supra-renais
por estimulação simpática
Aumenta a excitabilidade do
nódulo sino-auricular
Aumenta
a frequência cardíaca
Aumenta
a força das contracções
55. Frequência cardíaca
O ritmo cardíaco é ajustado de acordo
com as condições variáveis, de forma a
manter a homeostase do organismo.
O nódulo sino-auricular é enervado pelo
sistema nervoso autónomo:
Simpático
Parassimpático
56. Frequência cardíaca
A estimulação dos nervos simpáticos – aumenta a
libertação de noradrenalina pelas terminações
nervosas – o ritmo dos impulsos do nódulo SA
aumentam e a frequência cardíaca aumenta.
A estimulação dos nervos parassimpáticos (nervo
vago – X nervo craniano) – aumenta a libertação de
acetilcolina pelas terminações nervosas – o ritmo dos
impulsos do nódulo SA diminuem e do nódulo AV e a
frequência cardíaca diminui.
57. O cálcio e o potássio têm influência na
contractilidade das células cardíacas.
Frequência cardíaca – Substâncias químicas
Excesso de iões de potássio
no líquido extracelular
Provoca uma fraqueza geral do
músculo cardíaco.
Diminui a força de contracção pela
diminuição
do potencial de repouso da membrana.
Excesso de iões de cálcio
no líquido extracelular
O coração sofre uma contracção espasmódica.
Aumenta a força de contracção.
Diminui a frequência cardíaca.
58. Frequência cardíaca - Temperatura
Hipertermia
Aumento da temperatura
corporal pelo exercício físico
Estimulam o nódulo sino-auricular
que gera mais impulsos
Provocando um aumento
da frequência cardíaca
Hipotermia
Provoca:
-diminuição
da frequência cardíaca
-diminuição da força das contracções
59. Frequência cardíaca - Emoções
Emoções como:
- Medo
- Raiva
- Ansiedade
Aumentam a frequência cardíaca
(sindroma de adaptação geral)
Estados mentais como:
-Depressão
Diminuem a frequência cardíaca por
estimulação do centro cardio-inibitório
60. Frequência cardíaca-sexo e idade
Os batimentos cardíacos são mais
acelerados nas mulheres que nos
homens.
Os batimentos cardíacos são acelerados
nos recém-nascidos, são moderados na
juventude e são mais lentos nos idosos.
61. Sistema de condução
O coração tem um sistema intrínseco de
condução – sistema condutor – que permite
ao coração manter os batimentos cardíacos
sem qualquer estímulo do sistema nervoso.
O sistema condutor estimula a contracção das
fibras musculares cardíacas, pois tem a
capacidade de gerar e distribuir potenciais de
acção.
É composto por tecido muscular
especializado.
62. Sistema de condução
O músculo cardíaco é capaz de gerar de uma
forma espontânea e rítmica potenciais de
acção que provocam a contracção do
coração.
O sistema de condução do coração é
composto pelo:
Nódulo sino-atrial (ou sinusal)
Nódulo átrio-ventricular
Fascículo ou feixe átrio-ventricular
Ramos direito e esquerdo
Ramos subendocárdicos ou feixes de Purkinje
63. Sistema de condução
Nódulo sinusal
O nódulo sino-atrial está localizado na parede do átrio direito,
abaixo da entrada da veia cava superior.
O nódulo sino-atrial inicia os batimentos cardíacos e marca o
ritmo da frequência cardíaca de todo o coração– é designado
também por “marca passo”.
O nódulo sino-atrial gera potenciais de acção muito rápidos,
distribui o estímulo por todo o coração, impedindo que outras
zonas possam gerar também potenciais de acção.
64. Sistema de condução
O potencial de acção que se gera no
nódulo sino-atrial estende-se pelos
átrios fazendo com que estas se
contraiam e provocando a
despolarização do nódulo átrio
-ventricular.
66. Sistema de condução
Nódulo átrio-ventricular
O nódulo átrio-ventricular localiza-se no septo interatrial.
O nódulo sino-atrial gera um potencial de acção que passa pelos
átrios até ao nódulo átrio-ventricular.
Neste nódulo o potencial de acção desacelera permitindo:
Os átrios transfirem o sangue para os ventrículos.
Terminar a contracção dos átrios antes que os ventrículos iniciem a
sua contracção.
67. Sistema de condução
Fascículo átrio-ventricular (ou feixe de His)
Do nódulo átrio-ventricular o potencial de acção passa
para o fascículo átrio-ventricular (ou feixe de His).
O fascículo átrio-ventricular inicia-se na parte superior
do septo interventricular.
O potencial de acção passa para os ramos direito e
esquerdo do fascículo átrio-ventricular na direcção do
ápice do coração.
68. Sistema de condução
Dos ramos do fascículo auriculo-
ventricular emergem os ramos
subendocárdicos ou fibras de Purkinje,
distribui o potencial de acção pelas
fibras musculares e provocam a
contracção dos ventrículos.
69. Nódulo sino-autrial
Localização:
parede do atrio
direito
Função:
- Inicia os batimentos
cardíacos.
- Marca o ritmo da
frequência cardíaca.
- Envia potenciais de
acção para os dois
atrios.
- Provoca a contracção
das aurículas.
Sistema de condução
70. Fascículo auriculo-ventricular ou feixe de His
Localização:
Parte superior do
septo
interventricular
Função:
-Recebe o potencial de acção
do nódulo atrio-ventricular.
- Envia o potencial de acção
para os ramos
subendocárdicos ou fibras de
Purkinje.
Sistema de condução
71. Ramos subendocárdicos ou fibras de Purkinje
Localização:
Miocárdio ventricular
Função:
- Recebe o potencial de
acção dos ramos direito e
esquerdo do fascículo atrio-
ventricular.
-Distribui o potencial de
acção para as fibras
musculares ventriculares.
- Provoca a contracção dos
ventrículos.
Sistema de condução
72. Electrocardiograma
Um electrocardiograma (ECG) é um registo das
alterações eléctricas que acompanham os batimentos
cardíacos.
Os potenciais de acção de cada segmento do
batimento cardíaco são passíveis de ser registados
num gráfico com ondas que sobem e descem, que
formam o traçado electrocardiográfico.
O electrocardiograma regista-se numa folha de papel
milimétrico.
73. As informações registadas no ECG
representam os impulsos eléctricos do
coração.
Os impulsos eléctricos representam as várias
etapas da estimulação cardíaca.
No estado de repouso as células cardíacas
encontram-se polarizadas e o interior das
células apresenta-se com uma carga negativa.
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
Célula cardíaca
em repouso.
Célula cardíaca
polarizada.+++++++++++++++++++++++++++++
++++++++++++++++++++++++++++++
Electrocardiograma
75. Uma onda de despolarização propaga-se pelo
coração provocando uma contracção do miocárdio.
A despolarização provoca a contracção das células do
miocárdio quando a carga dentro das células se torna
positiva (+).
As ondas de despolarização (interior das células + ) e
as ondas de repolarização (interior das células - ) são
registadas sob a forma de ondas no ECG.
Electrocardiograma
76. Electrocardiograma
A onda de despolarização carrega o interior
das células do miocárdio positivamente.
Na repolarização as células do miocárdio
voltam a ter no seu interior carga negativa.
A repolarização é um fenómeno eléctrico e o
coração fica quieto durante esta actividade.
78. Electrocardiograma-Onda P
Indica a despolarização auricular.
É a propagação do potencial de acção do
nódulo sino-auricular às duas aurículas.
Logo após o inicio da onda P as aurículas
contraem-se – o sangue passa das aurículas
para os ventrículos.
79. Electrocardiograma- Onda P
O estimulo eléctrico que se inicia no nódulo
sino-auricular propaga-se concentricamente
em todas as direcções.
A despolarização auricular é uma onda de
cargas positivas no interior das células
cardíacas.
A onda de despolarização que vai na direcção
das aurículas é captada pelos eléctrodos e
registada como onda P.
80. Electrocardiograma- Onda P
A onda P representa a actividade
eléctrica da contracção das duas
aurículas.
A onda P representa:
Despolarização
Contracção
Nota: considera-se que a despolarização se faz ao mesmo
tempo que a contracção, mas na realidade a contracção ocorre
ligeiramente depois.
Dos dois atrios
82. Electrocardiograma- Complexo
QRS
Indica a despolarização ventricular.
É a propagação do potencial de acção
pelos ventrículos.
A onda QRS ou sistema QRS
representa a actividade eléctrica de
estimulação dos ventrículos.
83. Electrocardiograma- Complexo
QRS
O impulso vindo do nódulo sino-auricular
chega ao nódulo auriculo-ventricular e faz
uma pausa de 1/10 de segundo.
Esta pausa permite que o sangue passe das
aurículas para os ventrículos.
Após esta pausa o nódulo auriculo-ventricular
envia um impulso eléctrico (envia uma onda
de despolarização) que se propaga pelo feixe
auriculo-ventricular ou feixe de His.
84. Electrocardiograma- Complexo
QRS
Do feixe de His a onda de despolarização propaga-se pelos
ramos direito e esquerdo – fascículo subendocárdico ou feixes
de Purkinje.
À medida que se propaga a despolarização do nódulo auriculo-
ventricular, inicia-se a contracção dos ventrículos.
A onda ou complexo QRS registado no ECG é o impulso
eléctrico que se propaga do nódulo AV para as fibras de Purkinje
e para a células miocárdicas.
A contracção ventricular dura mais tempo que o complexo QRS,
mas este é considerado o registo que representa a contracção
ventricular.
86. Onda R
- É a primeira
deflexão para cima.
Onda Q
- É uma onda que se
desloca para baixo no
traçado.
-Pode não estar
presente.
- Se está presente é
sempre a primeira
deflexão para baixo no
inicio do complexo
QRS.
Onda S
- É uma deflexão para
baixo que é sempre
precedida de uma
deflexão para cima.
87. Electrocardiograma- Complexo
QRS
Uma deflexão para cima no traçado do ECG é sempre
uma onda R.
As ondas Q e S são sempre dirigidas para baixo (são
ondas negativas).
O que distingue as ondas Q e S é o facto de
aparecerem antes ou depois da onda R.
Onda Q – surge antes da onda R.
Onda S – surge depois da onda R.
88. Electrocardiograma- Onda T
Indica a repolarização dos ventrículos.
Na repolarização as células do miocárdio
recuperam a carga negativa no seu interior,
ficando desta forma preparadas para uma
nova estimulação.
A repolarização dos ventrículos é uma
fenómeno eléctrico, não havendo por isso
qualquer resposta mecânica
92. Referencias bibliográficas
GUYTON & HALL, Tratado de fisiologia
Médica, 11ª edição, Rio de Janeiro, Elsevier,
2006. cap 9,10. pág 103-121
SADLER, T.W, Embriologia Médica, 11ª
edição, Rio de Janeiro, Guanabara Koogan,
cap 12, pág 143-173
NETTER, Frank H, Atlas de anatomia
Humana, 3ª edição, Porto Alegre, Artmed,
2003, pág 207-222