SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 20
Vanessa Cunha

Hemostasia e trombose
Vanessa Cunha

Hemostasia: o que é?
• É o conjunto de mecanismos que permite a
fluidez do sangue pelos vasos sanguíneos. Ou
seja, o equilíbrio entre:
Vanessa Cunha

E se estes mecanismos estiverem comprometidos?
Vanessa Cunha

Tríade de Virchow: fatores que culminam
na ativação da cascata de coagulação
Vanessa Cunha

Trombo arterial x Trombo venoso
• Trombo arterial: chamado também de “trombo branco”, é
caracterizado pela presença principalmente de plaquetas em
uma trama de fibrina.

• Trombo venoso: também conhecido como “trombo
vermelho”, contém normalmente mais eritrócitos (hemácias)
do que plaquetas.
Vanessa Cunha

Tratamento farmacológico para trombo venoso:
ANTICOAGULANTES
1) Heparina:
Além da Heparina propriamente dita, existem também no
mercado
farmacológico
fragmentos
de
heparina
(enoxaparina e dalteparina), heparina de baixo peso
molecular
(LHMW)
e
pentassacarídeo
sintético
(fondaparinux).
Vanessa Cunha

Tratamento farmacológico para trombo venoso:
ANTICOAGULANTES
Mecanismo de ação

A heparina liga-se a antitrombina III,
alterando sua conformação de forma a aumentar
sua afinidade por serina-proteases. No caso da
heparina, seu efeito maior é sobre a trombina.
Já a heparina de baixo peso molecular
potencializam a ação da trombina sobre o Fator
Xa.
A antitrombina III é responsável por inibir a trombina e outras serinaproteases (como o Fator Xa) através de sua ligação ao sítio ativo de serina.
Vanessa Cunha

Vantagens e desvantagens:
Heparina x LMHW
a) Heparina:
• Vantagens : baixo custo, alta eficiência e fácil reversão do
efeito anticoagulante com protamina.
• Desvantagens: necessária bomba de infusão para
administração
e
monitoramento
laboratorial
e
trombocitopenia induzida por heparina.
b) LMHW:
• Vantagens : menor afinidade pelo fator plaquetário 4
relacionado com a trombocitopenia induzida por heparina,
meia-vida longa, não necessita de monitoramento laboratorial
(não se liga a proteínas plasmáticas) ou de bomba de infusão
para sua administração.
• Desvantagens: custo elevado e ausência de antagonistas
efetivos para reversão do seu efeito anticoagulantes.
Vanessa Cunha

Tratamento farmacológico para trombo venoso:
ANTICOAGULANTES
Farmacocinética

Não podem ser administrados via oral; afinal, como são
polissacarídeos, seriam degradados pela amilase no trato
gastrointestial e também a heparina apresenta alto peso molecular –
logo, não seria absorvida.
A administração deve ser intravenosa ou subcutânea.

Efeitos adversos

Hemorragia e trombocitopenia.
Vanessa Cunha

Tratamento farmacológico para trombo venoso:
ANTICOAGULANTES
2) Inibidores diretos da trombina
• Hirudina: derivados da saliva da sanguessuga
medicinal (via subcutânea)
• Lepurudina (via intravenosa)
• Bivalirudina (via subcutânea)
• Etexilato de dabigatrana: é um pró-fármaco,
sendo administrado via oral
Efeitos adversos

Sangramentos e anemia.
Vanessa Cunha

Tratamento farmacológico para trombo venoso:
ANTICOAGULANTES
3) Antagonista da vitamina K (anticoagulantes
orais):
A vitamina K tem grande importância na
cascata de coagulação, sendo responsável pela
ativação dos fatores II, VII, IX e X.
Mecanismo de ação

A varfarina inibe, portanto, a síntese de
fatores de coagulação dependentes da vitamina K.
Vanessa Cunha

Tratamento farmacológico para trombo venoso:
ANTICOAGULANTES
Farmacocinética

Administração via oral, tendo seu efeito a
longo prazo. Assim, em casos de trombose venosa,
administra-se também outro anticoagulante de
efeito rápido. Esta prática minimiza a propagação
do trombo e evita a recorrência do
tromboembolismo venoso.
Contra-indicação

Gestantes, alcoolistas e
pessoas com deficiência de vitamina K.

Teratogênico
Vanessa Cunha

Tratamento farmacológico para trombo arterial:
ANTIPLAQUETÁRIOS
1) Aspirina:
Mecanismo de ação

Inibe a síntese de tromboxano A2 pelas plaquetas por
um mecanismo irreversível* no sítio ativo da COX-1.
Efeito no ENDOTÉLIO:
A inibição da COX-1 no endotélio
produz
efeito
pró-agregante
plaquetário, uma vez que impede a
ativação de prostaglandinas (antiagregante).

Efeito nas PLAQUETAS:
A inibição da COX-1 nas
plaquetas bloqueia a síntese de
tromboxano (pró-agregante).

* Mecanismo: acetilação irreversível de um resíduo de serina no sítio ativo da COX-1.
Vanessa Cunha

Tratamento farmacológico para trombo arterial:
ANTIPLAQUETÁRIOS
Por que
não causa
efeito próagregante?

A aspirina apresenta maior afinidade pela
ciclooxigenase 1 presente nas plaquetas. Além disso, as
plaquetas não possuem núcleo; logo, não são capazes de
sintetizar o tromboxano A2. Assim, o efeito da aspirina
sobre as plaquetas é muito mais pronunciado.

Efeitos adversos

Em doses muito elevadas pode levar a hepatotoxicidade e problemas no
trato gastrintestinal.
Farmacocinética

Administração via oral
Vanessa Cunha

Tratamento farmacológico para trombo arterial:
ANTIPLAQUETÁRIOS
2) Antagonistas do receptor de ADP (P2Y)
Os representantes desta classe bloqueiam o receptor
P2Y. Este receptor permite a entrada de ADP na célula.
Assim, ocorrem os seguintes fenômenos:
ADP não
consegue entrar
na célula

Assim, não
ocorrerá a
“transformação”
de ADP em ATP

Com isso,
ocorrerá o
aumento dos
níveis de AMPc

Obs: Aumento do AMPc – efeito antiagregante
Aumento do ADP – efeito pró-agregante
Aumento de cálcio – efeito pró-agregante
Vanessa Cunha

Tratamento farmacológico para trombo arterial:
ANTIPLAQUETÁRIOS
a) Ticlopidina: administrada via oral, mas pouco utilizada
devido a seus efeitos adversos: trombocitopenia e
neutropenia.

b) Clopidogrel: é um pró-farmaco, sendo administrado via
oral. Apresenta menores efeitos adversos do que a
Ticlopidina, sendo mais utilizado.
Vanessa Cunha

Tratamento farmacológico para trombo arterial:
ANTIPLAQUETÁRIOS
3) Antagonistas do receptor Gp IIB/IIIA
Todas as vias de ativação das plaquetas convergem
para a ativação deste receptor. Assim, o fármaco seria
capaz de inibir todas as vias de ativação plaquetária.
Elevado risco de sangramentos!
a) Tirofibana: não absorvido via oral, apenas injetável
(intravenosa).
Vanessa Cunha

Fibrinólise
• Como ocorre?
1

Ativação do sistema de coagulação leva a ativação do plasminogênio.
Esta última é realizada pelo tPA (ativador de plasminogênio tecidual).

2

O plasminogênio é depositado nos cordões de fibrina dentro do trombo.
Os ativadores de plasminogênio são serina-proteases que se difundem para
o interior do trombo, permitindo a clivagem do plasminogênio em plasmina.

3

A plasmina será responsável pela digestão da fibrinas, fatores de coagulação e
fibrinogênio.
Vanessa Cunha

Tratamento farmacológico para trombo arterial:
FIBRINOLÍTICOS
a) Estreptoquinase
É uma proteína extraída de cultura de Estreptococos.
Como pode causar efeito no plasminogênio circulante
no plasma é chamada de não-fibrino específica.

b) Alteplase
É mais ativa ao plasminogênio ligado à fibrina; logo,
é denominada de fibrino específica, atuando de forma
restrita ao local do trombo.
Vanessa Cunha

Tratamento farmacológico para trombo arterial:
FIBRINOLÍTICOS
Farmacocinética

Administração via intravenosa
Efeitos adversos

Sangramentos e acidente vascular cerebral hemorrágico.
No caso da Estreptoquinase podem ocorrer
hipersensibilidade.
Observação

Não são utilizados para profilaxia do trombo

reações

de

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

La actualidad más candente (20)

Coagulação Sanguínea
Coagulação SanguíneaCoagulação Sanguínea
Coagulação Sanguínea
 
5ª aula vias de administração
5ª aula   vias de administração5ª aula   vias de administração
5ª aula vias de administração
 
Inflamação
InflamaçãoInflamação
Inflamação
 
Hemostasia
HemostasiaHemostasia
Hemostasia
 
Anticoagulants
AnticoagulantsAnticoagulants
Anticoagulants
 
Sangue, hematopoese, hemograma
Sangue, hematopoese, hemogramaSangue, hematopoese, hemograma
Sangue, hematopoese, hemograma
 
Inflamação
  Inflamação  Inflamação
Inflamação
 
Inflamação
InflamaçãoInflamação
Inflamação
 
Processos inflamatórios - agudo e crônico
Processos inflamatórios - agudo e crônicoProcessos inflamatórios - agudo e crônico
Processos inflamatórios - agudo e crônico
 
Farmacodinâmica
FarmacodinâmicaFarmacodinâmica
Farmacodinâmica
 
Aula - Anti-inflamatórios não esteróidais
Aula - Anti-inflamatórios não esteróidaisAula - Anti-inflamatórios não esteróidais
Aula - Anti-inflamatórios não esteróidais
 
Farmacos do sistema cardiovascular
Farmacos do sistema cardiovascularFarmacos do sistema cardiovascular
Farmacos do sistema cardiovascular
 
Farmacodinâmica
FarmacodinâmicaFarmacodinâmica
Farmacodinâmica
 
ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS
ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAISANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS
ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS
 
8.1 antibióticos 1.1
8.1 antibióticos 1.18.1 antibióticos 1.1
8.1 antibióticos 1.1
 
Disturbios da coagulação
Disturbios da coagulaçãoDisturbios da coagulação
Disturbios da coagulação
 
Aula - Cardiovascular - Vasodilatadores
Aula - Cardiovascular - VasodilatadoresAula - Cardiovascular - Vasodilatadores
Aula - Cardiovascular - Vasodilatadores
 
ANTI-INFLAMATÓRIOS e ANALGÉSICOS
ANTI-INFLAMATÓRIOS e ANALGÉSICOSANTI-INFLAMATÓRIOS e ANALGÉSICOS
ANTI-INFLAMATÓRIOS e ANALGÉSICOS
 
Aula - Farmacologia básica - Farmacodinâmica
Aula - Farmacologia básica - FarmacodinâmicaAula - Farmacologia básica - Farmacodinâmica
Aula - Farmacologia básica - Farmacodinâmica
 
Exames laboratoriais
Exames laboratoriaisExames laboratoriais
Exames laboratoriais
 

Destacado

Questões patologia geral 1º semestre
Questões patologia geral 1º semestreQuestões patologia geral 1º semestre
Questões patologia geral 1º semestreJumooca
 
Anticoagulantes
AnticoagulantesAnticoagulantes
Anticoagulantesfe53
 
Farmacologia Antiparasitarios
Farmacologia AntiparasitariosFarmacologia Antiparasitarios
Farmacologia AntiparasitariosManuel Meléndez
 
Antibióticos - mecanismo de ação
Antibióticos - mecanismo de açãoAntibióticos - mecanismo de ação
Antibióticos - mecanismo de açãoSafia Naser
 
Penicilinas e cefalosporinas
Penicilinas e cefalosporinasPenicilinas e cefalosporinas
Penicilinas e cefalosporinasElon Freire
 
Antiparasitarios farmacología.
Antiparasitarios farmacología.Antiparasitarios farmacología.
Antiparasitarios farmacología.Félix Cadena
 
Antibióticos e Quimioterápicos
Antibióticos e QuimioterápicosAntibióticos e Quimioterápicos
Antibióticos e QuimioterápicosJose Carlos
 
Mecanismo de ação dos antimicrobianos
Mecanismo de ação dos antimicrobianosMecanismo de ação dos antimicrobianos
Mecanismo de ação dos antimicrobianosnanaqueiroz
 

Destacado (12)

Questões patologia geral 1º semestre
Questões patologia geral 1º semestreQuestões patologia geral 1º semestre
Questões patologia geral 1º semestre
 
Anticoagulantes
AnticoagulantesAnticoagulantes
Anticoagulantes
 
Rbmfc
RbmfcRbmfc
Rbmfc
 
Antiparasitarios
AntiparasitariosAntiparasitarios
Antiparasitarios
 
Farmacologia Antiparasitarios
Farmacologia AntiparasitariosFarmacologia Antiparasitarios
Farmacologia Antiparasitarios
 
Antibióticos - mecanismo de ação
Antibióticos - mecanismo de açãoAntibióticos - mecanismo de ação
Antibióticos - mecanismo de ação
 
Penicilinas e cefalosporinas
Penicilinas e cefalosporinasPenicilinas e cefalosporinas
Penicilinas e cefalosporinas
 
Antiparasitarios farmacología.
Antiparasitarios farmacología.Antiparasitarios farmacología.
Antiparasitarios farmacología.
 
Fármacos Antiparasitarios
Fármacos AntiparasitariosFármacos Antiparasitarios
Fármacos Antiparasitarios
 
Antibióticos e Quimioterápicos
Antibióticos e QuimioterápicosAntibióticos e Quimioterápicos
Antibióticos e Quimioterápicos
 
Antimicoticos.
Antimicoticos.Antimicoticos.
Antimicoticos.
 
Mecanismo de ação dos antimicrobianos
Mecanismo de ação dos antimicrobianosMecanismo de ação dos antimicrobianos
Mecanismo de ação dos antimicrobianos
 

Similar a Hemostasia e trombose

Anticoagulante e Antiagregante
Anticoagulante e AntiagreganteAnticoagulante e Antiagregante
Anticoagulante e Antiagreganteresenfe2013
 
Proteína - Trombina
Proteína - Trombina Proteína - Trombina
Proteína - Trombina TBQ-RLORC
 
HipertensãO Arterial
HipertensãO ArterialHipertensãO Arterial
HipertensãO Arteriallidypvh
 
Fármacos que atuam no sistema Digestório
Fármacos que atuam no sistema DigestórioFármacos que atuam no sistema Digestório
Fármacos que atuam no sistema DigestórioSimara Alves
 
Anti-hipertensivos-1_66d9bbf89a2746d59ba54be8330f54e3.pdf
Anti-hipertensivos-1_66d9bbf89a2746d59ba54be8330f54e3.pdfAnti-hipertensivos-1_66d9bbf89a2746d59ba54be8330f54e3.pdf
Anti-hipertensivos-1_66d9bbf89a2746d59ba54be8330f54e3.pdfAngelicaCostaMeirele2
 
Bom roteiro de estudo aula14
Bom roteiro de estudo aula14Bom roteiro de estudo aula14
Bom roteiro de estudo aula14Barreto Santos
 
Estudo de Caso - Hepatopata
Estudo de Caso - HepatopataEstudo de Caso - Hepatopata
Estudo de Caso - HepatopataCíntia Costa
 
Neurologia – caso clínico
Neurologia – caso clínicoNeurologia – caso clínico
Neurologia – caso clínicoGisele Doula
 
Principios De Antibioticoterapia
Principios De AntibioticoterapiaPrincipios De Antibioticoterapia
Principios De AntibioticoterapiaRenato sg
 
Iv curso teórico prático farmacologia do choque
Iv curso teórico prático farmacologia do choqueIv curso teórico prático farmacologia do choque
Iv curso teórico prático farmacologia do choquectisaolucascopacabana
 
Aula_-_Antitromboticos.pdfkhhhhhhjhhgffftff
Aula_-_Antitromboticos.pdfkhhhhhhjhhgffftffAula_-_Antitromboticos.pdfkhhhhhhjhhgffftff
Aula_-_Antitromboticos.pdfkhhhhhhjhhgffftffAngelicaCostaMeirele2
 
Reposicao Volemica E Drogas Vasoativas Na Uti
Reposicao Volemica  E Drogas Vasoativas Na UtiReposicao Volemica  E Drogas Vasoativas Na Uti
Reposicao Volemica E Drogas Vasoativas Na UtiRodrigo Biondi
 
Uestões de farmacologia
Uestões de farmacologiaUestões de farmacologia
Uestões de farmacologiaBeth Vitoria
 

Similar a Hemostasia e trombose (20)

Anticoagulante e Antiagregante
Anticoagulante e AntiagreganteAnticoagulante e Antiagregante
Anticoagulante e Antiagregante
 
Idor fsc2
Idor fsc2Idor fsc2
Idor fsc2
 
Serotonina
SerotoninaSerotonina
Serotonina
 
Proteína - Trombina
Proteína - Trombina Proteína - Trombina
Proteína - Trombina
 
HipertensãO Arterial
HipertensãO ArterialHipertensãO Arterial
HipertensãO Arterial
 
Fármacos que atuam no sistema Digestório
Fármacos que atuam no sistema DigestórioFármacos que atuam no sistema Digestório
Fármacos que atuam no sistema Digestório
 
Farmacos anti hipertensivos
Farmacos anti hipertensivosFarmacos anti hipertensivos
Farmacos anti hipertensivos
 
Farmacologia dos anti-hipertensivos
Farmacologia dos anti-hipertensivosFarmacologia dos anti-hipertensivos
Farmacologia dos anti-hipertensivos
 
Anti-hipertensivos-1_66d9bbf89a2746d59ba54be8330f54e3.pdf
Anti-hipertensivos-1_66d9bbf89a2746d59ba54be8330f54e3.pdfAnti-hipertensivos-1_66d9bbf89a2746d59ba54be8330f54e3.pdf
Anti-hipertensivos-1_66d9bbf89a2746d59ba54be8330f54e3.pdf
 
Coagulaçao do sangue
Coagulaçao do sangueCoagulaçao do sangue
Coagulaçao do sangue
 
Bom roteiro de estudo aula14
Bom roteiro de estudo aula14Bom roteiro de estudo aula14
Bom roteiro de estudo aula14
 
Drogas vasoativas
Drogas vasoativasDrogas vasoativas
Drogas vasoativas
 
Estudo de Caso - Hepatopata
Estudo de Caso - HepatopataEstudo de Caso - Hepatopata
Estudo de Caso - Hepatopata
 
Medicaenfermagem02
Medicaenfermagem02Medicaenfermagem02
Medicaenfermagem02
 
Neurologia – caso clínico
Neurologia – caso clínicoNeurologia – caso clínico
Neurologia – caso clínico
 
Principios De Antibioticoterapia
Principios De AntibioticoterapiaPrincipios De Antibioticoterapia
Principios De Antibioticoterapia
 
Iv curso teórico prático farmacologia do choque
Iv curso teórico prático farmacologia do choqueIv curso teórico prático farmacologia do choque
Iv curso teórico prático farmacologia do choque
 
Aula_-_Antitromboticos.pdfkhhhhhhjhhgffftff
Aula_-_Antitromboticos.pdfkhhhhhhjhhgffftffAula_-_Antitromboticos.pdfkhhhhhhjhhgffftff
Aula_-_Antitromboticos.pdfkhhhhhhjhhgffftff
 
Reposicao Volemica E Drogas Vasoativas Na Uti
Reposicao Volemica  E Drogas Vasoativas Na UtiReposicao Volemica  E Drogas Vasoativas Na Uti
Reposicao Volemica E Drogas Vasoativas Na Uti
 
Uestões de farmacologia
Uestões de farmacologiaUestões de farmacologia
Uestões de farmacologia
 

Más de Vanessa Cunha

Hipoglicemiantes orais
Hipoglicemiantes oraisHipoglicemiantes orais
Hipoglicemiantes oraisVanessa Cunha
 
Glicocorticoides (AIES) e Antiinflamatórios não esteroidais (AINES)
Glicocorticoides (AIES) e Antiinflamatórios não esteroidais (AINES)Glicocorticoides (AIES) e Antiinflamatórios não esteroidais (AINES)
Glicocorticoides (AIES) e Antiinflamatórios não esteroidais (AINES)Vanessa Cunha
 
Secreção - Sistema Gastrointestinal
Secreção - Sistema GastrointestinalSecreção - Sistema Gastrointestinal
Secreção - Sistema GastrointestinalVanessa Cunha
 
Fisiologia do sistema gastrointestinal
Fisiologia do sistema gastrointestinalFisiologia do sistema gastrointestinal
Fisiologia do sistema gastrointestinalVanessa Cunha
 
Neurofisiologia: potencial de repouso e ação
Neurofisiologia: potencial de repouso e açãoNeurofisiologia: potencial de repouso e ação
Neurofisiologia: potencial de repouso e açãoVanessa Cunha
 
Questionario de fisiologia renal
Questionario de fisiologia renalQuestionario de fisiologia renal
Questionario de fisiologia renalVanessa Cunha
 

Más de Vanessa Cunha (11)

Hipoglicemiantes orais
Hipoglicemiantes oraisHipoglicemiantes orais
Hipoglicemiantes orais
 
Glicocorticoides (AIES) e Antiinflamatórios não esteroidais (AINES)
Glicocorticoides (AIES) e Antiinflamatórios não esteroidais (AINES)Glicocorticoides (AIES) e Antiinflamatórios não esteroidais (AINES)
Glicocorticoides (AIES) e Antiinflamatórios não esteroidais (AINES)
 
Diuréticos
DiuréticosDiuréticos
Diuréticos
 
Placenta
PlacentaPlacenta
Placenta
 
Secreção - Sistema Gastrointestinal
Secreção - Sistema GastrointestinalSecreção - Sistema Gastrointestinal
Secreção - Sistema Gastrointestinal
 
Fisiologia do sistema gastrointestinal
Fisiologia do sistema gastrointestinalFisiologia do sistema gastrointestinal
Fisiologia do sistema gastrointestinal
 
Protozooses
ProtozoosesProtozooses
Protozooses
 
Protozooses – II
Protozooses – IIProtozooses – II
Protozooses – II
 
Neurofisiologia: potencial de repouso e ação
Neurofisiologia: potencial de repouso e açãoNeurofisiologia: potencial de repouso e ação
Neurofisiologia: potencial de repouso e ação
 
Questionario de fisiologia renal
Questionario de fisiologia renalQuestionario de fisiologia renal
Questionario de fisiologia renal
 
Helmintoses
HelmintosesHelmintoses
Helmintoses
 

Hemostasia e trombose

  • 2. Vanessa Cunha Hemostasia: o que é? • É o conjunto de mecanismos que permite a fluidez do sangue pelos vasos sanguíneos. Ou seja, o equilíbrio entre:
  • 3. Vanessa Cunha E se estes mecanismos estiverem comprometidos?
  • 4. Vanessa Cunha Tríade de Virchow: fatores que culminam na ativação da cascata de coagulação
  • 5. Vanessa Cunha Trombo arterial x Trombo venoso • Trombo arterial: chamado também de “trombo branco”, é caracterizado pela presença principalmente de plaquetas em uma trama de fibrina. • Trombo venoso: também conhecido como “trombo vermelho”, contém normalmente mais eritrócitos (hemácias) do que plaquetas.
  • 6. Vanessa Cunha Tratamento farmacológico para trombo venoso: ANTICOAGULANTES 1) Heparina: Além da Heparina propriamente dita, existem também no mercado farmacológico fragmentos de heparina (enoxaparina e dalteparina), heparina de baixo peso molecular (LHMW) e pentassacarídeo sintético (fondaparinux).
  • 7. Vanessa Cunha Tratamento farmacológico para trombo venoso: ANTICOAGULANTES Mecanismo de ação A heparina liga-se a antitrombina III, alterando sua conformação de forma a aumentar sua afinidade por serina-proteases. No caso da heparina, seu efeito maior é sobre a trombina. Já a heparina de baixo peso molecular potencializam a ação da trombina sobre o Fator Xa. A antitrombina III é responsável por inibir a trombina e outras serinaproteases (como o Fator Xa) através de sua ligação ao sítio ativo de serina.
  • 8. Vanessa Cunha Vantagens e desvantagens: Heparina x LMHW a) Heparina: • Vantagens : baixo custo, alta eficiência e fácil reversão do efeito anticoagulante com protamina. • Desvantagens: necessária bomba de infusão para administração e monitoramento laboratorial e trombocitopenia induzida por heparina. b) LMHW: • Vantagens : menor afinidade pelo fator plaquetário 4 relacionado com a trombocitopenia induzida por heparina, meia-vida longa, não necessita de monitoramento laboratorial (não se liga a proteínas plasmáticas) ou de bomba de infusão para sua administração. • Desvantagens: custo elevado e ausência de antagonistas efetivos para reversão do seu efeito anticoagulantes.
  • 9. Vanessa Cunha Tratamento farmacológico para trombo venoso: ANTICOAGULANTES Farmacocinética Não podem ser administrados via oral; afinal, como são polissacarídeos, seriam degradados pela amilase no trato gastrointestial e também a heparina apresenta alto peso molecular – logo, não seria absorvida. A administração deve ser intravenosa ou subcutânea. Efeitos adversos Hemorragia e trombocitopenia.
  • 10. Vanessa Cunha Tratamento farmacológico para trombo venoso: ANTICOAGULANTES 2) Inibidores diretos da trombina • Hirudina: derivados da saliva da sanguessuga medicinal (via subcutânea) • Lepurudina (via intravenosa) • Bivalirudina (via subcutânea) • Etexilato de dabigatrana: é um pró-fármaco, sendo administrado via oral Efeitos adversos Sangramentos e anemia.
  • 11. Vanessa Cunha Tratamento farmacológico para trombo venoso: ANTICOAGULANTES 3) Antagonista da vitamina K (anticoagulantes orais): A vitamina K tem grande importância na cascata de coagulação, sendo responsável pela ativação dos fatores II, VII, IX e X. Mecanismo de ação A varfarina inibe, portanto, a síntese de fatores de coagulação dependentes da vitamina K.
  • 12. Vanessa Cunha Tratamento farmacológico para trombo venoso: ANTICOAGULANTES Farmacocinética Administração via oral, tendo seu efeito a longo prazo. Assim, em casos de trombose venosa, administra-se também outro anticoagulante de efeito rápido. Esta prática minimiza a propagação do trombo e evita a recorrência do tromboembolismo venoso. Contra-indicação Gestantes, alcoolistas e pessoas com deficiência de vitamina K. Teratogênico
  • 13. Vanessa Cunha Tratamento farmacológico para trombo arterial: ANTIPLAQUETÁRIOS 1) Aspirina: Mecanismo de ação Inibe a síntese de tromboxano A2 pelas plaquetas por um mecanismo irreversível* no sítio ativo da COX-1. Efeito no ENDOTÉLIO: A inibição da COX-1 no endotélio produz efeito pró-agregante plaquetário, uma vez que impede a ativação de prostaglandinas (antiagregante). Efeito nas PLAQUETAS: A inibição da COX-1 nas plaquetas bloqueia a síntese de tromboxano (pró-agregante). * Mecanismo: acetilação irreversível de um resíduo de serina no sítio ativo da COX-1.
  • 14. Vanessa Cunha Tratamento farmacológico para trombo arterial: ANTIPLAQUETÁRIOS Por que não causa efeito próagregante? A aspirina apresenta maior afinidade pela ciclooxigenase 1 presente nas plaquetas. Além disso, as plaquetas não possuem núcleo; logo, não são capazes de sintetizar o tromboxano A2. Assim, o efeito da aspirina sobre as plaquetas é muito mais pronunciado. Efeitos adversos Em doses muito elevadas pode levar a hepatotoxicidade e problemas no trato gastrintestinal. Farmacocinética Administração via oral
  • 15. Vanessa Cunha Tratamento farmacológico para trombo arterial: ANTIPLAQUETÁRIOS 2) Antagonistas do receptor de ADP (P2Y) Os representantes desta classe bloqueiam o receptor P2Y. Este receptor permite a entrada de ADP na célula. Assim, ocorrem os seguintes fenômenos: ADP não consegue entrar na célula Assim, não ocorrerá a “transformação” de ADP em ATP Com isso, ocorrerá o aumento dos níveis de AMPc Obs: Aumento do AMPc – efeito antiagregante Aumento do ADP – efeito pró-agregante Aumento de cálcio – efeito pró-agregante
  • 16. Vanessa Cunha Tratamento farmacológico para trombo arterial: ANTIPLAQUETÁRIOS a) Ticlopidina: administrada via oral, mas pouco utilizada devido a seus efeitos adversos: trombocitopenia e neutropenia. b) Clopidogrel: é um pró-farmaco, sendo administrado via oral. Apresenta menores efeitos adversos do que a Ticlopidina, sendo mais utilizado.
  • 17. Vanessa Cunha Tratamento farmacológico para trombo arterial: ANTIPLAQUETÁRIOS 3) Antagonistas do receptor Gp IIB/IIIA Todas as vias de ativação das plaquetas convergem para a ativação deste receptor. Assim, o fármaco seria capaz de inibir todas as vias de ativação plaquetária. Elevado risco de sangramentos! a) Tirofibana: não absorvido via oral, apenas injetável (intravenosa).
  • 18. Vanessa Cunha Fibrinólise • Como ocorre? 1 Ativação do sistema de coagulação leva a ativação do plasminogênio. Esta última é realizada pelo tPA (ativador de plasminogênio tecidual). 2 O plasminogênio é depositado nos cordões de fibrina dentro do trombo. Os ativadores de plasminogênio são serina-proteases que se difundem para o interior do trombo, permitindo a clivagem do plasminogênio em plasmina. 3 A plasmina será responsável pela digestão da fibrinas, fatores de coagulação e fibrinogênio.
  • 19. Vanessa Cunha Tratamento farmacológico para trombo arterial: FIBRINOLÍTICOS a) Estreptoquinase É uma proteína extraída de cultura de Estreptococos. Como pode causar efeito no plasminogênio circulante no plasma é chamada de não-fibrino específica. b) Alteplase É mais ativa ao plasminogênio ligado à fibrina; logo, é denominada de fibrino específica, atuando de forma restrita ao local do trombo.
  • 20. Vanessa Cunha Tratamento farmacológico para trombo arterial: FIBRINOLÍTICOS Farmacocinética Administração via intravenosa Efeitos adversos Sangramentos e acidente vascular cerebral hemorrágico. No caso da Estreptoquinase podem ocorrer hipersensibilidade. Observação Não são utilizados para profilaxia do trombo reações de