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Memorial do Convento Capítulo XVI Realizado por: Ana Margarida Cardoso
Resumo Este capítulo começa com uma forte crítica à forma com se faz justiça, uma vez que quem têm poder e riqueza é sempre sobreposto àqueles que vivem na miséria. A passarola está pronta a voar. Em São Sebastião da Pedreira, Baltasar e Blimunda têm que deixar a quinta que foi perdida pelo rei para o Duque de Aveiro. O Padre Bartolomeu aguarda a visita do Rei para testar a máquina e quer dividir a glória da construção da passarola com os seus dois ajudantes.  No entanto, e apesar do apoio do Rei, o Padre teme ser acusado de feitiçaria e de ser judeu.
O tempo vai passando, mas D. João V não chega. Já é Outono, o que não é favorável pois a passarola precisa de sol para que possa levantar voo. Certo dia, o Padre Bartolomeu aparece junto da passarola, pálido e assustado, anunciando que têm que fugir, já que o Santo Ofício o procura. O Padre pede assim auxílio ao Anjo Custódio e a passarola faz assim o seu voo de baptismo, sem destino certo. Ao cair da noite, a passarola começa a perder altitude, devido à ausência de sol.  Blimunda, com toda a sua inspiração, consegue controlar a máquina, com a ajuda de Baltasar, evitando o pior, para alívio do Padre. Conseguem, assim, chegar a terra firme sem qualquer ferimento, o que é um verdadeiro milagre.
O Padre continua com medo da Inquisição os encontre. No entanto, e mesmo sem saber onde estão, Blimunda e Baltasar acreditam que se sobreviveram àquela queda, sobreviverão a qualquer coisa. O padre Bartolomeu tenta pegar fogo à passarola, mas é impedido pelos dois. Depois disto foge e nunca mais é visto. Com medo que a passarola seja descoberta, Baltasar e Blimunda cobrem-na com ramos e partem para Mafra, onde chegam dois dias depois e têm uma excelente vista do convento.
Pontos Importantes Reflexão sobre o valor da justiça.  Necessidade de o Rei devolver a quinta de S. Sebastião da Pedreira ao Duque de Aveiro, após anos de discussão na Justiça.  Vontade do Padre experimentar a máquina para a apresentar ao rei.  Receio do Padre face ao Santo Ofício: o voo entendido como arte demoníaca.  Fuga do Padre, procurado pela Inquisição, na passarola.  Destruição do telhado para a passarola poder voar.  Voo da máquina com o Padre, Baltasar e Blimunda e descrição de Lisboa vista do céu.
Abandono do cravo num poço da quinta para Scarlatti não ser perseguido pelo Santo Ofício.  Perseguição de Bartolomeu Lourenço pela Inquisição.  Visão de Mafra a partir do céu: a obra do convento, o mar.  Cepticismo dos habitantes que vêem a passarola nos céus.  Descida e pouso da passarola numa espécie de serra, com a chegada da noite.  Tentativa de destruição da passarola, por Bartolomeu Lourenço (fogo), mas Baltasar e Blimunda impedem-no.  Fuga do padre e camuflagem da máquina com ramos das moitas, na serra do Barregudo.  Chegada de Baltasar e Blimunda, dois dias depois, a Mafra, fingindo que vêm de Lisboa.
Citações “(…) oh que maravilha é viver e inventar (..)” Refere-se a quando a passarola está a voar. O padre tinha, realmente, conseguido inventar um engenho voador. “Se tenho de arder numa fogueira, fosse ao menos nesta” Frase proferida pelo Padre Bartolomeu, quando pega fogo à passarola, fazendo referência à fogueira onde iria arder caso a Inquisição o prendesse.
Citações “O padre veio para eles e abraçou-se também, subitamente perturbado por uma analogia, assim dissera o italiano, Deus ele próprio, Baltasar seu filho, Blimunda o Espírito Santo, e estavam os três no céu (…)” Quando a passarola já está a voar, referindo-se a uma fala de Scarlatti,  em que compara o trio voador com a Santíssima Trindade

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  • 1. Memorial do Convento Capítulo XVI Realizado por: Ana Margarida Cardoso
  • 2. Resumo Este capítulo começa com uma forte crítica à forma com se faz justiça, uma vez que quem têm poder e riqueza é sempre sobreposto àqueles que vivem na miséria. A passarola está pronta a voar. Em São Sebastião da Pedreira, Baltasar e Blimunda têm que deixar a quinta que foi perdida pelo rei para o Duque de Aveiro. O Padre Bartolomeu aguarda a visita do Rei para testar a máquina e quer dividir a glória da construção da passarola com os seus dois ajudantes. No entanto, e apesar do apoio do Rei, o Padre teme ser acusado de feitiçaria e de ser judeu.
  • 3. O tempo vai passando, mas D. João V não chega. Já é Outono, o que não é favorável pois a passarola precisa de sol para que possa levantar voo. Certo dia, o Padre Bartolomeu aparece junto da passarola, pálido e assustado, anunciando que têm que fugir, já que o Santo Ofício o procura. O Padre pede assim auxílio ao Anjo Custódio e a passarola faz assim o seu voo de baptismo, sem destino certo. Ao cair da noite, a passarola começa a perder altitude, devido à ausência de sol. Blimunda, com toda a sua inspiração, consegue controlar a máquina, com a ajuda de Baltasar, evitando o pior, para alívio do Padre. Conseguem, assim, chegar a terra firme sem qualquer ferimento, o que é um verdadeiro milagre.
  • 4. O Padre continua com medo da Inquisição os encontre. No entanto, e mesmo sem saber onde estão, Blimunda e Baltasar acreditam que se sobreviveram àquela queda, sobreviverão a qualquer coisa. O padre Bartolomeu tenta pegar fogo à passarola, mas é impedido pelos dois. Depois disto foge e nunca mais é visto. Com medo que a passarola seja descoberta, Baltasar e Blimunda cobrem-na com ramos e partem para Mafra, onde chegam dois dias depois e têm uma excelente vista do convento.
  • 5. Pontos Importantes Reflexão sobre o valor da justiça. Necessidade de o Rei devolver a quinta de S. Sebastião da Pedreira ao Duque de Aveiro, após anos de discussão na Justiça. Vontade do Padre experimentar a máquina para a apresentar ao rei. Receio do Padre face ao Santo Ofício: o voo entendido como arte demoníaca. Fuga do Padre, procurado pela Inquisição, na passarola. Destruição do telhado para a passarola poder voar. Voo da máquina com o Padre, Baltasar e Blimunda e descrição de Lisboa vista do céu.
  • 6. Abandono do cravo num poço da quinta para Scarlatti não ser perseguido pelo Santo Ofício. Perseguição de Bartolomeu Lourenço pela Inquisição. Visão de Mafra a partir do céu: a obra do convento, o mar. Cepticismo dos habitantes que vêem a passarola nos céus. Descida e pouso da passarola numa espécie de serra, com a chegada da noite. Tentativa de destruição da passarola, por Bartolomeu Lourenço (fogo), mas Baltasar e Blimunda impedem-no. Fuga do padre e camuflagem da máquina com ramos das moitas, na serra do Barregudo. Chegada de Baltasar e Blimunda, dois dias depois, a Mafra, fingindo que vêm de Lisboa.
  • 7. Citações “(…) oh que maravilha é viver e inventar (..)” Refere-se a quando a passarola está a voar. O padre tinha, realmente, conseguido inventar um engenho voador. “Se tenho de arder numa fogueira, fosse ao menos nesta” Frase proferida pelo Padre Bartolomeu, quando pega fogo à passarola, fazendo referência à fogueira onde iria arder caso a Inquisição o prendesse.
  • 8. Citações “O padre veio para eles e abraçou-se também, subitamente perturbado por uma analogia, assim dissera o italiano, Deus ele próprio, Baltasar seu filho, Blimunda o Espírito Santo, e estavam os três no céu (…)” Quando a passarola já está a voar, referindo-se a uma fala de Scarlatti, em que compara o trio voador com a Santíssima Trindade