O documento discute a epistemologia evolutiva de Stephen Toulmin. Ele argumenta que a compreensão humana está nos conceitos e que a mudança conceitual ocorre de forma evolutiva, assim como a evolução das espécies. As disciplinas científicas são entidades históricas em evolução, não seres eternos, e a ciência progride através da evolução dos conceitos, teorias, disciplinas e fóruns institucionais.
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Epistemologia de Stephen Toulmin
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO DE
CIÊNCIAS NATURAIS – MESTRADO PROFISSIONAL
EPISTEMOLOGIA DA CIÊNCIA
Stephen Toulmin
Alexandre Silva
Adnaldo Brilhante
Fernando Pedroso
Quintino Braga
2. BIBLIOGRAFIA
Stephen Edelson Toulmin Nasceu em
1992, Londres. Graduado em Física e
Matemática pelo King’s College. Foi oficial do
ministério inglês de produção aeronáutica na II
Guerra, depois terminou o seu doutorado em
Filosofia na Universidade de Cambridge em
1948. Em 1949 iniciou sua carreira Acadêmica
nas universidades: de Oxford, Melbourne, de
Leeds, Nova York, Columbia, Stanford, Londres
Hebraica, Brandeis, Califórnia, do Sudeste da Califórnia. Em todas
lecionado filosofia da ciência. Em 1973 foi nomeado “Professor” em
pensamento social e filosófico dentro do Comitê de Pensamento Social
na Universidade de Chicago. Faleceu em 04 de dezembro de 2009, em
Los Angeles, no hospital Universitário USC University.
4. Determinação do Conceito: Toulmin determina o
que é conceito com uma pergunta.
“Quais são as habilidades ou tradições, as atividades,
os procedimentos e os instrumentos da vida intelectual
e da imaginação do homem através dos quais se obtém
e se expressa tal compreensão humana?”
Para Toulmin a chave do entendimento humano está nos
conceitos.
O que é o conceito?
Aprofundando mais a questão enuncia-se as
seguintes partes:
1-Desenvolvimento dos conceitos: Nossas
ideias correntes sobre a evolução histórica e
compreensão humana. Para Toulmin os
conceitos integram os agregados, sistemas ou
populações conceituais que empregam
coletivamente as “comunidades de usuários”
dos conceitos.
5. 2 – Captação dos conceitos:
considerações sobre o desenvol-
vimento de tal compreensão ao longo
da vida do individuo. Toulmin
considera as habilidades e capaci-
dades mediante as quais um individuo
realiza sua captação conceitual.
Juntamente com os processos pelos
quais adquirem, exercem e se
perdem essas capacidades.
3 – Valor do conceito: Fundamentos em
que firma a autoridade intelectual e os
padrões pelos quais dever ser julgada.
Toulmin discute os temas subjacentes ao
juízo e a avaliação, perguntando se a
explicação geral da autoridade
intelectual ou critica racional é
compatível com a nossa imagem dos
conceitos e da compreensão, coletiva e
individual.
6. Somente pode-se compreender os conceitos
quando leva-se em conta os processos sócios-históricos
pelos quais se desenvolvem dentro da vida de uma
cultura ou de uma comunidade.
Cada um pensa por si só, mas
todos dividem os mesmos conceitos. Para
compreender os conceitos temos que
considerar a relação central entre nossos
pensamentos e crenças que são
individuais, e nossa herança linguística e
conceitual que é coletiva. Os conceitos
científicos são sistemas de
“pressuposições” sendo que as sua
relações logicas são relações de
significado.
“Os conceitos, como os indivíduos, tem sua historia, e são tão incapazes como
estes e resistir aos estragos do tempo” (Kierkegaard).
Como compreender os conceitos?
7. Conceitos científicos
Os conceitos científicos distinguem-se por meio de três aspectos
relacionados ao seu uso:
Linguagem:<elemento simbólico> gramatica, terminologia sistemática.
As técnicas de representação:<elemento simbólico> A forma como se
apresenta grupo dos conceitos.
Os procedimentos de aplicação da ciência: reconhecimento de
situações onde é mais apropriado essas atividades simbólicas.
8. As novidades conceituais proposta para explicar o problema
cientifico podem implicar mudança em qualquer um destes aspectos
ou em todos.
A propostas dos conceitos não é serem
verdadeiros e nem falsos, sim pertinentes e
aplicáveis, de forma igual as inovações
conceituais devem ser pertinentes de modo
mais exato, mais precisos com maior detalhes;
aplicáveis com maior generalidade, em termos
mais extensamente ou mais incondicional.
Adquirimos nosso domínio da linguagem
e o pensamento conceitual no curso da
educação e do desenvolvimento; nossa herança
conceitual é recriada a cada nova geração por
meio de todos os processos de enculturamento,
seja por imitação ou interação, seja por
instrução ou educação formal.
9. Mudança conceitual
Quando e por quais processos e
procedimentos um conjunto de conceitos
coletivos chega a deslocar o outro?
Necessita-se de uma
explicação que possa dar conta das
mudanças que ocorrem de forma
gradual ou drásticas com resultados
alternativos.
Em lugar de uma explicação
revolucionaria da mudança intelectual que se
proponha a mostrar os sistemas conceituais
inteiros sucedem uns aos outros, necessita-se
construir uma explicação evolutiva que mostre
como se transforma progressivamente as
populações conceituais.
10. Populações conceituais
Toulmin diz que as disciplinas
cientificas tem populações informais de
conceitos logicamente independentes. Os
conceitos como membros de um população
conservam os seus lugares na ciência quando
tem o seu valor continuamente reafirmado; e a
fronteira entre conceitos vizinhos é um
equilíbrio dinâmico, que pode ser alterado por
qualquer mudança no poder explicativo.
A variação e perpetuação seletiva ajuda
a explicar as transformações das
populações conceituais, deste modo,
reformular questões sobre a
racionalidade da mudança conceitual.
11. A mudança conceitual só acontece de forma efetiva quando as
inovações transitórias não morrem com seus criadores. As mudanças
ocorrem de forma gradual, onde qualquer transformação, lenta ou
rápida, sempre está submetida a seleção crítica da comunidade.
Os conceitos científicos estão
fracamente relacionados. Em vez de
introduzi-los todos juntos e ao mesmo
tempo, como um único sistema logico,
como um único fim cientifico; diferentes
conceitos e teorias são introduzidos em
uma ciência independente, em momentos
diferentes e com propósitos distintos. Se
eles sobrevivem é porque ainda serve
para sua função.
A ciência compreende uma
população histórica de conceitos e teorias
logicamente independentes, sendo que cada
um tem a sua historia, sua estrutura e suas
implicações própria.
12. Disciplina
Uma disciplina é o conjunto de conceitos, métodos e objetivos
fundamentais de uma cultura em uma época particular.
Toda disciplina tende a ter a explicação
evolutiva do desenvolvimento conceitual, este
por sua vez deve explicar duas características
diferentes:
# A coerência e continuidade pelo qual
identificamos as disciplinas como distintas,
# As profundas mudanças a longo prazo pelas
quais se transformam ou são separadas.
Existe no ser humano uma
tendência natural a criatividade que o leva a
produzir inovações frequentes dos
conceitos, os quais uma vez constituídos,
entram em uma disputa com os já
estabelecidos e aceitos pela sociedade.
Nessa disputa, algumas inovações
conceituais serão aceitas e se incorporarão
a população conceitual, outras serão
rejeitadas e por consequência ignorada.
13. É vista como uma empresa racional em
desenvolvimento histórico.
A ciência evolui de maneira gradual como parte da
cultura humana.
É vazio o esforço de se procurar um critério de
demarcação universal entre a “ciência” e a “não
ciência”.
A importância dos periódicos.
20. Questões Básicas
Como se alcança e se expressa a
compreensão humana?
Como se dá a mudança conceitual?
O que são disciplinas e oque é
ciência?
Como progride o
conhecimento
científico?
Filosofias: evolucionismo, racionalidade
como distinta da realidade.
Teoria: Evoluem (assim como os conceitos
e as disciplinas).
Princípios:
O conteúdo de uma ciência se Transmite de
uma geração de Cientistas a outra por um
processo de enculturação.
A autoridade intelectual dos conceitos só pode
ser compreendida tendo em conta aspectos
sócio-históricos de seu desenvolvimento.
Há certos conceitos fundamentais que são
constitutivos das disciplinas nas quais são usados.
Todo conhecimento científico tem 3 aspectos
distinguíveis: linguagem, representação e aplicação.
Os periódicos situam-se entre as mais poderosas
“instituições” de uma ciência.
A racionalidade não é o mesmo que a logicidade.
Conceitos-Chave: Conceito, mudança conceitual, disciplina,
racionalidade, população de conceitos, enculturação,
empresa racional , fórum institucional, herança conceitual,
ecologia conceitual.
Asserção de valor: A epistemologia
de Toulmin Deixa Claro o papel da
integrador e Complementar dos
Conceitos e das Instituições no
desenvolvimento da ciência.
Asserções de conhecimento: A chave da
compreensão humana está nos conceitos
A mudança conceitual é evolutiva,
análoga A evolução das espécies orgânicas
As disciplinas científicas como espécies Orgânicas
são entidades históricas em Evolução e não seres
eternos ; são empresas Racionais em
Desenvolvimento histórico
A ciência é uma empresa racional que integra De modo
complementar aspectos intelectuais e Institucionais
O conhecimento científico progride através da Evolução
dos conceitos, das teorias das disciplinas e do fórum
institucional, como empresas racionais em desenvolvimento
Transformações: Analise sócio histórica de fatores
intrínsecos e extrínsecos que atuam como filtros do
desenvolvimento científicos
Registros: conhecimentos científicos produzidos pelo homem,
Ao longo do tempo, em contextos sócio culturais, visões
Epistemológicas de outros filósofos da ciência, a teoria de
Darwin.
Objeto de estudo: A produção do conhecimento científico.
21. TOULMIN, S. (1953). The philosophy of science: an introduction. London:
Hutchinson. Disponível em https://periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/
article/view/10055. Acesso: 03/07/2010.
TOULMIN, S. (1970). É adequada a distinção entre ciência normal e ciência
revolucionária. In: LAKATOS, I. & MUSGRAVE, A. (org.). (1970). A crítica
e o desenvolvimento do conhecimento. São Paulo: Cultrix. Disponível em
https://periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/view/10055. Acesso:
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TOULMIN, S. (1972). Human understanding. Vol. I: The collective use
and evolution of concepts. Princeton: Princeton University Press. (Trad.
Cast. La compreensión humana. Vol. I: El uso colectivo y la evolución de
los conceptos. Madrid: Alianza Editorial, 1977). Disponível em https://pe
riodicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/view/10055.Acesso: 03/07/2010.