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Ciência e Dialética em
Aristóteles: uma discussão para
a atualidade
Alguns recortes de uma pesquisa em progresso
Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes
Departamento de Filosofia – Filosofia das Ciências
Aislan Fernandes - 2015.1
16/02/2016 (v2)
Problemas
Aristóteles pode contribuir para uma discussão na atualidade sobre as ciências?
• Mesmo após a Filosofia Medieval e a Filosofia Moderna?
Alguns problemas de cientificidade na atualidade
• Biologia é uma ciência única, não “redutível” à Química ou Física?
• Narrativa histórica (na Biologia) pode ser um método científico?
• Psicologia é “redutível” à Neurociência?
• Leis naturais: necessariamente demonstrado ou psicologicamente demonstrado?
• Há limites ao que pode ser dito verdadeiro ou falso?
• O que é fazer “ciência”: pesquisar para/ou demonstrar?
• Há informação “na” natureza ou apenas matéria e energia? É possível ciência com imóveis (não
existentes)?
• Pode se construir uma ciência da Teoria de Tudo?
Projeto de pesquisa (alguns nomes e obras)
• Aristóteles  Organon(prg.), Metafísica(prg.) e Éticas
• Oswaldo Porchat  Ciência e Dialética
• Lucas Angioni  Teoria da Predicação(prg.)
• Charles Kahn  Semântica e lógica do verbo “ser” grego
• Ernst Tugendhat  Propedêutica Lógico-Semântica
• Thomas Kuhn  A Estrutura
• Wittgenstein  Tractatus
• ...
Ciência e Dialética em Aristóteles
• Oswaldo Porchat Pereira
• Doutoramento na USP em 1967
• Primeira edição em 2001
• Análise longa e exaustiva dos Segundos Analíticos
• 415 páginas
• Estrutura
• I O saber científico
• II O saber anterior
• III Do demonstrado ao indemonstrável
• IV A multiplicação do saber
• V Definição e demonstração
• VI A apreensão dos princípios
Ciência (ampla): ascendente e descendente
Aporias
Dialética
Euporias
Princípios
Ciência
Demonstração
Dialética
• Propedêutica
• Retórica crítica
• Indutiva
• Interrogativa
• Não demonstra
Sofística
• Não
propedêutica
• “Demonstra”
silogismo científico
(premissas indubitáveis)
silogismo dialético
(premissas opinativas)
Princípios definidos: ciência instaurada
Sabedoria
Inteligência Ciência
• Definições
• Princípios que exprimem causalidades
imediatas dos atributos a demonstrar
• Apreendidos por inteligência e não por
ciência, porque indemonstráveis
• Não são inatos, pois necessitam de um
“hábito” cognoscitivo (experiência <
sensação)
• Com “hábito”, percebe-se sensorialmente
o particular, mas a sensação é do
universal (universalização > arte ou
ciência)
• Não é por generalização, mas por
percepção indutiva
Dialética
Pesquisa das
Definições
Princípios
“É difícil (...) com efeito,
saber se conhecemos a
partir dos princípios de
cada coisa, ou não; o
que é, precisamente, o
conhecer”.
Suporta reformulações!
Multiplicação e comunicação do saber
“não é possível demonstrar, passando de um
gênero a outro, a proposição geométrica, por
exemplo, por meio da aritmética”
• Particularização: gênero
científico
• Aritmética: número (e da medida)
• Geometria: grandeza (e dos
pontos e linhas)
• Não há uma ciência única para
todos os tipos de contrários
• Variedade de particulares:
multiplicação do saber
“não é possível aplicar a demonstração aritmética aos
atributos das grandezas geométricas... a menos que
as grandezas sejam números.”
• Subordinação: comunicabilidade
entre gêneros
• Matemática > Física Matemática >
Física
• Física Matemática = ciência física de
que a demonstração matemática faz
parte integrante
• Seres matemáticos = determinação
material inteligível dos seres sensíveis
• A geometria investiga sobre a linha
física, mas não, enquanto física.
Gênero
ConclusãoPremissas
Ciência do Filósofo
• Princípios idênticos em gêneros diferentes de
demonstrações: axiomas ou princípios comuns
• PNC: princípio da não-contradição (princípio dos
princípios, sem o qual é impossível o saber humano)
• PTE: princípio do terceiro excluído etc
• Exprimem propriedades que pertencem ao ser
enquanto ser
• Confusão do “Ser”  “o ser se diz de muitos
modos”
• Porque é um operador lógico  parte da Teoria da
Predicação
• Não tem mesmo estatuto lógico e semântico dos
termos
• Não significa coisa, estados de coisas, fatos
complexos, nome de uma coisa, objeto existente
Matemática
universal
•Legisla todas
matemáticas
•Paradigma
para Filosofia
Filosofia
primeira
•Legisla todas
as ciências
•Ciência do ser
enquanto ser
Alguns Seres
o Igual:
afecção por si
do Ser, na
categoria
quantidade
o Mesmo:
afecção por si
do Ser, na
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essência
o Semelhante:
afecção por si
do Ser, na
categoria
qualidade
Teoria das Categorias: dispersão do ser nas categorias torna impraticável um gênero único em todos os seres.
Instrumento e limites das cientificidades
• Limite (finalidade) e silogismo demonstrativo
• Teóricas: verdade, por silogismo teórico
• Física: seres separados, mas não imóveis
• Matemática: seres imóveis, mas não separados
• Filosofia primeira: seres separados e imóveis
• Confunde-se (ciência não particular) com Teologia (ciência
particular) ?
• Práticas: ação, por silogismo prático
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• Ética
• Lógica: instrumento da Filosofia
• Práticas e Produtivas se subordinam (vide
gêneros) teoricamente das Teóricas
Silogismo
Instrumento
científico e
dialético
Causalidade e
necessidade
interna
Forma de
discurso
Natureza das
premissas
Ser
científico
Conhecimento
científico
Causalidade e
necessidade
científica
Natureza do
gênero do ser
“Silogismo é discurso em que, postas certas coisas, algo de DIFERENTE das
coisas estabelecidas NECESSARIAMENTE RESULTA do FATO de elas
serem”.
Verdade na ciência
• Pensamento científico aristotélico: relação causal
• Dois eventos A e B, se é verdade que, dado A, segue-o
necessariamente B, em virtude de e por causa de A,
conhecer essa lei de produção do evento B será conhecê-
lo cientificamente.
• Exemplo: par e ímpar pelo número.
• Ciência é do necessário, não há ciência do acidente,
mas há causalidade acidental
• É acidente o que é produzido por uma causa também
acidental (“necessário, por acidente”)
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determinado
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ciência, mas pesquisa
Inteligência
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imediato
Ciência
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causal do
mediato
O ser, como verdadeiro, não é mais que
um desdobramento, na alma do
homem, do ser propriamente dito
“verdade ontológica” é equivocada
• Ciência do mundo moderno:
relação entre dois eventos
• Causalidade acidental,
eventos no espaço e
tempo
• Exemplo: relâmpago
enquanto caminhava
Solução dos problemas
• É possível encontrar em Aristóteles
contribuições para uma discussão na
atualidade? Sim! Apesar dos
recortes.
• Mesmo após a Filosofia Medieval e a
Filosofia Moderna? Sim! Qual tradição
de interpretação aristotélica você
utiliza?
• Agora vamos juntos resolver alguns
ou todos os problemas elencados,
segundo a perspectiva aristotélica.
• Vários temas foram omitidos, por
falta de espaço
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hipotética (do frequente)
• Teoria da Predicação e das Categorias
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Ciência e Dialética em Aristóteles: uma discussão para a atualidade

  • 1. Ciência e Dialética em Aristóteles: uma discussão para a atualidade Alguns recortes de uma pesquisa em progresso Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes Departamento de Filosofia – Filosofia das Ciências Aislan Fernandes - 2015.1 16/02/2016 (v2)
  • 2. Problemas Aristóteles pode contribuir para uma discussão na atualidade sobre as ciências? • Mesmo após a Filosofia Medieval e a Filosofia Moderna? Alguns problemas de cientificidade na atualidade • Biologia é uma ciência única, não “redutível” à Química ou Física? • Narrativa histórica (na Biologia) pode ser um método científico? • Psicologia é “redutível” à Neurociência? • Leis naturais: necessariamente demonstrado ou psicologicamente demonstrado? • Há limites ao que pode ser dito verdadeiro ou falso? • O que é fazer “ciência”: pesquisar para/ou demonstrar? • Há informação “na” natureza ou apenas matéria e energia? É possível ciência com imóveis (não existentes)? • Pode se construir uma ciência da Teoria de Tudo?
  • 3. Projeto de pesquisa (alguns nomes e obras) • Aristóteles  Organon(prg.), Metafísica(prg.) e Éticas • Oswaldo Porchat  Ciência e Dialética • Lucas Angioni  Teoria da Predicação(prg.) • Charles Kahn  Semântica e lógica do verbo “ser” grego • Ernst Tugendhat  Propedêutica Lógico-Semântica • Thomas Kuhn  A Estrutura • Wittgenstein  Tractatus • ...
  • 4. Ciência e Dialética em Aristóteles • Oswaldo Porchat Pereira • Doutoramento na USP em 1967 • Primeira edição em 2001 • Análise longa e exaustiva dos Segundos Analíticos • 415 páginas • Estrutura • I O saber científico • II O saber anterior • III Do demonstrado ao indemonstrável • IV A multiplicação do saber • V Definição e demonstração • VI A apreensão dos princípios
  • 5. Ciência (ampla): ascendente e descendente Aporias Dialética Euporias Princípios Ciência Demonstração Dialética • Propedêutica • Retórica crítica • Indutiva • Interrogativa • Não demonstra Sofística • Não propedêutica • “Demonstra” silogismo científico (premissas indubitáveis) silogismo dialético (premissas opinativas)
  • 6. Princípios definidos: ciência instaurada Sabedoria Inteligência Ciência • Definições • Princípios que exprimem causalidades imediatas dos atributos a demonstrar • Apreendidos por inteligência e não por ciência, porque indemonstráveis • Não são inatos, pois necessitam de um “hábito” cognoscitivo (experiência < sensação) • Com “hábito”, percebe-se sensorialmente o particular, mas a sensação é do universal (universalização > arte ou ciência) • Não é por generalização, mas por percepção indutiva Dialética Pesquisa das Definições Princípios “É difícil (...) com efeito, saber se conhecemos a partir dos princípios de cada coisa, ou não; o que é, precisamente, o conhecer”. Suporta reformulações!
  • 7. Multiplicação e comunicação do saber “não é possível demonstrar, passando de um gênero a outro, a proposição geométrica, por exemplo, por meio da aritmética” • Particularização: gênero científico • Aritmética: número (e da medida) • Geometria: grandeza (e dos pontos e linhas) • Não há uma ciência única para todos os tipos de contrários • Variedade de particulares: multiplicação do saber “não é possível aplicar a demonstração aritmética aos atributos das grandezas geométricas... a menos que as grandezas sejam números.” • Subordinação: comunicabilidade entre gêneros • Matemática > Física Matemática > Física • Física Matemática = ciência física de que a demonstração matemática faz parte integrante • Seres matemáticos = determinação material inteligível dos seres sensíveis • A geometria investiga sobre a linha física, mas não, enquanto física. Gênero ConclusãoPremissas
  • 8. Ciência do Filósofo • Princípios idênticos em gêneros diferentes de demonstrações: axiomas ou princípios comuns • PNC: princípio da não-contradição (princípio dos princípios, sem o qual é impossível o saber humano) • PTE: princípio do terceiro excluído etc • Exprimem propriedades que pertencem ao ser enquanto ser • Confusão do “Ser”  “o ser se diz de muitos modos” • Porque é um operador lógico  parte da Teoria da Predicação • Não tem mesmo estatuto lógico e semântico dos termos • Não significa coisa, estados de coisas, fatos complexos, nome de uma coisa, objeto existente Matemática universal •Legisla todas matemáticas •Paradigma para Filosofia Filosofia primeira •Legisla todas as ciências •Ciência do ser enquanto ser Alguns Seres o Igual: afecção por si do Ser, na categoria quantidade o Mesmo: afecção por si do Ser, na categoria essência o Semelhante: afecção por si do Ser, na categoria qualidade Teoria das Categorias: dispersão do ser nas categorias torna impraticável um gênero único em todos os seres.
  • 9. Instrumento e limites das cientificidades • Limite (finalidade) e silogismo demonstrativo • Teóricas: verdade, por silogismo teórico • Física: seres separados, mas não imóveis • Matemática: seres imóveis, mas não separados • Filosofia primeira: seres separados e imóveis • Confunde-se (ciência não particular) com Teologia (ciência particular) ? • Práticas: ação, por silogismo prático • Política, Ética • Produtivas: produção, por silogismo produtivo • Ética • Lógica: instrumento da Filosofia • Práticas e Produtivas se subordinam (vide gêneros) teoricamente das Teóricas Silogismo Instrumento científico e dialético Causalidade e necessidade interna Forma de discurso Natureza das premissas Ser científico Conhecimento científico Causalidade e necessidade científica Natureza do gênero do ser “Silogismo é discurso em que, postas certas coisas, algo de DIFERENTE das coisas estabelecidas NECESSARIAMENTE RESULTA do FATO de elas serem”.
  • 10. Verdade na ciência • Pensamento científico aristotélico: relação causal • Dois eventos A e B, se é verdade que, dado A, segue-o necessariamente B, em virtude de e por causa de A, conhecer essa lei de produção do evento B será conhecê- lo cientificamente. • Exemplo: par e ímpar pelo número. • Ciência é do necessário, não há ciência do acidente, mas há causalidade acidental • É acidente o que é produzido por uma causa também acidental (“necessário, por acidente”) • Não concebeu o filósofo um universo rigidamente determinado • Se não temos senão hipóteses, não há verdadeira ciência, mas pesquisa Inteligência Apreensão do imediato Ciência Conhecimento causal do mediato O ser, como verdadeiro, não é mais que um desdobramento, na alma do homem, do ser propriamente dito “verdade ontológica” é equivocada • Ciência do mundo moderno: relação entre dois eventos • Causalidade acidental, eventos no espaço e tempo • Exemplo: relâmpago enquanto caminhava
  • 11. Solução dos problemas • É possível encontrar em Aristóteles contribuições para uma discussão na atualidade? Sim! Apesar dos recortes. • Mesmo após a Filosofia Medieval e a Filosofia Moderna? Sim! Qual tradição de interpretação aristotélica você utiliza? • Agora vamos juntos resolver alguns ou todos os problemas elencados, segundo a perspectiva aristotélica. • Vários temas foram omitidos, por falta de espaço • Ciência de uma necessidade hipotética (do frequente) • Teoria da Predicação e das Categorias • Tópicos • Acepções de “por si” e do universal • Provas analíticas • Tipos de princípios • Paralelos com platonismo • Terminologia técnica de Aristóteles • ...

Notas del editor

  1. 1. Atenção: a resposta nem sempre é “sim ou não”, mas de certo modo é sim e de certo modo é não.
  2. A ciência em sentido amplo são dois caminhos: um ascendente dialético e um descendente científico. A dialética começa com opiniões, e a ciência com princípios. Mas a dialética não gera os princípios. Quem os gera? A ciência é instaurada quando os princípios são descobertos. Esta separação entre Dialética e Ciência é clara hoje? O termo “ciência” é utilizado com clareza?
  3. A inteligência dos princípios é infalível? Dilema do Menon: ou nada se aprende, ou só se aprende o que se conhece. A pretensa demonstração da definição não é mais do que uma petição de princípio. O conhecimento científico do demonstrável é a demonstração, assim um demonstrável só se conhece cientificamente. Há total identidade entre perguntar pela causa e pedir a definição. Há alguma confusão hoje envolvendo essa falta de distinção entre Definição e Demonstração?
  4. A epistemologia moderna conhece as condições para uma adaptação das matemáticas à experiência? O que seria a Ciência do Ser enquanto Ser? O ser Contrário pertence a qual gênero? Veja como o princípio da Virtude na Ética a Eudemo é construída subordinada ao princípio da Mediania. Pode o Físico investigar o que não pertence a qualquer gênero particular?
  5. 1.
  6. O pensamento científico contemporâneo estabelece um certo tipo de relação entre dois eventos em vez da noção de causalidade