3. Em face às comemorações do Centenário
de Nascimento de Vinícius de Moraes,
elaboramos algumas atividades para o I
semestre nas turmas da EJA. O Projeto
envolveu os professores de Português,
Graziele, Bruna e Íris, a profa. Rosele, de
Educação Física, todos do 2. Segmento e
a profa. Cláudia, do 1. Segmento.
4. 1.Momento: ESTRUTURA DA POESIA
O que é poesia?
A palavra poesia vem do grego poiésis, criação, fabricação. O poema é
uma obra de arte e tem valor permanente. Algumas definições de poesia
referem-se à emoção, à beleza, à concisão, à perfeição da elaboração
poética, ao sintetizar uma experiência universal. O escritor italiano
Umberto Eco define a poesia de uma forma simples e eficaz: "Poesia é
aquela coisa que muda de linha antes que a página tenha terminado."
Rimas: palavras que rimam são palavras que se combinam, pois tem o
mesmo som no final. A rima é um dos muitos recursos que os poetas usam,
mas nem todo poema precisa ser rimado. Antigamente havia formas fixas
para escrever versos.
Verso: é cada uma das linhas de um poema.
Estrofe: é cada conjunto de versos separado por um espaço.Um poema
pode ter uma ou várias estrofes, e cada estrofe, um número variado de
versos.
5. Qual a diferença entre poesia e poema?
Poesia, segundo o Minidicionário Aurélio da língua
portuguesa, é a "arte de criar imagens sugerir
emoções por meio de uma linguagem em que se
combinam sons, ritmos e significados".
Poema é definido como: "obra em verso ou não em
que há poesia".
Ou seja: quando falamos em poesia, estamos
falando de uma arte e, quando falamos em poema,
estamos nos referindo a um texto concreto.
Outra forma de diferenciar poesia de poema é que
a primeira expressão refere-se aquilo que torna um
poema ou um texto poético.
6. Tem Tudo a ver
Elias José
A poesia
Tem tudo a ver
Com tua dor e alegrias,
Com as cores, as formas, os cheiros,
Os sabores e a música
Do mundo.
A poesia Tem tudo a ver
Com o sorriso da criança,
O diálogo dos namorados,
As lágrimas diante da morte,
Os olhos pedindo pão.
poesia tem tudo a ver
Com a plumagem, o vôo e o canto,
A veloz acrobacia dos peixes,
As cores todas do arco--íris
O ritmo dos rios e cachoeiras,
O brilho da lua, do sol e das estrela,
A explosão em verde, em flores e frutas.
A poesia
- é só abrir os olhos e ver -
tem tudo a ver
com tudo.
7. 2. Momento: Biografia do Poeta
Vinicius de Moraes foi um nome muito importante no meio cultural brasileiro.
Diplomata de carreira destacou-se como poeta modernista, mas também como
compositor e letrista popular.
Marcus Vinicius da Cruz de Mello Moraes nasceu em 1913, no Rio de Janeiro,
onde morre, infelizmente, em 1980.
Com apenas 15 anos, quando estava no curso secundário, começa a compor
músicas populares. Em 1933, conclui o curso de direito. No mesmo ano, publica
seu primeiro livro, a coletânea de poemas: O Caminho para a Distância (1933).
Em 1935, surge: Forma e Exegese.
Em 1938 vai estudar na Inglaterra e lança: Novos Poemas. De volta ao Brasil,
ingressa no ministério das relações Exteriores, em 1943. Nesse ano, o livro:
Cinco Elegias inaugura uma nova fase em sua poesia.
De um início marcado fortemente pela religiosidade neossimbolista, o lírico
Vinicius passa para uma temática mais próxima do amor, do erotismo e das
angústias do desejo.
8. Fala mais do cotidiano, de temas sociais, e sua linguagem se torna mais
coloquial.Em 1953 compõe seu primeiro samba: “Quando tu passas por mim”, e
publica a peça: Orfeu da Conceição, em 1954.
Em 1956 conhece o compositor Tom Jobim, sendo que duas de suas composições
com Jobim foram: Chega de saudade e Outra vez, gravadas por Elizeth Cardoso no
disco: Canção do Amor demais em 1958, com acompanhamento ao violão de
João Gilberto. Ambas as músicas se tornam um marco da Bossa nova.
É de Vinicius a letra de Garota de Ipanema, a música brasileira mais conhecida em
todo o mundo.
Entre 1955 e 1956, prepara o roteiro do filme: Orfeu Negro, do diretor francês
Marcel Camus, que ganha o Oscar 1959 de melhor filme estrangeiro.
No inicio dos anos 60, compõem com outros músicos como Carlos Lyra, Edu Lobo,
Pixinguinha, Dorival Caymmi e Francis Hime. Com Baden Powell, cria afros sambas
famosos como: Canto de Ossanha e Berimbau.
É aposentado do serviço em 1968 pelo regime militar. A partir de 1969, torna-se
parceiro do violinista Toquinho, com quem faz shows no Brasil e no exterior até
sua morte.
Porém, pode-se dizer que Vinicius de Moraes se imortalizou. Suas obras
continuam a serem lidas e admiradas até hoje. Suas composições sempre são
cantadas e interpretadas novamente. Quem contribui para a cultura nunca será
esquecido
9. Soneto de Fidelidade
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
10. Soneto do amigo
Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.
É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.
Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.
O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...
11. Pela luz dos olhos teus
Quando a luz dos olhos meus
E a luz dos olhos teus
Resolvem se encontrar
Ai que bom que isso é meu Deus
Que frio que me dá o encontro desse olhar
Mas se a luz dos olhos teus
Resiste aos olhos meus só p'ra me provocar
Meu amor, juro por Deus me sinto incendiar
Meu amor, juro por Deus
Que a luz dos olhos meus já não pode esperar
Quero a luz dos olhos meus
Na luz dos olhos teus sem mais lará-lará
Pela luz dos olhos teus
Eu acho meu amor que só se pode achar
Que a luz dos olhos meus precisa se casar.
12. Tomara
Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz
E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais...
13. 3. Momento: Atividade em grupos:
Releituras , produções de poesias e ilustrações das mesmas,
na sequência, digitação no Labin das produções textuais.
21. 5. Momento: Exposição
Exposições dos trabalhos realizados pelas turmas, ao
som das músicas de Vinícius de Moraes, no Ginásio de
Esportes da Escola. Paralelamente, ocorreram
apresentações de alunos com declamação de poesias e
peças teatrais do grupo Cecadi, da Igreja da
comunidade e finalizando as atividades, deu-se o
torneio de Educação Física.