O documento discute a importância de se ensinar a verdadeira história e cultura da África para desmistificar preconceitos. Ele apresenta espécies de plantas medicinais utilizadas por afrodescendentes e como elas são usadas para tratar diferentes doenças. A pesquisa incluiu entrevistas com membros da comunidade para documentar seu conhecimento sobre essas plantas.
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...
Conhecendo a história e cultura da África
1.
2.
3. Dados de Identificação
Título:
ÁFRICA
Conhecendo e desmistificando preconceitos
Autor:
Professores da Escola Municipal de Ensino
Fundamental Max Adolfo Oderich
Instituição:
Prefeitura Municipal de Canoas
Secretaria de Educação
4. A partir da interpretação e do estudo
da Lei 10.639/03, que obriga a incluir
no curriculo oficial da Rede de
Ensino a temática “História e
Cultura Afro-Brasileira e o Parecer
CNE/CP 03/2004 que Institui
Diretrizes Curriculares Nacionais
para a Educação das Relações Ético-
Raciais e para o Ensino de História e
Cultura Afro-Brasileira e Africana,
nos dá a possibilidade legal de
realmente contarmos e repensarmos
que a formação histórica sobre o
conhecimento da África de ontem e
de hoje, historicamente seja mudada
e indelevelmente deixada em todas as
instancias da vida nacional através
do conhecimento para nossos alunos.
5. É essencial que a história seja contada,
desmistitificando os valores errônios e dando o
legado real ao continente africano.
6. “Em lugar de negar-lhes a história
faríamos melhor se ouvíssemos as
histórias que têm para contar. E quando
o fizermos é possível que nas artes
venham a ser, não as artes dos povos sem
história, mas sim as artes dos povos com
outras histórias”.
Sally Price
7. Conhecer a verdadeira história do
Continente Africano, sua grande
autonomia, imensa capacidade
criativa e fecunda participação na
história da humanidade.
Desmistificar preconceitos que ao
longo dos anos vem formando
opiniões errôneas da inferioridade do
negro e do povo africano, como de
outras etnias.
Estratégias que promovam a
construção de identidade particular e
reconhecimento à valorização das
diferenças e o sentido de
coletividade.
8. “Nascemos para manifestar a glória
do Universo que está dentro de nós.
Não está apenas em um de nós: está
em todos nós.
E conforme deixamos nossa própria
luz brilhar, inconscientemente damos
às outras pessoas permissão para
fazer o mesmo.
E conforme nos libertamos do nosso
medo, nossa presença
automaticamente, libera os outros”.
Nelson Mandela
9. Conceitos de: cor, raça, inferioridade,
miscigenação, colonialismo,
migrações, identidade, cultura e
sociedade.
Pesquisa – sobrenome e sua origem
Conhecendo os continentes
Curiosidades sobre Continente
Africano e seus 52 países, idioma e
dialetos
Brasil e sua complexidade cultural
Personalidades negras
A Arte na música e dança na busca
da identidade.
40. Avaliação
• O Projeto é flexível e durante o
processo de conhecimento, aprendizagem e
práticas seu desenvolvimento será avaliado
conforme o comportamento, debates e
reflexões das atividades e a contribuição da
coletividade, tanto no grupo de docência
como dos educandos. A possibilidade,
deste projeto, seguir naturalmente seu
processo é assegurada pela formação
continuada e a vontade e responsabilidade
da equipe diretiva, professores e secretaria
de educação, juntamente com a lei que lhes
assegura.
41.
42.
43. Metodologia
A pesquisa utiliza, o método qualitativo, com
dados descritivos, a preocupação é com o processo,
ela é indutiva e a questão da significação é essencial,
os sentidos e as significações dos fenômenos são o
cerne, o que faz com que o pesquisador capture,
ouvindo e observando os sujeitos da pesquisa, bem
como dar as interpretações que é o objetivo maior.
Das sete famílias de remanescentes de
quilombos que moram na Chácara das
Rosas, na cidade de Canoas,
selecionei apenas três pessoas, que são: Maria do
Carmo,Brilina e Antonio, que são filhos do primeiro
casal de afrodescendentes daquele local e que moram
juntamente com Miguelina, que tem alguns
distúrbios e é cuidada pela cunhada.
44. Filhos de seu João e Rosalina, residentes desde
mil novecentos e quarenta e dois, na cidade de
Canoas/RS.
Quando o pai João Maria Generício de Jesus e a
mãe Rosalina Correia de Jesus, vieram da
cidade de Gravataí e fixaram residência na
cidade, vieram com eles os quatro filhos, são
eles: Maria Brilina Antunes Pinto, Maria do
Carmo de Jesus, João de Jesus e Inácia de Jesus,
e em Canoas nasceram:
45. Miguelina de Jesus, Jorge Gabriel de Jesus e
Antônio de Jesus.
Os três entrevistados são:
Maria Brilina Antunes Pinto,
nascida em 03/02/31 – 75 anos.
Maria do Carmo de Jesus, nascida
em 17/12/33 – 72 anos.
Antonio de Jesus, nascido em
02/02/46 – 60 anos.
48. Conceitos de: cor, raça, inferioridade,
miscigenação, colonialismo,
migrações, identidade, cultura e
sociedade.
Pesquisa – sobrenome e sua origem
Conhecendo os continentes
Curiosidades sobre Continente
Africano e seus 52 países, idioma e
dialetos
Brasil e sua complexidade cultural
Personalidades negras
A Arte na música e dança na busca
da identidade.
53. O período das realizações das
entrevistas foi de dezembro a maio.
Ultrapassou ao tempo esperado, pelo fato
de haverem muitas dificuldades de
disponibilidade para os horários de
encontros e material de gravação com
defeito.
A cada encontro o grupo, e em outros
dias individualmente, as lembranças e
sorrisos reforçavam a força do poder de
sabedoria que eles transmitem e de muitas
perguntas interrogativas, como:
- Por que não fizemos mais assim deste
modo como o pai e a mãe faziam, porque ?
54. Notei que ao reviverem certos hábitos e
atitudes da infância, eles também conseguiam
entender que, o que não é transmitido para as
crianças de hoje, pode se perder para sempre,
além do que, não há fotos antigas nem atuais,
para recordarem.
Fiz as perguntas individualmente, num total
de cinco perguntas já definidas para este fim.
As perguntas são as seguintes:
a) Quais os tipos de doenças mais comuns entre a
comunidade?
b) Quais as plantas medicinais mais comuns utilizadas?
c) Para que eram utilizadas?
d) Como eram feitas (procedimento) dos chás?
e) Como as informações chegaram até os atuais
moradores?
55. INFERÊNCIA DOS RESULTADOS
OBTIDOS EM BASES CIENTÍFICAS:
Nessa etapa foi analisadas
27 espécies vegetais, de
plantas medicinais utilizadas
como fitoterápicas, pelos
afrodescendentes.
62. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Dos sete filhos do primeiro casal de afrodescendentes
da Chácara das Rosas, apenas quatro moram no local,
dos três entrevistados, dois são do sexo feminino e um
do sexo masculino, estão no intervalo de 60- 75 anos,
moram no local há mais de sessenta anos e obtiveram
seu conhecimento sobre o uso das plantas, em total com
a mãe e familiares. Das sete famílias apenas um tem o
hábito do cultivo ou jardim próprio, os demais obtêm
as plantas com vizinhos ou parentes. No final do último
encontro em grupo foi combinado refazer o plantio de
algumas plantas medicinais que não havia mais na
chácara, para que retomassem o conhecimento e fossem
passados a diante para as novas gerações.
A pesquisa resultou em vinte e sete espécies de
plantas, pertencentes a dezenove famílias botânicas. As
famílias com maior número de espécies foram
Asteraceae, Lamiaceae e Myrtaceae.
63. SEMPA – Secretaria Municipal de Preservação Ambiental
VIVEIRO DA PREFEITURA DE CANOAS
65. As partes mais utilizadas foram folhas e partes
aéreas, sendo o chá, por infusão, a principal
forma de utilização. As doenças e/ou sintomas
mais relacionados foram os do aparelho
digestivo e respiratório. Foram encontrados
dados químicos e /ou biológicos na literatura
científica disponível consultada e, apenas para
quinze delas, alguns estudos clínicos. Para vinte
e um das vinte e sete espécies estudadas existem
estudos indicando os constituintes químicos
principais, que nem sempre estão relacionados
com as atividades biológicas conhecidas.
Para nove espécie foram encontrados
relatos, na literatura consultada, de efeitos
adversos. Estas são: Citrus aurantium, Citrus
limon, foeniculum vulgare, Aloe vera, Eucalyptus
globulus, Mentha arvensis, Sambucus australis,
Zea mays, Ficus carica.
66. Para as demais espécies esta informação não
está disponível.
Muitos autores têm se preocupado em buscar
informações sobre a eficácia das plantas
utilizadas como medicinais pela população, no
entanto, os dados publicados provêm de
trabalhos preliminares e que as atividades
biológicas evidenciadas nem sempre puderam
ser relacionadas com as indicações de uso
popular, a extensão deste trabalho necessita de
investimento em estudos destas plantas
medicinais.
67. Considerações finais sobre os grupos de substâncias
Tóxicas ocorrentes em Plantas Medicinais
O potencial risco de intoxicação justifica
cuidados especiais na preparação e consumo de
plantas medicinais. O conceito errôneo de que as
plantas são remédios naturais sem risco e efeitos
colaterais deve ser reavaliado.
Assim como as plantas podem representar
remédios poderosos e eficazes, o risco de
intoxicação causada pelo uso indevido deveser
levado em consideração.
68. Agradecimentos
Às famílias que residem na Chácara das Rosas, que
com muitos carinho colaboraram na pesquisa.
Ao taxonomista Sergio Augusto de Loretto Bordignon pela
atenção e orientação dada.
Ao SEMPA – Secretaria Municipal de Preservação
Ambiental pela colaboração e doação das plantas
medicinais para o replantio.
À professora orientadora Cleusa Maria Gomes Graebin
que com seu conhecimento pela história, levou-me a
descobrir que há muita necessidade de pesquisa e dedicação
para documentar os valores de conhecimento pela
transmissão oral.
À professora Elsa Gonçalves Avancini pela iniciativa e
dedicação para recuperar a memória oral da história
dos afrodescendentes da Chácara das Rosas.
Aos professores do Pós que me ajudaram a entender o
outro lado da história Africana e Afro-Brasileira
69. Saúde aqui é mais que um pretexto. É um
lugar privilegiado de explicitação do que somos.
Para nós, saúde vai além da oposição à doença e
aproxima-se do conceito de bem-estar geral, físico,
mental e psicossocial, definido pela Organização
Mundial de Saúde. Num passo adiante, propomos
uma definição de saúde que inclui a busca de
equilíbrio dinâmico com a vida e seus elementos,
seres vivos e mortos,humanos, animais, plantas,
minerais. E essa busca traduz-se numa
responsabilidade individual e coletiva.
Responsabilidade que pode ser lida também como
poder de realização, como podem significar os
termos axé (do iorubá) e muntu (do banto).
Jurema Werneck
70. “Não basta ensinar ao homem uma
especialidade. Porque se tornará assim
uma máquina utilizável, mas não uma
personalidade. É necessário que adquira
um sentimento, um senso prático daquilo
que vale a pena ser empreendido, daquilo
que é belo, do que é moralmente correto. A
não ser assim, ele se assemelhará, com seus
conhecimentos profissionais, mais a um cão
ensinado do que a uma criatura
harmoniosamente desenvolvida.”
Albert Einstein
( físico e pensador)