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Alguns dicionários oferecem as palavras pena e dó
como vocábulos de significação semelhante ao termo
compaixão. No entanto, há diferença considerável
entre elas.
Ter dó aprende-se socialmente; quando temos dó ou pena de
alguém é porque acreditamos que essa criatura é impotente e
inferior e que, sem a nossa ajuda, não será capaz de resolver
sua problemática existencial. Em outras palavras, subentende-
se: “sinto-me mais poderoso, importante, eficiente e superior
em relação a ela”.
Ter compaixão é lembrar que a dor do outro
poderia ser sua. É reconhecer o sofrimento do
próximo e ajudá-lo a superar o momento difícil.
A compaixão está intimamente ligada à ação.
A insensibilidade é a mais vil transgressão
das leis naturais, porque ela corrói e destrói
o modo solidário de ser e viver, não só em
família, mas também em sociedade.
Movimentando-se, na multidão, o indivíduo que
foge da compaixão, distancia-se de todos,
pensando e vivendo exclusivamente para o seu ego
e para os seus.
A compaixão é uma ponte de mão dupla,
propiciando o sentimento que avança em
socorro e o que retorna em aflição.
É o primeiro passo para a vigência ativa
das virtudes morais, abrindo espaços
para a paz e o bem-estar pessoal.
É possível que esse sentimento não resolva grandes
problemas, nem execute excelentes programas. Não
obstante, o simples desejo de auxiliar os outros
proporciona saudáveis disposições físicas e mentais,
que se transformarão em recursos de socorro nas
próximas oportunidades.
Pouco importa se o outro, o beneficiado pela
compaixão, não o valoriza, nem a reconheça ou
sequer venha a identificá-la. O essencial é o
sentimento de edificação, o júbilo da realização
por menor que seja, naquele que a experimenta.
Expandir esse sentimento é dar significação à vida.
Quando se é capaz de participar dos sofrimentos
alheios, os próprios não parecem tão importantes e
significativos.
Repartindo a atenção com os demais, desaparece o
tempo vazio para as lamentações pessoais.
Graças à compaixão, o poder de destruição humana
cede lugar aos anseios da harmonia e de beleza na
Terra.
Desenvolve esse sentimento de compaixão para
com o teu próximo, o mundo, e, compadecendo-te
das suas limitações e deficiências, cresce em ação
no rumo do Grande Poder.”
A alegoria evangélica que o Mestre Jesus fez das sementes que caíram
ao longo do caminho, entre os espinhos e sobre pedregulhos, nos faz
recordar os relacionamentos que não germinam sufocados pela frieza
e pela superficialidade que frequentemente existem entre os seres
humanos. Um olhar atencioso e um abraço carinhoso curam mais do
que inúmeras caixas de remédios – o amor expressado dissipa toda e
qualquer enfermidade.
Através dos olhos da alma podemos identificar
com maior nitidez as aflições e dores escondidas
nos outros e, dessa forma, reconfortá-los ou
acalentá-los com os braços da compaixão.
Joanna de Ângelis
Divaldo P. Franco. Da obra: Responsabilidade.
Fonte: extraído do livro “Os prazeres da
alma”, de Francisco do Espírito Santo Neto,
ditado por Hammed – Editora Boa Nova.
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A importância da compaixão

  • 1.
  • 2. Alguns dicionários oferecem as palavras pena e dó como vocábulos de significação semelhante ao termo compaixão. No entanto, há diferença considerável entre elas.
  • 3. Ter dó aprende-se socialmente; quando temos dó ou pena de alguém é porque acreditamos que essa criatura é impotente e inferior e que, sem a nossa ajuda, não será capaz de resolver sua problemática existencial. Em outras palavras, subentende- se: “sinto-me mais poderoso, importante, eficiente e superior em relação a ela”.
  • 4. Ter compaixão é lembrar que a dor do outro poderia ser sua. É reconhecer o sofrimento do próximo e ajudá-lo a superar o momento difícil. A compaixão está intimamente ligada à ação.
  • 5. A insensibilidade é a mais vil transgressão das leis naturais, porque ela corrói e destrói o modo solidário de ser e viver, não só em família, mas também em sociedade.
  • 6. Movimentando-se, na multidão, o indivíduo que foge da compaixão, distancia-se de todos, pensando e vivendo exclusivamente para o seu ego e para os seus.
  • 7. A compaixão é uma ponte de mão dupla, propiciando o sentimento que avança em socorro e o que retorna em aflição. É o primeiro passo para a vigência ativa das virtudes morais, abrindo espaços para a paz e o bem-estar pessoal.
  • 8. É possível que esse sentimento não resolva grandes problemas, nem execute excelentes programas. Não obstante, o simples desejo de auxiliar os outros proporciona saudáveis disposições físicas e mentais, que se transformarão em recursos de socorro nas próximas oportunidades.
  • 9. Pouco importa se o outro, o beneficiado pela compaixão, não o valoriza, nem a reconheça ou sequer venha a identificá-la. O essencial é o sentimento de edificação, o júbilo da realização por menor que seja, naquele que a experimenta. Expandir esse sentimento é dar significação à vida.
  • 10. Quando se é capaz de participar dos sofrimentos alheios, os próprios não parecem tão importantes e significativos. Repartindo a atenção com os demais, desaparece o tempo vazio para as lamentações pessoais. Graças à compaixão, o poder de destruição humana cede lugar aos anseios da harmonia e de beleza na Terra.
  • 11. Desenvolve esse sentimento de compaixão para com o teu próximo, o mundo, e, compadecendo-te das suas limitações e deficiências, cresce em ação no rumo do Grande Poder.”
  • 12. A alegoria evangélica que o Mestre Jesus fez das sementes que caíram ao longo do caminho, entre os espinhos e sobre pedregulhos, nos faz recordar os relacionamentos que não germinam sufocados pela frieza e pela superficialidade que frequentemente existem entre os seres humanos. Um olhar atencioso e um abraço carinhoso curam mais do que inúmeras caixas de remédios – o amor expressado dissipa toda e qualquer enfermidade.
  • 13. Através dos olhos da alma podemos identificar com maior nitidez as aflições e dores escondidas nos outros e, dessa forma, reconfortá-los ou acalentá-los com os braços da compaixão.
  • 14.
  • 15.
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  • 40.
  • 41. Joanna de Ângelis Divaldo P. Franco. Da obra: Responsabilidade. Fonte: extraído do livro “Os prazeres da alma”, de Francisco do Espírito Santo Neto, ditado por Hammed – Editora Boa Nova.