O documento discute a evolução do consumismo desde o século 18 até os dias atuais, como o foco nas necessidades individuais levou ao aumento da produção em massa e ao estilo de vida norte-americano baseado no consumo. Também aborda os modelos capitalista e comunista, a crítica ao consumismo excessivo e os desafios da sustentabilidade diante do crescimento contínuo do desejo por bens materiais.
2. SER X TER
O enfoque numa sociedade constituída por indivíduos
com anseios e necessidades próprios – o que toma
forma com o pensamento romântico a partir do final do
século XVIII – fez que não só o caráter individual
começasse a se sobrepor ao coletivo, como também
favoreceu a ideia de satisfação material que se
voltasse para necessidades individuais.
O desenvolvimento técnico e científico do século XIX
favoreceu o incremento da produção em massa, o que
permitiu que as pessoas passassem a ter acesso a um
número maior de bens de consumo.
Assim, o ser humano começa um percurso cujas
preocupações passam a centrar-se cada vez mais na
obtenção e gerenciamento de recursos materiais.
3. American Way of Life
Esse slogan, que existe praticamente
desde o início da colonização da
América do Norte (século XVII), ganhou
força a partir dos anos de 1920, quando
o estilo de vida norte-americano passou
a ser associado ao bem-estar social
vinculado à posse de bens de consumo.
Um emblema desse bem-estar é o
automóvel, que, para os norte-
americanos, era visto como o símbolo
maior do progresso.
4. Crise da Bolsa de Nova
Iorque
A quebra da Bolsa de Nova Iorque no
ano de 1929 provocou um abalo na
produção em nível global. Houve
desemprego e miséria generalizada
em vários países, o que comprometeu
o desempenho industrial e o consumo
até o final da Segunda Guerra
Mundial (1945).
5.
6. Retomada do crescimento
econômico
Ao final da Segunda Guerra Mundial, os
Estados Unidos se firmaram como
grandes fornecedores mundiais de bens
de consumo.
O consumismo se disseminou
particularmente a partir dos anos de
1950, através de estratégias bem
sucedidas de marketing, como a
publicidade feita através de filmes e
séries de sucesso. Nas séries, um
ambiente que se sobressai é a cozinha
8. COMUNISMO X CAPITALISMO
Ao final da Segunda Guerra Mundial, o
mundo ficou dividido em dois grandes blocos,
o comunista, liderado pela antiga URSS
(União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas) e o capitalista, liderado pelos
Estados Unidos da América.
Se no primeiro a produção era voltada às
necessidades das pessoas, no segundo, ela
não se reduzia a atender as necessidades
pessoais e sociais. A produção de bens de
consumo semi-duráveis e duráveis articulou-
se com a satisfação dos desejos individuais,
já que possuir bens materiais vinculou-se à
ideia de felicidade.
9. CRÍTICA AO CONSUMISMO
Enquanto as empresas
cinematográficas se empenhavam em
disseminar a política consumista nos
seus filmes e seriados, a pop art,
movimento estético dos anos 1960, foi
um marco na crítica ao consumismo
exacerbado. Um artista que se
destacou nessa vertente foi o
americano Andy Warhol (1928-1987).
11. DOMÍNIO CAPITALISTA
A partir dos anos 1980, há uma
gradual desagregação política nos
países comunistas do leste europeu,
que levará a novas diretrizes
econômicas, mais direcionadas ao
capitalismo.
Um marco desse momento de
desagregação é a queda do Muro de
Berlim (1989), símbolo maior da
divisão mundial em dois grandes
blocos econômicos.
12. TECNOLOGIA E
GLOBALIZAÇÃO
A tecnologia sempre foi grande aliada da
produção em massa. Desde o começo
do século XX, o ritmo empreendido pela
indústria automobilística, com sua linha
de produção, fez com que a tecnologia
fosse cada vez mais aprimorada em prol
não só de ampliar a capacidade
produtiva, como também de fazer surgir
novos bens de consumo. A revolução da
informática, que ocorre em torno dos
anos 1980, vai dinamizar esse processo.
13. Desejar-Consumir
O ritmo de produção sem precedentes das últimas décadas veio
atender à explosão do consumo.
Para Zygmunt Bauman, “se o consumo é a medida de uma vida
bem-sucedida, da felicidade e mesmo da decência humana, então
foi retirada a tampa dos desejos humanos: nenhuma quantidade de
aquisições e sensações emocionantes tem qualquer probabilidade
de trazer satisfação da maneira como o ‘manter-se ao nível dos
padrões’ outrora prometeu...” (1998, p. 56).
“Assim, algo como “o fim da cidadania”, diagnosticado por Zygmunt
Bauman, “o declínio do homem público”, por Richard Sennet, “a
dissolução do espaço público”, por Hannah Arendt, ou ainda “o
esgotamento das energias utópicas”, observado por Jürgen
Habermas, leva à percepção de que os cidadãos foram reduzidos à
condição de consumidores. Ao consumirem, agiriam centrados em
si mesmos, sem se preocuparem com as conseqüências de suas
escolhas, não só pela ameaça à integridade dos ecossistemas, mas
também de outras pessoas, na maioria das vezes distantes, tanto
do ponto de vista geográfico quanto temporal” (PORTILHO, 2005, p.
5).
15. Durável? Sustentável?
Ao mesmo tempo que os limites do
desejo são incalculáveis, a
capacidade humana de criar novos
produtos e da indústria viabilizá-los é
infinita.
Porém, os recursos planetários são
finitos. Haverá práticas que sejam
capazes de equilibrar a balança
consumo X recursos naturais? Será
possível a aclamada
“sustentabilidade” apregoada nos
últimos anos?
16. Sustentabilidade
A ideia de sustentabilidade baseia-se na
capacidade de utilizar os recursos do planeta de
forma responsável de modo a não comprometer a
vida das gerações futuras.
Um empreendimento sustentável segue os
seguintes parâmetros:
◦ ecologicamente correto
◦ economicamente viável
◦ socialmente justo
◦ culturalmente aceito
17. Novas Tecnologias e
Sustentabilidade
Com o nível de consumo em que o
mundo se encontra, pode haver
sustentabilidade?
As novas tecnologias promovem um
mundo sustentável? Como?
18. Referências:
BAUMAN, Zygmunt, O mal-estar da pós-modernidade. Trad.
Mauro Gama e Cláudia Martinelli Gama. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar, 1998.
HELLMAN, Caroline. “The Other American Kitchen:
Alternative Domesticity in 1950s
Design, Politics, and Fiction”. Disponível em
http://www.americanpopularculture.com/journal/articles/fall_2
004/hellman.htm. Acessado em 03/10/2010
http://kclibrary.lonestar.edu/decade40html.
http://www.flickr.com/photos/wallyg/562288842/
PORTILHO, F. Consumo sustentável: limites e possibilidades
de ambientalização e politização das práticas de consumo.
Cadernos EBAP.BR. Rio de Janeiro: FGV, 2005, p. 1-12.
Diponível em
http://app.ebape.fgv.br/cadernosebape/asp/dsp_lst_artigos_e
dicao.asp. Acessado em 11/03/2011.
https://www.youtube.com/watch?v=QCoQgRuu050
https://www.youtube.com/watch?v=KeKWbkL1hF4