2. "CASA SALVIO NAPOLEAO" MÁRIO CABORE
"Seu" Sálvio (o Cap. Salvio Napoleão Arcoverde), neto de um dos irmãos do Cap. Budá, chegou a
Rio Branco, procedente da velha Conceição da Pedra, a 2 de janeiro de 1912, onde se estabeleceu
com uma casa de comércio.
Arcoverde (cujo município tem de superfície, pelos antigos limites do distrito, 417 quilómetros
quadrados, ou 498 pelos fixados na Lei 2078, de 07 de agosto de 1930), no fim do século passado já
era, talvez, uma cidadezinha de "mascate", "vocábulo de origem asiática que é o nome de uma
cidade do golfo de Oman, naturalmente tomado para designar o mercador ambulante entre nós,
alguns mouros daquela procedência, que apareceram na Colônia, vendendo as suas mercadorias
pelas ruas e povoados". Já no alvorecer do século XVII comprova-se no país, segundo o autor dos
"Diálogos e Grandezas do Brasil", a procedência de árabes de Mascate.
O qualificativo estendeu-se, concomitantemente, na Colônia, aos portugueses em geral, como
designação depreciativa, vindo daí a de-nominação histórica de "Guerra dos Mascates", dada ao
movimento emancipacionista de 1710, "em alusão à tenaz oposição que fizeram os portugueses
àquela justa e legítima aspiração dos pernambucanos". "Mascate" passou, depois, a designar todos
os comerciantes, tanto o português como o brasileiro, e tanto o ambulante como o estabelecido, que
na maioria das vezes também mascateava, ou mandava mascatear.
"Seu" Silvio, filho de Antônio Napoleão de Siqueira e Teresa Bezerra Cavalcanti (Bezerra
Cavalcanti, de Pesqueira e de toda aquela região, é uma abreviatura de Bezerra Cavalcanti de
Albuquerque, Orlando Cavalcanti, "Famílias do Nordeste", "Diario de Pernambuco" de 10.01.71, 3°
Caderno), antes de ir para Rio Branco, em 1912, era dono de um pequeno sítio, na Pedra, onde dava
duro.
Dona Almerinda, sua esposa, era agente do Correio, em uma casa na rua do Jatobá. A Agência
mudou-se depois para a rua das Lombrigas.
Antônio Napoleão, o filho mais velho do casal, fazia o serviço da Agência, ou ajudava dona
Almerinda e, com uma calça de brim "0zford-Caioelo" (da Fábrica Paulista), frequentava a Escola
do prof. Brasiliano da Costa Lima, pai do "Marechal" Osvaldo Lima, do ex-deputado Luis de
França, do Dr. José Donino e de outros filhos. O professor Brasiliano da Costa Lima (filho de
Francisco da Costa Lima, um dos chefes políticos de Igaraçu, ou de outra cidade daquele mundo, no
século passado), em cuja Escola, com uma palmatória reforçada em cima da mesa, estudaram, além
de Napolcão, Maninho (Demócrito Japyassu), Dedé, Jorge e Joca Neiva (filhos do major Noiva,
Inspetor do Telégrafo) e muitos outros alunos, ensinou, na Pedra, 21 anos, e sua esposa, dona
Amália, 18 anos. Ali, tenho a impressão de que nasceram todos os filhos do casal, com exceção do
"Marechal", largado pela Cegonha, em Igaraçu, a 25.5.1894.
Dona Amália, com um "Chernoviz", em casa, atendia também à matutada quando adoecia ou era
mordida por cobra. Não havia médico em toda a redondeza, exceto em Pesqueira, onde clinicava o
Dr. Diniz Passos, e mais tarde, em 1912, ainda também em Pesqueira, o Dr. Lídio Paraíba.
O Dr. Luis Coelho só viria clinicar, em Rio Branco, logo depois de formado, em 1920 ou 1921.
Freire Filho, nascido no antigo Olho d'Água dos Bredos, parece que só veio, na realidade, ficar em
Rio Branco e fazer clínica depois de 1937, quando ali apareceu representando uma nova marca de
aguardente, a Cana Vita, alias, excelente, na opinião do meu amigo Altamiro Amaro, que a
consumia em larga escala, no Bar e Sorveteria Confiança, de "seu" Noé. Antes disto, o Dr. Freire,
que depois seria prefeito do Município, aparecia na "cidade", passava seis meses ou um ano, e ia
embora. Era proprietário dos terrenos do atual Campo da Sementeira, que vendeu cie Estado há
muitos anos.
No mesmo ano em que chegou a Rio Branco, em 1912, estabeleceu-se Sálvio com uma casa de
tecidos. A loja foi, a mais antiga do município. Não creio que exista outra da mesma época, em todo
aquele mundo. Subsistiu à grande crise de 1929 e vem subsistindo a tudo. Subsistiu, inclusive, ao
4. commerce.
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7. Sobre o Autor
Jeferson Campano é OCP Oracle e analista de sistemas à 17 anos.
Atualmente, é sócio da MSV INFORMÁTICA, empresa que desenvolve sistemas
ERP e BI com base em soluções ORACLE e MICROSOFT. Estuda as questões da
Internet e e-commerce à 5 anos, onde vem testando e adaptando a
USABILIDADE em WEB SITES, com base na experiência adquirida com o
desenvolvimento de sistemas integrados para o usuário final.
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