O documento relata um incidente de racismo contra uma professora negra em uma escola e a repudiação do ato pela comunidade escolar. Também discute a importância de combater o racismo estrutural nas instituições, incluindo as escolas, e promover a educação antirracista. Por fim, anuncia um seminário sobre racismo e identidade de gênero.
Racismo na escola Linneu - Repúdio e seminário sobre educação antirracista
1. JORNALEco Linneu
Educação para a sustentabilidade
EMEFM Professor Linneu Prestes Av. Adolfo Pinheiro 511 Santo
Amaro- DRESA – Tel. 5523-3444/ 5548-4007
Dia 24 de outubro, uma professora de nossa escola
sofreu ataque de racismo por pessoa não
identificada, que teve a calma de escrever em
documento da escola palavra de cunho racista.
A equipe gestora está tomando as devidas
providencias cabíveis, porém, nós (membros da
comunidade Linneu Prestes) repudiamos tal ato, que
é criminoso, imoral, desleal em todas as esferas de
nossa sociedade. Não podemos comungar com tal
crime. Não é assim que entendemos uma sociedade,
e principalmente, NÃO podemos tolerar um ato que
ofende, (de maneira covarde) moralmente uma
pessoa, num ambiente escolar que é o retrato de
uma sociedade e é também local de formação de
cidadãos. Cidadãos que irão compor o futuro, e o
futuro que vislumbramos é um futuro de direitos as
diferenças e as individualidades, o racismo está além
do senso comum e não deve ter lugar na nossa
sociedade. O racismo floresce da ignorância.
Parafraseando Nelson Mandela: “Ninguém nasce
odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua
origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as
pessoas precisam aprender, e se podem aprender a
odiar, elas podem ser ensinadas a amar”.
Ano I - Edição 3 – Novembro/2022 – Grêmio Estudantil Voz Democrática
Redator: Professor Arthur Henrique
Não precisamos ser negros para lutar
contra o racismo. Somente precisamos ser
humanos
O racismo e suas formas de atuação
O racismo institucional é revelado através de
mecanismos e estratégias presentes nas instituições
públicas, explícitos ou não, que dificultam a presença
dos negros nesses espaços – Ivair dos Santos (2012)*
A luta contra o racismo precisa ser um compromisso
de todos aqueles que buscam uma sociedade justa e
igualitária e, a escola não pode fugir ou se omitir do
seu papel que não é apenas de combater o racismo,
mas acima de tudo promover uma educação
antirracista. É um trabalho árduo que deve envolver
todos os seguimentos da unidade escolar. O racismo
deve ser combatido sem tréguas e todos os esforços
devem ser envidados para a sua erradicação.
O racismo estrutural, todos sabemos como ele opera,
são comportamentos individuais advindos de uma
sociedade racista, cujo preconceito referente a
pessoas negras é a regra e não a exceção. É uma
convenção social que dá significado à forma como
lidamos com o outro a partir de construções sociais
pré-concebidas. O racismo estrutural é aquele que
está presente no cotidiano e as denúncias de atos
racistas ganham cada vez mais visibilidade.
Entretanto, o racismo institucional, aquele que ocorre
no interior das instituições públicas e privadas de
diferentes setores, ainda é um termo relativamente
novo e desconhecido para boa parte da sociedade,
mas impacta diretamente milhões de brasileiros.
* SANTOS, I. A. Direitos humanos e as práticas de racismo: o
que faremos com os brancos racistas? 2009. 498 f. Tese
(Doutorado em Sociologia) – Instituto de Ciências Sociais,
Universidade de Brasília, Brasília, 2009.
NOTA DE REPÚDIO
20 de novembro
2. RACISMO NAS ESCOLAS - RACISMO INSTITUCIONAL E EPISTEMICÍDIO
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O documentário produzido por estudantes do curso de
Informática do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Bahia (IFBA) aborda o racismo que pode
estar mascarado nas importantes instituições da
sociedade, o chamado racismo institucional, e discute as
maneiras que se manifesta nas instituições acadêmicas,
como as escolas. Também aborda o epistemicídio, que
omite do currículo escolar a história de determinados
povos, como a do povo negro, por exemplo, e como
essas ações produzem efeitos na escolarização e na vida
dessa população.
Fonte: https://youtu.be/wT1UFWRnHFg
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Seminário:
(In)Visibilidade trans e educação antirracista em tempos de acirramento
do preconceito e do fundamentalismo
Dia 18/11 – Das 10 as 12:30 h
O Grêmio Voz Democrática, o Coordenador
pedagógico Alexandre Afrânio, representante do
grupo gestor e o professor Arthur Henrique
(Biologia), organizam o Seminário:
“(In)Visibilidade trans e educação antirracista
em tempos de acirramento do preconceito e do
fundamentalismo”, com o propósito de fomentar
as discussões acerca do racismo, da educação
antirracista, das questões relacionadas ao
preconceito e a discriminação LGBTQIAP+ e dizer
um sonoro “sim” à democracia e um definitivo
“não” a qualquer desvio autoritário. O governo
que se vai desde o seu início teve um caráter
autoritário expresso pela máxima “a minoria
deveria curva-se diante da maioria”, com seu
projeto personalista de extrema direita desferiu
ataques aos indígenas já no primeiro dia de
governo, franca declaração de intenções de que
direitos fundamentais seriam pisoteados.
A partir de então, multiplicaram-se casos de
assédio raivoso contra as mulheres, os negros, os
quilombolas e pessoas LGBTQIAP+, assim como
aos jornalistas, cientistas, intelectuais e artistas,
achincalhados no exercício de sua profissão.
Vimos ataques e ameaças gravíssimas e repetidas
ao Supremo Tribunal Federal, banhadas em
discurso de ódio e pregando a ameaça maior de
ruptura democrática. Presenças confirmadas até
o momento:
Paula Beatriz, Pedagoga, Pós-
graduada em Gestão Educacional
e Docência no Ensino Superior,
Gestora Escolar (primeira
diretora trans de escola pública
da rede de ensino estadual de
São Paulo.
Cida Costa, Doutora e Mestre em
Educação, Licenciada em Educação
Física. Coordenadora de polo da Rede
UniCEU, escritora e pesquisadora das
questões étnico raciais e do universo
Hip-Hop.
Tema: O Universo Hip-Hop e a fúria dos
elementos – cultura, educação e
resistência.
Elenita Santana de Almeida,
Gestora escolar SME/PMSP,
Mestre em Educação pela
UNIFESP, Pedagoga, Pós-
graduada em Psicopedagogia.
Olívia Gomes, mulher preta,
cisgênera, feminista. Diretora de
escola PMSP. Professora de Arte
na Rede de Ensino estadual
3. ______________________________________________________
Fala garoto ...
O professor Silvio Almeida expõe em sua obra
“Racismo Estrutural” a questão do racismo como
fator determinante das relações sociais, ou seja, o
racismo não se limita ao ato de injúria racial, mas
sim a todas as camadas da sociedade, portanto, o
racismo se faz extremamente presente num dos
principais espaços de socialização dos jovens
adolescentes: a escola.
Trazendo à tona o caso de racismo ocorrido na
escola EMEFM Professor Linneu Prestes, onde
uma professora negra foi chamada de "macaca"
não podemos permitir que esse tipo de vivência e
crime de ódio seja naturalizado na escola,
portanto, não pode haver silenciamento por parte
de nenhum seguimento, seja ele dos alunos,
professores, gestão escolar e demais funcionários.
Faz-se necessário a urgência de debates e
acolhimento aos alunos e professores.
Símbolos nazistas, outro episódio de racismo,
desenhados nas mesas de sala de aula, reflete a
necessidade urgente se discutir essas pautas
dentro do ambiente escolar objetivando
desconstruir a ideia de que espalhar ódio e afetar a
dignidade do próximo é uma coisa natural.
O Grêmio Voz Democrática, promoverá discussões
sobre esta pauta exigindo o máximo de respeito e
acolhimento por parte da gestão escolar, dos alunos,
professores e funcionários.
identidade de gênero e sexualidade
O preconceito, falta de acolhimento e de informações
a respeito dos alunos LGBTQIA+ nas escolas, é uma
forma extrema de violência e silenciamento que afeta
a vida de crianças e adolescentes. Há muita
necessidade de quebrar fortes estereótipos, portanto,
é preciso incluir esta discussão no âmbito escolar.
Ter o conhecimento com base na diversidade não é o
bastante, mas ajuda no acolhimento dos alunos,
funcionários e professores LGBTQIA+, saber a
diferença entre identidade de gênero e sexualidade é
o básico para se iniciar uma conversa em sala de aula
que permita a desconstrução de estereótipos
heteronormativos.
Em nossa escola o silenciamento é forte e agressivo,
há muitas violências veladas e não exposta ou
discutidas por conta do medo dos alunos ou falta de
iniciativa da gestão escolar, portanto discutir sobre a
diferença nas escolas é necessário.
Pedro 3º A - representante do Grêmio
Aconteceu.... Agenda do
Grêmio
O Grêmio Voz Democrática e os professores
orientadores de grêmio participaram de um
encontro com Fernando Padula Novaes,
Secretário Municipal de Educação de São
Paulo, no dia 07/10. O secretário conversou
em separado com os dois grupos. Com os
alunos a proposta foi ouvir as demandas dos
estudantes, entre as quais, o excesso de
disciplinas na grade do Ensino Médio, a
precariedade da merenda servida nas escolas e
a falta de professores. Entre o grupo de
professores as discussões se concentraram na
dificuldade de se conseguir tempo hábil para
orientar a construção dos grêmios, da
necessidade de se conhecer melhor a
legislação que trata da organização dos
grêmios e da necessidade de se agilizar a
contratação de professores de algumas
disciplinas do Ensino Médio,
4. __________________
O Grêmio também participou no dia 14/10
do “Encontro Regional de Grêmios
Estudantis”, promovido pela Diretoria
Regional de Educação de Santo Amaro –
DRESA.
Dia 09/11, o grupo de Monitores
Ambientais irá ao Sesc Interlagos
visitar a Exposição “Darwin, o original”.
A proposta é conhecer a vida do
naturalista inglês Charles Darwin
(1809-1882) por meio de peças
audiovisuais, maquetes e obras
interativas, bem como, as teorias e o
legado da sua revolucionária produção
científica.
Lima Barreto: há 100 anos, o Brasil
perdia um de seus maiores escritores.
No dia 1 de novembro de 1922, há exatos 100 anos, o
Brasil perdia, precocemente aos 41 anos de idade,
um de seus maiores nomes da literatura: Lima
Barreto, autor de "Triste Fim de Policarpo Quaresma"
e de uma série de obras importantíssimas para a cena
cultural brasileira. Lima, enfrentou o racismo e
morreu marginalizado.
Apesar do longo hiato de 100 anos a luta ainda
continua viva, em 2022, diante dos retrocessos na
política brasileira nos últimos 4 anos.
O que o legado de Lima Barreto tem a nos dizer na
semana em que Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito
presidente do Brasil pela terceira vez?
Na verdade, a resposta já foi sintetizada no
continente africano, em 1967, por Eduardo
Mondlane, líder da Frelimo (Frente de Libertação de
Moçambique). Ao falar dos desafios de construção da
independência nacional contra o colonialismo
português, o intelectual militante moçambicano
assim se manifestou:
Não há antagonismo entre as realidades da existência
de vários grupos étnicos e a Unidade Nacional. Nós
lutamos juntos, e juntos reconstruímos e recriamos o
nosso país, produzindo uma nova realidade – um Novo
Moçambique, Unido e Livre. A luta continua!”
Obviamente que Mondlane não estava se referindo
ao Brasil, mas vamos admitir que a frase “A luta
continua!” é atemporal. A luta tanto continua que,
quando alcançamos o bicentenário da nossa
independência, um dos principais desafios do
governo do presidente Lula será fazer com que o
povo brasileiro se encontre no que ele mesmo disse
em seu discurso de vitória na noite do domingo (30):
“Não existem dois Brasis. Somos um único país, um
único povo, uma grande nação”. O Brasil que Lima
Barreto sonhou desde criança seria assim, mas ainda
não é.
https://www.geledes.org.br/100-anos-sem-lima-
barreto-a-luta-ainda-continua-em-2022/
5. Cinema Ambiental:
um importante recurso para despertar a consciência
Por Ábine Fernando Silva
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Calendário Ambiental: Novembro
01 – Dia Nacional da Espeleologia
05 – Dia da Cultura e da Ciência
09 – Dia do Urbanismo
10 – Dia do Trigo
22 – Dia do reciclador e da reciclagem
23 – Dia Mundial sem Compras
24 – Dia do Rio
30 – Dia do Estatuto da Terra
Presidente do Egito convida Lula
para a COP27
Mais de 90 chefes de Estado participarão da
conferência do clima, que ocorre entre os dias 6
e 18 de novembro.
Virada Sustentável São Paulo - 3 a 20
de novembro
A Virada Sustentável chega à sua décima segunda
edição em São Paulo!!
De 03 a 23 de novembro, o festival ocupará a cidade
com shows, artes visuais, projeções e muitas
atividades espalhadas por centenas de pontos da
capital paulista.
A programação é gratuita, aberta a todos os públicos
e você pode acompanhar tudo pelas redes sociais e
no site abaixo:
https://www.viradasustentavel.org.br/cidade/sao-paulo
.
A dica de filme deste mês é a distopia de ação “Mad Max: A Estrada da Fúria” de
2015 do cineasta australiano George Miller. O longa aborda um futuro pós-
apocalíptico onde o governo teocrático de Immortan Joe (Hugh Keays-Byrne)
controla a paupérrima e miserável população da Cidadela racionando o consumo
de água e concentrando em torno de si os “Kamicrazys”, um exército de guerreiros
fanáticos que também prestam cultos a poderosas máquinas automobilísticas.
Embora o enredo do filme tenha como mote a escapada alucinante pelo intrépido
deserto árido do grupo encabeçado pela Imperatriz Furiosa (Charlizie Theron) e
Max (Tom Hardy), tendo em seu encalço os lunáticos “kamicrazys”, chama a
atenção a realidade caótica e sombria de um extenso território governado por um
patriarca autoritário e que tem sob seu controle o racionamento dos recursos
hídricos e as escassas fontes de energia (os combustíveis fósseis), evidenciando,
desta forma, a importância estratégica desses recursos para toda sorte de
manipulações e opressões de caráter sócio-político.
Visite a página: https://www.bondecinema.com
FILME: MAD MAX: A ESTRADA DA FÚRIA (2015)
DIREÇÃO: GEORGE MILLER
ROTEIRO: GEORGE MILLER, BRENDAN MCCARTHY E NICO
LATHOURISERIN