PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
Oxitetraciclina em camarão cultivado
1. UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
DEPARTAMENTO DE PESCA E AQUICULTURA
PROGRAMA DE PÓS -GRADUAÇÃO EM RECURSOS PESQUEIROS
E AQUICULTURA
Beatriz Regina Brito de Oliveira
VALIDAÇÃO E APLICAÇÃO DE MÉTODO PARA
DETERMINAÇÃO DE OXITETRACICLINA POR
CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTA EFICIÊNCIA
(CLAE) EM CAMARÃO CULTIVADO
Orientadora: Profa Dra Emiko Shinozaki Mendes
Recife/PE
Agosto, 2008
2. Introdução
Cultivo de camarão no Brasil
(FAO, 2007)
2003: 90.190 t
2007: 65.000 t
Enfermidades: desafios da atividade
Desequilíbrio ambiental
Vulnerabilidade
Bactérias oportunistas
3. Introdução
Medicamentos veterinários
Oxitetraciclina (OTC)
Prevenir ou tratar
Exigências dos mercados: segurança
alimentar
Europa (RASFF)
Análise de resíduos
Utilização de metodologias validadas
Técnicas conceituadas
4. Introdução
Objetivou-se validar um método para
determinação de OTC em camarão cultivado,
utilizando a técnica de cromatografia líquida de
alta eficiência (CLAE), e avaliar os níveis de
resíduos da droga in vivo.
5. Revisão de literatura
Produção de camarões
Tabela 1. Principais países produtores de camarão em 2005.
Principais países Produção (t) Produtividade
produtores (kg/ha/ano)
China 1.024.949 3.416
Tailândia 375.320 5.864
Vietnã 327.200 453
Indonésia 279.539 708
Índia 130.805 769
Equador 130.000 867
México 72.279 1.681
Brasil 65.000 4.333
Bangladesh 63.052 435
Filipinas 39.909 1.330
América Central* 41.919 1.048
* (Bahamas, Belize, Costa Rica, Cuba, El Salvador, Guatemala, Honduras, Jamaica,
Nicarágua, Panamá, Porto Rico, República Dominicana) Fonte: FAO (2007)
6. Revisão de literatura
Brasil (ABCC, 2005a)
Antidumping e
enfermidades
2003: 2004:
90.190 t 75.904 t
Região Nordeste (SAMPAIO e COSTA, 2003):
93% da produção nacional
Empregos diretos e indiretos
7. Revisão de literatura
Enfermidades
Vírus e bactérias
Figura 1. Camarão em grampo Figura 2. Lesão no hepatopâncreas
Fonte: Lightner (1996) Fonte: Lightner (1996)
Infecções secundárias: bacterioses
NHP: Rickettsia (FRELIER et al., 1992; LOY et al., 2003)
Vibrioses: Vibrio spp (LIGHTNER, 1996)
8. Revisão de literatura
Antibióticos na aquicultura
Uso disseminado
Ecotoxicidade em ambientes aquáticos
Formas de administração
Oxitetraciclina (LALUMERA et al., 2004; DIETZE et al., 2005;
LYLE-FRITCH et al., 2006; CHRISTENSEN et al., 2006)
Figura 3. Estrutura molecular da OTC. Fonte: (USP, 2005)
9. Revisão de literatura
Oxitetraciclina
Ação e locais de ligação (ALIABADI e LEES,
2000; COUTO, 2000; OKA et al., 2000)
CIM vibrioses: 0,2 a 100 ppm ou mg L-1
(RUANGPAN e KITAO, 1992; LIGHTNER, 1997)
Concentração OTC na ração:
1,5 g Kg-1 por 14 dias (MOHNEY et al., 1997)
4,5 a 22,5 g Kg-1 por 14 dias (BRAY et al., 2006)
4,5 g Kg-1 por 14 dias (NOGUEIRA-LIMA et al., 2006)
Sintomas (efeitos tóxicos para humanos)
10. Revisão de literatura
Resistência bacteriana e implicações
Subdosagens e superdosagens (MENDES et
al., 2004)
Bactérias resistentes:
Seleção e propagação de genes de resistência
(MORIARTY, 2004);
Isolamento de cepas em áreas de aquicultura
(TENDÊNCIA e DE LA PENA, 2001; LE et al., 2005);
Efeitos dos fármacos em organismos não-
alvo (HALLING-SORENSEN et al. 2000)
Uso restritivo e consequências (HOLMSTRÖM,
2003)
11. Revisão de literatura
Legislação para utilização de fármacos
em espécies animais
BRASIL
PCRP (BRASIL, 2006)
PAMVet (BRASIL, 2003)
LMR para OTC
FDA (1998): 2000 µg kg-1 em alimentos frescos
EMEA (1990): 100 µg kg-1 de OTC
CODEX (2006): 200 µg kg-1 de OTC em músculo de
pescado
12. Revisão de literatura
Métodos de análise de OTC em matrizes
animais
Métodos oficiais
CLAE - músculo de bovinos e suínos (AOAC, 1995)
Bacillus cereus (AOAC, 2000)
Técnicas
Eletroforese capilar
Cromatografia Camada Delgada
CLAE-DAD*
13. Revisão de literatura
Métodos para detecção de OTC por CLAE
Macrobrachium rosenbergii (BRILLANTES et al., 2001)
Penaeus japonicus (UNO, 2004)
Penaeus monodon (SANBGRUNGRUANG et al., 2004)
Litopenaeus setiferus (REED, 2006)
Litopenaeus vannamei (NOGUEIRA-LIMA et al., 2006*;
FROONGSARNG et al., 2007; GOMEZ-JIMENEZ et al., 2008)
14. Revisão de literatura
Validação de métodos analíticos
Resultados confiáveis e qualidade analítica
Exigência dos mercados
ISO, USP, FDA, AOAC
Documentação
Características de desempenho ou parâmetros de
validação (INMETRO, 2007)
15. Revisão de literatura
De acordo com o exposto, fatores
econômicos, aspectos sanitários e
ambientais da utilização de OTC na
carcinicultura ainda são pouco conhecidos
e, portanto, faz-se necessária a validação e
a implantação de metodologias para análise
de OTC por CLAE.
Ferramenta: Qualidade processo
Métodos validados e produto
Consolidação do Saúde pública
consumo Estudos ambientais
16. Artigo científico
“ DETERMINAÇÃO DE OXITETRACICLINA
POR CLAE-DAD EM CAMARÃO MARINHO
Litopenaeus vannamei (Boone, 1931)”
REVISTA AQUACULTURE
17. Artigo científico – Material e Métodos
Material e Métodos
Material
Solventes e reagentes grau CLAE
Padrões de referência da USP (OTC e TC)
18. Artigo científico – Material e Métodos
Material
OTC comercial contendo 50% (m/m) de OTC base
Ração contendo 35% de proteína bruta
Camarões isentos de OTC e adicionados in vitro para os
testes de validação
19. Artigo científico – Material e Métodos
Preparação da amostra
Nogueira-Lima et al. (2006) com modificações: amostras
de músculo e carapaça
20. Artigo científico – Material e Métodos
Técnica de extração da OTC
Tampão McIlvaine
Adição de TCA 24%
Amostra (1,0 g) Centrifugação
SPE e evaporação Hexano, centrifugação e Repetição da extração e
descarte da fase união dos sobrenadante
superior
CLAE
21. Artigo científico – Material e Métodos
Análise de OTC por CLAE
Condições cromatográficas:
C18 Phenomenex (250 x 4,0 mm; 5 µm)
Injeção: 50 µL
Detecção: 365 nm
FM (75:18:7):
(A)OXA 0,01 M
(B)ACN
(C)MeOH
Fluxo: 1 mL minuto-1
22. Artigo científico – Material e Métodos
Validação da metodologia de análise
Laboratório de Contaminantes Químicos e Biológicos
(LEMI/ITEP)
INMETRO (2007)
Tempo de retenção
Linearidade
Faixa de trabalho
Recuperação
Limites de Detecção e Quantificação do Método (LDM e
LQM)
Seletividade
23. Artigo científico – Material e Métodos
Desenho experimental
Estação Experimental Prof. Johei Koike (UFRPE)
Camarões de fazenda aclimatados por 30 dias em tanques de 500 L
contendo água marinha tratada
24. Artigo científico – Material e Métodos
Desenho experimental
Densidade: 28 cam/tanque
Tratamentos (duplicata):
OTC na ração por 14 dias
Testemunha
3000 µg OTC g-1
5000 µg OTC g-1
7000 µg OTC g-1
26. Artigo científico – Material e Métodos
Desenho experimental
Animais coletados
Carapaça e músculo: congeladas para análise de OTC
Hepatopâncreas: análise de Vibrio spp
27. Artigo científico – Material e Métodos
Desenho experimental
Temperatura Oxímetro
Oxigênio dissolvido
Salinidade - Refratômetro
pH – pHmetro
Avaliados todos os tanques diariamente
28. Artigo científico – Material e Métodos
Ração
Fornecida a aproximadamente 4% biomassa por dia e
dividida em duas alimentações diárias
Concentração teórica de OTC fornecida na ração para
cada tratamento:
3000 µg g-1 120 µg g-1
5000 µg g-1 200 µg g-1
7000 µg g-1 280 µg g-1
29. Artigo científico – Material e Métodos
Análise de Vibrio spp
Silva et al. (1997)
Remoção dos hepatopâncreas
Diluição, inoculação, incubação e leitura
30. Artigo científico – Material e Métodos
Análise estatística
Experimento OTC:Teste de Tukey com p< 0,05
Bacteriologia: técnica dos máximos e mínimos
Validação: INMETRO (2007)
31. Artigo científico – Resultados
Resultados
Metodologia e parâmetros de validação
Tempo de retenção OTC: 6,2 – 6,9 minutos (Figuras 1 e 2)
Linearidade (coeficiente de correlação linear) na faixa de trabalho de
0,02 a 0,4 µg mL-1 ou g-1 :
Em solução: 0,9998
Em extrato da matriz: 0,9997
Recuperação relativa e incerteza de medição a 0,1 µg g -1:
106,0 ± 17,1%
Repetitividade (coeficiente de variação): 16,1%
LDM e LQM: 0,006 e 0,019 µg g-1, respectivamente.
Seletividade: sem interferentes no TR do analito (Figura 2)
32. Figura 2. Cromatogramas para OTC:
(A) solução padrão OTC 0,1 µg mL-1
(B) extrato do músculo do camarão
fortificado a 0,1 µg g-1 e
(C) extrato do músculo de camarão
isento de OTC.
34. Artigo científico – Resultados
Eliminação de resíduo de OTC no músculo e na
carapaça
Tabela 1. Tempo de depleção da OTC
Tratamentos (µg g-1)
Dia após a 3000 5000 7000
medicação Músculo Carapaça Músculo Carapaça Músculo Carapaça
1º 0,028 ± 0,006 0,14 ± 0,06 0,037 ± 0,007 0,15 ± 0,09 0,014 ± 0,004 0,051 ± 0,006
5º ND 0,049 ± 0,001 ND 0,045 ± 0,001 ND 0,017 ± 0,007
10º ND 0,019 ±0,007 ND ND ND ND
13º ND ND ND ND ND ND
N = 4: ND = não detectável
35. Artigo científico – Resultados
0,20 -1
3000 µg g
y = -50,638Ln(x) + 133,87
2
R = 0,7549
-1
0,16 5000 µg g
y = -65,023Ln(x) + 149,61
2
R = 0,7643
-1
7000 µg g
Nível OTC (µg g )
0,12 y = -22,706Ln(x) + 49,309
-1
2
R = 0,9237
0,08
0,04
0,00
0 2 4 6 8 10 12 14
Dias após suspensão da medicação
Figura 3. Níveis de resíduo de OTC na carapaça nos diferentes
tratamentos
36. Artigo científico – Resultados
Análise da OTC comercial utilizada nos tratamentos
Rótulo: 50%
Resultado da análise: 5%
Análise da ração utilizada nos tratamentos
Tratamento Concentração teórica Concentração real
de OTC fornecida* de OTC
fornecida*
3000 µg g-1 120 µg g-1 8 µg g-1
5000 µg g-1 200 µg g-1 16 µg g-1
7000 µg g-1 280 µg g-1 20 µg g-1
*
Por camarão/dia
37. Artigo científico – Resultados
Análise da água
Temperatura: 30,54 ± 2,78ºC
Salinidade: 30,18 ± 0,61 g L-1
pH: 8,36 ± 0,34
Oxigênio dissolvido: 5,75 ± 0,82 mg L-1
Análise de Vibrio spp
Tabela 2. Valores máximos e mínimos obtidos na contagem de
Vibrio spp
UFC mL-1
Tratamento (µg g-1) Máximo Mínimo
Hepatopâncreas Água
3000 7,4 x 105 1,1 x 102
5000 8,9 x 105 4,2 x 102
7000 9,0 x 103 1,15 x 102
38. Artigo científico – Discussão
Discussão
LDM abaixo do LMR de 0,1 µg g-1 (EMEA, 1990) e o
mais baixo para um método que utiliza CLAE-DAD
Nogueira-Lima et al. (2006): 0,05 µg g-1
Uno, 2004; Reed et al., 2004; Uno et al., 2006; Reed et al., 2006;
Froongsarng et al., 2007; Gomez-Jimenez et al., 2008: entre
0,008 e 0,5 µg g-1.
Recuperação relativa e repetitividade aceitáveis pelo
Codex (2002) e recuperação maior que a obtida no
método original
Nogueira-Lima et al. (2006): 81,68 ± 1,54%
39. Artigo científico – Discussão
Os coeficientes de correlação linear em solução e no
extrato da matriz fortificado foram aceitáveis segundo
INMETRO (2007);
As concentrações reais de OTC fornecidas nas rações
se encontraram abaixo da administração indicada por
Lightner (1996) de 45 a 150 µg g-1 por camarão/dia
devido a baixa concentração do fármaco comercial
utilizado;
RESISTÊNCIA
SUBDOSAGENS
BACTERIANA
TRANSFERÊNCI
ECOSSISTEMAS
ADE
SAÚDE HUMANA
RESISTÊNCIA
Holmström et al., 2003; Lalumera et al., 2004; Xuan Le et al., 2005; Christensen
et al., 2006; Lyle-fritch et al., 2006
40. Artigo científico – Discussão
Observou-se que o número de Vibrio spp no
hepatopâncreas foi, em média, superior ao verificado
na água;
Não foi verificada diferença estatística entre os
tratamentos em relação aos resultados
bacteriológicos, assim como também não foi possível
estabelecer relação entre estes e os níveis de OTC na
carapaça e no músculo;
O tempo de depleção da OTC na carapaça (13 dias)
foi maior que no músculo (5 dias);
Nogueira-Lima et al. (2006): 25 dias (4500 µg g-1)
Gómez-Jimenez et al. (2008): 10 dias (4500 µg g-1)
41. Artigo científico – Discussão
OTC x Interrupção
crescimento
exoesqueleto
(Bray et al., 2006)
Propriedade de
Importante lugar formar complexos
para distribuição c/ cátions
de OTC CARAPAÇA divalentes
(Uno, 2004) (Arias et al., 2007)
Formada 15 a 20%
de quitina, 25 a 40% de
proteína e 40 a 55% de
sais carbonato cálcio
(Martur e Narang,
1990)
42. Artigo científico – Discussão
Os níveis de OTC na carapaça podem diminuir em até
20% quando aplicou-se processos com elevadas
temperaturas;
Quando o mesmo processo é aplicado em músculo,
observou-se uma diminuiç4ao de até 80% (uno et al.,
2006);
Necessidade de avaliar o camarão inteiro e não
somente o músculo, como recomendado pelo FDA e
pela CE, que estabeleceram LMR de 0,1 e 0,2 para
OTC em tecidos animais (EMEA, 1990; Codex, 2006).
43. Artigo científico – Conclusão
Conclusão
Ficou demonstrado que o método definido e validado
atende ao uso pretendido, por apresentar um dos
mais baixos limites de detecção definidos para
métodos que empregam a CLAE-DAD; Os resultados
de coeficientes de correlação para OTC em solução
e no extrato da matriz fortificado, faixa de trabalho,
recuperação relativa e repetitividade foram
satisfatórios de acordo com as normas vigentes. O
acúmulo de resíduo de OTC, quando administrada
na ração, é maior na carapaça que no músculo
devido sobretudo à composição estrutural da
carapaça.
44. Artigo científico – Agradecimentos
Agradecimentos
Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)
Conselho Nacional de Desenvolvimento e Pesquisa
(CNPq)
Agência Financiadora de Estudos (FINEP)
Instituto de Tecnologia de Pernambuco (ITEP)