2. “Nem todos os caminhos são para todos os caminhantes”.
3. Vocação
Latim vocatio = chamamento
Ter vocação para algo é:
◦ Sentir que isso nos chama
◦ Ter uma propensão, tendência,inclinação
A vocação pode ser:
◦ Inata
◦ Adquirida
◦ Combinação das duas
A investigação mostra que se seguirmos a
nossa vocação temos mais probabilidades de
sermos bem sucedidos e felizes.
4. Vocação e carreira
A escolha de uma carreira
é um comportamento
vocacional porque é a
consequência de uma
vocação.
5. Todo ser humano aspira a realizar-se
através do trabalho. Tal aspiração constitui
◦ Uma necessidade de subsistência.
◦ Uma expressão da personalidade, pois,
através do trabalho, o homem pode
empregar da melhor forma possível as suas
capacidades e aptidões, de acordo com o
valores sociais, económicos, estéticos, morais
e religiosos.
6. Carreira transformou-se num
dos aspetos mais relevantes no
desenvolvimento e equilíbrio
psicológico do indivíduo a par :
◦ Da vida familiar
◦ Dos estudos
◦ Da realização afetiva
◦ Do lazer
O papel do trabalho e carreira
profissional nas sociedades
modernas tem vindo a ganhar
progressiva importância
7. Daí a crescente importância da escolha de uma profissão, da
identificação da vocação profissional.
8. Donald Super investigou os
comportamentos vocacionais
ao longo da vida e
desenvolveu uma teoria do
desenvolvimento vocacional
Donald Super
Desenvolvimento vocacional
9. O desenvolvimento vocacional (a escolha de uma profissão, de uma ocupação)
◦ Não se resume a um momento da vida de uma pessoa, não é um
momento único e estático.
◦ É um processo contínuo: desenvolve-se ao longo de toda a vida, desde a
infância até à velhice.
Donald Super
Desenvolvimento vocacional
13. Filho/filha: tempo e energia gastos no relacionamento com os pais
Estudante: tempo e energia gastos em aprendizagens e novas competências
Trabalhador: tempo e energia gastos num trabalho remunerado
Esposo(a): tempo e energia gastos no cultivo e manutenção de uma relação
Cuidador(a) da casa: tempo e energia gastos no cuidar da casa (limpar,
preparar a comida)
Pai/mãe: tempo e energia gastos no cuidar dos filhos
Lazer: tempo e energia gastos em atividades relaxantes (ler, desportos, jogos)
Cidadão: tempo e energia gastos em atividades em prol da comunidade
14. Autoconceito
Autoconceito Desenvolvimento vocacional
O autoconceito corresponde à forma como nos definimos.
O autoconceito responde à resposta à pergunta: "quem sou eu?"
Uma das contribuições mais significativas de Donald Super foi a importância
dada ao autoconceito.
O autoconceito é composto por imagens acerca do que nós próprios:
• O que pensamos que somos.
• O que pensamos que conseguimos realizar.
• O que pensamos que os outros pensam de nós .
• O que gostaríamos de ser
15. Fatores que intervêm no autoconceito
autoconceito
Experiências
passadas
Papéis
desempenhados
Cultura/sociedadeImagem corporal
Valores
16. Exemplo
"Um estudante universitário pode considerar-se bom aluno e mau
atleta ou vice-versa. Qual destes é o seu autoconceito? Nenhum! São
autoconceitos (role selfconcepts). São os autoconceitos que são
importantes, tais como "Eu sou um bom aluno e um mau atleta" ou "Eu
sou um mau aluno e um bom atleta". Também podemos falar de
bom/mau professor bom/mau marido, bom/mau cidadão.
O que cada um de nós tem é uma constelação de autoconceitos: alguns
são negativos, outros são positivos."
17. Autoconceito vocacional
Autoconceito vocacional/profissional = é a ideia que um indivíduo tem da sua
capacidade de desempenhar os papéis que uma determinada idade e situação
exigem.
Envolve um conjunto de:
◦ Interesses (o que eu gosto/quero)
◦ Competências (o que eu sei fazer)
◦ Valores (o que eu valorizo)
Associados a uma tarefa, profissão ou ocupação.
19. Cada profissão requer um
conjunto de capacidades e
características de
personalidade, (ainda que não
de uma forma rígida)
Qualificam-nos para
determinadas ocupações e
profissões
Ao manifestarmos uma
preferência vocacional
expressamos a pessoa que
pensamos ser, a pessoa que
queremos ser.
Quando assumimos uma
determinada profissão
atualizamos o nosso
autoconceito.
Carreira e autoconceito (vocacional)
21. Contextos da maturidade
vocacional
Meio familiar
-Recursos (psicológicos
sociais, económicos) que
oferece ao desenvolvimento
do indivíduo
-Interagindo na família
construímos a nossa
identidade, aceitando ou
rejeitando certos papéis
Meio
socioeconómico
- Condiciona as escolhas da
carreira ao tornar mais ou
menos apetecível certos papéis
e áreas profissionais
22. Os estádios de vida
◦ As preferências vocacionais das pessoas não são estáticas: modificam-se ao longo
da vida por influência da sua experiência e das situações.
◦ O desenvolvimento vocacional decorre em vários estádios marcados por
características próprias. Ocorrem em determinadas idades aproximadas, segundo
uma sequência.
◦ A cada etapa ou estádio correspondem tarefas específicas a ser realizadas.
◦ O autoconceito vocacional varia ao longo do tempo, da vida, como resultado da
experiência.
◦ Corresponde às características ligadas ao desenvolvimento profissional de uma
pessoa.
23. A designação (nome) de cada estádio remete para a principal tarefa do
estádio de vida.
Segundo Super, estes estádios não são sempre lineares: uma pessoa pode
voltar a um estádio anterior do desenvolvimento, isto é, os estádios podem
ser cíclicos.
Esta situação, a que Super chama de reciclagem, não tem uma conotação
negativa. É um processo inerente ao desenvolvimento vocacional.
Os estádios de vida
24. Crescimento Do nascimento aos 13-14 anos
Exploração Dos 15 aos 24 anos
Estabelecimento Dos 24 aos 44 anos
Manutenção Dos 44 aos 64 anos
Descompromisso Após os 64 anos
Os estádios de vida
25. Crescimento (0-14 anos)
Desde o nascimento, a criança
desenvolve-se num contexto social
através do processo de socialização.
É na relação com os outros (pais,
professores, outros adultos
significativos e colegas) que, ao
identificar-se com eles, ela vai
construir o autoconceito vocacional:
• Compreende a importância de ter
sucesso no que faz (casa, amigos,
escola).
• Procura adquirir conhecimentos e
competências
• Procura ser competente no que faz.
• Adquire hábitos e rotinas de
trabalho .
• Preocupa-se (projeta-se) com o
futuro.
26. Exploração
(15-24 anos)
Período de exploração:
◦ De si próprio,
◦ Do mundo do trabalho
◦ Dos papéis das outras pessoas nas suas ocupações.
O autoconceito vocacional constrói-se na interação
◦ Com os outros.
◦ Com as experiências pessoais.
◦ Com o desempenho dos papéis em casa, na escola e
noutros contextos de vida.
27. Num primeiro momento, as opções
vocacionais são ensaiadas nas
conversas com os outros e na fantasia.
Exploração
(adolescência-estado adulto
Progressivamente, o jovem vai construindo
o seu autoconceito vocacional em
contacto com a realidade.
Escolhida uma profissão, desenvolve as
tarefas desta fase, especificando,
implementando a sua opção.
Contudo, a escolha não está finalizada.
28. Estabelecimento
(25-44 anos)
À medida que tempo avança, o adulto procura dar solidez ao mundo do trabalho:
◦ Estabilizando
◦ Consolidando
◦ Progredindo na sua ocupação.
Podem surgir questões relacionadas com experimentações e ensaios na procura de
um autoconceito vocacional mais seguro.
Esta situação pode refletir-se:
◦ Na mudança de emprego
◦ Na procura de novos percursos de vida profissional
◦ No abraçar novas experiências laborais.
29. Manutenção
(44-64 anos)
A principal tarefa das pessoas:
◦Desenvolver
◦Preservar
Com sucesso o autoconceito
vocacional estabelecido.
Não significa estagnação.
É comum, nesta fase da vida,
muitos colocarem a si
próprios a pergunta: "É isto
que quero fazer nos próximos
anos?".
Se a pessoa não se sente autorrealizada
na sua ocupação pode abraçar novos
desafios.
Inovar é também uma tarefa deste estádio de
desenvolvimento.
A frustração pode surgir se a pessoa não
conseguir estabilizar-se numa ocupação que a
autorrealize, que seja adequada ao seu perfil
30. Descompromisso
(após os 64 anos)
Há uma desaceleração no desenvolvimento da
carreira através da pré-reforma ou mesmo da
aposentação.
Assiste-se a uma:
◦ Diminuição da energia,
◦ Abrandamento dos ritmos de atividade,
◦ Ao declínio dos processos físicos e mentais.
O trabalho a tempo inteiro pode ser substituído
por um trabalho a tempo parcial e por hobbies.
O elemento comum neste estádio é a
necessidade de se reformular o estilo e a
estrutura de vida.
Algumas pessoas encaram este período de
uma forma positiva, outras sofrem com
sentimentos de desilusão e desapontamento.
É cada vez mais importante o planeamento
atempado da reforma para se poder
responder ao desafio de uma nova de vida.
31. A importância da teoria de Donald Super
É de realçar a ideia de que o desenvolvimento que se processa por
estádios, não é linear: podem surgir questões num estádio que
correspondem a etapas anteriores.
Super soube interpretar a nova realidade criada pelas grandes mudanças
tecnológicas e sociais e pela importância que a profissão ganhou na vida das
pessoas
A sua teoria sobre o desenvolvimento vocacional, veio enriquecer e dar mais
sentido ao desenvolvimento humano, sobretudo nas sociedades mais
industrializadas.
Uma pessoa que se encontre no último estádio pode, por exemplo, procurar
novos papéis ocupacionais, o que é uma tarefa própria do estádio de
crescimento.
32. Super apresentou uma aplicação prática da sua teoria para apoiar os
orientadores de carreira.
Chama-se Modelo de Avaliação e Orientação de Carreira e é um
instrumento muito utilizado pelos orientadores profissionais para
auxiliar as pessoas a resolverem os seus problemas de carreira.