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Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - www.cepea.esalq.usp.br 1 
Ainda nesta edição: 
Semestre encerra com a terceira maior alta dos 
custos desde 2004 
Custos sobem mais que arroba no 1º semestre 
Valorização do bezerro atrai atenção para a cria 
Por Prof. Dr. Sergio De Zen, Pesquisador; Equipe Pecuária de Corte 
As cotações praticadas em todos os elos 
da cadeia pecuária encerraram o primeiro 
semestre em alta, com destaque para o 
bezerro. Na média de junho/14, o Indicador 
ESALQ/BM&FBovespa (Mato Grosso do Sul – 
animais de 8 a 12 meses) foi de R$ 1.037,99, 
forte aumento de 19,5% em relação a 
dezembro/13 e de 25,2% na comparação com o 
valor médio do mesmo período do ano passado, 
em termos reais, ou seja, já descontando-se a 
inflação do período (IGP-DI de junho/14). A 
maior média mensal do bezerro, também 
deflacionada, foi atingida em maio deste ano, de 
R$ 1.039,08, como apresentado na Figura 1. 
R$ 545 
R$ 1.016 
R$ 1.039 
R$ 500 
R$ 600 
R$ 700 
R$ 800 
R$ 900 
R$ 1.000 
R$ 1.100 
Bezerro - MS deflacionado (IGP-DI/jun14) 
Figura 1: Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Mato 
Grosso do Sul – animais de 8 a 12 meses) – valores 
reais (IGP-DI – jun/14) 
Fonte: Cepea 
Se por um lado, as altas do bezerro não 
são bem-vindas aos pecuaristas que fazem 
recria-engorda, por elevar os custos de 
produção, por outro, ampliam a margem de 
lucro dos produtores de cria. O fato é que 
produzir bezerro a um baixo custo é 
determinante para elevar a competitividade das 
etapas posteriores. No primeiro semestre, a 
aquisição de animais de reposição representou 
expressivos 46,24% do Custo Operacional Total 
(COT) e 56,52% do Custo Operacional Efetivo 
(COE) na “média Brasil”1. Em São Paulo, onde 
a recria-engorda é o sistema predominante, 
esses percentuais sobem para 66,48% do COE 
e 56,58% do COT. Já em Mato Grosso do Sul, 
onde a cria é relevante, esse percentual é de 
32,78% do COE e 24,45% do COT. Esses 
valores são agregados estaduais, ou seja, 
representam uma ponderação das propriedades 
modais e da estrutura do rebanho de cada 
região. 
Nos últimos anos (de janeiro de 2004 a 
junho de 2014), o poder de compra de 
pecuaristas de recria-engorda diminuiu. 
Enquanto em jan/04, para adquirir um bezerro, 
era preciso vender 6,21 arrobas, em jun/14, 
foram necessárias 8,53 arrobas, ou 37% a mais 
(considerando-se o Indicador bezerro 
ESALQ/BM&FBovespa - MS e Indicador boi 
gordo ESALQ/BM&FBovespa -SP). Nesse 
período, os meses mais positivos para o 
produtor de recria-engorda foram agosto e 
novembro de 2004, quando a compra de um 
bezerro demandou 6,01 arrobas. Já a situação 
1 Os gastos que compõem o COE são os utilizadas na 
atividade ao longo do ano. O COT é a soma do COE com as 
depreciações dos equipamentos, implementos e também da 
pastagem. Já o Custo Total (CT) é o COT somado ao custo de 
oportunidade do capital investido; a taxa de desconto é a mesma 
da poupança. 
Ano 13 – Edição 103 – 2º Trimestre 2014
2 
menos favorável foi enfrentada em maio de 
2010, quando foram necessárias 8,87 arrobas, 
em média, para adquirir um bezerro. 
Até o início de 2008, foram raros os 
meses em que era preciso mais de sete arrobas 
para adquirir um bezerro. De lá pra cá, porém, 
os registros mensais com mais de sete, ou 
ainda, mais que oito arrobas para um bezerro 
tornaram-se frequentes. Neste primeiro 
semestre de 2014, foram necessárias, em 
média, 7,99 arrobas para adquirir um bezerro – 
o valor máximo deste ano foi atingido em maio, 
de 8,58 arrobas por bezerro, como demonstrado 
na Figura 2. 
6,01 
8,87 
8,58 
5,00 
5,50 
6,00 
6,50 
7,00 
7,50 
8,00 
8,50 
9,00 
Arrobas necessárias para adquirir um bezerro 
Figura 2: Arrobas necessárias para adquirir um 
bezerro, 2004 a 2014, por mês 
Fonte: Cepea 
Em relação às médias anuais, 2014 já é 
o ano com pior cenário ao pecuarista de recria-engorda. 
Em 2009, segundo ano com menor 
poder de compra, a média foi de 7,82 arrobas 
por bezerro. As oscilações variam de acordo 
com os valores da arroba e do bezerro. Neste 
ano, a alta do preço da arroba não foi suficiente 
para compensar a do bezerro. 
6,19 
7,82 7,99 
5,0 
5,5 
6,0 
6,5 
7,0 
7,5 
8,0 
8,5 
Média anual - arrobas necessárias para adquirir um bezerro 
Figura 3: Média anual - Arrobas necessárias para 
adquirir um bezerro, 2004 a 2014 
Fonte: Cepea 
Apesar da redução no poder de compra 
de pecuaristas de recria-engorda, é importante 
ressaltar que houve um salto na qualidade do 
bezerro produzido no Brasil. Na parcial de 2014, 
o bezerro negociado no estado de MS teve 
peso médio de 189,95 quilos, ante os 179,9 
quilos de 2004 (jan-dez). Ao longo desse 
período (2004 a 2014), o peso médio anual 
máximo foi atingido em 2012, de 192,83 quilos. 
Em 2014, o maior peso foi registrado em junho, 
de 200,55 quilos. 
170 
175 
180 
185 
190 
195 
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 
Peso médio (kg) - Bezerro MS 
Figura 4: Peso médio anual (kg) bezerro – MS, 2004 
a 2014 
Fonte: Cepea
3 
Já para produtores de cria, o cenário foi 
muito positivo nos últimos anos, tanto pela 
valorização do bezerro como pelo aumento da 
produtividade. Um exemplo disso foi verificado 
na região do pantanal sul mato-grossense. O 
Cepea, em parceria com a CNA, realizou três 
painéis em Corumbá (MS): um em 2009, outro 
em 2011 e, recentemente, o terceiro, em maio 
de 2014. Os resultados desses painéis indicam 
uma melhora considerável tanto em retorno 
econômico quanto em uso dos recursos 
naturais. 
Nesses seis anos (de 2009 a 2014), a 
área da propriedade típica da região de 
Corumbá manteve-se em 10.000 hectares. 
Trata-se de uma das maiores propriedades 
modais da base de dados do Cepea/CNA, 
resultado das características edafoclimáticas da 
região (parte do ano, a área fica alagada). Para 
uma mesma área, em cinco anos, houve 
crescimento de 36% no rebanho total. Como 
consequência, a taxa de lotação em área de 
pasto aumentou de 0,21 UA (Unidade Animal = 
450 quilos) por hectare em 2009 para 0,33 
UA/hectare na média parcial de 2014. 
Além da melhora no manejo da 
pastagem, a redução da taxa de mortalidade 
pré-desmama de 8,7% para 3% contribuiu para 
otimizar o uso da área produtiva. Também 
houve redução significativa do período de 
intervalo entre partos, de 24 meses para 15 
meses. 
Tabela 1: Indicadores de produtividade em 
Corumbá/MS 
Descrição 2009 2011 2014 
Área total (hectares) 10000 10000 10000 
Rebanho total (cabeças) 3096 3290 4241 
Taxa de mortalidade pré-desmama 8,70% 8% 3% 
Taxa de mortalidade pós-desmama 3% 1% 1% 
Intervalo entre partos (meses) 24 22 15 
Idade da primeira cria (meses) 40 48 40 
Taxa lotação em área de pasto (UA/há) 0,21 0,27 0,33 
Crias produzidas por vaca 4,4 5,18 6,33 
Fonte: Cepea/CNA 
Os avanços na utilização dos recursos, 
no manejo do rebanho e das pastagens, 
somados à forte valorização no mercado de 
reposição resultaram em aumentos na 
rentabilidade do pecuarista pantaneiro. Em 
2009, para cada real gasto no COE, o produtor 
obteve um retorno médio de R$ 1,47, em 
relação ao COT, o retorno foi de R$ 1,22. Em 
2011, esses valores subiram para R$ 1,97 
(COE) e R$ 1,68 (COT) e, em 2014, para R$ 
2,36 no caso do COE; já em relação ao COT, 
baixou para R$ 1,34. 
R$ 0,0 
R$ 0,5 
R$ 1,0 
R$ 1,5 
R$ 2,0 
R$ 2,5 
2009 2011 2014 
Receita/COT Receita/COE 
Figura 5: Retorno por real investido, 2009, 2011 e 2014 – 
Corumbá/MS 
Fonte: Cepea/CNA 
Cabe destacar que o valor de aquisição 
da terra não foi considerado nesses cálculos. O 
custo de oportunidade da terra é englobado no 
Custo Total (CT). Neste caso, em todos os anos 
(de 2009 a 2014), as receitas foram menores 
que o CT. Estes valores não são apresentados, 
pois essa metodologia não considera a 
valorização da terra. No entanto, sabe-se que a 
terra raramente desvaloriza, compensando 
assim o capital investido. Apenas para 
exemplificar, em 2009, o valor da terra para 
pastagem em Corumbá/MS era de R$ 500, 
subiu para R$ 700 em 2011 e para R$ 1.000 em 
2014, valores nominais.
4 
Na “média Brasil”, após 2008 e 2010, a variação acumulada do COT e COE no semestre é a terceira maior alta da série histórica. 
Semestre encerra com a terceira maior alta dos custos desde 2004 
Por Prof. Dr. Sergio De Zen, Pesquisador; Equipe Pecuária de Corte 
A alta do COT (Custo Operacional Total) e do COE (Custo Operacional Efetivo) acumulada no primeiro semestre de 2014 foi a terceira mais expressiva para o período da série histórica do Cepea/CNA, iniciada em 2004. O maior aumento ocorreu nos seis primeiros meses de 2008, de 39,87% para o COE e de 35,37% para o COT, na “média Brasil” (que engloba os estados da BA, GO, MG, MT, MS, PA, PR, RO, RS, SP e TO). Na sequência, vieram as variações positivas registradas de janeiro a junho de 2010, de 14,75% (COE) e 12,77% (COT). Neste ano, o semestre encerrou com respectivas altas de 12,87% e 10,72%. Nos outros anos, os aumentos não ultrapassavam os 5% tanto para o COE como para o COT. O ano de 2009, após o recorde de aumento nos custos em 2008, foi o único a registrar variação negativa no acumulado de jan-jun, 8,61% para o COE e de 7,77% para o COT. 
Entre os estados que compõem a “média Brasil”, no Pará e em São Paulo, o aumento acumulado nos custos em 2014 (até junho) já é o segundo maior da série histórica, atrás apenas dos percentuais de 2010. Para Tocantins, as altas só ficam abaixo das de 2008. No Rio Grande do Sul, por sua vez, os aumentos no COE e COT não foram tão expressivos, ocupando a quinta maior variação da série histórica. Neste estado, os gastos com a compra de animais não pesam tanto no COE e COT. 
Além dos preços recordes do bezerro, a valorização dos suplementos minerais contribuiu para elevar os custos. No acumulado do primeiro semestre, na “média Brasil”, o grupo de suplementos minerais se valorizou 4,53%. A maior alta de preços deste item ocorreu em Minas Gerais, de 8,41%, a quarta mais significativa da série para o período. Por outro lado, o aumento menos expressivo foi registrado em Goiás, de 1,19%. Na “média Brasil”, este grupo de insumo representou 12,37% do COE e 10,12% do COT, no semestre. Em anos anteriores, quando o bezerro era cotado a preços menores, a participação da suplementação mineral ficava mais evidente. Em 2009, por exemplo, no primeiro semestre, este grupo representou 26,13% do COT e 31,58% do COE. 
Também relevantes para os custos, os gastos com mão de obra tiveram um encarecimento de 6,78% este ano, também na média nacional. Apesar do reajuste, foi a menor variação positiva desde 2004. A maior alta ocorreu em 2006, de 16,67%. Neste grupo, especificamente, o reajuste acontece apenas em janeiro, como resultado da decisão governamental. Nos demais grupos de custos, as mudanças ocorrem ao longo do ano, conforme as oscilações dos mercados. Este grupo representou 11,23% do COT e 13,74% do COE no primeiro semestre. 
Outro grupo de destaque este ano é o de vacinas contra febre aftosa. Muitos colaboradores do Cepea relataram que os preços deste item estão elevados, principalmente em relação aos patamares registrados na primeira campanha da doença de 2013. De fato, na média dos estados acompanhados por ligação telefônica (AC, BA, GO, MA, MG, MT, MS, PA, PR, RO, RS, SP e TO), o preço real em maio/14 (mês da primeira campanha de vacinação) superou em 18,1% a média de igual período em 2013 (deflacionado pelo IGP-DI de jun/14), passando para R$ 1,56
5 
a dose. No entanto, se comparado ao valor 
médio de maio/04 (ano de início da coleta), de 
R$ 1,70 a dose, o preço atual fica 8,2% menor, 
também em termos reais. 
Desde 2004, o Cepea levantou mais de 
1.360 preços da vacina de aftosa. Apesar de os 
períodos de campanha de vacinação contra 
essa doença se concentrarem em maio 
(primeira etapa) e novembro (segunda), o 
levantamento é feito mensalmente, tendo em 
vista que muitos colaboradores trabalham com 
estoques. Ao longo desses anos, os valores 
variaram muito. O menor preço foi registrado 
em agosto e setembro de 2012, de R$ 1,19 a 
dose, seguido pela média de R$ 1,24 a dose 
verificada em maio, junho e julho de 2012. Em 
maio de 2013, a dose foi negociada na média 
de R$ 1,32. Uma das alternativas para os 
pecuaristas tem sido a compra conjunta, que, 
devido ao ganho de escala, permite melhores 
preços. 
R$ 1,19 
R$ 1,00 
R$ 1,10 
R$ 1,20 
R$ 1,30 
R$ 1,40 
R$ 1,50 
R$ 1,60 
R$ 1,70 
R$ 1,80 
R$ 1,90 
Vacina Aftosa (dose) - valores reais 
Figura 1: Preço da vacina contra febre aftosa (dose) – 2004 a 2014 – valores reais 
Fonte: Cepea/CNA
6 
Na “média Brasil”, de janeiro a junho, o COT subiu 10,72% e o COE 12,87%. Para o boi gordo, a valorização foi de 8,56%. ERRATA Diferentemente do publicado na edição 102 do Informativo Cepea de Custos de Produção da Pecuária de Corte, no texto intitulado Bezerro, suplementação e mão de obra elevam custos no trimestre, o Custo Operacional Total (COT) subiu 8,93% e o Custo Operacional Efetivo (COE), 10,43%, no acumulado do primeiro trimestre de 2014 – ambos na “média Brasil” (que engloba os estados de BA, GO, MG, MT, MS, PA, PR, RO, RS, SP e TO). 
Custos sobem mais que arroba no 1º semestre 
Por Prof. Dr. Sergio De Zen e Maria Carolina Pazini; equipe Pecuária de Corte Cepea 
Os custos de produção da pecuária de corte brasileira subiram fortemente no primeiro semestre, superando a alta no preço da arroba. Na “média Brasil” (que engloba os estados da BA, GO, MG, MT, MS, PA, PR, RO, RS, SP e TO), o Custo Operacional Total (COT) acumulou aumento de 10,72% e o Custo Operacional Efetivo (COE), de 12,87%, de janeiro a junho. No mesmo período, o boi gordo (média mensal do Indicador ESALQ/BM&FBovespa) se valorizou 8,56%. Foram os maiores percentuais de alta para o intervalo desde 2010 – no primeiro semestre daquele ano, o COT e o COE acumularam elevações de 12,77% e 14,75%, respectivamente, enquanto a arroba se valorizou 10,03%. 
Especificamente no segundo trimestre (abril- junho/14), os maiores gastos com reposição de animais e suplementação mineral foram os principais responsáveis por elevar os custos de produção. Na “média Brasil”, a alta foi de 1,79% para o COT e de 2,44% para o COE, em relação ao primeiro trimestre de 2014. Por outro lado, a arroba se desvalorizou 2,61% no mesmo período. 
Em abril, o COT e o COE tiveram respectivas altas de 0,31% e 0,47%, na comparação com o mês anterior. A compra de animais, grupo de maior peso nos custos, teve um encarecimento de 6,27%, resultado da menor oferta e maior procura por parte dos criadores, No mesmo período (de março para abril), o boi gordo se desvalorizou 0,17%. 
Em maio, os custos de produção continuaram subindo: mais 1,60% para o COT e 1,91% para o COE, em relação ao mês anterior. Novamente, o bezerro apresentou alta significativa, de 3,34% de abril para maio. Também houve aumento de 1,04% no grupo de medicamentos para controle parasitário e de 1,32% para o de medicamentos de uso em geral. Do lado da receita, os preços do boi gordo tiveram nova queda, de 2,24%. 
Já em junho, os custos caíram pela primeira vez no ano, em 0,27% para o COT e em 0,18% para o COE, sobre o mês anterior. Nesse período, o bezerro se desvalorizou 0,73%. Devido à menor demanda, os preços de sementes forrageiras caíram 5,06% de maio para junho. No mercado de grãos, as variações também foram negativas, pressionando o grupo da dieta, em 2,05%. Do lado da receita, o Indicador do boi gordo caiu 0,16% em junho, com a média mensal passando para R$ 121,70. Apesar do recuo, o valor da arroba de jun/14 superou em 15,5% o de junho/13, já descontada a inflação do período (IGP-DI de maio/14). 
Segundo colaboradores do Cepea, as quedas de preços do boi gordo no segundo trimestre de 2014 estiveram atreladas principalmente à pressão compradora. Alegando menores vendas no atacado, frigoríficos tentaram adquirir a arroba a valores mais baixos. No entanto, a oferta de animais continuou restrita, devido ao clima adverso, o que acabou limitando essa pressão da indústria. A queda do valor médio do boi gordo no segundo trimestre, porém, não superou a valorização acumulada nos primeiros três meses do ano, resultando num acumulado positivo no semestre. Em decorrência principalmente dos aumentos de preços no mercado de reposição, o movimento de alta dos custos do primeiro trimestre se manteve no segundo, mas de forma muito menos expressiva.
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Coordenação: Prof. Dr. Sergio De Zen. Equipe: Gabriela Ribeiro, Graziela Correr, Mariane Santos, Wagner Yanaguizawa, Caio Monteiro, Douglas Matheus, Gabriel Guarda, Maria Carolina Pazini, Maria Júlia Malavolta, Pamela Andrade e Paola Ribeiro Miori. 
Jornalista responsável: Dra. Ana Paula Silva Ponchio – MTb 27.368 * Contatos: (19) 3429-8848 * cppcepea@usp.br 
www.cepea.esalq.usp.br/boi 
Variação Mensal e Acumulada (2014) COE (1) COT (2) Boi Gordo R$/@ Ponderações* Estados abr mai jun jan-jun abr mai jun jan-jun abr mai jun jan-jun Bahia 0,43% 1,11% -0,61% 3,03% 0,91% 0,34% -1,05% 2,03% 1,49% 0,70% -1,06% 2,06% 5,70% Goiás 0,03% 1,98% -0,76% 13,04% 1,70% 0,06% -0,75% 11,85% 1,67% -2,60% 1,37% 10,19% 12,27% Minas Gerais 2,97% 2,27% -1,24% 12,05% 1,53% 2,36% -0,75% 9,68% 1,10% -3,17% 1,39% 6,83% 15,99% Mato Grosso 0,29% 3,13% -0,47% 10,39% 2,36% 0,15% -0,88% 8,04% 2,14% -1,88% 0,97% 15,88% 11,96% Mato Grosso do Sul 0,98% 2,24% -0,05% 10,20% 1,21% 0,54% 0,13% 8,19% 0,18% -1,72% 1,20% 11,63% 13,34% Pará 4,42% 3,31% -0,02% 16,29% -2,95% 3,81% -0,08% 13,87% -0,26% -1,86% 0,81% 16,40% 10,35% Paraná 0,12% 1,83% -0,24% 8,22% 1,33% 0,09% -0,20% 6,92% 0,53% -1,42% -0,29% 6,27% 5,24% Rio Grande do Sul 0,27% 0,16% 0,39% 6,84% 0,27% 0,01% 0,23% 5,73% -0,06% 1,98% 0,00% 12,62% 7,87% Rondônia 5,31% 1,47% -0,99% 11,50% 1,17% 4,15% -0,85% 9,54% 3,53% -0,44% 9,54% -0,92% 6,80% São Paulo 2,10% 3,61% -2,01% 12,73% 3,11% 1,9% -1,86% 10,82% -0,39% -2,16% -0,22% 7,62% 5,99% Tocantins 8,44% 3,09% 9,13% 16,60% 2,73% -4,78% 6,66% 13,75% 0,94% 0,37% 0,48% 13,28% 4,50% 
Brasil** 0,47% 1,91% -0,18% 12,87% 0,31% 1,60% -0,27% 10,72% -0,17% -2,02% -0,16% 8,56% 100% * Corresponde ao quanto cada estado representa no total dos custos da pecuária no Brasil. ** Referente a 85,02% do rebanho nacional segundo o Rebanho Efetivo Bovino PPM / IBGE 2012. Valor da arroba considerado - Indicador Boi Gordo Esalq/BM&FBovespa - Estado de São Paulo. 
1 - Custo Operacional Efetivo (COE) Fonte: Cepea/USP-CNA 2 - Custo Operacional Total (COT) Variação dos Principais Indicadores Econômicos Indicadores Abr/2014 Mai/2014 Jun/2014 
IGP-M 0,78% -0,13% -0,74% 
Acumulado Janeiro IGP-M 3,35% 3,21% 2,45% 
Variações dos Preços dos Principais Insumos da Pecuária de Corte (2014) Média Ponderada para BA, GO, MT, MS, PA, RO, RS, MG, PR, TO e SP Grupos dos Custos Média das Ponderações COT Variação mensal e acumulada jun/14 abr mai jun jan - jun Bezerro e outros animais de reprodução* 47,6% 6,27% 3,34% -0,73% 22,02% Suplementação Mineral 10,01% 0,54% 1,24% 0,38% 4,53% Dieta 0,09% 3,73% -0,98% -2,05% 3,39% Adubos e Corretivos 0,84% 0,86% -0,50% -0,49% 3,19% Sementes Forrageiras 1,73% -1,49% 3,27% -5,06% -3,99% Máquinas Agrícolas 5,22% 1,75% -1,15% -3,43% -3,96% Implementos Agrícolas 1,01% -6,05% 0,91% 1,43% -4,29% Defensivos Agrícolas 1,91% 0,05% -0,42% -0,06% 2,33% Medicamentos - Vacinas 1,12% 0,54% -1,63% -0,32% -1,94% Medicamentos - Controle Parasitário 0,93% 0,51% 1,04% 0,51% 3,12% Medicamentos- Antibióticos 0,25% 0,70% 0,21% 0,44% 2,23% Medicamentos em geral 0,06% 0,30% 1,32% 0,85% 4,01% Insumos para reprodução animal 0,00% 12,50% 1,36% 2,35% 8,96% Mão de Obra 12,93% 0,00% 0,00% 0,00% 6,78% Construção Civil 9,23% 0,60% 1,16% 0,33% 4,97% Brinco de Identificação 0,01% 2,32% 0,72% 4,62% 6,43% Outros (Energia, Administrativos, Utilitário) 7,06% 
*Indicador do Bezerro ESALQ/BM&FBovespa, Mato Grosso do Sul

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Valorização do bezerro atrai atenção para a cria

  • 1. Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - www.cepea.esalq.usp.br 1 Ainda nesta edição: Semestre encerra com a terceira maior alta dos custos desde 2004 Custos sobem mais que arroba no 1º semestre Valorização do bezerro atrai atenção para a cria Por Prof. Dr. Sergio De Zen, Pesquisador; Equipe Pecuária de Corte As cotações praticadas em todos os elos da cadeia pecuária encerraram o primeiro semestre em alta, com destaque para o bezerro. Na média de junho/14, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Mato Grosso do Sul – animais de 8 a 12 meses) foi de R$ 1.037,99, forte aumento de 19,5% em relação a dezembro/13 e de 25,2% na comparação com o valor médio do mesmo período do ano passado, em termos reais, ou seja, já descontando-se a inflação do período (IGP-DI de junho/14). A maior média mensal do bezerro, também deflacionada, foi atingida em maio deste ano, de R$ 1.039,08, como apresentado na Figura 1. R$ 545 R$ 1.016 R$ 1.039 R$ 500 R$ 600 R$ 700 R$ 800 R$ 900 R$ 1.000 R$ 1.100 Bezerro - MS deflacionado (IGP-DI/jun14) Figura 1: Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Mato Grosso do Sul – animais de 8 a 12 meses) – valores reais (IGP-DI – jun/14) Fonte: Cepea Se por um lado, as altas do bezerro não são bem-vindas aos pecuaristas que fazem recria-engorda, por elevar os custos de produção, por outro, ampliam a margem de lucro dos produtores de cria. O fato é que produzir bezerro a um baixo custo é determinante para elevar a competitividade das etapas posteriores. No primeiro semestre, a aquisição de animais de reposição representou expressivos 46,24% do Custo Operacional Total (COT) e 56,52% do Custo Operacional Efetivo (COE) na “média Brasil”1. Em São Paulo, onde a recria-engorda é o sistema predominante, esses percentuais sobem para 66,48% do COE e 56,58% do COT. Já em Mato Grosso do Sul, onde a cria é relevante, esse percentual é de 32,78% do COE e 24,45% do COT. Esses valores são agregados estaduais, ou seja, representam uma ponderação das propriedades modais e da estrutura do rebanho de cada região. Nos últimos anos (de janeiro de 2004 a junho de 2014), o poder de compra de pecuaristas de recria-engorda diminuiu. Enquanto em jan/04, para adquirir um bezerro, era preciso vender 6,21 arrobas, em jun/14, foram necessárias 8,53 arrobas, ou 37% a mais (considerando-se o Indicador bezerro ESALQ/BM&FBovespa - MS e Indicador boi gordo ESALQ/BM&FBovespa -SP). Nesse período, os meses mais positivos para o produtor de recria-engorda foram agosto e novembro de 2004, quando a compra de um bezerro demandou 6,01 arrobas. Já a situação 1 Os gastos que compõem o COE são os utilizadas na atividade ao longo do ano. O COT é a soma do COE com as depreciações dos equipamentos, implementos e também da pastagem. Já o Custo Total (CT) é o COT somado ao custo de oportunidade do capital investido; a taxa de desconto é a mesma da poupança. Ano 13 – Edição 103 – 2º Trimestre 2014
  • 2. 2 menos favorável foi enfrentada em maio de 2010, quando foram necessárias 8,87 arrobas, em média, para adquirir um bezerro. Até o início de 2008, foram raros os meses em que era preciso mais de sete arrobas para adquirir um bezerro. De lá pra cá, porém, os registros mensais com mais de sete, ou ainda, mais que oito arrobas para um bezerro tornaram-se frequentes. Neste primeiro semestre de 2014, foram necessárias, em média, 7,99 arrobas para adquirir um bezerro – o valor máximo deste ano foi atingido em maio, de 8,58 arrobas por bezerro, como demonstrado na Figura 2. 6,01 8,87 8,58 5,00 5,50 6,00 6,50 7,00 7,50 8,00 8,50 9,00 Arrobas necessárias para adquirir um bezerro Figura 2: Arrobas necessárias para adquirir um bezerro, 2004 a 2014, por mês Fonte: Cepea Em relação às médias anuais, 2014 já é o ano com pior cenário ao pecuarista de recria-engorda. Em 2009, segundo ano com menor poder de compra, a média foi de 7,82 arrobas por bezerro. As oscilações variam de acordo com os valores da arroba e do bezerro. Neste ano, a alta do preço da arroba não foi suficiente para compensar a do bezerro. 6,19 7,82 7,99 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 Média anual - arrobas necessárias para adquirir um bezerro Figura 3: Média anual - Arrobas necessárias para adquirir um bezerro, 2004 a 2014 Fonte: Cepea Apesar da redução no poder de compra de pecuaristas de recria-engorda, é importante ressaltar que houve um salto na qualidade do bezerro produzido no Brasil. Na parcial de 2014, o bezerro negociado no estado de MS teve peso médio de 189,95 quilos, ante os 179,9 quilos de 2004 (jan-dez). Ao longo desse período (2004 a 2014), o peso médio anual máximo foi atingido em 2012, de 192,83 quilos. Em 2014, o maior peso foi registrado em junho, de 200,55 quilos. 170 175 180 185 190 195 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Peso médio (kg) - Bezerro MS Figura 4: Peso médio anual (kg) bezerro – MS, 2004 a 2014 Fonte: Cepea
  • 3. 3 Já para produtores de cria, o cenário foi muito positivo nos últimos anos, tanto pela valorização do bezerro como pelo aumento da produtividade. Um exemplo disso foi verificado na região do pantanal sul mato-grossense. O Cepea, em parceria com a CNA, realizou três painéis em Corumbá (MS): um em 2009, outro em 2011 e, recentemente, o terceiro, em maio de 2014. Os resultados desses painéis indicam uma melhora considerável tanto em retorno econômico quanto em uso dos recursos naturais. Nesses seis anos (de 2009 a 2014), a área da propriedade típica da região de Corumbá manteve-se em 10.000 hectares. Trata-se de uma das maiores propriedades modais da base de dados do Cepea/CNA, resultado das características edafoclimáticas da região (parte do ano, a área fica alagada). Para uma mesma área, em cinco anos, houve crescimento de 36% no rebanho total. Como consequência, a taxa de lotação em área de pasto aumentou de 0,21 UA (Unidade Animal = 450 quilos) por hectare em 2009 para 0,33 UA/hectare na média parcial de 2014. Além da melhora no manejo da pastagem, a redução da taxa de mortalidade pré-desmama de 8,7% para 3% contribuiu para otimizar o uso da área produtiva. Também houve redução significativa do período de intervalo entre partos, de 24 meses para 15 meses. Tabela 1: Indicadores de produtividade em Corumbá/MS Descrição 2009 2011 2014 Área total (hectares) 10000 10000 10000 Rebanho total (cabeças) 3096 3290 4241 Taxa de mortalidade pré-desmama 8,70% 8% 3% Taxa de mortalidade pós-desmama 3% 1% 1% Intervalo entre partos (meses) 24 22 15 Idade da primeira cria (meses) 40 48 40 Taxa lotação em área de pasto (UA/há) 0,21 0,27 0,33 Crias produzidas por vaca 4,4 5,18 6,33 Fonte: Cepea/CNA Os avanços na utilização dos recursos, no manejo do rebanho e das pastagens, somados à forte valorização no mercado de reposição resultaram em aumentos na rentabilidade do pecuarista pantaneiro. Em 2009, para cada real gasto no COE, o produtor obteve um retorno médio de R$ 1,47, em relação ao COT, o retorno foi de R$ 1,22. Em 2011, esses valores subiram para R$ 1,97 (COE) e R$ 1,68 (COT) e, em 2014, para R$ 2,36 no caso do COE; já em relação ao COT, baixou para R$ 1,34. R$ 0,0 R$ 0,5 R$ 1,0 R$ 1,5 R$ 2,0 R$ 2,5 2009 2011 2014 Receita/COT Receita/COE Figura 5: Retorno por real investido, 2009, 2011 e 2014 – Corumbá/MS Fonte: Cepea/CNA Cabe destacar que o valor de aquisição da terra não foi considerado nesses cálculos. O custo de oportunidade da terra é englobado no Custo Total (CT). Neste caso, em todos os anos (de 2009 a 2014), as receitas foram menores que o CT. Estes valores não são apresentados, pois essa metodologia não considera a valorização da terra. No entanto, sabe-se que a terra raramente desvaloriza, compensando assim o capital investido. Apenas para exemplificar, em 2009, o valor da terra para pastagem em Corumbá/MS era de R$ 500, subiu para R$ 700 em 2011 e para R$ 1.000 em 2014, valores nominais.
  • 4. 4 Na “média Brasil”, após 2008 e 2010, a variação acumulada do COT e COE no semestre é a terceira maior alta da série histórica. Semestre encerra com a terceira maior alta dos custos desde 2004 Por Prof. Dr. Sergio De Zen, Pesquisador; Equipe Pecuária de Corte A alta do COT (Custo Operacional Total) e do COE (Custo Operacional Efetivo) acumulada no primeiro semestre de 2014 foi a terceira mais expressiva para o período da série histórica do Cepea/CNA, iniciada em 2004. O maior aumento ocorreu nos seis primeiros meses de 2008, de 39,87% para o COE e de 35,37% para o COT, na “média Brasil” (que engloba os estados da BA, GO, MG, MT, MS, PA, PR, RO, RS, SP e TO). Na sequência, vieram as variações positivas registradas de janeiro a junho de 2010, de 14,75% (COE) e 12,77% (COT). Neste ano, o semestre encerrou com respectivas altas de 12,87% e 10,72%. Nos outros anos, os aumentos não ultrapassavam os 5% tanto para o COE como para o COT. O ano de 2009, após o recorde de aumento nos custos em 2008, foi o único a registrar variação negativa no acumulado de jan-jun, 8,61% para o COE e de 7,77% para o COT. Entre os estados que compõem a “média Brasil”, no Pará e em São Paulo, o aumento acumulado nos custos em 2014 (até junho) já é o segundo maior da série histórica, atrás apenas dos percentuais de 2010. Para Tocantins, as altas só ficam abaixo das de 2008. No Rio Grande do Sul, por sua vez, os aumentos no COE e COT não foram tão expressivos, ocupando a quinta maior variação da série histórica. Neste estado, os gastos com a compra de animais não pesam tanto no COE e COT. Além dos preços recordes do bezerro, a valorização dos suplementos minerais contribuiu para elevar os custos. No acumulado do primeiro semestre, na “média Brasil”, o grupo de suplementos minerais se valorizou 4,53%. A maior alta de preços deste item ocorreu em Minas Gerais, de 8,41%, a quarta mais significativa da série para o período. Por outro lado, o aumento menos expressivo foi registrado em Goiás, de 1,19%. Na “média Brasil”, este grupo de insumo representou 12,37% do COE e 10,12% do COT, no semestre. Em anos anteriores, quando o bezerro era cotado a preços menores, a participação da suplementação mineral ficava mais evidente. Em 2009, por exemplo, no primeiro semestre, este grupo representou 26,13% do COT e 31,58% do COE. Também relevantes para os custos, os gastos com mão de obra tiveram um encarecimento de 6,78% este ano, também na média nacional. Apesar do reajuste, foi a menor variação positiva desde 2004. A maior alta ocorreu em 2006, de 16,67%. Neste grupo, especificamente, o reajuste acontece apenas em janeiro, como resultado da decisão governamental. Nos demais grupos de custos, as mudanças ocorrem ao longo do ano, conforme as oscilações dos mercados. Este grupo representou 11,23% do COT e 13,74% do COE no primeiro semestre. Outro grupo de destaque este ano é o de vacinas contra febre aftosa. Muitos colaboradores do Cepea relataram que os preços deste item estão elevados, principalmente em relação aos patamares registrados na primeira campanha da doença de 2013. De fato, na média dos estados acompanhados por ligação telefônica (AC, BA, GO, MA, MG, MT, MS, PA, PR, RO, RS, SP e TO), o preço real em maio/14 (mês da primeira campanha de vacinação) superou em 18,1% a média de igual período em 2013 (deflacionado pelo IGP-DI de jun/14), passando para R$ 1,56
  • 5. 5 a dose. No entanto, se comparado ao valor médio de maio/04 (ano de início da coleta), de R$ 1,70 a dose, o preço atual fica 8,2% menor, também em termos reais. Desde 2004, o Cepea levantou mais de 1.360 preços da vacina de aftosa. Apesar de os períodos de campanha de vacinação contra essa doença se concentrarem em maio (primeira etapa) e novembro (segunda), o levantamento é feito mensalmente, tendo em vista que muitos colaboradores trabalham com estoques. Ao longo desses anos, os valores variaram muito. O menor preço foi registrado em agosto e setembro de 2012, de R$ 1,19 a dose, seguido pela média de R$ 1,24 a dose verificada em maio, junho e julho de 2012. Em maio de 2013, a dose foi negociada na média de R$ 1,32. Uma das alternativas para os pecuaristas tem sido a compra conjunta, que, devido ao ganho de escala, permite melhores preços. R$ 1,19 R$ 1,00 R$ 1,10 R$ 1,20 R$ 1,30 R$ 1,40 R$ 1,50 R$ 1,60 R$ 1,70 R$ 1,80 R$ 1,90 Vacina Aftosa (dose) - valores reais Figura 1: Preço da vacina contra febre aftosa (dose) – 2004 a 2014 – valores reais Fonte: Cepea/CNA
  • 6. 6 Na “média Brasil”, de janeiro a junho, o COT subiu 10,72% e o COE 12,87%. Para o boi gordo, a valorização foi de 8,56%. ERRATA Diferentemente do publicado na edição 102 do Informativo Cepea de Custos de Produção da Pecuária de Corte, no texto intitulado Bezerro, suplementação e mão de obra elevam custos no trimestre, o Custo Operacional Total (COT) subiu 8,93% e o Custo Operacional Efetivo (COE), 10,43%, no acumulado do primeiro trimestre de 2014 – ambos na “média Brasil” (que engloba os estados de BA, GO, MG, MT, MS, PA, PR, RO, RS, SP e TO). Custos sobem mais que arroba no 1º semestre Por Prof. Dr. Sergio De Zen e Maria Carolina Pazini; equipe Pecuária de Corte Cepea Os custos de produção da pecuária de corte brasileira subiram fortemente no primeiro semestre, superando a alta no preço da arroba. Na “média Brasil” (que engloba os estados da BA, GO, MG, MT, MS, PA, PR, RO, RS, SP e TO), o Custo Operacional Total (COT) acumulou aumento de 10,72% e o Custo Operacional Efetivo (COE), de 12,87%, de janeiro a junho. No mesmo período, o boi gordo (média mensal do Indicador ESALQ/BM&FBovespa) se valorizou 8,56%. Foram os maiores percentuais de alta para o intervalo desde 2010 – no primeiro semestre daquele ano, o COT e o COE acumularam elevações de 12,77% e 14,75%, respectivamente, enquanto a arroba se valorizou 10,03%. Especificamente no segundo trimestre (abril- junho/14), os maiores gastos com reposição de animais e suplementação mineral foram os principais responsáveis por elevar os custos de produção. Na “média Brasil”, a alta foi de 1,79% para o COT e de 2,44% para o COE, em relação ao primeiro trimestre de 2014. Por outro lado, a arroba se desvalorizou 2,61% no mesmo período. Em abril, o COT e o COE tiveram respectivas altas de 0,31% e 0,47%, na comparação com o mês anterior. A compra de animais, grupo de maior peso nos custos, teve um encarecimento de 6,27%, resultado da menor oferta e maior procura por parte dos criadores, No mesmo período (de março para abril), o boi gordo se desvalorizou 0,17%. Em maio, os custos de produção continuaram subindo: mais 1,60% para o COT e 1,91% para o COE, em relação ao mês anterior. Novamente, o bezerro apresentou alta significativa, de 3,34% de abril para maio. Também houve aumento de 1,04% no grupo de medicamentos para controle parasitário e de 1,32% para o de medicamentos de uso em geral. Do lado da receita, os preços do boi gordo tiveram nova queda, de 2,24%. Já em junho, os custos caíram pela primeira vez no ano, em 0,27% para o COT e em 0,18% para o COE, sobre o mês anterior. Nesse período, o bezerro se desvalorizou 0,73%. Devido à menor demanda, os preços de sementes forrageiras caíram 5,06% de maio para junho. No mercado de grãos, as variações também foram negativas, pressionando o grupo da dieta, em 2,05%. Do lado da receita, o Indicador do boi gordo caiu 0,16% em junho, com a média mensal passando para R$ 121,70. Apesar do recuo, o valor da arroba de jun/14 superou em 15,5% o de junho/13, já descontada a inflação do período (IGP-DI de maio/14). Segundo colaboradores do Cepea, as quedas de preços do boi gordo no segundo trimestre de 2014 estiveram atreladas principalmente à pressão compradora. Alegando menores vendas no atacado, frigoríficos tentaram adquirir a arroba a valores mais baixos. No entanto, a oferta de animais continuou restrita, devido ao clima adverso, o que acabou limitando essa pressão da indústria. A queda do valor médio do boi gordo no segundo trimestre, porém, não superou a valorização acumulada nos primeiros três meses do ano, resultando num acumulado positivo no semestre. Em decorrência principalmente dos aumentos de preços no mercado de reposição, o movimento de alta dos custos do primeiro trimestre se manteve no segundo, mas de forma muito menos expressiva.
  • 7. 7 Coordenação: Prof. Dr. Sergio De Zen. Equipe: Gabriela Ribeiro, Graziela Correr, Mariane Santos, Wagner Yanaguizawa, Caio Monteiro, Douglas Matheus, Gabriel Guarda, Maria Carolina Pazini, Maria Júlia Malavolta, Pamela Andrade e Paola Ribeiro Miori. Jornalista responsável: Dra. Ana Paula Silva Ponchio – MTb 27.368 * Contatos: (19) 3429-8848 * cppcepea@usp.br www.cepea.esalq.usp.br/boi Variação Mensal e Acumulada (2014) COE (1) COT (2) Boi Gordo R$/@ Ponderações* Estados abr mai jun jan-jun abr mai jun jan-jun abr mai jun jan-jun Bahia 0,43% 1,11% -0,61% 3,03% 0,91% 0,34% -1,05% 2,03% 1,49% 0,70% -1,06% 2,06% 5,70% Goiás 0,03% 1,98% -0,76% 13,04% 1,70% 0,06% -0,75% 11,85% 1,67% -2,60% 1,37% 10,19% 12,27% Minas Gerais 2,97% 2,27% -1,24% 12,05% 1,53% 2,36% -0,75% 9,68% 1,10% -3,17% 1,39% 6,83% 15,99% Mato Grosso 0,29% 3,13% -0,47% 10,39% 2,36% 0,15% -0,88% 8,04% 2,14% -1,88% 0,97% 15,88% 11,96% Mato Grosso do Sul 0,98% 2,24% -0,05% 10,20% 1,21% 0,54% 0,13% 8,19% 0,18% -1,72% 1,20% 11,63% 13,34% Pará 4,42% 3,31% -0,02% 16,29% -2,95% 3,81% -0,08% 13,87% -0,26% -1,86% 0,81% 16,40% 10,35% Paraná 0,12% 1,83% -0,24% 8,22% 1,33% 0,09% -0,20% 6,92% 0,53% -1,42% -0,29% 6,27% 5,24% Rio Grande do Sul 0,27% 0,16% 0,39% 6,84% 0,27% 0,01% 0,23% 5,73% -0,06% 1,98% 0,00% 12,62% 7,87% Rondônia 5,31% 1,47% -0,99% 11,50% 1,17% 4,15% -0,85% 9,54% 3,53% -0,44% 9,54% -0,92% 6,80% São Paulo 2,10% 3,61% -2,01% 12,73% 3,11% 1,9% -1,86% 10,82% -0,39% -2,16% -0,22% 7,62% 5,99% Tocantins 8,44% 3,09% 9,13% 16,60% 2,73% -4,78% 6,66% 13,75% 0,94% 0,37% 0,48% 13,28% 4,50% Brasil** 0,47% 1,91% -0,18% 12,87% 0,31% 1,60% -0,27% 10,72% -0,17% -2,02% -0,16% 8,56% 100% * Corresponde ao quanto cada estado representa no total dos custos da pecuária no Brasil. ** Referente a 85,02% do rebanho nacional segundo o Rebanho Efetivo Bovino PPM / IBGE 2012. Valor da arroba considerado - Indicador Boi Gordo Esalq/BM&FBovespa - Estado de São Paulo. 1 - Custo Operacional Efetivo (COE) Fonte: Cepea/USP-CNA 2 - Custo Operacional Total (COT) Variação dos Principais Indicadores Econômicos Indicadores Abr/2014 Mai/2014 Jun/2014 IGP-M 0,78% -0,13% -0,74% Acumulado Janeiro IGP-M 3,35% 3,21% 2,45% Variações dos Preços dos Principais Insumos da Pecuária de Corte (2014) Média Ponderada para BA, GO, MT, MS, PA, RO, RS, MG, PR, TO e SP Grupos dos Custos Média das Ponderações COT Variação mensal e acumulada jun/14 abr mai jun jan - jun Bezerro e outros animais de reprodução* 47,6% 6,27% 3,34% -0,73% 22,02% Suplementação Mineral 10,01% 0,54% 1,24% 0,38% 4,53% Dieta 0,09% 3,73% -0,98% -2,05% 3,39% Adubos e Corretivos 0,84% 0,86% -0,50% -0,49% 3,19% Sementes Forrageiras 1,73% -1,49% 3,27% -5,06% -3,99% Máquinas Agrícolas 5,22% 1,75% -1,15% -3,43% -3,96% Implementos Agrícolas 1,01% -6,05% 0,91% 1,43% -4,29% Defensivos Agrícolas 1,91% 0,05% -0,42% -0,06% 2,33% Medicamentos - Vacinas 1,12% 0,54% -1,63% -0,32% -1,94% Medicamentos - Controle Parasitário 0,93% 0,51% 1,04% 0,51% 3,12% Medicamentos- Antibióticos 0,25% 0,70% 0,21% 0,44% 2,23% Medicamentos em geral 0,06% 0,30% 1,32% 0,85% 4,01% Insumos para reprodução animal 0,00% 12,50% 1,36% 2,35% 8,96% Mão de Obra 12,93% 0,00% 0,00% 0,00% 6,78% Construção Civil 9,23% 0,60% 1,16% 0,33% 4,97% Brinco de Identificação 0,01% 2,32% 0,72% 4,62% 6,43% Outros (Energia, Administrativos, Utilitário) 7,06% *Indicador do Bezerro ESALQ/BM&FBovespa, Mato Grosso do Sul