1. Entrevista Bombeiro Civil
Adriano Martins – Comitês de Estudos
Especiais de Vestimentas, Calçados e Capacete
de Segurança para Combate a Incêndio
Além de bons centros de formação, é
preciso estabelecer atribuições claras
e atualizar a legislação
122ed.
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Ano XV _ R$ 15setembro_2015
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5.
6. REVISTA INCÊNDIO - ANO XV - Nº 122 – setembro de 2015 é uma publicação mensal da Cipa Fiera
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EditorialESTAMOS
PREPARADOS?
N
os últimos anos o Brasil tem se destacado como
país receptor de vários acontecimentos mundiais,
a exemplo da Copa do Mundo de Futebol e
das Olimpíadas que se aproximam. Cidades
importantes do país estão, cada vez mais, sendo
destino de turistas não só locais como de várias partes
de mundo. De uma forma amadorística, no entanto, esses
eventos estão sendo transformados em polos de atração,
sem o suficiente aparelhamento para garantir uma atividade
de lazer sem riscos de acidentes.
O Estado de São Paulo, em especial, concentra uma enorme
variedade de feiras, congressos e eventos, como a grandiosa
Festa do Peão de Boiadeiro, em Barretos.
Todas essas situações pressupõem uma grande movimentação
de pessoas, máquinas e equipamentos em situações por vezes
precárias e temporárias que carregam consigo um forte risco de
acidentes, representando perigo para os participantes.
Será que estamos suficientemente aparelhados, tanto em pessoal
treinado como em equipamentos, para fazer frente a essas
ocorrências? Se realmente não estivermos, quais os prejuízos
que podem advir dessas situações?
Temos uma estrutura real de inspeção prévia para assegurar
que os locais de grandes aglomerações estejam realmente
dentro de parâmetros de segurança que garantam a
integridade dos participante?
De quem é a responsabilidade pela estrutura de pronta resposta
aos incidentes? Do Poder Executivo, lastreado em recurso
públicos, ou dos promotores dos eventos?
Nosso país tem todos os atributos para se tornar um grande
receptor de turistas e participantes de eventos, mas isso só
se tornará realidade se realmente estiver preparado para
enfrentar as vicissitudes que podem ocorrer em função de
alguma falha de planejamento.
Tudo isso deve fazer parte de um grande programa de
preparação e análise de riscos dos eventos. Não se pode apenas
delegar aos bombeiros a atuação nos sinistros que são gerados
pela falta de planejamento. n
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8. UMÁRIO
Incêndio na Rede 10
Cenário 12
Entrevista 16Adriano Martins,coordenador das CEEs relacionadas a combate a incêndio do CB 32 da ABNT
Produtos Químicos Perigosos 19
Instrução 30Bombeiro civil precisa de boa formação
CAAML36Chamas que vêm do mar
Legislação42Código de Incêndio de São Paulo é referência
Planejamento 44Responsabilidade compartilhada
Especificação 48Bombas para sistemas de sprinklers
Destaque 52C.M. Couto celebra 45 anos no mercado
Leitura Imperdível 54
Vitrine 56
Agenda 58
Extintores portáteis
Equipamentos de uso manual para
combater princípios de incêndios
22
9. O novo X3 da Scott conta com todas as vantagens e diferenciais da plataforma
Air-Pak, como facilidade de uso, robustez, durabilidade, além dos recursos
aprimorados de segurança como Redutor de Pressão Duplo e Redundante
e o Alarme Vibralert, itens estes que fizeram dos Air-Paks os equipamentos
autônomos mais utilizados no mundo.
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10. www.revistaincendio.com.br10
NA REDE
INCÊNDIO
Aumenta o número de incêndios no Paraná
Osite de Incêndio informou, na seção “Notícias”, que houve aumento de 75% nas ocorrências de incêndio no Estado do Paraná no primeiro
semestre deste ano, em comparação a igual período do ano passado. Ao todo, foram 711 casos, contra 534 contabilizados de janeiro a junho
de 2014. Os números são de levantamento realizado pelo Instituto Sprinkler Brasil, que desde 2012 monitora os reportes de incêndios estruturais
veiculados na imprensa brasileira.
Oficina da operação corta-fogo
Osite de Incêndio noticiou que no último dia 12 de agosto foi realizada, no Instituto Florestal de São Paulo, a III Oficina da Operação Corta-
Fogo 2015. Contando com palestras das instituições centrais da Operação (Secretaria do Meio Ambiente, Polícia Militar Ambiental, Corpo de
Bombeiros e Defesa Civil Estadual) e apresentação de instrumentos e estratégias para implantação dos Planos nas Unidades de Conservação, a
oficina teve como objetivo criar estratégias de prevenção e combate aos incêndios florestais. Saiba mais acessando a seção “Notícias”.
Bombeiros mineiros ampliam
sistema on-line
OCorpo de Bombeiros de Minas Gerais pretende expandir
o Infoscip (Sistema de Informações do Serviço de Segu-
rança Contra Incêndio e Pânico), que agiliza processos de
regularização de edificações, promovendo maior segurança
às pessoas e diminuindo o risco de incêndios nesses locais. A
ideia é integrar o sistema ao REDS (Registro de Eventos de
Defesa Social), tornando-o parte do SIDS (Sistema Integrado
de Defesa Social), e criar novos módulos que permitirão que
as forças de segurança (Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de
Bombeiros) acessem informações importantes de uma edifi-
cação em tempo real, no local da ocorrência, diretamente de
um smartphone ou terminal com acesso à internet. Desenvol-
vido em parceria com a Prodemge, o Infoscip já é referência
para órgãos de outros Estados. Mais sobre o assunto no site
da revista, seção “Notícias”.
Escola investe em proteção e combate
AEscola Estadual Presidente Médici, localizada em Cuiabá (MT), receberá R$
350 mil para implantar um projeto de proteção e combate a incêndio e pânico,
exigência do Corpo de Bombeiros para prédios com grande fluxo de pessoas.
Estão previstas a reforma do elevador e a instalação de sistema de iluminação de
emergência, sinalização, alarme e 12 hidrantes no interior e no pátio do prédio,
além de um sistema de proteção contra descargas atmosféricas. A demanda pela
instalação de equipamentos para combater incêndio e pânico vinha sendo apresen-
tada há anos pela escola, sem que providências fossem adotadas. A implantação do
projeto também era uma cobrança constante do Corpo de Bombeiros, durante
vistoria na escola. Leia mais na seção “Notícias” do site.
12. www.revistaincendio.com.br12
SP: Curso de combate a incêndio em mata
Foi realizado no final do mês de agosto um treinamento de prevenção e combate a incêndios em vegetação na Estação Ecológica de
Angatuba. Foram abordados os conhecimentos básicos sobre prevenção e combate aos incêndios, como equipamentos de proteção e
protocolos a serem seguidos em caso de ocorrência de fogo, devido a causas naturais ou à imprudência e descuido do homem.
Após, uma operação prática foi realizada com supervisão do Corpo de Bombeiros de Itapetininga do 15ºGB.
Cerca de 67 pessoas participaram do curso, sendo eles membros da Santa Casa de Angatuba, SAMU, prefeituras de Angatuba, de Guareí,
de Campina do Monte Alegre, bem como Instituto Florestal, Laboratório Posto de Saúde e as empresas Resiflor, Klabin, SLB, Theoto e
Grupo Alvorada.
Foto:ReproduçãoFacebook/CorpodeBombeirosdaPMESP
Foto:EstéfaniMayla
Encontro Regional de Bombeiros
em Santa Catarina
Acidade de Rio do Sul (SC) sediou no dia 22 de agosto o 1o
Encontro
Regional de Bombeiros do Alto Vale do Itajaí, organizado pela 3ª
Companhia do 5º Batalhão BM. Cerca de 85 bombeiros militares e
comunitários de quartéis da cidade sede, Ituporanga, Taió, Trombudo
Central e Pouso Redondo participaram das atividades programadas.
Divididos em oito equipes, os participantes foram desafiados em provas
de combate a incêndio com extintor, montagem de estabelecimento,
conhecimentos em atendimento pré-hospitalar e subida no cabo sisal
– todas no padrão técnico das olimpíadas catarinenses de bombeiro.
O evento visou promover a confraternização dos bombeiros do Alto
Vale, bem como aperfeiçoar os conhecimentos técnicos e práticos nas
áreas de atuação da Corporação, e preparar os participantes para a XVI
Olimpíada Catarinense de Bombeiro (a ser realizada 17 de outubro, em
Araranguá). A equipe “Rio do Sul B” obteve o melhor desempenho nas
provas, sendo a campeã do evento. Informações: 2º Ten BM Bruno
Golin Sprovieri – subcomandante da 3ª-5ºBBM
13. incêndio _ setembro_2015 13
Ajuda a vítimas
de incêndio
ACedec-SP (Coordenadoria
Estadual de Defesa Civil) tem
prestado auxílio a 137 famílias
que ficaram desabrigadas após
um incêndio atingir uma comuni-
dade em Santos (SP). Aproxima-
damente 120 moradias da comu-
nidade Caminho São José foram
destruídas pelo fogo, que teve
início na noite de sexta-feira (21
de agosto). As chamas se espalha-
ram por uma área de 10 km² do
bairro Rádio Clube. A Cedec-SP
disponibilizou materiais de ajuda
humanitária para as vítimas. No
dia 23, foram entregues 50 ces-
tas básicas, 150 colchões, mais de
300 kits com creme dental e es-
cova de dente, além de sabonetes
e 320 toalhas de banho. Os itens
foram entregues pela Coordena-
doria Municipal da Defesa Civil
de Santos.
Foto:GabrielGonzaga/Divulgação
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Bombeiros de São Paulo têm novo comandante
Desde meados de agosto, o coronel Rogério Bernardes Duarte é o novo comandante
do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de São Paulo. Ele substitui o coronel Marco
Aurélio Alves Pinto.
Workshop do GSI
No próximo dia 15 de outubro será realizado, no Auditório Prof. Francisco Romeu Landi,
do Edifício Mário Covas, na Escola Politécnica da USP, o 3o Workshop do GSI – Grupo
de Fomento à Segurança Contra Incêndio. Com o tema Confiabilidade do Sistema de Se-
gurança Contra Incêndio no Brasil, o evento será dividido em cinco painéis de discussões:
“Balanço das atividades na área 2014/2015”, moderado pelo coronel e doutor Walter Ne-
grisolo; “Aprendizados do incêndio na Alemoa – Santos (SP)”, moderado pelo engenheiro
Mário Nonaka; “O novo decreto estadual de segurança contra incêndio de São Paulo”, com
moderação do engenheiro José Moacyr Freitas de Araújo; “Qualidade dos sistemas prediais
de segurança contra incêndio”, com moderação do engenheiro doutor Alexandre Itiu Seito; e
“Certificação de produtos, sistemas e serviços de proteção contra incêndio”, moderado pelo
coronel e engenheiro Alfonso Antonio Gill. Cada painel terá relatos ou palestras e mesas
redondas com a participação de acadêmicos, engenheiros, arquitetos, e representantes da
Defesa Civil, da Polícia Científica, do Corpo de Bombeiros, do Crea (Conselho Regional de
Engenharia e Agronomia), da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica)
e da ABSpk (Associação Brasileira de Spinklers), entre outras entidades. Inscrições até 30/9,
mediante pagamento de taxa no valor de R$ 80,00 (50% de desconto para estudantes e
servidores públicos). Informações e inscrições pelo e-mail workshop2015gsi@gmail.com.
14. www.revistaincendio.com.br14
Queimadas urbanas: 741 ocorrências em
dois meses no MT
Em quase dois meses, Cuiabá e Várzea Grande (MT) registraram 741 ocorrên-
cias de queimadas urbanas. O momento mais crítico de combate a incêndios
urbanos teve início em 15 de julho, quando houve o registro de 432 casos em
Cuiabá e 309 em Várzea Grande. A maioria das queimadas registradas pelo Ciosp
(Centro Integrado de Operações de Segurança Pública) no MT ocorre em terrenos
particulares e áreas públicas das duas cidades. Segundo informações da imprensa
local, para ampliar o atendimento neste período do ano, o número 193 do Corpo
de Bombeiros Militar está funcionando 24 horas.
Sistema de monitoramento
de queimadas
Os focos de queimadas no Estado de Alagoas agora são
monitorados pela equipe de fiscalização do IMA (Insti-
tuto do Meio Ambiente) para coibir a prática que pode ser
considerada infração, caso não esteja autorizada ou aconteça
de modo irregular. A ação será feita com a utilização do
Sistema Georreferenciado de Monitoramento de Ocorrên-
cias na Rede Elétrica, da Eletrobras. Por mieo da parceria
firmada entre os dois órgãos, o acompanhamento é feito
diariamente, bem como de análises mensais que mostram
os locais e os riscos, além disso, ainda é possível verificar os
municípios onde mais há focos. As imagens são geradas a
partir de dados fornecidos pelos satélites do Inpe (Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais) . Além de ampliar e melhorar
as ações de monitoramento, um dos serviços que as equipes
de fiscalização estão elaborando para oferecer à população
é um relatório mensal mostrando os focos de queimada no
Estado, identificando aqueles que foram autorizados e os que
acontecem de modo irregular.
Encontro de bombeiros em Minas Gerais
De31deagostoa2desetembroaconteceuemBeloHorizonte(MG),aedição2015
do Ecobom (Encontro da Comunidade Bombeiro Militar). O evento reuniu todos
os comandantes das unidades dos corpos de bombeiros de Minas Gerais responsáveis
pelo atendimento operacional e também pela definição de políticas para a corporação.
Durante o encontro, houve apresentação de estudos de casos ocorridos em outros
estados, como o da boate Kiss em Santa Maria (RS) e o incêndio no terminal da Ultra-
cargoemSantos(SP).Bombeirosdestesdoisestadostambémparticiparamdosdebates.
Uma das novidades do Ecobom foi o lançamento de uma plataforma virtual dos GTO
(GruposTemáticosOperacionais)criadosesteano,visandoaespecializaçãoprofissional
dos bombeiros de Minas. A ferramenta, inédita no Brasil entre Corpos de Bombeiros,
vai permitir a troca de informações entre profissionais de todo o Estado, promovendo
oaperfeiçoamentoeaespecializaçãoematividadesespecíficasdebombeiros,pormeio
de fóruns temáticos acessados pela intranet. Inovações tecnológicas, a padronização na
formação profissional do Bombeiro Militar
Homenagens marcam os 104 anos
do Corpo de Bombeiros de MG
Os 104 anos do Corpo de Bombeiros Militar de Minas
Gerais foram marcados pela entrega da Medalha de
Mérito Profissional a 76 bombeiros de unidades da capital
e do interior. A solenidade, realizada no dia 31 de agosto,
reuniu bombeiros da ativa, da reserva e reformados para
homenagear os companheiros e a corporação. A cerimônia
foi presidida pelo comandante-geral, coronel Luiz Henrique
Gualberto Moreira, com a presença diversas autoridades.
Foto:ImprensaCBMMG
17. incêndio _ setembro_2015 17
O
s EPI’s (Equipamentos
de Proteção Individuais)
têm papel essencial na
redução de acidentes de
trabalho em situações
de risco. E embora se
deva dar prioridade aos
cuidados do ambiente
de trabalho, com a implantação de sis-
temas de gestão de segurança e saúde
nas empresas, a adequada utilização dos
EPI é imprescindível.
O CB-32 (Comitê Brasileiro de Equi-
pamentos de Proteção Individual), criado pela ABNT (Associa-
ção Brasileira de Normas Técnicas) em 1996, tem o objetivo
de centralizar e agilizar as normas do EPI, porque até então,
as normas brasileiras sobre o assunto eram elaboradas em
diversos comitês. Nestes anos, o comitê vem trabalhando
com várias comissões de estudo que, por meio das normas
técnicas, promove a melhoria de qualidade dos equipamen-
tos oferecidos para os trabalhadores, colocando em contato
os fornecedores de insumos, fabricantes e consumidores na
mesma sala para discutirem assuntos em comum.
Nesse sentido, a revista Incêndio conversa, nesta edição,
com o capitão do Corpo de Bombeiros Militar do Estado
de São Paulo, Adriano Martins, coordenador de três Comis-
sões de Estudo Especial do ABNT/CB-32: de Vestimentas,
de Calçados e de Capacetes de Combate a Incêndio para
falar sobre os trabalhos desenvolvidos pelas comissões e a
importância delas para a conjuntura atual de proteção contra
o acidente e doença no trabalho no Brasil. Martins é formado
em Administração de Segurança Pública (Academia de Polícia
Militar do Barro Branco), em Engenharia Civil (Universidade
de Guarulhos), mestre em Administração de Segurança Pú-
blica. Atuou como chefe da Seção de Orçamentos e Custos,
do Departamento de Finanças e Patrimônio do Corpo de
Bombeiros de São Paulo, responsável pela elaboração de es-
pecificações técnicas e projetos básicos, e cotações iniciais
para as aquisições do Corpo de Bombeiros no âmbito do
Estado. Atualmente, atua como chefe da Seção de Controle
de Bens Imóveis (regularização e obras em geral).
Há quanto tempo existem
estas comissões e porque foram criadas?
Essas Comissões foram instituídas em meados de 2009
inicialmente para criar uma norma bra-
sileira para Equipamento de Proteção In-
dividual para Combate a Incêndio, com
base na ISO 11.613 de 1999, considerada
por muitos como uma norma interna-
cional, por envolver no mesmo texto
requisitos da EN (European Standard) e
da NFPA (National Fire Protection As-
sociation), e que passava pela terceira
tentativa de revisão. Para tanto, apesar
de ser somente uma norma em questão,
foram criadas três Comissões de Estudo
Especial, cujas coordenadorias ficariam
sob responsabilidades de integrantes de Corpos de Bombeiros
que haviam sido convidados: ABNT/CEE-131 – Comissão de
Estudo Especial de Vestimentas para Combate a Incêndio,
coordenado pelo Corpo de Bombeiros do Paraná, por meio
do capitão Losso; ABNT/CEE-132 – Comissão de Estudo de
Especial de Calçado de Segurança para Combate a Incêndio,
coordenado pelo Corpo de Bombeiros de Brasília, por meio
do capitão Tempesta; e ABNT/CEE-133 – Comissão de Estudo
Especial de Capacete de Segurança para Combate a Incêndio,
coordenado pelo Corpo de Bombeiros de São Paulo, estando
sob minha responsabilidade.
Infelizmente, após diversos trabalhos e uma quarta tentativa
de revisão, a norma ISO 11.613 não foi atualizada e os nossos
esforços foram perdidos. Mas ainda tínhamos a necessidade
de uma norma mais atualizada, para nortear a elaboração
da norma nacional, pois desde de 1999, tanto a EN quanto a
NFPA haviam sofrido revisões. Para tanto, a ISO (International
Organization for Standardization) criou uma nova norma para
estudos, a ISO 11.999, dividindo-a em 10 partes. Com isso,
nossas Comissões, sob a batuta do CB-32, ficaram incumbidas
de se basearem nessa norma para a criação de uma NBR-ISO
para EPI de Combate a Incêndios. Atualmente, pela impossi-
bilidade da participação dos colegas de outros Estado, atuo
na Coordenação das três Comissões.
Qual o objetivo de cada comissão?
É traduzir as partes da norma ISO 11.999 correspondente à sua
área de atuação, adequando o texto ao vernáculo do segmento
de segurança. Posteriormente, cada parte, transformada em
NBR-ISO poderá ser publicada individualmente, da mesma for-
ma que a ISO está tratando suas normas. Nesse ano de 2015
as quatro primeiras partes da ISO 11.999 já foram aprovadas
Na ausência
de uma norma
nacional, cada
Corporação
realiza suas
aquisições
com base nas
Internacionais
18. www.revistaincendio.com.br18
ENTREVISTA
e publicadas: Parte 1 – Geral; Parte 2 –
Compatibilidade; Parte 3 – Vestimenta;
Parte 4 – Luvas.
Na sua opinião, qual
a importância das
comissões de estudos?
Colocar em contato os fornecedores de
insumos, fabricantes e consumidores na
mesma sala para discutirem assuntos em
comum, mas é uma pena que a maioria
dos consumidores acabam não partici-
pando ou não tendo interesse. Talvez os
consumidores queiram somente o resultado final: a norma pronta
e o produto na prateleira certificado conforme a norma.
Quais trabalhos estão em andamento?
A CEE-131 já está finalizando a verificação da parte 3 da ISO
11.999. O resultado final em breve será encaminhado para
consulta pública. Essa mesma comissão também já iniciou a
verificação das Parte 1 – Geral e Parte 2 – Compatibilidade,
no que lhe couber. Já a CEE-132 e a CEE-133 estão com a ve-
rificação de suas partes em andamento, porém suas elas ainda
se encontram com status de FDIS (Rascunho Final da Norma).
Mesmo terminando a verificação das traduções e realizando
as adequações do texto, haveria a necessidade de aguardar
a publicação definitiva das respectivas partes da ISO 11.999.
E quanto ao EPI para bombeiros?
O EPI para bombeiros poderia seguir, in tese, as normas que estão
sendo elaboradas. Acontece que, atualmente, na ausência de uma
norma nacional, cada Corporação realiza suas aquisições com base
em Normas Internacionais (Ex: NFPA, EN etc.).
E como estão os trabalhos quanto
à Certificação de EPI para Bombeiro?
Por enquanto as Comissões não tratam isso de forma direta. No
início dos trabalhos, diversos laboratórios foram convidados para
participarem de nossas reuniões. Muitos vieram, mas, atualmente,
participam mensalmente das reuniões somente o Senai e o IPT.
As Comissões têm consciência de que a montagem de um ma-
quinário específico para os testes e certificação desses itens seria
muito custoso e isso só ocorreria definitivamente após a criação
de uma certa demanda. Sendo assim, é razoável a aceitação de
testes de laboratórios estrangeiros para as
certificações iniciais, até porque a nossa nor-
ma será NBR-ISO.
O que há de novidade em
relação às vestimentas,
calçados ou capacetes?
Em relação às normas da ISO, pratica-
mente não há nada de especial em novida-
de, pois elas remetem índices e requisitos
às normas EN e NFPA, que já são consa-
gradas. As novidades tecnológicas ficam
a cargo dos fabricantes e fornecedores
de matéria-prima, desde que submetidos aos requisitos das
normas em questão.
Quais são as características de um
capacete de combate a incêndio?
Como falado anteriormente, a ISO 11.999, por ser considerada
uma norma bastante abrangente, acaba tratando os capacetes,
basicamente, como de dois tipos: Tipo 1, como sendo o ca-
pacete fechado, tipo europeu, com todos os requisitos da EN
443; e Tipo 2, como sendo o capacete aberto, tipo americano,
com todos os requisitos da NFPA 1971:2013.
Há normas brasileiras para
EPI’s usados por Bombeiros?
Não há normas brasileiras para EPI’s específicos de bombeiros,
sendo que as empresas ou instituições acabam usando outras
normas nacionais (riscos químicos, riscos térmicos etc.) ou
normas internacionais.
Quais os desafios para a pesquisa
em relação de EPI de Combate a Incêndio?
O grande desafio está no estudo e na busca de novos itens
tecnologicamente mais avançados, mas sem esquecer de ob-
servar o custo-benefício da proposta e, principalmente, ob-
servando a capacidade da Industria Nacional de se adaptar às
possíveis novas exigências.
O que está previsto até o final de 2015?
A previsão é de que as Comissões possam colocar as quatro
primeiras partes da ISO 11.999 já traduzidas, adaptadas e
transformadas em NBR-ISO para consulta pública. n
ADRIANO MARTINS
O grande desafio
está no estudo
e na busca
de novos itens
tecnologicamente
mais avançados
19. incêndio _setembro_2015 19
PERIGOSOS
PRODUTOS
ACETATO DE METILA
Propriedades: Líquido volátil, incolor;
miscível com a maioria dos hidrocarbonetos
comuns.
Origem: Aquecimento do álcool metílico e
ácido acético em presença de ácido sulfúrico,
seguido de destilação.
Usos: Remoção de tintas; solventes para
lacas; intermediário.
Periculosidade: Altamente inflamável; risco
de incêndio e explosão. Moderadamente
tóxico por ingestão, inalação absorção
através da pele.
ACETATO DE N-PROPILA
Propriedades: Líquido incolor; odor
agradável. Miscível com álcoois, cetonas,
ésteres, hidrocarbonetos. Densidade: 0,887.
Origem: Reação entre o ácido acético e
o álcool n-propílico, na presença de ácido
sulfúrico.
Usos: Perfumaria; solvente de nitrocelulose e
derivados, resinas naturais e sintéticas; lacas;
plásticos; sínteses orgânicas; reagente de
laboratório.
Periculosidade: Inflamável, risco de
incêndio. Moderadamente tóxico.
ACETATO DE SEC-BUTILA
(acetato de butila secundária)
Propriedades: Líquido incolor.
Usos: Solvente para nitrocelulose, lacas,
esmaltes.
Periculosidade: Inflamável, risco de
incêndio. Moderadamente tóxico.
ACETATO DE TER-BUTILA
Propriedades: Líquido incolor.
Usos: Agente antidetonante.
Periculosidade: Inflamável; moderadamente
tóxico. Risco de incêndio
ACETILANETO DE COBRE
(acetileto de cobre,acetileto cuproso)
Propriedades: Pó vermelho amorfo, um sal
do acetileno.
Origem: Reação do acetileno com soluções
aquosas de sais cuprosos.
Usos: Detonadores e outros engenhos
explosivos.
Periculosidade: Grandes riscos de
explosão quando submetido a choques ou
aquecimento.
ACETILANETO DE PRATA
(acetileto de prata)
Propriedades: Pó branco, um sal do
acetileno.
Origem: Reação do acetileno com soluções
aquosas de sais de prata.
Uso: Detonadores.
Periculosidade: Grandes riscos de
explosão quando aquecido ou submetido a
choques.
ACETILENO
Propriedades: Gás incolor; solúvel em
álcool e acetona; levemente solúvel em água.
Origem: a) ação da água sobre o carbeto
de cálcio; b) craqueamento do petróleo; c)
do óleo combustível pelo processo do arco
modificado.
Usos: Cloreto de vinila e vinilideno;
acetato de vinila; soldagem e corte de
metais; neopremo; acrilonitrila; aeilatos;
tricloroetileno; negro de fumo.
Periculosidade: Altamente inflamável;
grandes riscos de incêndio; queima com
intensa chama; forma com o ar ou oxigênio
uma mistura explosiva. Forma compostos
explosivos com a prata, mercúrio e cobre.
ACETILETO DE COBRE
(ver acetilaneto de cobre)
ACETILETO CUPROSO
ver acetilaneto de cobre
ACETILETO MERCUROSO
Propriedades: Pó branco, um sal do
acetileno.
Origem: Reação do acetileno com solução
aquosa de sais de mercúrio.
Periculosidade: Grandes riscos de
explosão quando aquecido ou submetido a
choques.Altamente tóxico.
ACETILETO DE PRATA
ver acetilaneto de prata
(*) texto retirados do livro “Produtos Químicos
Perigosos”,de Gastão Rúbio de SáWeyne e
MisaelAntonio de Sousa.
23. incêndio _ setembro_2015 23
O
País vive um processo de
crescente amadurecimen-
to no segmento de com-
bate a incêndio. Ao apren-
der com erros do passado,
entendeu o verdadeiro
significado da prevenção e da conscientiza-
ção, passando a caminhar em sinergia com
a tecnologia. Hoje, é possível encontrar uma
gama completa de produtos, na qual se
destacam também os extintores portáteis,
que são pequenos apenas no tamanho, mas
grandesnasuacontribuiçãoparaaproteção
da vida e do patrimônio.
Apesar do mercado de extintores não
ter sofrido expressivas mudanças, não há
como não perceber a sua evolução no
decorrer dos anos. O artigo “Sistemas
de Proteção por Extintores Portáteis de
Incêndio no Brasil”, do professor e doutor
Ualfrido Del Carlo, Héctor Abel Almiron,
coordenador da Comissão de Estudos de
Extintores do Comitê Brasileiro de Segu-
rança Contra Incêndio, e do engenheiro
Waldir Pereira, publicado originalmente
no livro “A Segurança contra Incêndio
no Brasil”, relata que os extintores de
incêndio surgiram de forma rudimentar
no século 15, sendo constituídos de uma
espécie de seringa metálica com dimen-
sões exageradas provida de um cabo de
madeira sem agulha.
No século 16, Jacob Besson inventou
um extintor que era constituído de um
grande recipiente de ferro montado so-
bre rodas, provido de um enorme gargalo
curvo, que podia penetrar nas aberturas
dos edifícios em chamas.
Os extintores portáteis fazem parte
do sistema básico de segurança contra
incêndio em edificações e devem ter
como características principais portabi-
lidade, facilidade de uso, manejo e ope-
ração. A manutenção desses equipamen-
tos, juntamente com o treinamento de
pessoas, é de fundamental importância
para um uso bem-sucedido.
24. EXTINTORES
www.revistaincendio.com.br24
portáteis e sobre
rodas em edifica-
ções e áreas de ris-
co para combate a princípio de incêndio.
A responsabilidade da ABNT, segundo
José Carlos Tomina, superintendente da
ABNT/CB 24 - Comitê Brasileiro de Se-
gurança Contra Incêndio, como organis-
mo de normalização, é elaborar normas
técnicas que apresentem orientações aos
produtores e consumidores desses pro-
dutos e, concomitantemente, aos órgãos
públicos responsáveis pela fiscalização
quanto à utilização e obrigatoriedade
dos mesmos. Complementarmente, a
ABNT também atua, em conjunto com o
Os princípios de incêndios variam con-
forme a origem, que pode ser elétrica
ou relacionada a materiais combustíveis.
Para cada caso, exige-se o uso de agentes
especialmente desenvolvidos, o que deu
origem a um sistema de classificação.
Chama-se agente extintor a substância
que é utilizada para preencher os cilindros.
Já a capacidade extintora é um dado im-
portante, pois é o que vai determinar o
poder de extinção.
Os dados históricos e a prática mostram
que a evolução na qualidade dos extinto-
res ao longo dos anos foi significativa, sen-
do que hoje temos equipamentos específi-
cos para vários riscos como, por exemplo,
extintores para fogos em líquidos e gases
inflamáveis pressurizados e tridimensionais,
e extintores em líquidos inflamáveis em
áreas com obstáculos.
Os extintores portáteis de incêndio são
equipamentos de uso manual para com-
bater princípio de incêndio em classes de
fogo A, B e C e, conforme a norma ABNT
15808-2013, a sua massa total não pode
ultrapassar 20 quilos.
Segundo o especialista Héctor Abel Al-
miron, todos os itens da norma são impor-
tantes, porém, ele chama a atenção para
o item 3.1 da norma ABNT NBR 12693:
2010 (Sistema de proteção por extintores
de incêndio), pelo qual entende-se como
capacidade extintora “a medida do poder
de extinção de fogo de um extintor, obtida
em ensaio prático normalizado”.
Para o usuário final, Almirón menciona
que deverá ser implementada no sistema
de proteção por extintor de incêndio a
norma ABNT NBR 12693, que estabelece
os requisitos exigidos para projeto, sele-
ção e instalação de extintores de incêndio
Extintores portáteis são equipamentos de uso manual
para combater princípios de incêndio classesA,B e C
Inmetro, na certificação desses produtos,
que se constitui em mais uma ação para
a melhoria da qualidade dos extintores e
para apresentação de orientações técni-
cas à sociedade.
CLASSES DE FOGO
Dependendo do agente empregado, o
extintor de incêndio pode combater as
classes de fogo A, B e C.
◆ Classe de fogo A (fogo envolvendo ma-
teriais combustíveis sólidos, tais como ma-
deiras, tecidos, papéis, borrachas, plásticos
termoestáveis e outras fibras orgânicas,
que queimam em superfície e profundi-
dade, deixando resíduos);
◆ Classe de fogo B (fogo envolvendo lí-
quidos e gases inflamáveis ou combustíveis,
plásticos e graxas que se liquifazem por
ação do calor, que queimam somente em
José Carlos
Tomina,
superintendente
da ABNT/CB-24
Classes de
Fogo
Água Pó BC Pó ABC Espuma
Mecânica
CO2 Halogenados
x xx x
x
x
xx x x
x xx
NOTA: As classes D e K não são mencionadas na tabela acima por ainda não estarem
contempladas nas normas de fabricação de extintores de incêndio
25. Notícias sobre
prevenção e combate
agora também na internet
na rede
www.revistaincendio.com.br
www.revistaincendio.com.br
26. www.revistaincendio.com.br26
EXTINTORES
superfície);
◆ Classe de fogo
C (fogo envolvendo
equipamentos e ins-
talações elétricas energizadas)
MERCADO
Segundo Rogério A. Barbosa, gerente
comercial do grupo Metalcasty, voltado à
fabricação e comercialização de equipa-
mentos para combate a incêndio, a empre-
sa possui uma linha de extintores leves e
de fácil manuseio, importante opção para
os profissionais de segurança que reque-
rem uma resposta imediata, efetiva e segu-
ra para proteção de vidas e do patrimônio.
“Nossa linha de produtos é complementa-
da por equipamentos que utilizam agentes
extintores à base de pó BC, ABC, gás car-
bônico e espuma mecânica.”
Considerando a demanda atual por
extintores veiculares, consequência da
nova resolução do Conatran (Conselho
Nacional de Trânsito), os itens de maior
destaque atualmente são: extintores vei-
culares de pó químico ABC 0,900 quilo
descartável e de pó químico ABC 2 quilos
recarregável. “Os extintores portáteis que
representam maior volume de comercia-
lização são os modelos pó quatro quilos e
seis quilos (BC e ABC) AP 10 lts, CO2
-6
quilos”, ressalta Barbosa.
Os extintores automotivos fazem parte
da categoria de equipamentos portáteis
que possuem seu devido suporte de fi-
xação na estrutura do veículo. Com as
novas exigências, o extintor automotivo
ABC tem adicionado em sua composição
a substância necessária para combater in-
cêndios tipo “A”, como os iniciados nos
estofado do carro.
Barbosa explica que o referido extintor
tem validade de cinco anos e é descartá-
vel, ou seja, não pode ser recarregado. Ao
condutor fica a responsabilidade de verifi-
car periodicamente se o extintor continua
pressurizado, condição que possibilita que
seja expelida a carga quando houver neces-
sidade. Como adendo ele lembra que “não
existe uma obrigatoriedade do proprietário
doveículopararetiraroplásticoqueprotege
oextintordeincêndio.Porém,orecomenda-
do é que seja retirado, pois, em caso de um
eventual incêndio, o usuário poupa o tempo
de desembrulhar o equipamento, podendo
agir de forma mais rápida.”
Os extintores automotivos ABC, se-
gundo Barbosa, devem ser fabricados de
acordo com as orientações da ABNT, por
meio da norma NBR 15808, que estabe-
lece padrões de segurança que garantem a
qualidade e melhor
eficiência do pro-
duto para o consu-
midor. Ele também
destaca algumas orientações da norma
que devem ser observadas pelos moto-
ristas na hora da compra do material:
◆ Todos os extintores devem ser providos
de meios que impeçam seu acionamento
acidental (trava de segurança);
◆ Toda trava deve possuir um sistema de
lacre que evidencie sua utilização;
◆ O recipiente para o agente extintor
deve ser na cor vermelha;
◆ No quadro de instruções devem cons-
tar, bem legíveis e de maneira indelével,
entre outras informações: classes de fogo
representadas por um conjunto de sím-
bolos gráficos, razão social do fabricante,
Extintores de incêndio requerem certificação
compulsória fornecida pelo Inmetro
Héctor Almiron,
coordenador
da Comissão de
Estudos
Rogério Barbosa,
gerente comercial do
grupo Metalcasty
Extintores de incêndio Metalcasty
27. incêndio _ setembro_2015 27
faixa de tempera-
tura de operação
(ex: Celsius), grau
de capacidade ex-
tintora e instruções de operações;
◆ O manual do usuário deve ser forne-
cido com cada extintor, devendo conter
as instruções necessárias, advertências e
cuidados para o transporte, instalação pre-
tendida, uso e inspeção do extintor.
CAPACIDADE EXTINTORA
A capacidade extintora é uma das for-
mas de medir o poder de extinção de fogo
de um extintor, sendo obtida por meio de
um ensaio normalizado, de acordo com as
normas ABNT NBR 15808. Na prática,
são realizados ensaios de fogo em engra-
dados de madeira, para classe de fogo A;
ensaios de fogo em líquido inflamável, para
classe de fogo B; e ensaios de condutivida-
de elétrica, para classe de fogo C.
De acordo com Carlos Eduardo Zua-
nazzi, gerente comercial da empresa
Bucka, o grau de capacidade extintora é
informado nos rótulos dos extintores de
incêndio, em conformidade com a NBR
15808, juntamente com a lasse fogo à
qual o equipamento se destina. “Um ex-
tintor com capacidade extintora de classe
2-A:20-B:C, por exemplo, corresponde a
um extintor capaz de combater incêndios
de classes grau 2-A; grau 20-B e C. No
caso dos fogos de classe C, não existe um
número indicativo de capacidade, mas o
importante é saber se o extintor utilizado
é indicado para proteção de equipamentos
elétricos energizados.”
Zuanazzi ressalta ainda a importância de
não confundir capacidade extintora com
carga nominal ou capacidade de carga do
extintor (como quatro, seis ou 12 quilos,
ou em litros, por exemplo), muito menos
com uma unidade extintora. “Existem dife-
renças fundamentais entre esses conceitos.”
O sistema de proteção contra incêndio
por extintores portáteis ou sobre rodas
deve ser projetado de acordo com a NBR
12693, considerando-se:
◆ A classe de risco a ser protegida;
◆ A natureza do fogo a ser extinta; e
◆ O agente extintor a ser utilizado.
Emtermospráticos,Zuanazziressaltaque
um projeto de proteção por extintores de
incêndio dimensionado com base apenas na
quantidade de agente ou a capacidade ex-
tintora do equipamento não garantirá que
o sistema seja realmente eficaz no primeiro
combate a incêndio.
Na verdade, um projeto bem execu-
tado, que garanta um combate eficaz no
início de um incêndio, depende de todos
os fatores expostos na NBR 12693 e da
experiência do profissional que o efetua,
além de diversos fatores, tais como treina-
mento dos usuários, verificação constante
dos extintores e carga incêndio no local,
entre outros. “É importante ressaltar que
o extintor de incêndio é um produto com
certificação obrigatória pelo Inmetro”, des-
taca Zuanzazzi.
TENDÊNCIAS
Quanto às novidades, Rogério Barbosa
da Metalcasty menciona que, no decorrer
dos anos, o mercado de extintores não
costuma sofrer grandes e/ou expressivas
mudanças e novidades substanciais em ter-
mos de produtos. “Salvo momentos em
que um fabricante ou outro disponibiliza
ou agrega um novo item em seu escopo,
temos um mercado equilibrado composto
de itens voltados mais ao quesito aperfei-
çoamento de processo e qualidade do que
propriamente a destaques e novidades.”
Pontualmente, ele diz que podemos vi-
venciar situações como a estabelecida pelo
Contran (Conselho Nacional de Trânsito),
na Resolução nº 333/2009 em seu Arti-
go 2º, que prevê atualização e mudança
Carlos Eduardo
Zuanazzi, gerente
comercial da
empresa Bucka
28. www.revistaincendio.com.br28
EXTINTORES
na linha automotiva. “No mais, acredito
que temos um mercado equilibrado e de
certa forma constante. Lembrando que
tal processo e trâmite de aprovação para
linha automotiva tiveram início em 2004.
Contudo, a medida foi derrubada e voltou
a valer em 2009.”
Já em relação às tendências, diz que
em decorrência até de um consumidor
mais atento e exigente quanto aos pro-
dutos e à qualidade, o mercado conta
hoje com indústrias modernas e bem
equipadas, tanto na parte de estrutura,
máquinas e equipamentos, como no re-
crutamento de pessoal. “Além disso, há
uma preocupação com a escolha de bons
fornecedores, desde a matéria-prima até
os equipamentos”, diz Barbosa.
Ele ainda enfatiza que o próprio setor
oferece e proporciona uma ampla gama
de oportunidades no mercado interno e
externo. “Falando em tendência de ne-
gócios, podemos perceber uma mudan-
ça gradativa e constante no que tange
a substituição dos extintores portáteis
Pó Químico BC e Água pela linha ABC.
Podemos associar tal ocorrência à prati-
cidade, qualidade e economia gerada ao
consumidor, uma vez que, adotando-se o
extintor ABC, automaticamente o extin-
tor AB torna-se não necessário.”
Já para Carlos Eduardo Zuanazzi, gerente
comercial da Bucka, a preocupação com a
vida e o patrimônio tem sido crescente nos
últimos anos, principalmente após tragédias
recentes, como o incêndio na boate Kiss, no
RioGrandedoSul.“Osórgãosdefiscalização
têm sido mais rígidos e as normas também
vêm sendo revisadas no intuito de garantir
mais segurança às instalações de incêndio.
Nesse contexto, entendemos que o mer-
cado buscará cada vez mais produtos de
qualidade comprovada, além de soluções
específicas para cada risco.”
Hoje, uma das principais dificuldades é
a conscientização de alguns usuários com
a qualidade do produto adquirido. “Nes-
se sentido, buscamos nos associar à Abiex
(Associação Brasileira das Indústrias de
Equipamentos contra Incêndio e Cilindros
de Alta Pressão), juntamente com o Inme-
tro, que verifica a qualidade e conformida-
de dos extintores de incêndio e oferece
também treinamentos para engenheiros,
técnicos em segurança do trabalho e bom-
beiros”, disse Zuanazzi. n
O mercado de extintores é estável, influenciado apenas
por uma ou outra alteração na legislação
OS EXTINTORES DE
INCÊNDIO PODEM SER
CLASSIFICADOS COM
BASE NO PRODUTO QUE
UTILIZAM NO COMBATE ÀS
CHAMAS:
Extintor de
Água (H2
O):
a água é pressurizada
para fora do extintor,
em forma de jato ou neblina.
Extintor de espuma:
o combate ao fogo ocorre
por meio de espuma mecânica.
Extintor de
gases inertes:
gases quimicamente
inertes (que não entram
em combustão), como o
gás carbônico (CO2
) e o gás
nitrogênio (N2
) são utilizados.
Extintor com carga
de pó químico:
geralmente o bicarbonato de
sódio (NaHCO3
) é utilizado.
Extintor com
carga de pó ABC:
Monofosfato de amônia
30. INSTRUÇÃO
www.revistaincendio.com.br30
da Emília Sobral
Além de bons centros
de ensino, é preciso
estabelecer atribuições
claras e atualizar a legislação
BOMBEIRO CIVIL
PRECISA DE BOA
FORMAÇÃO
G
arantir a capacitação dos
bombeiros é saber que há
profissionais preparados
para salvar vidas e reduzir
impactos danosos na hora
da emergência. Mas, apenas
14 % das 5.570 cidades brasileiras têm Cor-
pos de Bombeiros Militares. Cada corpora-
ção militar dos Estados define a estrutura e
procedimentosemrelaçãoaoconteúdodos
cursos teóricos e práticos. Ou seja, não há
ainda a tão desejada padronização de pro-
cedimentos em caráter nacional. Já os bom-
beiros civis devem ter um papel importante,
pois a sociedade também precisa deles, in-
clusive em atividades privadas de alto risco
e nos serviços municipais de emergências.
Há campo de trabalho para todos, sejam
militares, civis ou voluntários. Atualmente, a
legislação específica de bombeiros civis é a
Lei n0
11.901 de 2009. Porém, em nenhum
momento, esta lei considera a NBR 14.608,
queéanormatécnicaexistentedesde1999,
especificamente para a formação, capacita-
ção e dotação de bombeiro civil.
Segundo Jorge Alexandre Alves, diretor
técnico da Fire & Recue, o que falta é en-
tendimento das atribuições e competências
desses profissionais, conforme as suas áreas
de atuação. A cultura de exclusividade dos
serviços de bombeiros militares resulta de
um grande equívoco, indisposições e até
mesmo conflitos entre esses profissionais.
Assim, os dispositivos legais para a formali-
zação,inclusãoemelhoraproveitamentode
todos os profissionais bombeiros civis e mi-
litares, com definições claras de quem pode
atuar nas áreas privadas e públicas, devem
ser atualizados e aprimorados pelo bem da
população que precisa desses serviços.
CB-24
Alves participa da comissão da Associa-
ção Brasileira de Normas Técnicas (ABNT
/ CB-24), sugerindo
alterações para as
normas brasileiras
e legislações do Corpo de Bombeiros, que
incluemaformaçãodebombeiroscivisere-
gulamentações dos profissionais bombeiros
e centros de formação. O comitê da ABNT
(CB-24) tem trabalhado, em conjunto com
as lideranças do setor, para aperfeiçoar e
modernizar a legislação, estabelecendo um
Fotos:OsisrísBernadinoFoto:AlbertoTakaoka
Jorge Alexandre
Alves, diretor
técnico da Fire &
Recue
31. incêndio _setembro_2015 31
conteúdo e uma carga horária para a forma-
çãodobombeiro,militarecivil,independen-
te do Estado da corporação ou mesmo os
centrosdeformaçãodebombeiroscivis.Em
muitos municípios ou regiões do Brasil já há
credenciamento de centros de formação de
bombeiros civis.
“Com o melhor entendimento e quebra
do paradigma da exclusividade dos bombei-
ros militares, poderíamos evoluir nas legisla-
ções, educação e cultura de proteção contra
incêndios e atendimentos de emergências,
havendoaindaorespeitoeoreconhecimen-
to entre todos os profissionais bombeiros
privados e públicos, civis, militares e voluntá-
rios”, sugere Alves.
REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
Hoje,areferênciaparaocurrículodocon-
teúdo do curso de formação de bombeiro
civil continua sendo a norma brasileira NBR
14.608. Mas, por se tratar de uma norma
técnica de referência, não é obrigatório o
cumprimento desse currículo, seja em con-
teúdo ou em carga horária, pelos centros de
treinamento. “Na prática o que temos visto
namaioriadoscentrosdetreinamentospelo
Brasil são cursos ministrados com conteúdo
teóricos e práticos,
baseados somente
nasexperiênciasprá-
ticasdosinstrutores,semreferênciastécnicas
oucientíficasformaiseatualizadas”,esclarece.
João Argolo Santos, professor e instrutor
técnico do curso de formação de bombei-
ros civis na Escola Técnica de Especialização
e Profissionalização em Segurança do Gru-
po Rocha, diz que a escola segue a Instrução
Douglas Kerche,
oficial da reserva
do Corpo
de Bombeiros
de São Paulo
32. INSTRUÇÃO
www.revistaincendio.com.br32
O bombeiro civil deve ser preparado para
fazer atendimento interno nas edificações
Técnican°17(IT)do
Corpo de Bombei-
ros de São Paulo, a
NBRdaABNT14.608eaPortariadoCorpo
deBombeirosqueregulamentaaLeiEstadual
(em São Paulo) n0
15.180/2013. Lá, o curso
é dividido em quatro módulos, com carga
horáriade400horas,sendo50%,teóricoem
saladeaulanazonaSul(próximoaoterminal
Capão Redondo), e 50%, prático no campo
detreinamento,emItapecericadaSerra(SP).
“Utilizamos laboratórios e visitas aos nossos
parceiros comerciais para aplicação de exer-
cícios práticos, bem como atividades relacio-
nadas à formação”, afirma Santos.
CADA UM COM SEU PAPEL
O coronel da reserva do Corpo de Bom-
beiros de São Paulo, Paulo Chaves, ressalta
que, enquanto o bombeiro civil deve ser
preparado para fazer atendimento interno
nas edificações, o bombeiro militar deve ser
preparadoparaatuarnoatendimentopúblico
nas cidades.
Aparecido Cruz, bombeiro civil e profes-
sor na Universidade Federal de Guarulhos
(SP), confirma que, em relação à formação
do bombeiro civil, o conteúdo programáti-
co e as cargas horárias dos cursos do pro-
fissional civil são diferentes da formação do
bombeiro militar. “Um é servidor público,
o outro é empregado de empresa privada,
ambos regidos por legislações especificas e
contextos totalmente diferentes. Como não
hápadronização,massóacitaçãonormativa,
háescolasquecumprem210horassugeridas
pela NBR 14.608 e há outras que excedem
este número de horas em até o dobro. No
entanto, nem sempre a quantidade de horas
significa que o curso e o aprendizado sejam
eficientes”, diz.
SegundoDouglasKerche,oficialdareserva
do Corpo de Bombeiros de São Paulo, que
possuiumaescoladeformaçãodebombeiros
civis, um erro muito frequente é comparar
serviço e ensino de bombeiro militar com
o de bombeiro privado. “São duas coisas
distintas, pois um
é voltado ao aten-
dimento público e
outro, voltado ao privado. A própria lei que
reconhece a profissão bombeiro civil deixa
claro a prioridade de atendimento ao militar
em detrimento do civil”, diz. Para ele, não há
motivosenemrazãodesecompararcurrícu-
los e cargas horárias de formação entre eles.
Segundo Alves, atualmente algumas le-
gislações estaduais têm sido criadas com o
objetivo de credenciamento desses centros
edosinstrutores,porém,oscursosdeforma-
ção profissional devem ter os seus currículos
e estabelecimentos de ensino regulamen-
tados pelo MEC (Ministério de Educação e
Cultura). “Apesar de existir o CBO (Código
BrasileirodeOcupação)paraacategoriapro-
fissional de bombeiro civil, ainda falta criar a
regulamentação profissional e o conselho
de classe que devem ser regulamentados
pelo Ministério do Trabalho e Emprego”,
Aparecido Cruz,
bombeiro civil
e professor na
Universidade Federal
de Guarulhos
João Argolo Santos,
professor e instrutor
técnico de curso
de formação de
bombeiros civis
33. incêndio _setembro_2015 33
considera. Para ele, o corpo de bombeiros
militar é um agente executor do Estado, não
tendoatribuiçãolegalparaaregulamentação
de estabelecimentos de ensino de formação
profissional,nemderegulamentaçãodepro-
fissional da área privada.
Cruz também lembra que outra situação
que causa muita confusão é a do bombeiro
voluntario. Apesar de também ser um bom-
beiro civil, fica a impressão de que segue o
padrãodeformaçãosemelhanteadosbom-
beiros civis das empresas, o que na verdade
não ocorre. “Cada corporação voluntária
vale-se dos recursos disponíveis, inclusive,
algumas dessas fazem cursos em escolas de
bombeiros militares”, conta.
Para ele, este seria o caminho inicial, se-
guido de uma forte fiscalização e credencia-
mento nacional pelos corpos de bombeiros
estaduais. Para padronizar a qualificação dos
bombeiros civis, Chaves também sugere
apenas fazer uma revisão da NBR 14.608,
estimulando o Corpo de Bombeiros Militar
de cada estado a adotar procedimentos se-
melhantes aos estabelecidos pelo Corpo de
Bombeiros de São Paulo, que, em sua IT 17,
estabelece requisitos mínimos para avaliar,
durante a vistoria para concessão do AVCB
(Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros),
os conhecimentos dos bombeiros civis que
trabalhamnasedificaçõesouplantas.“Seeste
procedimentoforadotado,todossaberãose
aqueles bombeiros civis foram bem forma-
dos ou não, e aí é só descobrir onde foram
formados”, afirma.
Luciano Rodrigues da Silva, professor uni-
versitário, oficial do Exército reformado e
dono da SMART Academia de Bombeiros
e Serviços, levanta uma questão preocupan-
te: “Muitas escolas que receberam o aval do
Corpo de Bombeiros de SP trabalham para
beneficiaraindústriada‘vendadecertificados’.
E as escolas que insistem em cumprir as nor-
masbrasileirastêmtidosériosproblemaspara
mantersuasturmaseportasabertas”,revela.
As divergências e preocupações quanto à
qualidadedoscentrosdeformaçãodebom-
beiros civis, no entanto, não impedem que o
conjunto de lideranças do setor reconheça
a necessidade de atualização da norma hoje
utilizada como referência, além da edição de
um Código Nacional de Segurança Contra
Incêndio e Emergência, que contemple al-
terações da Lei n0
11.901. É sabido que em
diversas ocorrências, a população costuma
agradecer aos bombeiros militares mesmo
quando atendidos pelos civis. Assim, colocar
cada um em seu lugar e com qualificações
específicas,eliminandoasdisputaspelahege-
monianosegmento,sóajudamaosquemais
precisam ser amparados na hora que acon-
tecem os sinistros: a população brasileira. n
34.
35.
36. CAAML
www.revistaincendio.com.br36
por Luciana Lana
Incêndios em
embarcações
requerem
técnicas
especiais
de combate
CHAMAS QUE
VÊM DO MAR
E
m meio às águas turvas da
Lagoa dos Patos, no Rio
Grande do Sul, resta, há mais
de duas décadas, a carcaça
do navio oceanográfico Ál-
varo Alberto, uma das mais
modernas embarcações da Marinha no fim
dos anos 1980, quando era utilizado para
pesquisas, tendo participado da Operação
Antártica e do Levantamento da Platafor-
ma Continental Brasileira (Leplac). Um
incêndio, que começou na praça de má-
quinas, tomou conta do navio, na manhã
do dia 16 de dezembro de 1992. Depois
de mais vinte horas de esforço para salvar
a embarcação, a própria água usada no
combate ao fogo contribuiu para o nau-
frágio, que, felizmente, não deixou feridos.
A perda do Álvaro Alberto é um marco
na história da Marinha do Brasil, que não
contabiliza um grande número ocorrências
de incêndios ou alagamentos. “A frequên-
cia com que acontecem esses acidentes é
relativamente baixa, mas, como as perdas
38. CAAML
www.revistaincendio.com.br38
Chamas em embarcações precisam ser extintas com rapidez,
o que demanda habilidades e conhecimentos específicos
podem ser muito significativas – equipa-
mentos, vidas e o próprio navio – são de
suma importância os adestramentos e
a conscientização de todo o pessoal de
bordo”, diz o comandante Felipe Porto
da Silva, que atualmente responde pelo
Grupo de Controle de Avarias do CA-
AML (Centro de Adestramento Almirante
Marques de Leão), no Rio de Janeiro (RJ).
No Centro, diariamente há turmas de
até 35 alunos – oficiais da Marinha – em
treinamento para prevenção e combate
a incêndios em embarcações. O Coman-
dante Porto explica que, além de preparar
as tripulações, é preciso estar apto a pres-
tar atendimento em qualquer ocorrência:
“nós somos responsáveis pela prestação
de socorro no mar e temos que saber con-
duzir o combate, o que requer técnicas
bastante específicas”.
Uma das grandes diferenças do com-
bate ao fogo no mar em relação às ope-
rações em terra é a necessidade de minar
imediatamente o foco do incêndio – “em
terra, pode ser feita inicialmente a conten-
ção; num navio, temos que entrar no com-
partimento que está pegando fogo”, diz.
A tripulação ganha responsabilidades
específicas para o caso de um incêndio –
um grupo fica responsável pelo chamado
“ataque” ao fogo, por exemplo; enquanto
outro presta suporte. “As fainas de com-
bate a incêndio podem enquadrar-se em
duas situações distintas quanto ao tipo de
ataque: quando os homens conseguem
entrar no compartimento e atacar o foco
do incêndio, chamamos de ataque direto;
o ataque indireto é quando os homens
podem ter acesso ao compartimento, mas
não alcançam a base do fogo. Então é lan-
çada a água em forma de neblina ou jato
sólido. A técnica de combate a incêndio é
a utilização correta dos meios disponíveis
para extinguir o fogo com maior seguran-
ça”, resume o comandante.
No adestramento, os oficiais aprendem
sobre ataque inicial, agentes extintores a
serem utilizados, procedimentos para cada
classe de incêndio, contenção do fogo e da
fumaça, organização básica e funções dos
membros do grupo de controle de avarias
nas fainas de combate a incêndio, transmis-
são de informações, significado das marcas
de classificação dos acessórios estanques,
uso de equipamento de proteção indivi-
dual, noções de primeiros socorros, entre
outros tópicos.
“Ao todo são cinco tipos de adestra-
mento voltados para cada particularidade
vivenciada a bordo dos navios. Os alunos
manuseiam os principais equipamentos de
40. CAAML
www.revistaincendio.com.br40
combate como: mangueiras de incêndio,
extintores, roupas de proteção completas,
máscaras autônomas de respiração, esgui-
chos variáveis para combate com água e
proporcionadores de espuma”, comenta
Porto. Ele acrescenta que um aspecto
fundamental nas operações de combate
a incêndio é a liderança. “Na hora do in-
cidente, é preciso haver ordem e quem
estabelece é o líder. Liderança, conheci-
mento e responsabilidade são determinan-
tes do êxito de um combate a fogo”.
Segundo o Comandante, os incêndios
mais frequentes nos navios são os das clas-
ses B (decorrentes da presença de óleo
combustível dos motores e caldeiras) e C
(decorrentes de falhas em circuitos elétri-
cos). A prevenção, portanto, inclui o con-
trole dos materiais combustíveis a bordo,
manutenção e vistoria permanentes de
instalações e equipamentos elétricos.
“É preciso retirar dos porões quaisquer
trapos e estopas embebidos em óleo ou
graxa e vasilhames que contenham com-
bustíveis voláteis mal acondicionados.
Também são importantes as inspeções em
válvulas de recebimento, armazenamento
e transferência de óleos combustíveis e
lubrificantes para que sejam identificados
vazamentos”, acrescenta.
O essencial, segundo Porto, é a conscien-
tização da tripulação quanto à necessidade
de manter o navio seguro. “Evitar é a me-
lhor forma de combater um incêndio”, ava-
lia. “Esse é um trabalho feito diariamente”.
O treinamento de combate e preven-
ção de incêndio do CAAML tem 30 horas
de duração. A cada semana, cerca de qua-
tro turmas participam. “E, nos cursos de
carreira da Marinha são sempre incluídas
lições referentes a esse tema”. Para o co-
mandante Porto, houve, nas últimas déca-
das, uma evolução significativa no combate
a incêndios no mar, com maior conscien-
tização das tripulações e mais investimen-
tos em sistemas de detecção e alarme.
“O intercâmbio entre nações amigas tem
permitido uma importante troca de ex-
periências e tecnologias com forças navais
de países desenvolvidos”, acrescenta. Para
melhorar o adestramento, o Comandante
sugere que sejam feitos investimentos em
novos simuladores, mais modernos.
EMBARCAÇÕES
PARTICULARES
Se na Marinha os registros de incêndios
em embarcações não são significativos, nas
seguradoras do país o quadro poder ser
considerado diferente: há registros de que,
anualmente, ocorrem mais de 20 incidentes
com perda total ou destruição considerável.
A maior parte dos incêndios tem origem
no compartimento de motores, e em ge-
ral, quando o fogo é percebido já tomou
grandes proporções. A cozinha é também
um local perigoso, por conta da manipula-
ção de fogo. Os proprietários e os usuários
das embarcações não costumam receber
o treinamento adequado para combater
incêndios e, por vezes, tomam iniciativas
equivocadas, como a de abrir o tampão
que dá acesso ao compartimento do mo-
tor, permitindo que entre mais oxigênio e
o fogo aumente. O ideal, nesses casos é
procurar frestas por onde o extintor possa
ser utilizado. Sistemas automáticos – acio-
nados pelo calor – têm sido usados com
sucesso em embarcações. n
42. ARTIGO LEGISLAÇÃO
www.revistaincendio.com.br42
CÓDIGO DE INCÊNDIO
DE SÃO PAULO
É REFERÊNCIA
O
s incêndios ocorridos nos edifícios Andraus
e Joelma, há mais de 40 anos, em São Paulo,
impulsionaram mudanças expressivas na legis-
lação de incêndio no Brasil. A constatação se
baseia no fato de que, a partir do registro des-
sastragédias,teveinícioodesenvolvimentodo
conceito de legislação específica de proteção
contra incêndio no País, sem estar necessa-
riamente atrelada ao Código de Edificações,
como ocorria até então.
NoRiodeJaneiro,essadesvinculaçãotornou-serealidadeem1976
e o Código de Incêndio do Estado passou a ser referência para as
demais unidades federativas naquele momento. São Paulo ganhou
um Código de Incêndio em 1983 e, quase 20 anos depois, em 2001,
chegouaoseuformatoatual,passandoaseronovopadrãodosetor
para as legislações estaduais.
Por Marcelo Lima
Outro fato a ser considerado nesse contexto de mudanças regu-
latórias é que, historicamente, grandes tragédias costumam influen-
ciar mudanças nas leis de qualquer país. Quarenta anos depois dos
marcantes incêndios em São Paulo, esse comportamento na área
de segurança contra incêndio voltou a se repetir após a tragédia da
boate Kiss, em 2013.
Apesar da percepção da sociedade de que nada (ou quase nada)
foifeitoapósoincêndioemSantaMaria(RS),existemalgunsavanços
que precisam ser reconhecidos. Em 2012, o ISB (Instituto Sprinkler
Brasil)realizouumestudoquemostravaamovimentaçãodosEstados
brasileirosnaadoçãodoCódigodeIncêndiodeSãoPaulo,sendoque,
àquela época, nove unidades federativas baseavam suas legislações
neste regulamento.
Passados dois anos desde a tragédia da boate Kiss, o ISB atualizou
o estudo e o resultado mostra, agora, um aumento de 100% no
número de Estados brasileiros que baseiam seus regulamentos de
43. incêndio _ agosto_2015 43
incêndio no modelo de São Paulo, passando de nove para 18 uni-
dades federativas. OsEstadosqueaindanãoatualizaramsuaslegisla-
ções na mesma base são: Acre, Amazonas, Amapá, Distrito Federal,
Maranhão, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rondônia e Santa Catarina.
Aprimoramento
Emborasejaconsideradoumareferênciaparaosetor,oCódigode
São Paulo ainda requer melhorias, especialmente no que diz respeito
à obrigatoriedade da instalação de sprinklers (chuveiros automáticos
de incêndio).
O sprinkler é um equipamento capaz de controlar ou até mesmo
de apagar um incêndio mais rapidamente, atuando no seu foco, e
gastando de mil a 10 mil vezes menos água em comparação ao que
serianecessárioemumaintervençãoporbombeiros.Aativaçãoocor-
re por meio de um elemento termo-sensível que, quando atinge a
temperatura de operação, de 68ºC a 74ºC, tem sua solda derretida,
permitindo que o equipamento entre em ação sem necessidade de
ação humana. Sob pressão, a água é descarregada pelo orifício do
chuveiro, espalhando-se em formato de guarda-chuva sobre o foco.
O Código de São Paulo é favorável ao uso de sprinklers, mas há
umentendimentoentreespecialistasdosetordequeeledeveriaser
estendido e seu uso teria que se tornar obrigatório a alguns tipos de
ocupações industriais e comerciais que seguem desprotegidas.
É o caso da maioria dos edifícios industriais, para os quais a legis-
lação não exige o uso de proteção automática por sprinklers. Os
dados publicados pelo Instituto referentes a incêndios cobertos pela
imprensa indicam que aproximadamente 25% deles ocorrem em
instalações industriais.
Poroutrolado,odecretoéestratégiconamedidaemqueoferece
vantagens ao proprietário que instala sprinklers em seu edifício, ex-
cluindo-se a obrigatoriedade de compartimentação do espaço. Isso
éparticularmenteimportanteemgrandedepósitosecentrosdedis-
tribuição, onde a compartimentação excessiva pode causar dificultar
e causar transtornos à movimentação de produtos.
Conclusões
A adoção do Código de Incêndio de São Paulo por 18 dos 27
Estados brasileiros comprova sua eficácia e a constatação de que ele
estásetornandoumcódigonacional,masqueaindaprecisadeajustes
para garantir uma proteção segura contra incêndios que provocam
perdas humanas e econômicas no Brasil. n
Marcelo Lima, diretor geral do ISB (Instituto Sprinkler Brasil)
44. www.revistaincendio.com.br44
PLANEJAMENTO
www.revistaincendio.com.br44
Foto:Clariant
por Bruno Ribeiro
Planos de
Auxílio Mútuo
otimizam ações
de prevenção
e combate
RESPONSABILIDADE
COMPARTILHADA
O
combate a incêndios de
grande magnitude e a
prevenção a vazamen-
tos de gases ou outras
substâncias inflamáveis
demandam diversos re-
cursos e um planejamento impecável.
Embora muitas cidades brasileiras contem
com o precioso suporte dos bombeiros,
nem sempre a corporação, sozinha, é sufi-
ciente para controlar acidentes de elevada
gravidade, como os que podem ocorrer
em áreas de intensa movimentação de
produtos perigosos, entre os quais polos
industriais, áreas portuárias ou grandes
conglomerados urbanos. Por essa razão,
surgiram os PAMs (Planos de Auxílio Mú-
tuo), chamados também de planos de au-
xílio a emergências ou contingências.
Baseados em ações integradas, por meio
de intercâmbio de informações e recursos
entre bombeiros, defesas civis, empresas e
voluntários, os PAMs têm como objetivo
assegurar o cumprimento das normas de
segurança vigentes, o aprimoramento téc-
nico e o conhecimento dos riscos envolvi-
dos para articular estratégias de prevenção
e combate adequadas.
No Brasil, o primeiro PAM foi instalado
em 1959, no Polo Petroquímico de Cuba-
tão, formado pelas indústrias locais, pelo
Corpo de Bombeiros e membros da
Defesa Civil. As iniciativas ganharam
impulso definitivo, porém, a partir de
1984, após o incêndio da Vila Socó, em
Cubatão (SP), tragédia que resultou em
93 mortes (calcula-se, atualmente, em
função da análise documentos omitidos
à época, que o número de mortos pode
ter chegado a 500).
ESTRUTURA E IMPLANTAÇÃO
De acordo com informações da Secre-
taria do Meio Ambiente do Estado de
São Paulo, os PAMs contam com esta-
tutos próprios, registrados em cartório,
além de CNPJ, conta em banco e direto-
ria administrativa, geralmente composta
por: um diretor-presidente, um diretor
operacional, um diretor-secretário e um
diretor financeiro. Mensalmente, os mem-
bros dos PAMs se reúnem com o objetivo
45. incêndio _ agosto_2015 45incêndio _setembro_2015 45
de discutir ações de segurança e possíveis
aquisições de equipamentos.
Os membros voluntários dos PAMs
recebem treinamentos de Brigada de In-
cêndio ministrados pelos Corpos de Bom-
beiros conveniados, que também realizam
vistorias técnicas nas sedes das empresas
participantes para orientação.
Um PAM pode ser organizado por qual-
quer pessoa da sociedade civil ou militar,
bastando reunir um grupo, elaborar um
estatuto (que pode ser baseado em esta-
tutos de outros PAMs), registrar a entidade
no CNPJ, identificar as necessidades re-
gionais e traçar planos e metas para a me-
lhoria contínua do sistema de emergência.
NA PRÁTICA
PAM ZL - Constituído em 2012, o PAM ZL
atua em um polo industrial na zona leste da
capitalpaulista,comoobjetivodeelaborares-
tratégiasdecombateeprevençãoemelhorar
o tempo de resposta a emergências. Fazem
partedoPAMaCompanhiaNitroQuímica,
a Votorantim Metais e a Viscofan Química,
alémdaDistritalLestedaCiesp(Centrodas
Indústrias), o Corpo de Bombeiros e a De-
fesaCivil.“Emsetembrode2012realizamos
aprimeirareuniãoe,apartirdaí,começamos
anosreunirperiodicamenteedesenvolveras
atividadesdogrupo”,explicaocoordenador
do PAM, Paulo Amaro da Silva.
Amaro afirma que o Ciesp se
Benefícios do PAM
1)Treinamentos teóricos mensais,
ministrados por um profissional
especializado do Corpo de
Bombeiros sobre Prevenção e
Combate a Incêndio, Primeiros
Socorros etc.;
2)Treinamento prático em
campo específico para a
brigada da empresa, realizado
por profissionais do Corpo de
Bombeiros;
3)Auxílio das demais empresas
associadas em caso de emergência;
4)Redução no valor do seguro;
5) Visitas técnicas do Corpo de
Bombeiros com o intuito de
orientação (exemplo: renovação
do AVCB) etc;
6) Integração com empresas da
região;
7) Reuniões com a participação
de convidados ligados ao meio de
segurança para ministrar palestras
e expor equipamentos úteis para o
dia a dia das empresas.
Fonte: Secretaria do meio Ambiente do
Estado de São Paulo
46. www.revistaincendio.com.br46
PLANEJAMENTO
www.revistaincendio.com.br46
responsabiliza pelas atividades financeira
e administrativa do grupo, como a elabo-
ração de atas e agendamento de reuniões,
convocação para treinamentos e presta-
ção de contas referente às taxas mensais
pagas pelas empresas participantes. O
Corpo de Bombeiros realiza o planeja-
mento das ações e treinamentos, confor-
me a necessidade das empresas filiadas:
“Os treinamentos ministrados são, por
exemplo, Prevenção e combate a incêndio
e Comando de emergência em grandes
eventos”.
As defesas civis de São Miguel Paulista e
Ermelino Matarazzo acompanham as reu-
niões e dão apoio aos membros do PAM;
já as empresas filiadas disponibilizam suas
instalações para as atividades e proveem
um valor mensal para o grupo.
Embora ainda não tenha precisado atuar
para combater uma situação de emergência
real,Amarocontaqueogrupojárealizoudi-
versossimuladoseestápreparadoparaatuar.
Para que o PAM entre em ação, basta que a
empresaafetadasoliciteoapoiodasoutrasfi-
liadas,pormeiodeumtelefonepré-definido,
e dos bombeiros e defesa civil, por meio dos
telefones convencionais. “Todavia, estamos
avaliandojuntoanossasrespectivasdiretorias
oprovisionamentodeverbaparaaaquisição
e implantação de um sistema unificado de
comunicação”, revela o coordenador.
Ele afirma ainda que o grupo de aten-
dimento a emergências é formado pelas
brigadas de cada empresa, mas com a parti-
cipação direta dos bombeiros e das defesas
civis das respectivas regiões. “As equipes
são formadas mediante cada cenário emer-
gencial e procedimento próprio do plano
de emergência de cada empresa, no qual
deveestarinseridooacionamentodoplano
de auxílio mútuo regional”, explica.
Paraarealizaçãodasaçõesdecombate,o
PAM utiliza os equipamentos definidos em
uma lista que consta do estatuto do grupo,
os quais devem ser adquiridos por cada em-
presa participante.
De acordo com Amaro, além de
treinamentossimuladoseministrados,ogru-
pojárealizouatividadescomovisitastécnicas
às empresas fabricantes de equipamentos
de emergência e uma visita técnica à Escola
de formação do Corpo de Bombeiros em
Franco da Rocha. “Tudo isso visa melhorar
o conhecimento técnico de equipamentos
e técnicas de treinamentos para multiplicar-
mos em nossas empresas”, conclui.
PAM Alto Tietê - Fundado em 23 de se-
tembro de 1993 por empresas da região
do Alto Tietê, em São Paulo, é administra-
do pelo Ciesp Alto Tietê e composto por
12 indústrias e entidades públicas, entre
as quais Comdec’s (Coordenadorias Mu-
nicipais de Defesa Civil) de Suzano, Poá,
Itaquaquecetuba, Ferraz de Vasconcelos
e São Miguel Paulista, Hospital Luzia de
Pinho Melo, Santa Casa de Mogi das Cru-
zes, Hospital Brás Cubas e o 17º GBPMSP
(Grupamento de Bombeiros da Polícia Mi-
litar do Estado de São Paulo). “O PAM é
um grupo de trabalho com o objetivo de
estabelecer diretrizes básicas e conjugar
esforços das indústrias, bombeiros, comis-
são de defesa civil e órgãos oficiais a fim de
assegurar maior eficiência no atendimento
de situações emergências, como incêndios
ou qualquer outro evento que possa acar-
retar danos às pessoas, patrimônios e ao
meio ambiente”, diz Marcio Manzini, coor-
denador do Grupo e Supervisor de Servi-
ço de Emergência/Bombeiros da Clariant,
umas das indústrias integrantes do PAM,
em Suzano (SP).
Segundo Manzini, além da estruturação
de um sistema de segurança com equipes
treinadas e recursos técnicos à disposição,
o PAM traz como grande benefício a soma
de experiências, concretizada por meio de
treinamentos mensais e discussões sobre os
Os membros voluntários dos PAMs recebem treinamentos de Brigada
de Incêndio ministrados pelos Corpos de Bombeiros conveniados
Os PAMs contam com estatutos próprios registrados
em cartório,CNPJ,conta em banco e diretoria administrativa
Foto:Clariant
47. incêndio _ agosto_2015 47incêndio _setembro_2015 47
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INSPEÇÕES e
MANUTENÇÕES
mais variados temas, como atendimento
pré-hospitalar (APH), resgate em altura,
espaços confinados (NR-33), técnicas de
salvamento em situações de enchen-
tes, sistema integrado de comando em
operações de emergência (Sicoe) e ope-
ração mata fogo, entre outros. “Os trei-
namentos são ministrados e certificados
pela Polícia Militar do Estado de São Pau-
lo – Corpo de Bombeiros ou por outro
órgão de competência, sob coordenação
operacional do Comandante do 17º GB.
Ocorremtambémossimuladosdeemer-
gência,quesãorealizadosnasempresasou
entidades integrantes.” Só em 2014 foram
realizados 10 treinamentos (1896 horas),
com 237 multiplicadores designados.
Manzini revela que o PAM possui um
manual de procedimentos para situações
de emergência: “Basicamente, a empresa
que necessita de auxílio emergencial acio-
na o 17º GBPM pelo sistema de rádio do
grupo que, a partir deste momento, tem
a incumbência de administrar os recursos
materiais e humanos disponibilizados pelo
PAM, acionando cada empresa ou entida-
de segundo a necessidade operacional”.
Segundoele,cadaempresapossuiumkit
mínimodeatendimentoaemergênciasau-
ditado periodicamente pelo 17ºGBPMSP,
além de dois técnicos de emergência que
devemresponderaochamadosdosbom-
beiros sempre que necessário.
Manzini revela que ainda não houve ne-
cessidade de atuação do PAM em emer-
gências, mas os bombeiros já solicitaram
auxílio às empresas em situações especí-
ficas, com o intuito de elaborar planos de
gerenciamento de riscos compartilhados.
O coordenador do PAM destaca ainda
que a sinergia entre as empresas e entida-
des gerou aumento do número de pesso-
as capacitadas para agir em situações de
emergência, maior entendimento sobre
prevenção de acidentes e maior envolvi-
mento em conscientização da população
das cidades do Alto Tietê.n
48. ARTIGO ESPECIFICAÇÃO
www.revistaincendio.com.br48
A
correta escolha da motobomba de combate a
incêndio é de extrema importância em qualquer
instalação de sprinklers. Ela é o “coração” do sis-
temae,emeventualfalhadefuncionamento,toda
asoluçãoestarácomprometida.Aindaqueopro-
jeto e a instalação da rede de sprinklers esteja de
acordo com as normas de incêndio, uma bomba
mal dimensionada pode colocar em risco toda a
edificação.Portanto,quandoaempresaresponsá-
vel pela compra ou especificação das bombas do
projetosolicitaaofabricanteumapropostatécnicaecomercial,deve
se atentar às informações a serem passadas para a correta seleção.
Motores e pressurização
Primeiramente,devemserinformadosostiposdemotoresquese-
rãoutilizados(elétricooudiesel)eseexistirábombadepressurização
(jockey).Naespecificaçãodosistemadebombeamento,oprojetista
deve se atentar às exigências normativas relativas a essa escolha e,
juntamente com o proprietário, considerar onde serão instaladas e
a opção mais viável economicamente.
Por Enzo Sardano
A maioria das normas não solicita a instalação de duas bombas,
principal e reserva. Mas, no caso de um motor elétrico, exige que a
alimentaçãotenhaautonomiaeredundânciaparaumeventualcorte
oufaltadeenergia.Nessecaso,muitasvezesopta-seporumgerador
a diesel para essa segunda fonte de alimentação. Normalmente, o
motoradieselémaiscustoso,masoutrositenssãoimportantespara
a verificação da viabilidade total, como, por exemplo, a alimentação
redundante e bitolas de cabos que farão a alimentação e infraestru-
tura, entre outros.
A bomba jockey (pressurização) é normalmente exigida para que
sejamantidaumapressãoconstantenarede,deformaque,naneces-
sidade de atuação do sistema de sprinklers, exista água na tubulação
e o combate tenha início imediatamente, antes mesmo da partida
dasbombasprincipais.A jockeyéumabombapequenaecomcusto
irrelevante se comparado a todo o sistema de bombeamento.
Pressão e vazão
A vazão de trabalho e altura manométrica total (pressão total
na qual as bombas deverão trabalhar) são informações que de-
vem ser calculadas previamente e informadas ao fornecedor no
BOMBAS PARA SISTEMAS
DE SPRINKLERS
49. incêndio _ agosto_2015 49
ato da cotação. É importante salientar que variações de vazão e,
principalmente, de pressão, podem acarretar variações despro-
porcionais num orçamento.
Umadúvidamuitocomumentreosprojetistaseinstaladoresrefe-
re-se ao segundo ponto da curva da bomba: afinal, este é ou não de
responsabilidade do projeto? A resposta é: não faz parte do projeto,
porém, sim, é responsabilidade do fabricante dimensionar a bomba
paraqueatendadoispontosnacurvadabomba.Ouseja,apressãoe
vazãonominaleumasegundarelaçãodepressãoevazão,conforme
estabelecido nas normas NFPA 20 e NBR 10897 (respectivamente,
normas americana para bombas de combate a incêndio e norma
brasileira sobre proteção contra incêndio por chuveiro automático).
Portanto,ofabricantedevegarantirqueabombafornecidaatenda
a esse segundo ponto da curva onde, a 150% da vazão de trabalho, a
bombaassegureumapressãomaiorouiguala65%dapressãonominal.
Quandoofornecimentonecessitardeconjuntosmotobombaque
sejam listados pela UL e aprovados pela FM (entidades internacio-
nais certificadoras da qualidade de sistemas de sprinklers), as vazões
são predefinidas, basicamente, com variações de 500 GPM entre
cada modelo. Por exemplo, se temos a necessidade de 400 m³/h,
ou seja, 1761 USGPM, teremos que trabalhar com uma bomba que
atenda à vazão de 2000 USGPM, ou 454 m³/h, pois este é o valor
imediatamente superior para uma bomba certificada. Uma bomba
menor, provavelmente, não atenderia à necessidade do projeto, pois
seria de 1500 USGPM ou 341 m³/h.
Nos casos de bombas aprovadas pela FM, o primeiro ponto é a
vazãoepressãonominaljápredefinidase,apartirdeste,umsegundo
deverá ser garantido. O projetista deverá verificar se o ponto neces-
sário para o projeto está dentro da curva, entre esses dois pontos.
Já para as bombas nacionais, o segundo ponto deverá ser calculado
a partir dos dados de projeto, ou seja, vazão e pressão necessárias
calculadas pelo projetista.
A AMT (altura manométrica total) deve ser informada de forma
a evitar qualquer alteração depois de comprada ou instalada, pois
existemcasosnosquaisumapequenaalteraçãonaAMTalteratotal-
mente o conjunto motobomba e inviabiliza o equipamento definido
inicialmente.Issoporqueasbombastambémsãodefinidasporranges
de pressão, por exemplo: um modelo de bomba pode ser listado
UL e aprovado FM para a vazão de 2500 USGPM e AMT de 125 a
138 psi (pound force per square inch, unidade de medida de pressão
por polegada quadrada); neste caso, somente o diâmetro do motor
é alterado para atingir este range de pressão. Caso a alteração da
AMT seja definida para 145 psi, todo o conjunto motobomba, outra
bombaeoutromotordiesel(potênciaconsumidamaior),deveráser
50. ARTIGO ESPECIFICAÇÃO
www.revistaincendio.com.br50
Enzo Sardano, integrante do ComitêTécnico da Associação
Brasileira de Sprinklers (ABSpk)
trocado. Quando esta alteração ocorre tardiamente, seja o equipa-
mento comprado ou instalado, o prejuízo é bem grande.
Informações adicionais
A localidade da instalação da bomba também é um item muito
importante para especificação, pois o fabricante deve calcular e con-
siderarasperdasdeeficiênciadomotorquandocombustãoàdiesel,
em função da altitude e temperatura de cada cidade.
Ovolumedotanquedecombustívelserádefinidopelofabricante
da bomba baseado na potência nominal do motor diesel, conforme
prevêaNFPA20,maspodeserpreviamentecalculadopeloprojetista
ouinstalador,casoestesaibaapotênciaparaomodelodesejado,com
o cálculo de um galão por HP de potência (5,07 L para cada kW).
deve ser somado 5% deste volume para expansão do combustível
e outros 5% para reserva, ou seja, o fundo do reservatório, onde se
deposita as impurezas ou borras provenientes do combustível.
Por fim, também é de extrema importância prover toda infor-
mação referente à parte elétrica do sistema, seja alimentação em
caso das bombas elétricas ou sinais para comunicação com o painel
de alarme. Para motores elétricos, é preciso informar a tensão de
alimentação disponível, bem como definir o tipo de partida que de-
verá ter este motor. As motobombas elétricas, normalmente com
funçãoprincipalnosistema,sãodeporteconsiderávelemsistemasde
sprinklers,eaformacomoserárealizadaapartidaelétrica-soft-start,
estrela-triângulo ou, ainda, direta - terá muita influência no preço do
painel elétrico e nas necessidades de energia da planta no cliente.
Para os motores elétricos, uma avaliação cuidadosa deve ser feita,
poisapotênciadabomba-juntamentecomatensãodealimentação,
forma de ligação e distância da subestação ou disjuntor dedicado
mais próximo - impactará o dimensionamento dos cabos que serão
interligados ao painel elétrico deste motor. Cálculo este que, muitas
vezes,nãoélevadoemconsideraçãoeacarretacustosanteriormente
não previstos para a montagem da Casa de Bombas.
Quandohouvernecessidadedesinaisextrasaseremprovidencia-
dos no painel elétrico, tanto para motobombas diesel como elétrica,
estes devem ser comunicados ao fabricante antes da compra, pois
os painéis normalmente são fornecidos com sinais de acordo com
os descritos na NFPA 20. A inclusão de novos sinais após o painel
instaladomuitoprovavelmentenãoserápossívelsematrocadoequi-
pamentos,gerandoaindamaiscustosedescontentamentoaocliente.
Os sinais solicitados pela NFPA 20 e também NBR 10.897, são:
◗ Bomba funcionando
◗ Falta de fase ou falta de corrente de comando
(motores elétricos)
◗ Partida em posição manual ou painel desligado
◗ Falha no sistema
◗ Sistema automático desligado
◗ Baixa pressão de óleo no sistema de lubrificações
◗ Aquecimento excessivo de água de arrefecimento
◗ Falha na partida automática do motor
Em suma, com todas estas informações bem definidas, a seleção
da motobomba será correta e evitará grandes problemas durante
e após a instalação. n
52. www.revistaincendio.com.br52
C.M.COUTO CELEBRA
45 ANOS NO MERCADO
Divulgação
GRUPO ATENDE APROXIMADAMENTE SETE MIL
CLIENTES EM TODO O TERRITÓRIO NACIONAL
E
m 1970,com o propósito de criar uma empresa de represen-
tação,Célio Couto viajou para São Paulo trazendo na bagagem
três representações:Costa Muniz (fabricante de mangueiras de
combateaincêndio),MecânicaReunida(fabricantedeacessórios
de combate a incêndio) e Correias Universais (fabricante de
correiasem“V”paramáquinasindustriais).Comisso,foifundadaaCelio
MoreiraCoutoRepresentaçõesLtda,nobairrodePilares,RiodeJaneiro.
Com o passar das décadas,a empresa cresceu e transformou-se na
C.M.Couto Representações e Comércio Ltda que,além de vender
direto das fábricas,passou a ter um pequeno estoque de mercadorias.
Devido à demanda,em 1976 foi aberta uma loja naAvenida Brasil,no
bairro da Penha,também no Rio de Janeiro.
Em setembro deste mesmo ano foi promulgado o Decreto nº 897
do Corpo de Bombeiro do Estado do Rio de Janeiro e, com ele, a
empresapôdealavancarseusnegócios,fazendoinstalaçõesdesistemas
contra incêndio,principalmente em galpões e indústrias.No início da
década de 80, a empresa passou a se chamar C.M. Couto Sistemas
Contra Incêndio Ltda,permanecendo a razão social até os dias atuais.
“Nesta época já distribuíamos diversos produtos, tais como: man-
gueiras de combate a incêndio do Grupo Resmat, líquido gerador
de espuma do Grupo 3M do Brasil, entre vários outros”, disse o
diretor-fundador Célio Couto.
Em1999,adistribuiçãodaResmatfoicancelada,eaemrpesapassou
a ser uma simples revendedora,“o que realmente não era o patamar
no qual queríamos estar.A partir daí, resolvemos montar no Rio de
Janeiro uma indústria de mangueiras de combate a incêndio”,revela
o fundador da empresa.
No município de Duque de Caxias,na Baixada Fluminense,foi ad-
quiridaumaáreade16milmetrosquadrados,ondeforamconstruídos
galpões e, com isso, fundada a Coutoflex
Indústria de Mangueiras Ltda.“Nesta épo-
ca implantamos uma oficina de recarga de
extintores,consideradaatéhojeamaiordo
Brasil”,destaca Célio.
Fotos:C.M.Couto
Célio Couto, diretor-fundador
53. incêndio _ setembro_2015 53
Segundo ele,ao longo dos anos 2000 a empresa buscou diversifi-
car suas atividades, oferecendo manutenção e inspeção de sistemas
fixos e portáteis de combate a incêndio, prestação de serviços de
bombeiro civil e treinamentos de brigadas de incêndio.Foi montada
também uma fábrica de líquido gerador de espuma e uma fundição
com usinagem própria.
Atualmente, o Grupo C.M.Couto Coutoflex mantém parcerias
com grandes empresas internacionais:
❖AFT – Resposta rápida com alto poder de extinção (Alemanha)
❖ FirePASS- Sistema de Prevenção a Incêndio por Ar Hipóxico
(Suíça)
❖ Stat-x - Sistema Aerossol para Supressão a Incêndio (EUA)
❖ Grupo Leader - Ventiladores táticos de pressão positiva e
negativa (França)
❖ Bio ex – Líquidos Geradores de Espuma Especiais (França)
“Nosso mais novo projeto é o Rota Brasil 193, que surgiu em
2014,incentivado pela necessidade de nossos clientes de conhecer
e testar novas tecnologias para prevenção e combate a incêndios”,
ressalta Célio. O modelo de trabalho do projeto segue uma roti-
na de visitas a clientes em diversos segmentos, como bombeiros,
aeroportos,indústrias,mineração,portos,concessionárias de rodo-
vias etc.Uma viatura especialmente construída para esta finalidade
leva aos clientes o que existe de mais moderno em prevenção e
combate a incêndios.
“Hoje conseguimos atender em torno de sete mil clientes em todo
o Brasil,graças à colaboração dos nossos mais de 500 profissionais e
dos representantes espalhados por todo Brasil”,comemora o diretor.
Para atingir as metas e os objetivos traçados na visão de futuro,
o Grupo tem realizado investimentos no desenvolvimento dos
profissionais,no aprimoramento dos procedimentos internos e no
conhecimento das necessidades e anseios dos clientes,bem como
nas tendências de mercado.
“Quarenta e cinco anos se passaram. Deixamos de ser apenas
uma representação,para sermos a mais moderna unidade industrial
existente no Brasil, com capital inteiramente nacional. Podemos
esperar para as próximas décadas um horizonte próspero ao qual
só chegaremos tendo uma equipe técnica comprometida e clientes
cada vez mais satisfeitos”, diz Célio Couto.
Para ele, essas conquistas não seriam possíveis sem os familiares,
fornecedores,colaboradores,clienteseparceiros.“Epodemtercerteza
queestaremosaqui,sempre,pertodevocêemtodososmomentos”.n
Portfólio
◗ Mangueiras de incêndio
◗ Hidráulica de combate a incêndio
◗ Sistemas Convencionais Contra Incêndio
◗ Sistema Aerossol de Supressão a Incêndio
◗ Sistema de Prevenção a Incêndio por Ar Hipóxico
◗ LGE - Líquido Gerador de Espuma
◗ Brigada de Incêndio
◗ Manutenção:mangueiras/ extintores/ sistemas
◗ Extintores
◗ AFT - Resposta Rápida comAlto Poder de Extinção
◗ Ventiladores táticos de pressão positiva e negativa
54. www.revistaincendio.com.br54
LEITURA IMPERDÍVEL
Antes de ser um livro, Bombeiros Voluntários de Caçador - Uma História de Conquistas e de Amor à
Comunidade é um relato de uma batalha na qual uma comunidade unida consegue realizar um trabalho que,
antes de mais nada, configura-se como um real serviço técnico e de amor à sua coletividade.
A obra é escrita pelo comandante Renato Vogel, que atua profissionalmente como professor na Universidade
do Alto Vale do Rio do Peixe, regendo a cadeira de Geografia. Vogel é bombeiro voluntário desde setembro
de 1995, tendo percorrido todos os cargos e, principalmente, atuado nos mais variados tipos de ocorrências.
O livro é ilustrado com diversas fotos e relatos referentes ao trabalho desenvolvido pela corporação em
benefício da cidade e, em especial, prestando socorros a cidades vizinhas quando solicitada.
É, sem dúvida, um retrato de firme busca de soluções para os problemas do fogo. Um exemplo de como
uma comunidade reunida em torno de um propósito nobre consegue atingir seus objetivos.
Essa história pode servir de incentivo a que outras cidades, que se ressentem da falta de uma estrutura
de prevenção e combate a incêndios, trabalhem para que esse problema seja resolvido de forma bastante
coerente e, acima de tudo, serve para estreitar os laços que unem uma comunidade. n
BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS
DE CAÇADOR
Envie suas dicas de leitura para luiz.gabriel@fieramilano.com.br
56. www.revistaincendio.com.br56
Detector portátil
O Tetra 3 detecta até quatro gases (a especificar) CO, H2
S, LEL, O2
, O3
, SO2
, CO2
, NH3
.
Resistente à água e à poeira, em conformidade com IP65/67, possui alarmes sonoros, visuais
e de vibração. Com operação por apenas um botão, evita que qualquer parâmetro seja
alterado em campo. Conta com registro para cumprimento das exigências das normas.
www.generalinstruments.com.br
Centrais inteligentes
As centrais de alarme de incêndio endereçáveis (inteligentes) da SkyFire possuem capacidade
de 32 até 2.500 endereços, de dois a 10 laços supervisionados, capacidade de até 250
dispositivos por laço, supervisão individual de cada dispositivo, novo e amplo display com
iluminação backlight, facilidade de operação e programação por teclado ou software,
indicação sonora de alarme e de falha distintos, memória não volátil dos últimos 999 eventos
e impressora de eventos incorporada, comunicação com software de supervisão CRT por
ModBus e interligação de até 29 centrais em rede. Em breve: envio de eventos por SMS e
comunicação Ethernet com software supervisório. www.skyfire.com.br
Serviços
A Equipaeng oferece serviços que envolvem: projeto de incêndio (AVCB); instalação de
equipamentos de combate a incêndio; laudo de segurança contra incêndio; projeto e
adequação de máquinas (NR-12); projetos em 3D; projetos elétricos; projeto e instalação
de SPDA (para-raio); laudo de instalações elétricas; linha de vida para trabalhos em altura;
instalação de CFTV; perícias; laudos de insalubridade e periculosidade, e investigação de
acidentes. www.equipaeng.com.br
Cinturão para arco elétrico
O produto é um cinturão paraquedista abdominal confeccionado em fita
retardante a chama, aprovado para uso em ambientes com risco de arco
elétrico. Possui cinco pontos de conexão, sendo dois frontais, um dorsal e dois
laterais para posicionamento. Também conta com regulagem total e engate
rápido na cintura e nas costas. www.mgcinto.com.br
Repetidor de sinal
O repetidor de sinal para sistemas de alarme de incêndio RSI 1000 oferece benefícios
como: aumento da distância máxima de comunicação; aumento da confiabilidade
(proteção contra curto no barramento); alimentação independente da central;
indicação luminosa de status; re-teste automático de curto no barramento; espaço
para bateria interna; e baixo consumo. www.jfl.com.br
58. www.revistaincendio.com.br58
AGENDA
15 a 19 | set | 2015
Seguriexpo Buenos Aires
Local: Buenos Aires (Argentina)
Realização: Casel (Câmara Argentina de Seguridad Eletrônica), CAS (Câmara
Argentina de Seguridad), IRAM (Instituto Argentino de Normalización y
Certificación) e NFPA (National Fire Protection Association)
Informações: (5411) 4779-2006 /4511-4114
www.seguriexpo.com / seguriexpo@indexport.com.ar
23 e 24 | set | 2015
Materiais de Acabamento na Segurança Contra Incêndio,
Sinalização e Iluminação de Emergência
Local: São Paulo (SP)
Realização: Ycon Formação Continuada
Informações: (11) 3816-0441 / cursos@ycon.com.br
www.ycon.com.br
5 a 7 | out | 2015
Fire India 2015 International Exhibition and Conference
Local: Mumbai (Índia)
Realização: Services International
Informações: Tel. + 91 11 257 704 11
+ 91 11 257 70212 | Fax + 91 11 257 788761
psingh@servintonline
15 | out | 2015
3o
Workshop GSI - Confiabilidade do Sistema de Segurança
Contra Incêndio no Brasil
Local: Auditório Francisco Romeu Landi, Edifício Mario Covas, Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) - São Paulo (SP)
Realização: GSI - Grupo de Fomento à Segurança Contra Incêndio
Informações e inscrições: workshop2015gsi@gmail.com
27 a 30 | out | 2015
A+A Trade Fair
Local: Düsseldorf (Alemanha)
Realização: Messe Düsseldorf
Informações: Messe Düsseldorf Brasil
Tel: (11) 2365-4313
Email: info@emmebrasil.com.br
11 a 13 | nov | 2015
XV Senabom – Seminário
Nacional de Bombeiros
Local: Goiânia (GO)
Realização: Corpo de Bombeiros Militar
do Estado de Goiás
Informações: Tel.: (62) 99274569
(Coronel Mateus) / senabom2015@
gmail.com
www.senabom.com.br
2 a 3 | dez | 2015
VII IEEE ESW - Electrical Safety
Workshop Brasil
Local: Rio de Janeiro (RJ)
Realização: IEEE - Instituto dos
Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos
Apoio: Abracopel (Associação
Brasileira de Conscientização para os
Perigos da Eletricidade)
Informações:
www.ieee.org.br/eswbrasil
8 a 13 | jun | 2017
Interschutz International
Exhibition for Rescue, Fire
Prevention, Disaster Relief,
Safety and Security
Local: Hannover (Alemanha)
Realização: Messe Managing Board
Informações: www.interschutz.de