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Cirurgia Plástica
Serviço de Cirurgia Plástica e Queimados da
Santa Casa de Misericórdia de
São José do Rio Preto
Regente : Valdemar Mano Sanches
Doença de Dupuytren
Dr.Brunno Rosique Lara
Introdução
• A enfermidade consiste basicamente em uma
doença fibro-proliferativa da fáscia palmar,
caracterizada pela degeneração de fibras elásticas,
espessamento e hialinização do feixe de fibras de
colágeno da fáscia palmar, com formação de
nódulos e contração.
• A etiologia é multifatorial
Histórico
• A primeira menção sobre
uma doença deformante
em mão ( Dupuytren,
hanseníase?) está no
Novo Testamento onde
Cristo cura um homem
com a mão defeituosa
• Mateus 12:10
Histórico
• Historiadores médicos não
identificaram nenhuma
condição semelhante a
Doença de Dupuytren em
exaustivos exames de
escritos médicos de gregos
e romanos
• Main de Dieu adorna a terceira edição da
monografia de Dupuytren
Histórico
• Existe a especulação que
essa doença teve origem
com os povos Celtas e do
norte da Europa
• “Viking disease”,era
iniciamente a
denominação dessa doença
que aparece descrita nas
Sagas Vikings em 1300 dC
Histórico
• Dos estudos da história da
contratura palmar feitos por
Elliot (1988- 1990), aparece
o primeiro tratamento
cirúrgico da doença de
Dupuytren em 1614 ,descrita
por Felix Plater,
(1536-1614), professor de
Anatomia de Basiléia.
Histórico
• Henry Cline Senior (1750 -
1826), um dos pupilos de
John Hunter(1728 - 1793),
fez a primeira dissecção da
aponeurose de uma mão
com contratura palmar
1777
• Descrevendo assim a
liberação da contratura da
aponeurose palmar pela
técnica de fasciotomia
percutânea
Histórico
• Foi estudada por Cooper
(1822) na Inglaterra,
diferenciando-a das
contraturas produzidas
pelas lesões dos tendões
flexores e bainhas
• Relatou a relação da
contratura com trabalho
manual pesado
História
• Alexis Boyer (1826),
cirurgião pessoal de
Napoleão Bonaparte e
professor de Dupuytren,
descreveu a "crispatura
tendinum" em 1823.
Histórico
• Em 1832, Guillaume
Dupuytren (1777-1835)
publica um artigo
descrevendo a afecção na
qual existia relato minucioso
da patologia e de seu
tratamento cirúrgico e,
devido a esta descrição
detalhada, a doença passou a
receber o nome de
enfermidade de Dupuytren
ou contratura de Dupuytren.
Histórico
• Keen, em 1900, popularizou a excisão
radical da aponeurose palmar como
tratamento para a doença de Dupuytren.
• Luck, em 1959, demonstrou que a lesão
básica da contratura de Dupuytren é um foco
de proliferação fibroblástica, que, ao crescer,
origina nódulos e tende a unir a pele à fascia
palmar, formando cordões
Histórico
• McFarlane descreveu a deformidade da
articulação metacarpo falângica como
resultado do acometimento das bandas pré-
tendíneas e a diferenciou da deformidade das
articulações
EPIDEMIOLOGIA
• A incidência é maior no sexo masculino, com uma relação
de 7:1( até 10/1 ), ocorrendo mais comumente no dedo
anular
• A doença de Dupuytren incide mais freqüentemente em
homens entre a 5ª e 7ª décadas de idade, principalmente
em homens de origem escandinava ou celta, sendo rara em
negros e asiáticos
• Rara em crianças
• Prevalência 2-42% dependendo da População estudada
ETIOLOGIA:
• A etiologia e a fisiopatologia da contratura de Dupuytren
continuam sendo obscuras.
• Existe uma história familiar positiva em 25% dos casos,
apesar de a contratura ocorrer principalmente em
Trabalhadores manuais ( Microtraumas) e ser também
observada em sedentários, Alcolistas, Diabéticos
(Microangiopatia) , Tabagistas ( Isquemia) e Epiléticos
( Anticonvulsivantes?).
• Multifatorial
Anatomia
• A Fáscia Palmar é dividida em :
• Aponeurose Palmar
• Aponeurose Tenar
• Aponeurose Hipotenar
• Aponeurose Digital
Anatomia
• Basicamente os três
componentes da Aponeurose
Palmar envolvido na
contratura de Dupuytren são:
• As Bandas Pré Tendinosas
O Ligamento Natatório
O Ligamento Transverso
Superficial
Anatomia
• As faixas pré-tendinosas de Mcgrounther são
divididas em :
• Camada Superficial ( Termina na Derme)
• Camada Intermediária ( Espirais de Gosset)
• Camada Profunda ( Termina próximo ao
tendão)
Anatomia
• Fascia Digital:
Ligamento de Grayson
Ligamento de Cleland
Folha Digital Lateral
Etiologia
• Algumas teorias sobre o aparecimento da doença:
• A) Teoria Intrínseca: Na qual a enfermidade tem
sua origem em segmentos bem definidos da
aponeurose normal preexistente
• B) Teoria Extrínseca: Refere a metaplasia do
tecido fibroadiposo como causa da enfermidade,
autores acreditam ainda que a síntese das duas
teorias seria uma abordagem mais aceitável.
Etiologia
• C) Teoria Histoquímica: Estabelece a adiposidade
palmar como sítio de origem da enfermidade, sendo que
alterações na composição e distribuição de ácidos graxos
levem a hipóxia na pele e tecido adiposo dos pacientes
• Estudos recentes indicam grande potencial para isquemia
induzida pela geração de radicais livres, os quais
poderiam estimular a proliferação de fibroblastos, desse
modo a relação entre a idade, o diabetes, o uso de álcool
e o fumo com a doença estariam relacionados à geração
de radicais livres
Etiologia
• Foram também observadas alterações profundas
que imitam as que ocorrem durante o processo de
cicatrização, como aumento da atividade da enzima
lisiloxidase, do colágeno total e do colágeno do
tipo III, encontrado no tecido cicatricial e de
granulação, bem como em pacientes portadores
desta enfermidade.
Etiologia
• D) Teoria Histológica: Ocorre a participação dos
fibroblastos, sendo que alguns estudos recentes,
demonstraram que os fibroblastos encontrados nos
pacientes com enfermidade de Dupuytren são idênticos
aos da fáscia normal, apenas em maior número e situados
em torno de microvasos estenosados e, miofibroblastos
que pareciam participar de forma preponderante no
estabelecimento da enfermidade estão presentes apenas
nos nódulos e ausentes nas cordas, não sendo, portanto,
responsáveis pela retração e contratura da aponeurose
palmar enferma
Clínica
• O primeiro sinal da doença
começa com depressões
palmares que evoluem para
nódulo na região palmar ,
próximo ao dedo anular ou do
mínimo.
• O nódulo pode ser confundido
com um calo e, normalmente,
não apresenta dor.
• Com a evolução da doença,
outros nódulos aparecem,
levando a contração dos tendões
dos dedos, flexionando-os.
Clínica
• O envolvimento
bilateral 50%
• Quando unilateral
acomete mais a mão
dominante
• Mais do lado ulnar
• Dedos: Anular,
Mínimo (Tendão
Abdutor) e médio
Clínica
• Sítios Ectópicos:
• Doença de Ledderhosen
(5-20% )
Fáscia Plantar
*Não existe contratura
dos artelhos
• Doença de Peyronie
(2-5%)
Fáscia do Pênis
Clínica
• Coxins Articulares de
Garrod: presente
nodorso das IFP
• Severidade ( Fatores
de Diátese de Hueston)
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HF+ -
Radial -
Sítios Ectópicos -
Rápida Progressão
Diagnóstico Diferencial
• Dedo em gatilho Isolado
• Induração Palmar
• Dupuytren Digital
• Cisto sinovial
TRATAMENTO
• CONSERVADOR:
• Os casos mais leves são tratados conservadoramente, na
tentativa de evitar contratura articulares secundarias, por
meio de exercícios de extensão forçada e aumento da
extensibilidade da fáscia através do uso de correntes
ultrassônicas ou outra modalidade de calor profundo
• A utilização da radioterapia, a ingestão de vitamina E, e o
uso de corticoterapia também é indicado na fase nodular
da doença, associados à imobilização da mão afetada.
Tratamento
• Segundo Agne (2004) o uso do ultrassom tem se
verificado eficiente no tratamento conservador da
Contratura de Dupuytren, aliviando a dor e
diminuindo a retração cicatricial.
• Para Machado (2000), outra técnica
fisioterapêutica que tem se mostrado eficaz é o uso
do banho de parafina no segmento acometido.
TRATAMENTO
• O tratamento cirúrgico é indicado quando as faixas faciais
palmares produzem uma contratura em flexão das
articulações metacarpofalangeana ou interfalangeana ou
uma contratura em adução do polegar ou de outras
membranas interdigitais (Connoly; Davey; Boscheinen –
Morrin, 2002).
Tratamento
• Há várias controvérsias no tratamento da contratura de
Dupuytren. Diferentes técnicas para liberação da
contratura são utilizadas na prática clínica como: a)
fasciectomia regional, b) fasciectomia radical, c) palma
aberta, d) dermofasciectomia, etc... Essas técnicas
necessitam de centro cirúrgico, equipe cirúrgica
especializada, internação hospitalar, tempo cirúrgico
prolongado e cuidados pós-operatórios intensos, para
evitar ou tratar as complicações na extensa ferida
operatória, tais como hematoma, edema, infecção,
necrose e rigidez articular (Chambriard et al, 1996).
Tratamento
• Em estudo realizado por Fernandes; Fridman; Silva
(1999), 30 pacientes num período de 48 meses foram
submetidos a fasciectomia regional.
• Em todos os casos, utilizou-se a técnica cirúrgica da
palma aberta, proposta por McCash. Na totalidade dos
pacientes houve acometimento da borda ulnar da mão.
Foram necessários 25 dias, em média para completar a
cicatrização cutânea.
• Obteve-se déficit residual articular médio de 20 graus,
sempre ao nível da articulação interfalangiana proximal.
Cinqüenta dias, em média, foram necessários para que os
pacientes retornassem a atividade manual independente.
Tratamento
• Em um outro estudo realizado por Almeida, Barros e
Barros (1997), foi realizada a avaliação de 100
pacientes portadores de enfermidade de Dupuytren, no
período de 1984 a 1994. A faixa etária variou de 39 a 73
anos, com média de 52 anos, sendo 88 pacientes do
sexo masculino e 12 do feminino. Com relação à
lateralidade, foi observado envolvimento bilateral em
45% dos casos, acometimento apenas à direita em 32%
e à esquerda em 23%. Houve predominância do
envolvimento dos dedos mínimo e anular em 60% dos
casos, polegar em 25%, dedo médio em 10% e
indicador em 5%.
Tratamento
• Os pacientes foram acompanhados por período de
dois a quatro anos, sendo em média três anos, e
divididos em estágios evolutivos da enfermidade
no momento do tratamento e da indicação cirúrgica
para padronização dos resultados. Obteve-se, nos
pacientes acompanhados em média por três anos,
correção completa em 85% dos casos, correção
parcial em 15% dos casos; perda parcial de
extensão em 5% e perda parcial de flexão em 10%
dos pacientes.
Cirurgia:
• Fasciotomia: trata-se simplesmente da secção da faixa
contraída. O procedimento é adequado para pacientes
idosos, pois ele produz um bom resultado inicial;
entretanto pode haver recorrência do quadro.
• Fasciectomia Radical: Ressecção extensa de toda a
aponeurose. Este procedimento apresenta o risco de
complicações da ferida.
• Fasciectomia Local ou Regional: Produz o melhor
resultado global com a menor morbidade (Connoly;
Davey; Boscheinen –Morrin, 2002).
FISIOTERAPIA:
• Para a reabilitação pós-operatória são realizados
exercícios ativos ao longo de toda a amplitude articular.
Esses devem ser iniciados se possível no primeiro dia de
pós-operatório. Todos os movimentos de polegar, dedos e
punho são realizados regularmente e modificados até a
obtenção de toda a amplitude articular. Podem ser
utilizadas talas para posicionamento de extensão dos
dedos, em conjunto com um programa cinesioterápico
(Lech, 2004).
• O uso de splints é muito importante para obter um melhor
resultado e evitar recidiva. É freqüentemente útil usar um
splint ao dormir por diversos meses após a cirurgia.
– Síndrome do Túnel Ulnar ou S. do Canal de Guiyon
• Insidência menor que STC, porém pode estar associada
• O túnel é formado pelo retináculo flexor dorsalmente e anteriormente pelo
ligamento palmar do corpo e medialmente pelo osso psiforme
• A causa mais comum é o cisto sinovial
• Outras causas: músculos anômalos, AR, osteartrite, ciclismo
• A clínica depende do local da composição antes da bifurcação: deficit
sensorial – sintomas motores do 4º e 5º dedo
ramo superficial – déficit sensorial
ramo profundo – sintomas motores
• EMG – definir sítio de compressão e ramos envolvidos
• Ressonância – determinar causas, como cisto, músculos anômalos, tumor, etc
Síndrome do Túnel Ulnar
– Contratura de Dupuytren
• Espessamento e retração da fascia palmar com consequente contratura em
flexão dos dedos e incapacidade das mãos
• Maior em homens
• Alta insidência na Europa. Possível influência genética – autossomo
dominante no homem
• 65% em parentes
• Etiologia desconhecida
• Associação com outras patologias
• Marcante proliferação dos fibroblastos e hiperplasia vascular e depósito
desordenado de colágeno
• 3 fases de evolução: proliferativa; involutiva; residual
• 4º; 5º e 3º dedo são mais afetados
Tendinites
Doença de Dupuytren

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Doença de Dupuytren

  • 1. Cirurgia Plástica Serviço de Cirurgia Plástica e Queimados da Santa Casa de Misericórdia de São José do Rio Preto Regente : Valdemar Mano Sanches
  • 3. Introdução • A enfermidade consiste basicamente em uma doença fibro-proliferativa da fáscia palmar, caracterizada pela degeneração de fibras elásticas, espessamento e hialinização do feixe de fibras de colágeno da fáscia palmar, com formação de nódulos e contração. • A etiologia é multifatorial
  • 4. Histórico • A primeira menção sobre uma doença deformante em mão ( Dupuytren, hanseníase?) está no Novo Testamento onde Cristo cura um homem com a mão defeituosa • Mateus 12:10
  • 5. Histórico • Historiadores médicos não identificaram nenhuma condição semelhante a Doença de Dupuytren em exaustivos exames de escritos médicos de gregos e romanos • Main de Dieu adorna a terceira edição da monografia de Dupuytren
  • 6. Histórico • Existe a especulação que essa doença teve origem com os povos Celtas e do norte da Europa • “Viking disease”,era iniciamente a denominação dessa doença que aparece descrita nas Sagas Vikings em 1300 dC
  • 7. Histórico • Dos estudos da história da contratura palmar feitos por Elliot (1988- 1990), aparece o primeiro tratamento cirúrgico da doença de Dupuytren em 1614 ,descrita por Felix Plater, (1536-1614), professor de Anatomia de Basiléia.
  • 8. Histórico • Henry Cline Senior (1750 - 1826), um dos pupilos de John Hunter(1728 - 1793), fez a primeira dissecção da aponeurose de uma mão com contratura palmar 1777 • Descrevendo assim a liberação da contratura da aponeurose palmar pela técnica de fasciotomia percutânea
  • 9. Histórico • Foi estudada por Cooper (1822) na Inglaterra, diferenciando-a das contraturas produzidas pelas lesões dos tendões flexores e bainhas • Relatou a relação da contratura com trabalho manual pesado
  • 10. História • Alexis Boyer (1826), cirurgião pessoal de Napoleão Bonaparte e professor de Dupuytren, descreveu a "crispatura tendinum" em 1823.
  • 11. Histórico • Em 1832, Guillaume Dupuytren (1777-1835) publica um artigo descrevendo a afecção na qual existia relato minucioso da patologia e de seu tratamento cirúrgico e, devido a esta descrição detalhada, a doença passou a receber o nome de enfermidade de Dupuytren ou contratura de Dupuytren.
  • 12. Histórico • Keen, em 1900, popularizou a excisão radical da aponeurose palmar como tratamento para a doença de Dupuytren. • Luck, em 1959, demonstrou que a lesão básica da contratura de Dupuytren é um foco de proliferação fibroblástica, que, ao crescer, origina nódulos e tende a unir a pele à fascia palmar, formando cordões
  • 13. Histórico • McFarlane descreveu a deformidade da articulação metacarpo falângica como resultado do acometimento das bandas pré- tendíneas e a diferenciou da deformidade das articulações
  • 14. EPIDEMIOLOGIA • A incidência é maior no sexo masculino, com uma relação de 7:1( até 10/1 ), ocorrendo mais comumente no dedo anular • A doença de Dupuytren incide mais freqüentemente em homens entre a 5ª e 7ª décadas de idade, principalmente em homens de origem escandinava ou celta, sendo rara em negros e asiáticos • Rara em crianças • Prevalência 2-42% dependendo da População estudada
  • 15. ETIOLOGIA: • A etiologia e a fisiopatologia da contratura de Dupuytren continuam sendo obscuras. • Existe uma história familiar positiva em 25% dos casos, apesar de a contratura ocorrer principalmente em Trabalhadores manuais ( Microtraumas) e ser também observada em sedentários, Alcolistas, Diabéticos (Microangiopatia) , Tabagistas ( Isquemia) e Epiléticos ( Anticonvulsivantes?). • Multifatorial
  • 16. Anatomia • A Fáscia Palmar é dividida em : • Aponeurose Palmar • Aponeurose Tenar • Aponeurose Hipotenar • Aponeurose Digital
  • 17. Anatomia • Basicamente os três componentes da Aponeurose Palmar envolvido na contratura de Dupuytren são: • As Bandas Pré Tendinosas O Ligamento Natatório O Ligamento Transverso Superficial
  • 18. Anatomia • As faixas pré-tendinosas de Mcgrounther são divididas em : • Camada Superficial ( Termina na Derme) • Camada Intermediária ( Espirais de Gosset) • Camada Profunda ( Termina próximo ao tendão)
  • 19. Anatomia • Fascia Digital: Ligamento de Grayson Ligamento de Cleland Folha Digital Lateral
  • 20. Etiologia • Algumas teorias sobre o aparecimento da doença: • A) Teoria Intrínseca: Na qual a enfermidade tem sua origem em segmentos bem definidos da aponeurose normal preexistente • B) Teoria Extrínseca: Refere a metaplasia do tecido fibroadiposo como causa da enfermidade, autores acreditam ainda que a síntese das duas teorias seria uma abordagem mais aceitável.
  • 21. Etiologia • C) Teoria Histoquímica: Estabelece a adiposidade palmar como sítio de origem da enfermidade, sendo que alterações na composição e distribuição de ácidos graxos levem a hipóxia na pele e tecido adiposo dos pacientes • Estudos recentes indicam grande potencial para isquemia induzida pela geração de radicais livres, os quais poderiam estimular a proliferação de fibroblastos, desse modo a relação entre a idade, o diabetes, o uso de álcool e o fumo com a doença estariam relacionados à geração de radicais livres
  • 22. Etiologia • Foram também observadas alterações profundas que imitam as que ocorrem durante o processo de cicatrização, como aumento da atividade da enzima lisiloxidase, do colágeno total e do colágeno do tipo III, encontrado no tecido cicatricial e de granulação, bem como em pacientes portadores desta enfermidade.
  • 23. Etiologia • D) Teoria Histológica: Ocorre a participação dos fibroblastos, sendo que alguns estudos recentes, demonstraram que os fibroblastos encontrados nos pacientes com enfermidade de Dupuytren são idênticos aos da fáscia normal, apenas em maior número e situados em torno de microvasos estenosados e, miofibroblastos que pareciam participar de forma preponderante no estabelecimento da enfermidade estão presentes apenas nos nódulos e ausentes nas cordas, não sendo, portanto, responsáveis pela retração e contratura da aponeurose palmar enferma
  • 24. Clínica • O primeiro sinal da doença começa com depressões palmares que evoluem para nódulo na região palmar , próximo ao dedo anular ou do mínimo. • O nódulo pode ser confundido com um calo e, normalmente, não apresenta dor. • Com a evolução da doença, outros nódulos aparecem, levando a contração dos tendões dos dedos, flexionando-os.
  • 25. Clínica • O envolvimento bilateral 50% • Quando unilateral acomete mais a mão dominante • Mais do lado ulnar • Dedos: Anular, Mínimo (Tendão Abdutor) e médio
  • 26. Clínica • Sítios Ectópicos: • Doença de Ledderhosen (5-20% ) Fáscia Plantar *Não existe contratura dos artelhos • Doença de Peyronie (2-5%) Fáscia do Pênis
  • 27. Clínica • Coxins Articulares de Garrod: presente nodorso das IFP • Severidade ( Fatores de Diátese de Hueston) – Jovem - HF+ - Radial - Sítios Ectópicos - Rápida Progressão
  • 28. Diagnóstico Diferencial • Dedo em gatilho Isolado • Induração Palmar • Dupuytren Digital • Cisto sinovial
  • 29. TRATAMENTO • CONSERVADOR: • Os casos mais leves são tratados conservadoramente, na tentativa de evitar contratura articulares secundarias, por meio de exercícios de extensão forçada e aumento da extensibilidade da fáscia através do uso de correntes ultrassônicas ou outra modalidade de calor profundo • A utilização da radioterapia, a ingestão de vitamina E, e o uso de corticoterapia também é indicado na fase nodular da doença, associados à imobilização da mão afetada.
  • 30. Tratamento • Segundo Agne (2004) o uso do ultrassom tem se verificado eficiente no tratamento conservador da Contratura de Dupuytren, aliviando a dor e diminuindo a retração cicatricial. • Para Machado (2000), outra técnica fisioterapêutica que tem se mostrado eficaz é o uso do banho de parafina no segmento acometido.
  • 31. TRATAMENTO • O tratamento cirúrgico é indicado quando as faixas faciais palmares produzem uma contratura em flexão das articulações metacarpofalangeana ou interfalangeana ou uma contratura em adução do polegar ou de outras membranas interdigitais (Connoly; Davey; Boscheinen – Morrin, 2002).
  • 32. Tratamento • Há várias controvérsias no tratamento da contratura de Dupuytren. Diferentes técnicas para liberação da contratura são utilizadas na prática clínica como: a) fasciectomia regional, b) fasciectomia radical, c) palma aberta, d) dermofasciectomia, etc... Essas técnicas necessitam de centro cirúrgico, equipe cirúrgica especializada, internação hospitalar, tempo cirúrgico prolongado e cuidados pós-operatórios intensos, para evitar ou tratar as complicações na extensa ferida operatória, tais como hematoma, edema, infecção, necrose e rigidez articular (Chambriard et al, 1996).
  • 33. Tratamento • Em estudo realizado por Fernandes; Fridman; Silva (1999), 30 pacientes num período de 48 meses foram submetidos a fasciectomia regional. • Em todos os casos, utilizou-se a técnica cirúrgica da palma aberta, proposta por McCash. Na totalidade dos pacientes houve acometimento da borda ulnar da mão. Foram necessários 25 dias, em média para completar a cicatrização cutânea. • Obteve-se déficit residual articular médio de 20 graus, sempre ao nível da articulação interfalangiana proximal. Cinqüenta dias, em média, foram necessários para que os pacientes retornassem a atividade manual independente.
  • 34.
  • 35. Tratamento • Em um outro estudo realizado por Almeida, Barros e Barros (1997), foi realizada a avaliação de 100 pacientes portadores de enfermidade de Dupuytren, no período de 1984 a 1994. A faixa etária variou de 39 a 73 anos, com média de 52 anos, sendo 88 pacientes do sexo masculino e 12 do feminino. Com relação à lateralidade, foi observado envolvimento bilateral em 45% dos casos, acometimento apenas à direita em 32% e à esquerda em 23%. Houve predominância do envolvimento dos dedos mínimo e anular em 60% dos casos, polegar em 25%, dedo médio em 10% e indicador em 5%.
  • 36. Tratamento • Os pacientes foram acompanhados por período de dois a quatro anos, sendo em média três anos, e divididos em estágios evolutivos da enfermidade no momento do tratamento e da indicação cirúrgica para padronização dos resultados. Obteve-se, nos pacientes acompanhados em média por três anos, correção completa em 85% dos casos, correção parcial em 15% dos casos; perda parcial de extensão em 5% e perda parcial de flexão em 10% dos pacientes.
  • 37. Cirurgia: • Fasciotomia: trata-se simplesmente da secção da faixa contraída. O procedimento é adequado para pacientes idosos, pois ele produz um bom resultado inicial; entretanto pode haver recorrência do quadro. • Fasciectomia Radical: Ressecção extensa de toda a aponeurose. Este procedimento apresenta o risco de complicações da ferida. • Fasciectomia Local ou Regional: Produz o melhor resultado global com a menor morbidade (Connoly; Davey; Boscheinen –Morrin, 2002).
  • 38. FISIOTERAPIA: • Para a reabilitação pós-operatória são realizados exercícios ativos ao longo de toda a amplitude articular. Esses devem ser iniciados se possível no primeiro dia de pós-operatório. Todos os movimentos de polegar, dedos e punho são realizados regularmente e modificados até a obtenção de toda a amplitude articular. Podem ser utilizadas talas para posicionamento de extensão dos dedos, em conjunto com um programa cinesioterápico (Lech, 2004). • O uso de splints é muito importante para obter um melhor resultado e evitar recidiva. É freqüentemente útil usar um splint ao dormir por diversos meses após a cirurgia.
  • 39. – Síndrome do Túnel Ulnar ou S. do Canal de Guiyon • Insidência menor que STC, porém pode estar associada • O túnel é formado pelo retináculo flexor dorsalmente e anteriormente pelo ligamento palmar do corpo e medialmente pelo osso psiforme • A causa mais comum é o cisto sinovial • Outras causas: músculos anômalos, AR, osteartrite, ciclismo • A clínica depende do local da composição antes da bifurcação: deficit sensorial – sintomas motores do 4º e 5º dedo ramo superficial – déficit sensorial ramo profundo – sintomas motores • EMG – definir sítio de compressão e ramos envolvidos • Ressonância – determinar causas, como cisto, músculos anômalos, tumor, etc Síndrome do Túnel Ulnar
  • 40. – Contratura de Dupuytren • Espessamento e retração da fascia palmar com consequente contratura em flexão dos dedos e incapacidade das mãos • Maior em homens • Alta insidência na Europa. Possível influência genética – autossomo dominante no homem • 65% em parentes • Etiologia desconhecida • Associação com outras patologias • Marcante proliferação dos fibroblastos e hiperplasia vascular e depósito desordenado de colágeno • 3 fases de evolução: proliferativa; involutiva; residual • 4º; 5º e 3º dedo são mais afetados Tendinites