O documento descreve a Semana de Arte Moderna de 1922 no Brasil, que marcou o início do modernismo no país. Durante uma semana no Teatro Municipal de São Paulo, artistas apresentaram novas obras literárias, plásticas, arquitetônicas e musicais que buscavam criar uma arte genuinamente brasileira inspirada pelas vanguardas européias. O evento provocou grande impacto e debate ao propor uma renovação cultural que rompesse com padrões artísticos anteriores.
3. SEMANA DE ARTE MODERNA
DE 1922
Ocorreu na cidade de São Paulo entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922.
Tendo como palco o Teatro Municipal de São Paulo
Marco inicial do modernismo no Brasil.
4.
5. A Semana de Arte Moderna de 1922
O que esses artistas pretendiam?
CAPA DE
DI CAVALCANTI
PARA O CATÁLOGO DA EXPOSIÇÃO.
Teve como principal propósito renovar,
transformar o contexto artístico e cultural
urbano.
Tanto na literatura, quanto nas artes plásticas,
na arquitetura e na música.
Criar uma arte essencialmente brasileira ,
embora em sintonia com as novas tendências
europeias:
AS VANGUARDAS
6. Quais são as influências?
Vanguardas: movimento formado por grupos de pessoas, que por
seus conhecimentos ou por uma tendência natural, são precursores ,
pioneiros em determinado movimento artístico ou científico.
Cubismo: geometria
Futurismo: um novo olhar
Expressionismo: impacto
Fauvismo: o poder das cores
Dadaísmo: destruidor
Surrealismo: o irreal
7. Durante uma semana a cidade entrou
em plena ebulição cultural, sob a
inspiração de novas linguagens, de
experiências artísticas, de uma
liberdade criadora sem igual, com o
consequente rompimento com o
passado.
O que aconteceu lá?
9. O catálogo da Semana apresenta
nomes como os de:
Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Yan de Almeida
Prado, John Graz, Oswaldo Goeldi, entre
outros, na Pintura e no Desenho;
Victor Brecheret, Hildegardo Leão Velloso e
Wilhelm Haarberg, na Escultura;
Antonio Garcia Moya e Georg Przyrembel, na
Arquitetura.
Entre os escritores encontravam-se Mário e
Oswald de Andrade, Menotti Del Picchia,
Sérgio Milliet, Plínio Salgado, e outros mais.
A música estava representada por autores
consagrados, como Villa-Lobos, Guiomar
Novais, Ernani Braga e Frutuoso Viana.
10. O evento
conferências dos artistas.
recitais.
exposições de arte.
leitura.
Convenções
apresentação do novo projeto da arte.
11. As críticas
“ É preciso que se saiba que nos
manicômios se produzem poemas,
partituras, quadros e estátuas, e que
essa arte de doidos tem o mesmo
característico da arte dos futuristas e
cubistas que andam soltos por aí ’’.
Jornal do Comércio
fevereiro de 1922
12. Quais as ideias lançadas durante a semana de 22?
REVISTAS DE ARTE:
KLAXON (SP)
A FESTA (RJ)
A REVISTA (BELO HORIZONTE)
MANIFESTOS:
PAU-BRASIL
ANTROPÓFAGO OU ANTROPOFÁGICO
VERDE-AMARELO
ANTA
MOSTRAM AS IDEIAS E A NOVA
FORMA DE PENSAR DOS ARTISTAS
BRASILEIROS.
13. Qual o legado deixado pela S.A.M?
O principal legado da
Semana de Arte
Moderna foi libertar a
arte brasileira da
reprodução nada criativa
de padrões europeus, e
dar início à construção
de uma cultura
essencialmente
nacional.
14. TARSILA DO
AMARAL
1886-1973
Nasceu em1886, em Capivari, interior do Estado de
São Paulo.
Passou a infância nas fazendas de seu pai.
Estudou em São Paulo e depois em Barcelona, na
Espanha.
Iniciou nas artes aos 30 anos.
Em 1920, foi estudar em Paris, na Académie Julien.
Não participou da semana de arte moderna ,pois
estava em Paris.
Voltou ao Brasil em junho de 1922 e entrou em
contato com os modernistas.
Tarsila e Oswald casaram-se em 1926.
Tarsila faleceu em janeiro de 1973.
15. Autorretratode Tarsila do Amaral de
1923
Quando voltou ao Brasil, Anita a
introduziu no grupo modernista
e Tarsila começou a namorar o
escritor Oswald de Andrade.
Formaram o grupo dos cinco:
Tarsila, Anita, Oswald, e os
escritores Mário de Andrade e
Menotti Del Picchia.
Agitaram culturalmente São
Paulo com reuniões, festas,
conferências.
16. 1923 em Paris
A NEGRA, 1923, TARSILA DO AMARAL
A figura da Negra tinha
muita ligação com sua
infância, pois essas negras
eram geralmente filhas de
escravos que tomavam
conta das crianças e,
algumas vezes, serviam até
de amas de leite.
Com esta tela, Tarsila entrou
para a história da arte
moderna brasileira.
18. Fase : Pau Brasil
O Mamoeiro (1925)
As cores tornaram-se uma das
marcas da sua obra, assim como
a temática brasileira, com as
paisagens rurais e urbanas do
nosso país, além da nossa
fauna, flora, folclore e do nosso
povo.
Além do tema e das cores, Tarsila
trouxe a técnica do cubismo
aprendida em Paris para os seus
trabalhos.
22. Fase: Antropofágica
Essa fase durou apenas de 1928 e
1929.
de comer
Tarsila deu um presente de aniversário
ao seu marido, Oswald de Andrade.
Pintou o ‘Abaporu’. Quando Oswald viu,
ficou impressionado e disse que era o
melhor quadro que Tarsila já havia feito.
Batizou-se o quadro de Abaporu, que
significa homem que come carne
humana, o antropófago.
23. ABAPOROU 1928
A artista contou que o
Abaporu era fruto de imagens
do seu inconsciente, e tinha a
ver com as histórias que as
negras contavam para ela em
sua infância.
A figura do Abaporu
simbolizou o Movimento que
queria deglutir, engolir, a
cultura européia, que era a
cultura vigente na época, e
transformá-la em algo bem
brasileiro. Valorizando o
nosso país.
25. CARACTERÍSTICAS DA PINTURA ANTROPOFÁGICA
Gigantismo, violenta
deformação, pureza
cromática, redução da
palheta a alguns tons
essenciais, despojamento da
composição por um lado e
por outro apelo fantástico, ao
mágico e ao onírico.
de um ser humano. Os povos que praticavam a antropofagia a faziam pensando que,
assim, iriam adquirir as habilidades e força das pessoas que comiam e a sua virilidade.
31. Fase Social
Em 1933 pintou a tela ‘Operários’, pioneira da
temática social no Brasil. Desta fase, temos também
a tela ‘Segunda Classe’ e outras que podemos
atribuir ao social.
34. Fase: NeoPau Brasil
O PORTO, TARSILA DO AMARAL
Em 1950, ela voltou com a temática do Pau
Brasil com a tela ‘Fazenda’. Outras telas
desta fase são ‘Vilarejo com ponte e
mamoeiro´, ´Povoação I´ e ´Porto ´.
37. 1917: EXPOSIÇÃO
DE
ANITA MALFATTI
(1889-1957)
São Paulo
Causa o 1º confronto aberto entre o velho Monteiro
Lobato e a artista, em um artigo para o jornal.
Depois das críticas ela recuou do projeto ousado,
ainda participou da semana de arte moderna, mas os
modernistas foram se afastando dela.
Anita Malfatti trazia da Europa,experiências
vanguardistas que marcaram intensamente o
trabalho desta jovem, que em 1917 realizou a que
ficou conhecida como a primeira exposição do
Modernismo brasileiro.
A BOBA (1915-16)
43. CÍCERO DIAS
1908-2003 É um dos mais significativos integrantes da primeira
geração de artistas modernos.
Foi amigo de Pablo Picasso.
Residiu em Paris e interessou-se pelo surrealismo.
A partir de 1945 pioneiro na arte abstrata no Brasil.
Nos anos 1960, voltou á pintura figurativa.
Residiu em Paris e
interessou-se pelo
surrealismo.
44.
45.
46. OSWALDO
GOELDI
1895-1961
Gravador e desenhista.
Influenciado por Edward Munch,
é considerado pioneiro do
expressionismo no Brasil.
A presença de Oswaldo
Goeldi na semana foi anunciada
em jornais, mas, ao que tudo
indica, ele não participou.
Goeldi representa uma outra
vertente do modernismo
brasileiro, de forte influência
expressionista
47.
48.
49. EMILIANO DI
CAVALCANTI
1897-1976
Criou o cartaz e expôs 12
obras na semana de Arte
Moderna.
Depois de 1922 viajou
para Europa e conviveu
com artistas como Picasso,
Lérger, Braque, Matisse,
dentre outros.
É dessa época o interesse
pelas mulatas brasileiras,
que marcariam sua obra.
53. LASAR SEGALL
1891-1957 Foi um pintor, escultor e gravurista
judeu nascido no território da atual
Lituânia.
O trabalho de Segall teve influências do
impressionismo, expressionismo e
modernismo.
Seus temas mais significativos foram
representações pictóricas do sofrimento
humano: a guerra e a perseguição.
57. APÓS A SEMANA DE ARTE MODERNA
A segunda geração de artistas
58. Alfredo Volpi
1896-1988
Itália
Foi um pintor ítalo-
brasileiro considerado
pela crítica como um dos
artistas mais importantes
da segunda geração do
modernismo. Uma das
características de suas
obras são as
bandeirinhas e os
casarios.
59.
60. Portinari
1903-1962
Cândido Portinari foi um pintor brasileiro, nasceu em
Brodowski-sp um dos principais nomes do Modernismo
cujas obras alcançaram renome internacional, como o
painel Guerra e Paz, na sede da ONU em Nova Iorque e
a série, Emigrantes do acervo do Museu de Arte de São
Paulo (MASP).
Durante sua trajetória, ele estudou na Escola de Belas-
Artes do Rio de Janeiro; visitou muitos países, entre
eles, a Espanha, a França e a Itália, onde finalizou seus
estudos.
No ano de 1935 ele recebeu uma premiação em Nova
Iorque por sua obra "Café". Deste momento em diante,
sua obra passou a ser mundialmente conhecida.
A morte de Cândido Portinari teve como causa
aparente uma intoxicação causada por elementos
químicos presentes em certas tintas.
63. O Lavrador de café, 1934
Portinari retrata um trabalhador
negro na lavoura de café (século 20),
representa-o com os braços e pés
maiores que o resto do corpo
enfatizando assim, como elementos
de força do trabalhador como de
tração física animal, demonstra ao
mesmo tempo sua aproximação com
o Expressionismo alemão.
Essa deformação das figuras era traço
marcante do pintor, representava a
sua necessidade de valorizar o
trabalhador brasileiro e, ao mesmo
tempo, demonstrar a figura dramática
e comovente do negro, marcado pelo
sofrimento do trabalho duro nas
fazendas.
73. Guerra e Paz são dois painéis de, aproximadamente, 14 x 10 m cada um
produzidos pelo pintor Cândido Portinari , entre 1952 e 1956 .
Os painéis foram encomendados pelo governo brasileiro para presentear a sede
da organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York , mas antes de partirem,
em 1956, foram expostos numa cerimônia no Teatro Municipal do Rio de Janeiro
, que contou com a presença do então Presidente Juscelino Kubitschek.
79. Oswald de Andrade
Oswald de Andrade (1890-1954) foi o mais transgressor e
experimental dos modernistas, autor de irônicos
discursos e artigos de ataque aos “passadistas”, nos
meses próximos à Semana de 1922, da qual foi um dos
idealizadores.
“A alegria é a prova dos nove”, declarou no “Manifesto
Antropófago” de 1928, que defendia de forma poética
uma língua brasileira e a metáfora do canibalismo do
índio que deglute o estrangeiro. Era a ideia de
antropofagia como caminho para a cultura brasileira,
reaproriada pela Tropicália nos anos 1960.
80. Mário de Andrade
Um dos principais articuladores da Semana, Mário de
Andrade (1893-1945) foi um teórico central do
modernismo brasileiro.
O prefácio de “Pauliceia desvairada”, publicado pouco
depois da Semana, inspirou a fase inicial do movimento.
A pesquisa folclórica e a linguagem inventiva de
“Macunaíma” (1928) definiram o lugar que o
modernismo ocupa até hoje no imaginário nacional.
Nas décadas seguintes, foi interlocutor de autores das
novas gerações, como Drummond e Sabino, e publicou
trabalhos importantes sobre música tradicional
brasileira.
81. Menotti Del Picchia
Publicado em 1917, o poema “Juca Mulato”, de
Menotti del Picchia (1892-1988) chamou atenção
por mesclar formas clássicas, disposição gráfica
ousada e temas nacionais.
Em 1922, teve atuação incendiária na Semana, com
uma palestra sobre estética modernista que recebeu
aplausos entusiasmados e vaias indignadas.
Mais tarde, alinhou-se a um ramo nacionalista do
movimento, o “verde-amarelismo”, com Cassiano
Ricardo e Plinio Salgado (que também participou da
Semana e, em 1932, fundou a Ação Integralista
Brasileira, de extrema-direita).
82. Heitor Villa-LobosSe a Semana de 1922 foi um evento de São Paulo, sua
grande estrela foi um carioca. Convocado pelos
modernistas paulistas em viagem ao Rio, Heitor Villa-
Lobos (1887-1959) teve 20 composições interpretadas
nos três dias de programação, e um dia todo dedicado
a ele, único compositor brasileiro na Semana.
Foi aplaudido e também vaiado, pela estranheza
causada pelos tambores e instrumentos populares de
congado incorporados à orquestra.
Mais do que a participação intensiva na semana, a
importância do maestro para o modernismo brasileiro
está na criação de uma linguagem própria na música
nacional, unindo elementos de músicas folclóricas e
indígenas já no fim dos anos 1910.
83. Victor Brecheret
Nascido Vittorio em Farnese, na Itália, Victor Brecheret
(1894-1955) foi adotado pelo grupo modernista como o
“Rodin brasileiro”, o representante da escultura na
exposição da Semana de Arte Moderna de 1922.
Na década de 1910, Brecheret estudou artes no Liceu de
Artes e Ofícios, orgulho da São Paulo que se modernizava, e
depois em Roma.
De volta à capital paulista, o artista se destacou num
ambiente de poucas experimentações na escultura.
Em 1954, o desbravamento do país pelos bandeirantes, tão
valorizado pelos modernistas paulistas, foi retratado por
Brecheret na obra “Monumento às bandeiras”, no Parque
do Ibirapuera, nas comemorações dos 400 anos de São
Paulo.