Apresentação do assessor técnico do Conass, Nereu Henrique Mansano, no seminário "O futuro do Sistema Único de Saúde: a contribuição da Planificação da Atenção à Saúde" e a Reunião Conjunta das Câmaras Técnicas de Atenção à Saúde, Atenção Primária à Saúde e Epidemiologia
O papel da epidemiologia na organização das Redes de Atenção à Saúde
1. Painel 1 – As Redes de Atenção à Saúde
O PAPEL DA EPIDEMIOLOGIA NA ORGANIZAÇÃO DAS
REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE
Nereu Henrique Mansano
nereu@conass.org.br
Brasília, 10 de dezembro de 2018
REUNIÃO CONJUNTA DAS CÂMARAS TÉCNICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE,
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE E EPIDEMIOLOGIA
Seminário
“O futuro do Sistema Único de Saúde: a contribuição da Planificação da
Atenção à Saúde”
2. O desafio da gestão
Insuficiente incorporação da
Promoção e da Vigilância em
Saúde nos diversos pontos de
atenção à saúde, inclusive na
Atenção Primária
www.conass.org.br
3. O POSTULADO DA COERÊNCIA ENTRE A SITUAÇÃO
DE SAÚDE E O SISTEMA DE ATENÇÃO À SAÚDE
Os sistemas de atenção à saúde são respostas
sociais deliberadas efetivas, eficientes, de
qualidade e equitativas às necessidades de
saúde da população
Logo, deve haver uma coerência entre
necessidades de saúde expressas na situação
de saúde e o sistema de atenção à saúde que
se pratica socialmente
FONTE: Mendes EV. Os sistemas de serviços de saúde: o que os gestores deveriam saber sobre essas organizações
complexas. Fortaleza, Escola de Saúde Pública do Ceará, 2002
www.conass.org.br
4. ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
Informação para a tomada de decisão em saúde:
Principais públicos-alvo:
1. Formuladores de políticas em saúde,
2. Implementadores de políticas de saúde (gestores e
profissionais de saúde),
3. Usuários (população e comunidades):ampliação de
sua capacidade para participar, de maneira informada,
no processo decisório.
5. Por que conhecer (além da curiosidade acadêmica)?
Não precisamos conhecer para intervir: já sabemos tudo o que
é necessário? (raras situações!);
Precisamos conhecer para (melhor) intervir:
1. Porque é um problema novo;
2. Porque as ações que tinham efeito, não funcionam mais:
- A população afetada mudou? A doença mudou? O contexto mudou? A
efetividade da intervenção mudou?
3. Porque nós mudamos a situação (com uma intervenção):
- Precisamos redefinir grupos de risco, focalizar ações, etc.
4. Porque temos novas tecnologias (e precisamos decidir sobre elas).
6. Evolução do conceito ...
Dos grandes diagnósticos de saúde com função
descritiva-contemplativa...
...às analises de situação de saúde como
instrumento de gestão, com a função de
implementar uma saúde coletiva baseada em
evidencias
7. A TOMADA DE DECISÃO EM SAÚDE COM BASE
NAS EVIDÊNCIAS
8. Medicina Baseada em Evidencias:
(início dos anos 90)
A oferta da melhor atenção ao indivíduo
através da integração da melhor evidência
disponível no que se refere ao
conhecimento de fisiopatologia, custo
efetividade e preferências dos pacientes.
(Brownson, et al, 1999)
9. Medicina Baseada em Evidências:
Modelo tradicional (linear):
Problema evidência científica opções de práticas / diretrizes
Consenso atual: Evidência (efetividade clínica) deve inflluenciar
enormemente a prática médica (diretrizes) (Black,, 2001)
10. Saúde Coletiva Baseada em Evidencias:
(Brownson, et al, 1999).
Fundamenta-se no uso consciente, explícito e
crítico da melhor evidência corrente disponível
para a tomada de decisão sobre a atenção à
comunidade e populações no campo da
proteção da saúde, prevenção de doenças e
promoção da saúde.
11. Modelo tradicional (linear):
Problema evidência científica opções de práticas / diretrizes
A Saúde Coletiva Baseada em Evidências não é
uma extensão da Medicina Baseada em
Evidências, pois ela é qualitativamente diferente.
(Black, 2001).
Saúde Coletiva Baseada em Evidencias:
12. Saúde Coletiva Baseada em Evidencias:
Novo modelo: (Weiss, 1977 in Black, 2001)
Evidência é considerada não “a solução para um
determinado problema”, e sim “um elemento de
argumentação e debate, a fim de levantar pautas
e definir agendas”...
As análises de situação de saúde devem
ser um instrumento importante para
essa argumentação e debate.
13. Saúde Coletiva Baseada em Evidencias:
A tomada de decisão com respeito
à utilização deste conhecimento
gerado para
a transformação da situação de
saúde se constitui em ato político...
A descrição e explicação dos
processos saúde-doença-atenção
(a geração de evidencias) são atos
de geração de
conhecimento/pesquisa.
(PAHO, 1990)
14. Diferentes áreas de influencias “legítimas” (ou não) são,
em geral, acomodadas para a tomada de decisão em
saude coletiva
(Lomas, 2000 in Black, 2001)
•Estrutura institucional:
desenho, atores envolvidos, regras de conduta, recursos...
•Valores:
crenças, ideologias, interesses...
•Informação:
evidências cientificas, experiências, propaganda/mídia
Saúde Coletiva Baseada em Evidencias:
15. Análise de Situação de Saúde:
AÇÃO
CONHECIMENTODADO
INFORMAÇÃO
ANÁLISE
TOMADA DE
DECISÃO EM
SAÚDE
OUTRAS
FONTES DE
INFLUÊNCIA
MONITORAMENTO
ENTENDIMENTO /
INTERPRETAÇÃO
16. Oportunidade
Validade externa
Adequacao e plausibilidade
Escolha da melhor evidência
Qual o grau de certeza que o gestor deseja/necessita ter?
Ferramenta fundamental: Epidemiologia
17. CONJUNTURA ATUAL
Desafios:
Análise de Situação de Saúde
• Institucionalização: inserir no contexto diário das instituições de
saúde a prática da análise de situação de saúde como instrumento
de gestão!
• Etica: ser eticamente conduzida, respeitar os valores da sociedade!
• Utilidade e oportunidade: servir (em tempo e espaço) para quem
necessita dela!
• Factibilidade: ser viável, prática, prudente e ter uma razão custo
efetividade aceitável (informação produzida vs custo)!
• Acurácia: usar fontes de dados, desenho e procedimentos
analíticos adequados e defensáveis!
Ferramenta fundamental: Epidemiologia