O documento descreve um evento de capacitação sobre técnicas de comunicação com espíritos para tarefeiros de mediunidade. Inclui a agenda do evento com temas como remover barreiras de comunicação e conversar com espíritos, além de questões para reflexão sobre o atendimento espírita.
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudo
Capacitação sobre comunicação com espíritos
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PROJETO
“Mediunidade sem Tabu”
CICLO DE CAPACITAÇÃO DE TAREFEIROS DA MEDIUNIDADE
MÓDULO IV
DIÁLOGO COM OS ESPÍRITOS: TÉCNICAS E ARGUMENTOS PARA O
ESCLARECIMENTO E DOUTRINAÇÃO E O PASSE EM REUNIÃO MEDIÚNICA
DATA: 13 setembro de 2015
HORÁRIO: 9h30 às 17h
LOCAL: Sociedade Espírita de Assistência e Estudo -Rua das Hortências, 133, Centro, Guapimirim.
ATIVIDADES: Exposição inicial e Grupos de Reflexão sobre o tema central
PÚBLICO ALVO: Dirigentes de Casas Espíritas - Dirigentes e Tarefeiros das Atividades
Mediúnicas das Casas Espíritas do 6º CEU/CEERJ.
ORGANIZAÇÃO DOS TRABALHOS: Equipe SeAM/AREE/CEERJ e Coordenação Local do
6º CEU/CEERJ.
AGENDA DAS ATIVIDADES
HORÁRIO ATIVIDADE COORDENAÇÃO
9h Recepção Coordenação Local
9h30 Plenário de Abertura dos Trabalhos SeAM/CEERJ
10h45
Exposição Interativa e motivacional sobre o tema
central do Encontro
SeAM e monitores locais
12h – INTERVALO - ALMOÇO
13h30-
16h30
Reflexões em Grupo
(Cada Monitor percorre os 3 grupos)
SeAM e monitores locais
16h50 Avaliação - Plenário de Encerramento Coordenação local
PARTE A – EXPOSIÇÃO INTERATIVA – PONTOS A DESTACAR
O processo da comunicação humana - Aspectos a considerar
Barreiras à comunicação – Como eliminar barreiras
Estratégia para manter uma boa comunicação
Técnica de entrevista – pequena abordagem
Conversando com os Espíritos – o que de mais importante deve ser considerado
CONSELHO ESPÍRITA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - CEERJ
Adeso à Federação Espírita Brasileira
6º CONSELHO ESPÍRITA DE UNIFICAÇÃO – 6º CEU/CEERJ
ÁREA DE EDUCAÇÃO ESPÍRITA
Serviço de Atividades Mediúnicas – SeAM/CEERJ
&
Serviço de Atividades Espirituais e Mediúnicas – SAEM/6ºCEU
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PARTE B – QUESTÕES PARA REFLEXÃO
1. Que alma é essa, que vem buscar auxílio nas reuniões mediúnicas?
2. O que significa “doutrinar” nos termos do Atendimento Mediúnico? A doutrinação não poderia
se dar no plano espiritual?
2.1 Doutrinação e esclarecimento é a mesma coisa?
3. Uma pessoa de boa vontade pode se prestar ao atendimento aos Espíritos, ou existem requisitos
para exercer essa função?
4. Qual deve ser o comportamento do tarefeiro frente aos Espíritos que requerem atendimento?
5. De que classe ou categoria são os Espíritos que buscam as reuniões de atendimento?
6. Que argumentos utilizar na tarefa de esclarecimento às almas em sofrimento? (Exercício)
7. O Atendimento aos Espíritos exige um conhecimento e uma técnica específica?
8. Que linguagem utilizar com os Espíritos?
9. Como saber a procedência do Espírito que se comunica?
10. Devem ser ministrados passes durante a comunicação mediúnica?
PARTE C - COMENTÁRIO DAS QUESTÕES
1. Que alma é essa, que vem buscar auxílio nas reuniões mediúnicas?
a) Kardec pergunta aos Espíritos: - Que se deve entender por uma alma a penar? R - “Uma alma
errante e sofredora, incerta de seu futuro e à qual podeis proporcionar o alívio, que muitas vezes
solicita, vindo comunicar-se convosco. ”
(Livro dos Espíritos; Questão 1015 - Ver Também Questão 664 - Oração pelos sofredores)
2. O que significa “doutrinar” nos termos do Atendimento Mediúnico? A doutrinação não
poderia se dar no plano espiritual?
a) “Doutrinar é instruir em uma doutrina, ou, simplesmente, ensinar”
(Diálogo com as Sombras – Hermínio C. Miranda – capítulo 2- página 67 da 7ª. Edição).
b) “É uma terapia de amor e somente com essa força, em nosso campo de ação espiritual, logramos
o resultado a que ela se propõe. A informação lógica rompe as barreiras mentais e auxilia a razão,
todavia, só o amor bem vivido arrebenta as algemas do ódio, da indiferença e proporciona o
perdão”. (Loucura e Obsessão - Manoel P. de Miranda – cap. 16 – página 211 da 6a. edição).
c) (...) o grande ativador desses petrechos espirituais é, sem dúvida alguma o amor. Para o
doutrinador, o preceito evangélico do "amai-vos uns aos outros", e aquele outro, "amai os vossos
inimigos", não são apenas frases bonitas, para declamar aos espíritos, mas condições essenciais
ao trabalho. O amor fraterno, no trabalho de doutrinação, tem que ser sentido mesmo, e não
apenas fingido ou forçado, tem que emergir das profundezas do ser, como um movimento
irreprimível (...) (Diálogo com as sombras - Hermínio C. Miranda -; 19 Editora FEB;1976; Pág.289)
d). Os atendimentos podem ser efetivados na espiritualidade, mas na Terra, entre os encarnados,
contam com o auxílio do magnetismo humano. Também ocorre o fato de que pela doutrinação os
homens também aprendem sobre a lei de Deus e a servir. (Ver Missionários da Luz - Cap. 17).
e) A reunião mediúnica passa a ser, assim, uma escola espiritual onde todos aprendem e se
desenvolvem. (O Livro dos Médiuns – Cap. XXV – 2ª parte, item 279)
2.1 Doutrinação e esclarecimento é a mesma coisa?
“Todos os sofrimentos: misérias, decepções, dores físicas, perdas de entes amados, encontram
sua consolação em a fé no futuro em a confiança na justiça de Deus, que o Cristo veio ensinar aos
homens. ” (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo. VI item 2)
a) “O trabalho de doutrinação não se resume às poucas horas em que conversamos
diretamente com Espíritos incorporados aos nossos médiuns; ele se projeta ao longo dos
dias e segue nas realizações da noite, quando, em desdobramento, acompanhamos nossos
mentores, nos contatos e nas tarefas que se desenrolam no Mundo do Espírito”
(Diálogo com as Sombras- Hermínio C. Miranda- cap.4- p.278).
3. 3
B). Esclarecer, em reunião de desobsessão, é clarear o raciocínio; é levar uma entidade
desencarnada, através de uma série de reflexões, a entender determinado problema que ela traz
consigo e que não consegue resolver; ou fazê-la compreender que as suas atitudes representam
um problema para terceiros, com agravantes para ela mesma. É levá-la a modificar conceitos
errôneos, distorcidos e cristalizados, por meio de uma lógica clara, concisa, com base na Doutrina
Espírita e, sobretudo, permeada de amor. (Obsessão/Desobsessão – Suely C. Schubert- cap.6)
3. Uma pessoa de boa vontade pode se prestar ao atendimento aos Espíritos, ou existem
requisitos para exercer essa função?
a) A empatia, a capacidade de sentir o problema do Espírito, captar a sua confiança, e atendê-lo
nas suas necessidades. “E, também, essencialmente, gostar do que faz, sentindo a importância
desse serviço. ” (Mediunidade - Tudo o que você precisa saber - Richard Simonetti –Capítulo Direção dos
trabalhos).
b) Necessidade da concentração mental, dando ensejo às boas influências
O doutrinador se torna o centro do processo de auxílio aos espíritos, quanto se põe em sintonia
direta com os mentores espirituais, auxiliados por todos da Reunião. (Missionários da Luz–pág. 287–
36ª. Edição).
c) A autoridade moral é condição indispensável para o êxito da doutrinação. O nome de Deus,
invocado por quem não tenha autoridade moral, nenhum efeito produz na doutrinação dos
Espíritos. Possuir autoridade moral é buscar a compreensão real e profunda no sentido da vida e
nos reais valores humanos.
d). De nada adiantará ao doutrinador exibir aparência de virtudes. Os Espíritos bem sabem de
nossas fraquezas, mas são capazes de reconhecer os legítimos esforços que fazemos para dominá-
las. (Diálogo com as Sombras – Hermínio C. Miranda – Capítulo O doutrinador).
e) “Os médiuns esclarecedores não podem alhear-se do imperativo de entendimento recíproco e estudo
constante em torno das atividades que lhes dizem respeito. Para isso, reunir-se-ão, periodicamente, ou
quando lhes seja possível, para a troca de impressões, à luz da Doutrina Espírita, analisando tópicos do
trabalho ou apresentando planos entre si com o objetivo de melhoria e aperfeiçoamento do grupo.
Semelhantes reuniões são absolutamente necessárias para que se aparem determinadas arestas da
máquina de ação e se ajustem providências a benefício das obras em andamento”.
(Desobsessão – André Luiz –cap. 65)
f) “Pessoas nervosas, versáteis, susceptíveis, bem se depreende, são carecentes de auxílio, não se
encontrando habilitadas para mais altas realizações, quais as que exigem recolhimento, paciência,
afetividade, clima de prece, em esfera de lucidez mental. ” (Manoel Philomeno de Miranda- Grilhões
Partidos – Prolusão).
4. Qual deve ser o comportamento do tarefeiro frente aos Espíritos que requerem atendimento?
a) “Não aparentes uma posição superior, conselheiral, rebuscada, autoritária ou excessivamente
piedosa, simulada, com rasgos de uma emoção que não sintas. Não acreditarão na tua palavra os
desencarnados com os quais dialogues. (Joanna De Angelis no Livro Leis Morais da Vida – Cap. 60).
b) “A conversação será vazada em termos claros e lógicos, mas na base da edificação, sem qualquer
toque de impaciência ou desapreço ao comunicante, mesmo que haja motivos de indução ao
azedume ou à hilaridade. ” (Desobsessão – André Luiz– Cap. 37).
c) “É importante não confundirmos humildade com atitudes piegas, com melosidade. Muitas vezes
a doutrinação exige atitudes enérgicas, não ofensivas ou agressivas, mas firmes e imperiosas. ”
(“Obsessão, O Passe, A Doutrinação” – J. Herculano Pires- Cap. A Doutrinação)
d) O doutrinador deve levar em conta que não obra sozinho – os Mentores Espirituais da Reunião
é que operam a maior parte do trabalho. A eficiência do doutrinador depende da humildade em
reconhecer este processo e se colocar em condições de receber a boa influência dos Espíritos.
(Obsessão, o Passe, a Doutrinação – J. Herculano Pires – Cap. A Doutrinação – pág. 66 da 1ª. Edição).
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5. De que classe ou categoria são os Espíritos que buscam as reuniões de atendimento?
a) eis algumas classes de espíritos comunicantes, segundo o modo como se apresentam nas
Reuniões Mediúnicas:
Sofredores (9); Amedrontados (6); Os que desconhecem a própria situação (6)
Que apresentam dependência alcoólica ou química (6)
Desafiantes (6); Irônicos, Galhofeiros, Zombeteiros (6); Levianos (1)
Revoltados (atrasados) (2); Descrentes (6)
Dementados (6)
Perturbados (4) , Suicidas (6)
Perturbadores ou Assombradores (5);
Batedores (8); Turbulentos (poltergeist) (7)
Inimigos do Espiritismo (6)
Vingativos (6)
Os que auxiliam os obsessores (6)
Pseudo-sábios (1)
Espíritos maus (1)
Ligados a trabalhos de magia e terreiro (6)
Mistificadores; os que querem tomar tempo das reuniões (6)
Os que não conseguem falar (6)
Simpáticos (1)
Referências bibliográficas:
(1) Livro dos Espíritos, Allan Kardec.
(2) A Gênese, Allan Kardec
(3) Obras Póstumas, Allan Kardec.
(4) Seara dos Médiuns, Emmanuel.
(5) A Crise da Morte, Ernesto Bozzano.
(6) Obsessão/ Desobsessão, Suely Caldas Schubert.
(7) As Casas Mal-Assombradas, Camille Flammarion.
(8) O que é o Espiritismo, Allan Kardec.
(9) Mediunidade e Evolução, M. Peralva
6. Que argumentos utilizar na tarefa de esclarecimento às almas em sofrimento?
a) nos argumentos a serem desenvolvidos no processo de diálogo do atendimento espírita o doutrinador
esclarecedor se utilizará dos seus conhecimentos sobre os Princípios Básicos do Espiritismo
1) Deus
1.1 - Atributos da Divindade
1.2 - Justiça e Misericórdia Divinas
1.3 - Causa Primária
1.4 - Leis eternas e imutáveis
1.5 - Causa e Efeito
2) Espírito
2.1 - Existência e Pré-existência dos Espíritos
2.2 - Imortalidade da Alma
2.3 - Dinâmica da Vida Espiritual
3) Evolução
3.1 - Finalidade da Encarnação
3.2 - Lei de Evolução
3.3 - Escala Espírita
5. 5
4) Vidas Sucessivas
4.1 - Finalidade da Reencarnação
4.2 - Esquecimento do Passado
5) Pluralidade dos Mundos Habitados
5.1 - Visão Cósmica dos Mundos
5.2 - Mundos Solidários
6) Comunicabilidade dos Espíritos
6.1 - Mediunidade
6.2 - Intercâmbio Mediúnico
6.3 - Influência dos Espíritos na vida corpórea
6.4 - Lei de atração e sintonia (Ação e Reação)
6.5 - Lei de Perdão
6.1 – Façamos um exercício de saber que argumentos doutrinários utilizar nos exemplos abaixo:
A). Um fenômeno mais ou menos constante é a persuasão em que se acha de não estar morto, e
essa ilusão pode durar vários meses e mesmo vários anos.
• Nesse estado, vai, vem e crê aplicar-se aos seus trabalhos, como se fosse ainda deste
mundo, muito espantado que não respondem quando ele fala. Essa ilusão não é
exclusivamente dos casos de mortes violentas; é encontrada nos indivíduos cuja vida foi
absorvida pelos gozos e interesses materiais. (O que é o Espiritismo- Capítulo III - q. 149)
b) “Na morte violenta as sensações não são precisamente as mesmas (...). Nestas condições,
o desprendimento só começa depois da morte e não pode completar-se rapidamente
(...). No suicida, principalmente, excede a toda expectativa. Preso ao corpo por todas as
suas fibras, o períspirito faz repercutir na alma todas as sensações daquele, com
sofrimentos cruciantes. ”
(O Céu e o Inferno – 2ª Parte – cap. I – itens 11 e 12).
C). Alguns comunicantes às reuniões queixam-se de dores, como se estivessem ainda encarnados;
retratam os mesmos sofrimentos físicos que sofreram no ensejo da morte do corpo. Embora esses
sofrimentos não sejam corporais, não deixam de ser dolorosos a eles, que trazem na memória
perispiritual os reflexos da dor física e devem se atendidos como se atendem os doentes.
A doença que resulta em desequilíbrio moral, no entanto, sobrevive no períspirito, mas obtêm
melhoras nas reuniões de intercâmbio, à medida que se renovam as ideias e a visão interior.
(Nos Domínios da Mediunidade)
“(...) E o Espírito sente-se feliz por não mais experimentar as dores corporais que o
atormentavam alguns instantes antes; sente-se livre, desembaraçado, como aquele a quem
tirassem as cadeias que o prendiam.” (Livro: O que é o Espiritismo – Allan Kardec. Cap. “O Homem
depois da morte” – item 145)
D). Os aparentes materialistas querem esconder o medo sob a capa de frieza. Ao mostrar-se-lhes
uma âncora de salvação a ela se agarrará com esperanças de fugir do nada que os assusta. (Ver O
Livro dos Espíritos – q 148)
E). Certos homicidas são constrangidos a permanecerem sobre o lugar do crime e a ter, sem cessar,
suas vítimas sob seus olhos; (ler Revista Espírita, 1858, página 79: O assassino Lemaire):
Kardec: - tendes encontrado as vossas vítimas?
Resp. – Vejo-as... são felizes; seus olhares perseguem-me... sinto que me varam o ser e debalde
tento fugir-lhes.
Kardec: - onde vos achais agora?
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Resp. – Estou no meu sofrimento.
Kardec: - estais reencarnado ou errante?
Resp. – Errante; se estivesse reencarnado, teria esperança. Já disse: parece-me que a eternidade
está entre mim e a expiação.
f) O homem de gostos sensuais e materiais conserva esses mesmos gostos, mas a impossibilidade
de os satisfazer materialmente é para ele uma tortura.
G). Certos avarentos creem sofrer o frio e as privações que suportaram durante a vida por avareza;
outros permanecem perto dos tesouros que enterraram e estão em transe perpétuo pelo medo
que os roubem;
h) em uma palavra, (...) por toda parte em que se encontre, o Espírito perverso carrega seu inferno
consigo. (Allan Kardec - O que é o Espiritismo – q.160)
7 – O Atendimento aos Espíritos exige um conhecimento e uma técnica específica?
Não há fórmulas prontas para o atendimento, visto que cada tarefeiro utilizará seus
conhecimentos e aptidões de acordo com as situações que se apresentam. No entanto, podemos
identificar na parábola O Bom Samaritano (Lucas 10:29 – O Evangelho Segundo o Espiritismo –
Cap. XV) alguns passos que balizarão o atendimento, que são: PARAR. OUVIR, ATENDER, ANALISAR
E AGIR.
1º Passo: Parar
1) Cessar o torvelinho das próprias emoções - “O silêncio e o recolhimento são condições
essenciais para todas as manifestações sérias” (São Luís, em O Livro dos Médiuns – Cap. XXXI,
item 2)
2) Orar com fervor no início e no final da Reunião - “Pela prece humilde, breve, fervorosa, a
alma se dilata e dá acesso às irradiações do divino foco” (No Invisível – Léon Denis – Cap. X)
3) Alijar-se dos preconceitos e valores rígidos para entender a quem pensa de forma diferente.
4). Concentrar-se, estabelecendo conexão segura com os mentores da Reunião.
2º Passo: Ouvir – É a Técnica de “Escutatória”, ou, no dizer do Mestre: Ter ouvidos de ouvir
1). Fazer a abordagem inicial levando o companheiro em atendimento a falar dos motivos
que o trouxeram à Reunião, motivando a conversação para melhor entendimento da
situação, evitando perguntas de simples curiosidade e que não tenham relação com o
processo de auxílio.
2). Ouvir com ouvidos e coração, com entendimento e sentimento, para além do processo de
simples escuta. Isso significa estabelecer relação entre a situação que o Espírito apresenta
e o seu real problema: ouvir compreendendo aquilo que ainda não está claro para ele
mesmo. Muitas vezes o problema ou a real necessidade não estão expressos na sua fala,
mas ocultos na situação que apresenta ou em sua história.
A alma em aflição traz na própria postura e nas ideias que exterioriza a sua real
necessidade. É imprescindível que o tarefeiro do atendimento observe com atenção
qualquer indício que possa fazer ver o real problema, muitas vezes desconhecido até do
próprio comunicante.
3°Passo: Atender (Apoiar – Clarificar - Encaminhar)
“A conversa com os espíritos desajustados não deve ser um frio debate acadêmico (...) O
confronto aqui não é de inteligências, nem de culturas; é de corações, de sentimentos. O
conhecimento doutrinário torna-se importante como base de sustentação”
(Diálogo com as Sombras– Hermínio Miranda –cap. II)
1) Oferecer ao Espírito comunicante, auxílio socorrista imediato, nas situações consideradas
de emergência, buscando retirá-lo dos quadros mentais aflitivos ou perturbadores,
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geralmente ligados às circunstâncias da morte física;
2). Procurar minimizar lembranças traumáticas da última existência e os remanescentes
sentimentos de culpa;
3). Estabelecer a relação de confiança fazendo da conversação um diálogo fraterno. Para
isso, usar de moderação na fala e na voz, adequadamente à situação;
4). Estimular a alegria e a esperança;
5) Esclarecer, quando for o momento, quanto à sua real situação de espírito liberto do
corpo, fazendo-o refletir sobre o que lhe vem acontecendo ultimamente;
6). Encaminhar à assistência dos espíritos amigos, levando-o a notar-lhes a presença.
4º Passo: Analisar
“Tendes, às vezes, comunicações que requerem réplicas sérias e respostas não menos sérias por
parte dos Espíritos evocados (Mensagem de São Luís - O Livro dos Médiuns – cap. XXXI, item 23)
Esta etapa do atendimento, tanto quanto o passo seguinte, é mais observada no atendimento aos
espíritos em situação de grande sofrimento moral ou aos espíritos ligados a processo obsessivo,
que irão requerer um atendimento sequencial, que duram, por vezes, alguns meses, em várias
sessões.
1) Estudar as comunicações do Espírito ao longo de um período
2). Identificar na sua história, os personagens envolvidos e a causa das dores ou perseguições.
3). Identificar os passos a serem adotados e as metas a serem alcançadas no processo de sua
libertação
4). Estender o atendimento, se possível, às pessoas encarnadas, envolvidas no processo
obsessivo
5) Valer-se dos recursos que a instituição oferece para o atendimento a encarnados
(fluidoterapia, reuniões de estudos doutrinários, etc.)
6). Estimular a implantação do culto evangélico no lar das pessoas envolvidas no processo
5º Passo: Agir
“ ...e vossa murmuração se mudará em bênçãos, porque no coração dos infelizes, o amor segue
de bem perto o ódio” (Cáritas em O Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo XIII – item 14)
1). Planejar o atendimento sequencial, estendendo-o também, se possível, às pessoas
encarnadas envolvidas no processo obsessivo;
2) Valer-se dos recursos que a instituição oferece para o atendimento a encarnados
(fluidoterapia, reuniões públicas, reuniões de estudos doutrinários, etc.);
3). Estimular a implantação do culto evangélico no lar das pessoas envolvidas no processo.
8. Que linguagem utilizar com os Espíritos?
a) Os Espíritos bons que se manifestam para nos auxiliar merecem de nós a mesma distinção que
costumamos dar às autoridades na Terra. Já, com os Espíritos inferiores, devemos utilizar
linguagem familiar, falar-lhes como conhecidos, de igual para igual. Com os Espíritos cínicos e
mentirosos, usar de linguagem séria, sem permitir chacotas, sem aceitar provocações e sem duelo
de palavras. “...porquanto os Espíritos perversos sentem que os homens de bem, como os Espíritos
elevados, são seus superiores. Em resumo tão irreverente seria tratarmos de igual para igual os
Espíritos superiores, quanto ridículo seria dispensarmos a todos, sem exceção, a mesma
deferência. ” (O Livro dos Médiuns - cap. XXV -2ª parte, item 280)
8. 8
b) “É importante não confundirmos humildade com atitudes piegas, com melosidades. Muitas
vezes a doutrinação exige atitudes enérgicas, não ofensivas ou agressivas, mas firmes e imperiosas.
(“Obsessão, O Passe, A Doutrinação” – J.Herculano Pires- Cap. A Doutrinação)
9. Como saber a procedência do Espírito que se comunica?
a) Os bons Espíritos nenhum constrangimento infligem. Aconselham, combatem a influência dos
maus e, se não os ouvem, retiram-se. Os maus, ao contrário, se agarram àqueles de quem podem
fazer suas presas. Se chegam a dominar algum, identificam-se com o Espírito deste e o conduzem
como se fora verdadeira criança.
b) " O Espiritismo nos faculta os meios de experimentá-los, apontando os caracteres pelos quais se
reconhecem os bons Espíritos, caracteres sempre morais, nunca materiais (*). (...). Uma árvore boa não
pode produzir maus frutos, e uma árvore má não os pode produzir bons. Julgam-se os Espíritos pela
qualidade de suas obras, como uma árvore pela qualidade dos seus frutos. (*). Ver, sobre a maneira de se
distinguirem os Espíritos: O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. XXIV e seguintes."
10. Devem ser ministrados passes durante a comunicação mediúnica?
Nas reuniões mediúnicas os passes deverão ser ministrados a todos os participantes, ao término
dos trabalhos.
“Fora dos momentos normais, os passistas atenderão aos companheiros necessitados
de auxílio tão só nos casos de exceção, respeitando disposições estabelecidas, de modo
a não favorecerem caprichos e indisciplinas. ” (Desobsessão André Luiz-cap.52).
“Sem dúvida alguma, o passe é recurso válido nos labores mediúnicos, mas deve ser empregado
com certas cautelas e com moderação. (...) O passe, como todos os demais recursos com que
procuramos socorrer os nossos irmãos desencarnados em crise, precisa ser ministrado no
momento certo, com a técnica adequada e na extensão necessária. (...) A primeira norma que
poderíamos lembrar é a de que não deve ser aplicado a qualquer momento, indiscriminadamente,
e por qualquer motivo. O passe provoca reações variadas no ser humano, encarnado ou
desencarnado. Ele pode serenar ou excitar, condensar ou dispersar fluidos, causar bem-estar ou
incômodo, curar ou trazer mais dor, provocar crises psíquicas e orgânicas, ou fazê-las cessar,
subjugar ou liberar. (...) Em vários casos ele pode ser aplicado, mas é preciso usá-lo com
moderação...”(Diálogo com as Sombras – Hermínio Miranda – item O Passe) .
Durante uma comunicação mediúnica, a intervenção do passe pode se dar em caráter
emergencial:
1) No momento dramático da catarse do Espírito com a finalidade de abrandar o impacto
emocional das lembranças;
2) No momento em que for observada alguma dificuldade do médium, atingido pelo desequilíbrio
emocional do Espírito;
3). Em transe, os médiuns somente deverão receber passes quando se encontrem sob a ação
perturbadora de Entidades em desequilíbrio, cujas as emanações psíquicas possam afetar-lhes os
delicados equipamentos perispirituais. No caso em que o desequilíbrio se instalar, o passe poderá
ser no início, durante ou no final da comunicação. (Passes – Aprendendo com os Espíritos- Projeto
Manoel Philomeno de Miranda)
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