1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
O PROCESSO TERAPÊUTICO DOS USUÁRIOS DE UM CENTRO DE
ATENÇÃO PSICOSSOCIAL PARA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
(CAPSi) DO SUL DO BRASIL
ACADÊMICAS: CAMILA CRISTINA FERREIRA CALEFFI
CAROLINE NUNES DA SILVA STADNICKI
LUIZA STELLA DALVA DA CUNHA
ORIENTADORA: Profª Dra. MARIA TEREZINHA ZEFERINO
FLORIANÓPOLIS , 2011
2. INTRODUÇÃO
o Ao longo da história a visão da “loucura” tem sofrido mudanças
no imaginário das pessoas, sempre refletindo suas ideologias,
culturas e políticas. No século XVIII, estes “loucos” começam a ser
enquadrados como “doentes mentais” tornando-se alvo de
pesquisas e intervenções psiquiátricas, surgindo assim os hospitais
psiquiátricos. A partir do séc. XX surge a necessidade de
reformulação do sistema através da substituição dos manicômios
por serviços substitutivos (TEIXEIRA, 2009).
o Nessa forma de conceber saúde mental, a reabilitação psicossocial
e a reinserção social são os objetivos principais dos tratamentos
(TEIXEIRA, 2009).
3. INTRODUÇÃO
o Assim surge a rede de atenção à saúde mental, tendo como
serviço central os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS),
dispositivos de atendimento diário, destinados a acolher
pacientes com transtorno mental, estimulando sua integração
social e familiar e sua autonomia (BRASIL, 2004).
o No campo da saúde mental da criança e do adolescente, são
criados os Centros de Atenção Psicossocial para Infância e
Adolescência (CAPSi), dispositivos destinados ao atendimento
de crianças e adolescentes com transtornos mentais que
envolvam prejuízos severos e persistentes (BRASIL, 2004).
4. INTRODUÇÃO
o Considerando o exposto, escolhemos como tema central deste
estudo a atenção à saúde mental da criança e do adolescente e
como campo de atuação um CAPSi do Sul do Brasil.
oA ideia de realizar este trabalho surgiu durante o estágio
curricular da sexta fase em saúde mental na atenção básica,
somado ao nosso interesse em trabalhar na a área da criança e ao
percebermos lacunas em relação a trabalhos científicos nesta
área.
5. QUESTÃO DE PESQUISA
Como se desenvolve o processo terapêutico dos usuários de
um CAPSi do Sul do Brasil?
6. OBJETIVOS
Objetivo Geral:
- Compreender como se desenvolve o processo terapêutico dos
usuários de um CAPSi do Sul do Brasil.
Objetivos Específicos:
- Levantar o perfil dos usuários que tiveram o seu processo
terapêutico finalizado no CAPSi;
- Identificar como se dá a inclusão do usuário no projeto terapêutico do
CAPSi;
- Verificar qual a compreensão dos profissionais sobre o processo
terapêutico dos usuários atendidos no CAPSi.
7. REVISÃO DE LITERATURA
O processo de Reforma Psiquiátrica;
Rede de Atenção em Saúde Mental;
Centro de Atenção Psicossocial;
Saúde Mental na Infância e Adolescência;
O Processo Terapêutico.
8. METODOLOGIA
Pesquisa qualitativa na perspectiva descritiva;
Local: CAPSi do Sul do Brasil;
Submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas com
Seres Humanos da UFSC sob parecer de nº2189;
Participantes da pesquisa: 7 profissionais de nível superior – uma
enfermeira, três psicólogas, duas assistentes sociais e um médico
psiquiatra;
Coleta de dados: 2 etapas - prontuários de crianças e adolescentes
que receberam alta terapêutica de 2004 até junho de 2011 e
entrevista semi-estruturada com os profissionais do serviço.
9. METODOLOGIA
1. Prontuários:
Período de Coleta: agosto e setembro de 2011;
Critério de inclusão: prontuários encerrados com alta
terapêutica desde a abertura do serviço até junho de
2011;
Identificados 110 prontuários, selecionados,
aleatoriamente, três prontuários por ano de alta, de 2004
a junho de 2011, com exceção do ano de 2004 (apenas
duas altas) e 2011 (nenhuma alta), totalizando 20
prontuários.
10. METODOLOGIA
2. Entrevistas:
Período de coleta: outubro de 2011;
Leitura e assinatura do Termo de Consentimento Livre
e Esclarecido;
As entrevistas foram gravadas
e, posteriormente, transcritas e organizadas em tabelas
para melhor visualização e análise das mesmas;
O instrumento de pesquisa semi-estruturado foi
dividido em duas partes: a primeira contemplou dados
pessoais dos profissionais e a segunda relacionada ao
processo terapêutico.
11. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Dos dados coletados surgiram cinco categorias:
- Terapeuta de referência;
- Atendimento multiprofissional;
- Projeto terapêutico individual;
- Contrato terapêutico;
- Processo de alta no CAPSi.
13. TERAPEUTA DE REFERÊNCIA
O profissional que acolheu o indivíduo no
serviço passará a ser uma referência para
ele, podendo ser o que denominamos de
terapeuta de referência, mas não
necessariamente, pois é preciso que se leve
em conta o vínculo que o usuário estabelece
com o terapeuta, algo fundamental em seu
processo de tratamento (BRASIL, 2004).
14. TERAPEUTA DE REFERÊNCIA
“A definição tem que ter o vinculo entre o usuário e o terapeuta,
embora tendo em vista a equipe reduzida nesses dois últimos anos a
gente tem percebido que terapeuta de referencia acaba sendo aquele
que faz a entrevista inicial e acaba ficando com o caso” (P7).
“O terapeuta de referência é aquele que faz todo o contato com a
rede, que tem um vínculo maior com a família ou com o
referenciado” (P1).
“Terapeuta de referência é aquele que se responsabiliza pelo menor,
que passa acompanhar a criança e o adolescente no momento em
que ele chega aqui e em todas as intercorrências” (P3).
15. TERAPEUTA DE REFERÊNCIA
Através da análise das entrevistas constatamos que o
profissional de referência é, normalmente, aquele que
realizou a entrevista inicial, apesar de os profissionais
afirmarem que o mais importante é o vínculo estabelecido;
Em relação aos dados retirados dos prontuários verificamos
que não havia um documento que registrasse quem era o TR.
Por isso, usamos como critério de identificação o profissional
que tivesse realizado mais atendimentos individuais/família.
Dos 20 prontuários analisados 16 mantiveram como TR o
profissional que realizou a entrevista inicial.
17. ATENDIMENTO MULTIPROFISSIONAL
Anoção de trabalho em equipe tem surgido como
um meio de enfrentar o intenso processo de
especialização na área da saúde. Configura-se
como uma modalidade de trabalho coletivo, na
qual se desenvolve uma relação recíproca entre as
múltiplas intervenções técnicas e a interação entre
profissionais de diferentes áreas (PEDUZZI, 2001).
18. ATENDIMENTO MULTIPROFISSIONAL
“Ocorre a partir dessas reuniões de equipe que a gente tem, porque
aí ocorre assim, por exemplo, eu tenho um paciente que vem pra
uma primeira avaliação comigo, então a equipe não conhece, quem
vai estabelecer o primeiro contato sou eu, e a partir da
entrevista, ou nas entrevistas, eu encaminho pra equipe pra gente
discutir um plano terapêutico” (P6).
“Ele vem e na discussão de caso é que isso é mais ou menos
delineado, ele vem eu acolho e faço vários atendimentos:
família, escola[...]dou um cercamento do caso e levo para a
discussão de caso, aí ali a coisa se delineia” (P2).
19. ATENDIMENTO MULTIPROFISSIONAL
Os profissionais do CAPSi demonstraram conhecimento sobre a
importância desse trabalho multiprofissional, sendo que a maioria
define que tal modalidade de atendimento acontece, na verdade, nas
reuniões de discussão de caso;
Com a coleta de dados dos prontuários tivemos a oportunidade de
observar a existência de uma equipe multiprofissional, uma vez que
dos 20 prontuários consultados, 16 usuários apresentavam
evoluções de dois ou mais profissionais de diferentes formações.
21. PROJETO TERAPÊUTICO INDIVIDUAL
Nos serviços de saúde mental, em especial os CAPS,
as estratégias de ação são planejadas e têm objetivos
estabelecidos no projeto terapêutico, que é definido
pela Portaria 147, de 25 de agosto de 1994, como
sendo um conjunto de objetivos e ações propostos e
implementados pela equipe multiprofissional, com
vistas à recuperação do usuário, desde a entrada até
sua alta (KANTORSKI et al, 2010);
22. PROJETO TERAPÊUTICO INDIVIDUAL
No CAPSi, os projetos terapêuticos individuais já começam a ser
desenhados na entrevista inicial. Porém o mesmo projeto só é
fechado nas reuniões de equipe, através da discussão dos casos:
“Eu quando estou fazendo avaliação eu já estou vislumbrando uma
possibilidade[...]mas é na reunião de equipe que é decidido o
projeto terapêutico.” (P4).
“Então, na entrevista inicial a gente já começa a meio que elaborar
esse projeto terapêutico. No momento do estudo de caso com a
equipe a gente fecha uma proposta de projeto.” (P5).
23. PROJETO TERAPÊUTICO INDIVIDUAL
Outro ponto destacado é que esse projeto terapêutico individual deve ser
elaborado a partir da necessidade do usuário, além de que o mesmo precisa
ser acordado também com o usuário e família e não somente com a
equipe;
“O projeto terapêutico é moldado de acordo com as necessidades e
também de acordo com as possibilidades da família e do usuário. Então a
gente não pode fazer um projeto terapêutico e manter eles fora desse
processo[...]então é meio construído junto.” (P1).
Na coleta de dados dos prontuários observamos a inexistência de um
registro claro de qual é o projeto terapêutico individual para cada criança e
adolescente. Então, para nossa coleta utilizamos como critério a leitura de
todas as evoluções e observação de quais atividades estava inserida.
25. CONTRATO TERAPÊUTICO
Em se tratando de saúde mental, para que haja possibilidade do
tratamento ter êxito trabalha-se, basicamente, em cima do contrato
estabelecido entre o usuário e o serviço. Este contrato deve ser
flexível em termos de objetivos, horários, frequência entre outros,
porém deve ser extremamente rigoroso no que diz respeito à ética
em relação ao usuário e a todo conteúdo que for trazido para o
tratamento (SILVEIRA, 2010).
Um dos objetivos do contrato por escrito é imprimir um rito de
passagem ao momento tênue em que a relação está sendo
assumidamente iniciada, porém não está ainda constituída. A autora
relata que já ouviu frases de seus pacientes, como “caramba, agora é
sério” ou “agora não posso sair”? Ou de uma advogada “...mas, isto
não tem efeito legal, nenhum”, ou outros que, simplesmente, após a
leitura e a assinatura, guardam na bolsa como algo natural
(D’ACRI, (2009) .
26. CONTRATO TERAPÊUTICO
Quanto à realização do contrato terapêutico formal, ou escrito, a
equipe menciona que chegou a elaborar um contrato formal, porém
aos poucos o mesmo foi deixando de ser utilizado pelos
profissionais, demonstrando, que não houve aderência por parte da
equipe, sendo feito apenas de forma verbal:
“É, mas a gente costuma falar, verbalmente a gente firma esse
contrato...” (P1).
“O processo a gente fala para a família, então desde o começo a
gente fala como vai ser, é o momento falado, hoje não tem papel
para fazer isso, o contrato que a gente utiliza é isso, é falar o
planejamento para a família da oficina, acho que é esse tipo de
contrato” (P7).
27. CONTRATO TERAPÊUTICO
Quanto à importância da realização desse contrato, a maior parte dos
profissionais acredita ser importante, porém não vêm necessidade de
fazê-lo de forma escrita:
“Ele é importante. Eu acho que é importante a família se sentir
responsável também. Só que só o papel não tem um valor assim...
né, porque a gente teria que levar mais a sério também.” (P1).
“Contrato de papel o que eu penso, assim é interessante por conta
das faltas, da não adesão, dessa coisa que o perfil das famílias
daqui acontece, mas eu não sei se tem necessidade [...] Mas eu não
vejo uma necessidade de papel não, mas um papel eu não vejo
necessidade” (P7).
28. CONTRATO TERAPÊUTICO
Apesar de a literatura nos trazer a importância de um
contrato terapêutico formal para a realização de um bom
processo terapêutico, constatamos a não aderência da
equipe à utilização deste documento, sendo o contrato
realizado apenas de forma verbal;
Além das entrevistas constatamos também a sua não
utilização através da coleta de dados nos prontuários, pois
dos 20 que foram analisados apenas um possuía o contrato
terapêutico escrito.
30. PROCESSO DE ALTA
A alta pode ser entendida como uma parte integrante do
processo terapêutico do usuário, que deve ser cogitada desde a
chegada do mesmo no serviço e tem que estar diretamente
relacionada com o projeto terapêutico individual, visando
sempre a reabilitação psicossocial (PELIZZARO, 2006).
Observamos que a avaliação para a alta gira principalmente em
torno das queixas, ou do quadro inicial e tendo se resolvido
esse quadro, o caso é discutido em reunião de equipe, que em
conjunto decide pela alta ou não do usuário:
31. PROCESSO DE ALTA
“É quando vê que a problemática maior da criança ou adolescente
já foi eliminada e às vezes a própria criança manifesta vontade de
sair, e quando, como eu falei, quando é constatada a melhora da
criança do quadro que ela entrou, quadro antigo que ela entrou está
eliminado.[...] eu observo assim partindo da melhora da pessoa”
(P3).
“[...]a gente começa a perceber que talvez não tenha mais
necessidade, que a demanda já se transformou, que a gente já
conseguiu, está conseguindo vê que esse cara está super bem na
escola, e assim vai, a gente vai percebendo sinais de melhora e
encaminha pra alta...” (P4).
32. PROCESSO DE ALTA
Durante a seleção dos prontuários observamos que nem sempre
a alta terapêutica está claramente definida. Desta forma
tivemos que selecionar critérios para determinar quais
prontuários seriam incluídos na pesquisa:
- anotação no prontuário de alta por melhora;
- leitura das evoluções e observação de melhora do quadro ao
final do tratamento;
- auxílio da nossa supervisora, que por estar lá desde o inicio,
conhece os casos e sabia nos orientar se era ou não alta
terapêutica.
34. PROCESSO TERAPÊUTICO
O processo terapêutico ocorre de forma complexa, por ser
um fenômeno que envolve muitos fatores, como as
experiências que o usuário viveu e vive, suas expectativas
para o futuro, os recursos psíquicos de que dispõe, o
contexto de seus relacionamentos familiares e sociais, que
compõe sua história de vida individual, além do motivo
pelo qual ele foi encaminhado para atendimento no
serviço, e a relação que se estabelece entre o terapeuta e o
usuário (FERREIRA, 2005) .
35. PROCESSO TERAPÊUTICO
Com base nos depoimentos dos profissionais, percebemos que a
maioria entende o processo terapêutico como todo o caminho
percorrido pelas crianças e adolescentes enquanto são atendidos no
CAPSi:
“O processo terapêutico, diferentemente do projeto
terapêutico, começa desde o início, desde a hora do acolhimento até
depois da alta[...]”(P1).
“Eu acho que processo, para mim é desde que ele chega aqui, chega
aqui para ser avaliado, ele está na entrevista inicial até a alta
dele, isso é o processo, é o caminho que ele percorre até finalmente
voltar a vida dele enfim, sem precisar da gente[...]”(P7).
36. PROCESSO TERAPÊUTICO
Neste caminho, a criança, o adolescente e suas respectivas famílias
são inseridos em uma série de atividades que visam compreender a
situação a fim de traçar um plano, ou seja, um projeto terapêutico,
que seja capaz de abranger a complexidade do problema vivido pelo
usuário e sua família;
Outro ponto que se destaca é a visão dos profissionais de que o
processo terapêutico não deve ficar restrito à criança ou adolescente,
mas toda a rede de apoio, principalmente a família:
“Eu acho que todo o caminho que esse usuário faz... no sentido dele
se perceber melhor, dele compreender a situação dele, dele se
conhecer, dele poder conhecer o meio que ele tá, a família, as
condições que ele têm, as condições que ele têm na escola e ele
aprender respostas” (P5)
37. PROCESSO TERAPÊUTICO
Com a coleta de dados dos prontuários pudemos observar que
esse processo terapêutico não é facilmente identificado, uma
vez que as informações estão incompletas ou ausentes;
Verificamos que apesar dos profissionais demonstrarem
conhecimento sobre processo terapêutico e estarem realizando-
o no serviço, o registro dos mesmos nos prontuários é pouco
percebido, uma vez que as informações parecem ser
aleatoriamente anotadas, o que dificulta a leitura desse
processo terapêutico por um profissional que não conhece os
casos ou não faz parte do serviço.
38. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A coleta de dados nos prontuários e as entrevistas possibilitaram a
compreensão de como ocorre este processo em todas as suas
etapas, desde o momento em que o usuário é acolhido até a sua alta;
A realização da coleta de dados nos prontuários nos fez
compreender como se constitui neste serviço o registro deste
processo;
Já com as entrevistas, verificamos como o profissional compreende
e realiza o processo, algo que não fica evidenciado nos prontuários.
39. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sendo assim, verificamos que:
O processo terapêutico pode ser entendido como todo o
caminhar da criança ou adolescente durante seu tratamento no
CAPSi;
O terapeuta de referência é aquele que irá acompanhar o
usuário durante todo seu tratamento, funcionando como elo
entre o usuário, a família, sua rede social e o restante da
equipe, sendo normalmente aquele que realiza o primeiro
atendimento, apesar de os profissionais considerarem
importante o vínculo estabelecido entre terapeuta e usuário;
40. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O projeto terapêutico individual já começa a ser pensado desde os
primeiros atendimentos, mas é definido mesmo nas reuniões de
equipe. Além disso, deve ser elaborado de acordo com as
necessidades da criança ou adolescente e sua família, sendo
acordado e aceito pelos mesmos;
O contrato terapêutico é realizado apenas de forma verbal, que a
equipe acha importante sua realização mas não vê necessidade de
ser feito por escrito;
A alta terapêutica acontece com a superação do quadro inicial e das
queixas que surgem durante o tratamento. Deve ser trabalhada
desde o início do processo, como a noção de que em um momento o
usuário não precisará mais deste serviço e poderá caminhar sozinho;
41. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O processo terapêutico de um usuário atendido no CAPSi é algo
muito mais amplo do que apenas sua presença no serviço, é
importante que o profissional eleito como terapeuta de referência
não direcione seu olhar apenas para a criança ou adolescente, e sim
a todas as situações em que o mesmo vive, sua família, escola,
todos os espaços onde o mesmo frequenta, uma vez que toda essa
rede contribui de maneira significativa para sofrimento mental
desse usuário;
Além disso, deve ocorrer de maneira dinâmica, sofrendo
modificações ao longo do tempo, tendo em vista que se trabalha
com sofrimento mental, algo que não pode ser visto como simples e
homogêneo, mas sim complexo e multifacetado, principalmente em
se tratando de crianças e adolescentes, que podem ser considerados
mais frágeis e sensíveis as situações do seu cotidiano.
42. AGRADECIMENTOS
Agradecemos a Deus por nos guiar e abençoar durante esta
jornada de formação e aprendizado e aos nossos pais pelo
apoio, paciência e o carinho que investiram em nós,
sempre acreditando em nosso potencial e nos ensinando
qual o melhor caminho a seguir.
Também somos gratos aos nossos irmãos e demais
familiares, amigos e companheiros por estarem conosco
nas horas boas e difíceis, compreendendo a nossa ausência
nos momentos em que este trabalho exigia a nossa atenção
integral.
43. AGRADECIMENTOS
Agradecemos a equipe do CAPSi que nos acolheu
especialmente à Lílian Pagliuca, nossa supervisora, que
guiou nossos passos quando escolhemos mergulhar em um
mundo novo e ao professor Jonas Salomão Sprícigo que
nos auxiliou na ausência de nossa orientadora.
E, finalmente, com muito carinho, respeito e admiração
registramos nossa gratidão à Profª Maria Terezinha
Zeferino, nossa orientadora, que abraçou a nossa causa
desde o dia em que a convidamos para nos orientar. Que
mesmo quando esteve distante nos ensinou a confiar em
nos mesmas e que no decorrer do trabalho foi uma amiga
que soube nos acalmar nos momentos de
dificuldades, angústias e dúvidas.
44. DEDICATÓRIA
Este trabalho é dedicado a todas as crianças e adolescentes
que nos ensinaram a valorizar mais nossa família, a amar
mais a vida, a compreender as particularidades de cada ser,
de cada família e a respeitar o ser humano.
Obrigada por nos ensinar que todas as crianças e jovens
precisam de proteção e necessitam serem tratadas com
respeito, amor e carinho e por nos ensinar que apesar de
tudo ainda é possível, brincar, sorrir e superar as
dificuldades da vida!
Dedicamos também ao nosso pequeno Arthur Stadnicki,
que acaba de vir ao mundo e já é amado e respeitado por
todos que o cercam. Que você possa fazer parte de um
mundo melhor, com pessoas mais amáveis e pacientes, que
respeitem a própria vida e a vida dos demais. Que a sua
chegada possa representar tudo o que todas as crianças
merecem ter nessa vida.
45. REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. Saúde mental no SUS: os centros de atenção psicossocial/
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas
Estratégicas. Brasília: Ministério da Saúde, 2004.
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<http://www.scielo.br/pdf/rbp/v30n4/a15v30n4.pdf.> Acesso em: 25 maio 2011.
D’ACRI, Gladys Costa de M. R. M. Reflexões Sobre o Contrato Terapêutico Como
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<http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rag/v15n1/v15n1a07.pdf > Acesso em: 3 nov. 2011.
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Alegre, PUCRS, 2005, v. 36, n.1.
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46. REFERÊNCIAS
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HECK, R.. A concepção dos profissionais acerca do projeto terapêutico de Centros de
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PEDUZZI, Marina. Equipe multiprofissional de saúde: conceito e tipologia. Revista de Saúde
Pública. São Paulo, 2001, 35 (1): 103-9. Disponível em:
<http://www.scielosp.org/pdf/rsp/v35n1/4144.pdf.> Acesso em: 27 out. 2011.
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SILVEIRA, Gabriela Kunz. Entre a Ética e a Alegria – Reflexões Necessárias Para o
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Acesso em: 3 nov. 2011.
TEIXEIRA, Raquel Malheiros. As contribuições de Franco Basaglia para o campo da
saúde mental e da reforma psiquiátrica brasileira. Escola Bahiana de Medicina e Saúde
Pública, Bahia, 2009. Disponível em: <http://abepsi.org.br/site/wp-
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maio 2011.