2. Quando suspeitar ou critérios de inclusão
Lesão aberta no abdome, com mecanismo de trauma
sugestivo (arma de fogo, arma branca, acidentes com
veículos a motor, atropelamento e outros).
Trauma abdominal aberto é quando um objeto perfura o
indivíduo causando descontinuidade dos tecidos.
Sua gravidade baseia-se, sobretudo na possível existência
de uma lesão visceral podendo levar à morte imediata por
hemorragias e choque ou, tardiamente, por infecções.
3.
4. Os traumatismos podem ser de
elevada velocidade, como ferimentos
por armas de fogo, ou de baixa
velocidade, como facadas.
Diferentes estruturas podem ser
lesadas, incluindo o duodeno, o baço,
o fígado, os rins e órgãos pélvicos.
5.
6.
7.
8. Ferimentos por arma branca normalmente atravessam as estruturas
abdominais adjacentes e geralmente envolvem o fígado (40%), o
intestino delgado (30%), o diafragma (20%) e o colón (15%).
Ferimentos por arma de fogo podem causar lesões intra-abdominais
adicionais em decorrência de sua trajetória, do efeito de cavitação e
da possível fragmentação do projetil, frequentemente acometem
mais o intestino delgado (50%), o colón (40%), o fígado (30%) e as
estruturas vasculares abdominais (25%).
As lesões dependem do tipo de munição utilizada e da distância
entre a arma e o doente.
9. Conduta
1. Realizar avaliação primária (Protocolo AT1) e secundária (Protocolo AT2).
2. Administrar O2 em alto fl uxo para manter SatO2 ≥ 94%.
3. Monitorizar a oximetria de pulso.
4. Controlar sangramentos externos.
5. Instalar acesso venoso.
6. Realizar a reposição volêmica, se necessária, conforme protocolo do
choque (Protocolo AT4).
10. Conduta
7. Providenciar cuidados com os ferimentos e objetos encravados ou
empalados:
• não devem ser movidos ou removidos no APH;
• devem ser fixados e imobilizados para evitar movimentação durante o
transporte;
• se ocorrer sangramento ao redor do objeto, fazer pressão direta sobre o
ferimento ao redor do objeto (com a própria mão e/ou compressas);
• não palpar o abdome para evitar maior laceração de vísceras.
11. Conduta
8. Providenciar cuidados em caso de evisceração:
• não tentar recolocar os órgãos de volta na cavidade abdominal;
• cobri-los com compressas estéreis umedecidas com SF e plástico especial
para evisceração, quando disponível
9. Realizar a mobilização cuidadosa e considerar a necessidade de
imobilização adequada da coluna cervical, tronco e membros, em prancha
longa com alinhamento anatômico, sem atraso para o transporte.
10. Realizar contato com a Regulação Médica para definição do
encaminhamento e/ou unidade de saúde de destino.
12. • Considerar os 3 “S” (Protocolos PE1, PE2, PE3).
• Considerar a cinemática do trauma e sempre buscar lesões associadas em outros segmentos.
• Na ausência de TCE, a restauração da PA por meio da reposição volêmica deve alcançar entre
80 e 90mmHg para evitar novos sangramentos.
• Em caso de arma de fogo ou arma branca considerar as informações possíveis sobre o tipo de
arma utilizada, a distância do agressor e a posição do paciente. Nesses tipos de mecanismos, são
esperados múltiplos ferimentos.
• Atentar para as lesões torácicas que podem cursar com lesões de órgãos intra-abdominais:
• Tórax anterior: abaixo da linha mamária;
• Dorso: abaixo da linha infra-escapular e flanco (entre as linhas axilar anterior e posterior, do 6º
espaço intercostal até a crista ilíaca).
13. AT17 - TAF – Trauma abdominal fechado
Lesão fechada no abdome, com mecanismo de trauma
sugestivo (acidentes com veículos a motor,
atropelamento, violência interpessoal e outros),
associado a alguns dos seguintes sinais ou sintomas:
• equimoses, contusões, escoriações e outras lesões no
abdome;
• equimose linear transversal na parede abdominal
(sinal do cinto de segurança);
Quando suspeitar ou critérios de inclusão
14. Quando suspeitar ou critérios de inclusão
• dor e sensibilidade à palpação abdominal;
• rigidez ou distensão abdominal;
• sinais de choque sem causa aparente ou mais grave do
que o explicado por outras lesões.
15. O traumatismo abdominal fechado é definido como a
presença de lesão do abdómen e/ou órgãos
abdominais, secundária ao impacto de um objeto
ou superfície contundente (não penetrante).
16.
17. Qual a conduta no trauma abdominal fechado?
Situação 1: paciente instável com lesões limitadas ao abdômen.
Conduta: laparotomia exploradora.
Situação 2: paciente muito grave, instável, com lesões múltiplas e sem que se
saiba se a lesão causadora da instabilidade hemodinâmica estará no abdômen.
Conduta: lavado peritoneal ou ultra-som FAST.
18. O que é o Exame FAST?
(Focused Assessment With Sonography in Trauma)
A Avaliação Focalizada com Sonografia para Trauma (FAST) é o exame de
triagem padrão realizado em pacientes traumatizados e envolve avaliações
do pericárdio, busca de hemopericardio e tamponamento, e do flanco direito,
flanco esquerdo e pelve, para procurar por líquido livre intraperitoneal.
19.
20.
21. Conduta
1. Realizar avaliação primária (Protocolo AT1) e secundária
(Protocolo AT2).
2. Administrar O2 em alto fluxo para manter SatO2 ≥ 94%.
3. Monitorizar a oximetria de pulso.
4. Instalar acesso venoso.
5. Realizar a reposição volêmica, se necessária, conforme protocolo
do choque (Protocolo AT4).
22.
23. Conduta
6. Realizar a mobilização cuidadosa e considerar a
necessidade de imobilização adequada da coluna cervical,
tronco e membros, em prancha longa com alinhamento
anatômico, sem atraso para o transporte.
7. Realizar contato com a Regulação Médica para definição
do encaminhamento e/ou unidade de saúde de destino
24. Observações
• Considerar os 3 “S” (Protocolos PE1, PE2, PE3).
• Considerar a cinemática do trauma e sempre buscar
lesões associadas em outros segmentos.
• Na ausência de TCE, a restauração da PA por meio da
reposição volêmica deve alcançar entre 80 e 90mmHg
para evitar novos sangramentos.
25. • Atentar para as lesões torácicas que podem cursar com
lesões de órgãos intra-abdominais:
• Tórax anterior: abaixo da linha mamária;
• Dorso: abaixo da linha infra-escapular e flanco (entre as
linhas axilar anterior e posterior, do 6º espaço intercostal
até a crista ilíaca).
26. • A ausculta de ruídos hidroaéreos não é útil.
• Evitar a palpação profunda quando houver evidência
franca de lesão, pois ela pode aumentar hemorragias e
piorar outras lesões.
• Pode haver associação de trauma raquimedular no
trauma abdominal fechado.
27. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Colégio americano de cirurgiões ATLS: Suporte Avançado de Vida no Trauma
10º edição. Chicago: Copyright, 2018.
MS – Protocolos de Suporte Avançado de Vida