SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 6
Descargar para leer sin conexión
Física Geral I – EF, ESI, MAT, FQ, Q, BQ, OCE, EAm                       DF - Universidade do Algarve
Protocolos das Aulas Práticas – 2003 / 2004




                         COEFICIENTES DE ATRITO


1. Resumo

   Corpos de diferentes materiais são deixados, sem velocidade inicial, sobre um plano inclinado.
Estuda-se o ângulo a partir do qual o movimento se inicia, bem como a aceleração do movimento
adquirido, em função da natureza dos corpos.



2. Tópicos teóricos


                                                                    s




                                                                α


                                                 Fig. 1


    Considere-se um corpo colocado sobre um plano inclinado com atrito (fig.1). Supondo que o
ângulo de inclinação do plano é pequeno, o corpo manter-se-á em equilíbrio pois a componente útil
do peso (paralela ao plano) não será suficiente para compensar a força de atrito estático. À
medida que se aumenta o ângulo, α, a componente útil do peso aumenta também, atingindo-se, em
determinado ponto, a igualdade entre a referida componente do peso e a força de atrito estático.
Nessa altura tem-se:

                                              tg (α ) = µ e .                                    (1)


Na equação, µe representa o coeficiente de atrito estático entre os materiais de que são feitos o
corpo e o plano inclinado.
    Habitualmente é mais difícil colocar o corpo em movimento sobre o plano do que manter esse
movimento. Este facto é traduzido pelo maior valor do coeficiente de atrito estático relativamente ao
coeficiente de atrito cinético. Ou seja, a força de atrito que surge entre duas superfícies em


                                                                                               CA - 7
Física Geral I – EF, ESI, MAT, FQ, Q, BQ, OCE, EAm,                        DF - Universidade do Algarve
Protocolos das Aulas Práticas – 2003 / 2004

contacto é maior quando as superfícies estão em repouso relativo, do que quando existe movimento
entre elas.
    O coeficiente de atrito cinético, µc, pode ser determinado experimentalmente através de medidas
da aceleração, a, que o corpo adquire no seu movimento ao longo do plano inclinado de ângulo α:

                                      a = g (sen (α ) − µ c cos(α )) .                             (2)

onde g representa a aceleração gravítica.
     Medir-se-á, portanto, neste trabalho, a aceleração do movimento do corpo ao longo do plano
inclinado, determinando-se, a partir dela, o coeficiente de atrito cinético. A medida da aceleração, a,
será feita com base na relação que existe entre a distância percorrida pelo corpo ao longo do plano
inclinado, s, e o tempo gasto durante o seu percurso, t:

                                                      1 2
                                                s=      at                                         (3)
                                                      2

atendendo a que o corpo é posto em movimento sem velocidade inicial.
    Assume-se, nos cálculos, que o valor da aceleração da gravidade é conhecido e dado por
g = 9.80665 m s -2.



3. Problemas propostos

  Pretende-se estudar o movimento de corpos que escorregam ao longo de um plano inclinado
com atrito. Procura-se determinar:

   3.1.    o coeficiente de atrito estático em função dos materiais de que são feitos os corpos e o
           plano inclinado;
   3.2.    o coeficiente de atrito cinético em função dos materiais de que são feitos os corpos e o
           plano inclinado;

     Pretende-se ainda comparar os valores dos coeficientes de atrito estático com os valores dos
coeficientes de atrito cinético.




4. Material

    Plano inclinado em alumínio.
    Um paralelepípedo de madeira forrado, em cada face, com um material diferente.
    Relógio electrónico.
    Dois detectores fotoeléctricos.

CA - 8
Física Geral I – EF, ESI, MAT, FQ, Q, BQ, OCE, EAm                        DF - Universidade do Algarve
Protocolos das Aulas Práticas – 2003 / 2004

    Fita métrica.
    Fios de ligação.


5. Procedimento experimental

   Tenha o cuidado de anotar os erros de leitura de escala associados a todos os aparelhos de
medida que usar.

   5.1.    Determinação do coeficiente de atrito estático.

      5.1.1.    Coloque uma das faces do paralelepípedo sobre o plano inclinado tendo o cuidado
                de garantir que o ângulo de inclinação é suficientemente pequeno para que o corpo
                não inicie o seu movimento.
      5.1.2.    Aumente gradual e lentamente o ângulo de inclinação até que o corpo tenda a iniciar
                o seu movimento.
      5.1.3.    Meça, nessa altura, a inclinação do plano baseando-se no seguinte esquema:

                                        A




                                                              α       C
                                    B
                                                     Fig. 2


      5.1.4.    Repita 10 vezes os procedimentos anteriores de forma a definir melhor o ângulo
                crítico a partir do qual o movimento se inicia.
      5.1.5.    Repita os pontos de 5.1.1. a 5.1.4. para as restantes faces do paralelepípedo.

   5.2.    Determinação do coeficiente de atrito cinético.

      5.2.1.    Escolha um ângulo de inclinação para o plano superior ao ângulo crítico
                anteriormente determinado (desta forma o corpo não estará em equilíbrio sobre o
                plano).
      5.2.2.    Fixe a distância, s, a percorrer sobre o plano inclinado (a maior possível de acordo
                com as condições da experiência) colocando os dois detectores fotoeléctricos nos
                extremos do percurso (fig. 1).
      5.2.3.    Largue (sem velocidade inicial, ou seja, junto ao primeiro detector) o corpo, com
                uma das faces voltada para baixo, sobre o plano inclinado, medindo o tempo de
                passagem, t, entre os dois fotodetectores. Repita esta medida 5 vezes.
                                                                                                 CA - 9
Física Geral I – EF, ESI, MAT, FQ, Q, BQ, OCE, EAm,                       DF - Universidade do Algarve
Protocolos das Aulas Práticas – 2003 / 2004

      5.2.4.    Fixe uma nova distância, s, e proceda como em 5.2.3..
      5.2.5.    Repita 5.2.4. até perfazer 5 distâncias diferentes. Elabore uma tabela de duas
                entradas com os valores de s e t medidos.
      5.2.6.    Repita a experiência com as faces de que dispõe.



6. Análise dos resultados obtidos

   6.1.    Determinação do coeficiente de atrito estático.

      6.1.1. Calcule os valores médios dos comprimentos AB e BC referidos em 5.1. (ver fig.
             2). Estime também os erros associados a essas medidas.
      6.1.2. Determine o coeficiente de atrito estático bem como o erro que afecta a sua medida.

   6.2.    Determinação do coeficiente de atrito cinético.

      6.2.1. Calcule os valores médios dos tempos referidos em 5.2.3. estimando os erros
             aleatórios associados a essas medidas.
      6.2.2. Construa, para cada face, uma tabela com os valores de s, t, e t 2 utilizando os
             valores de tempo calculados em 6.2.1. (não esqueça os erros associados a cada uma
             das grandezas).
      6.2.3. Usando as tabelas referidas em 6.2.2. construa, para cada face, um gráfico de s em
             função de t 2. Ajuste uma recta de regressão linear a cada gráfico. Calcule, a partir dos
             coeficientes das regressões, o valor da aceleração do movimento de cada corpo,
             atendendo a que teoricamente se espera:

                                                      1 2
                                                 s=     at + 0
                                                      2
               Determine também o erro que afecta a aceleração.
      6.2.4. Sabendo que, para a situação estudada, se espera que a aceleração do sistema tenha
             a forma (2), calcule o coeficiente de atrito cinético para cada face.




CA - 10
Física Geral I – EF, ESI, MAT, FQ, Q, BQ, OCE, EAm                           DF - Universidade do Algarve
Protocolos das Aulas Práticas – 2003 / 2004


Apêndice
   Estudo do movimento de corpos que deslizam num plano inclinado com atrito

                                                               Y
                                                               N

                                       Fa
                                                                    X
                                              P
                                                               α

                                                  Fig. A.1

     Considere-se um corpo que é colocado sobre um plano inclinado com atrito (fig. A.1). Na
         r                                                                    r               r
figura, N representa a reacção normal do plano inclinado sobre o corpo, P o seu peso e Fa a
força de atrito entre o plano e o corpo. Verifica-se experimentalmente que, enquanto o ângulo α de
inclinação do plano for suficientemente pequeno, o corpo mantém-se em equilíbrio. Apenas quando
o ângulo atinge em certo valor crítico, α c, é que o corpo tende a iniciar o movimento. Nesta
situação estamos no limite em que todas as forças que actuam sobre o corpo ainda se compensam
mas começa a desenvolver-se uma força resultante segundo o eixo XX assinalado na figura A.1.
Usando o referencial representado na mesma figura pode-se escrever:
                         N − P cos(α c ) = 0                (segundo o eixo YY)
                        
                                                                                                  (A.1)
                         Psen (α ) − F = 0
                                c      a                    (segundo o eixo XX)

    Note-se que, apesar das forças que actuam segundo o eixo YY se compensarem em qualquer
situação, segundo o eixo XX apenas se compensam para ângulos de abertura iguais ou inferiores ao
ângulo crítico, α c.
    Atendendo a que:
                                        P = mg e Fa = µN                                           (A.2)

sendo m a massa do corpo, as equações (A.1) podem ser escritas na forma:

                                      N = mg cos(α c )
                                     
                                                                                                  (A.3)
                                     sen (α ) − µ cos (α ) = 0
                                           c            c


    A segunda equação (A.3) permite calcular o valor de µ, que é o chamado coeficiente de atrito.
O valor do coeficiente de atrito correspondente à situação em que o corpo está na eminência de
iniciar o seu movimento designa-se por coeficiente de atrito estático e pode ser calculado por:
                                           µ e = tg (α c ) .                                 (A.4)
                                                                                                 CA - 11
Física Geral I – EF, ESI, MAT, FQ, Q, BQ, OCE, EAm,                               DF - Universidade do Algarve
Protocolos das Aulas Práticas – 2003 / 2004



    Quando a abertura do plano inclinado é superior ao ângulo crítico, o corpo já não se mantém em
equilíbrio, havendo uma força resultante segundo a direcção XX, da qual resulta um movimento
acelerado. Observa-se ainda que a força de atrito tende a ser menor quando o corpo se desloca em
relação ao plano inclinado, por comparação com a situação estática. Isto traduz-se num valor
diferente para o coeficiente de atrito, o qual assume, no caso em que há movimento, a designação
de coeficiente de atrito cinético.
    Na situação em que a abertura do plano inclinado é superior ao ângulo crítico pode-se então
escrever:

                          N − P cos(α ) = 0                (segundo o eixo YY)
                         
                                                                                                       (A.5)
                          Psen (α ) − F = ma
                                       a                   (segundo o eixo XX)


   Estas expressões descrevem a dinâmica do movimento do corpo ao longo do plano inclinado,
sendo equivalentes a:

                                        N = mg cos (α )
                                       
                                                                                                       (A.6)
                                        g (sen (α ) − µ cos (α )) = a
                                                       c


   A segunda equação A.6 permite determinar experimentalmente o coeficiente de atrito cinético a
partir de medidas da aceleração adquirida pelo corpo no seu movimento ao longo do plano
inclinado.
  Assumindo que o corpo inicia o seu movimento sobre o plano inclinado sem velocidade inicial,
pode-se escrever (ainda em relação ao referencial da figura A.1):

                                    v = at = g (sen(α ) − µ c cos(α ))t                                 (A.7)

onde v é a velocidade do corpo e t a variável tempo. Resulta, então, para a equação do movimento:

                                       1 2         g (sen (α ) − µc cos (α )) 2
                            x = x0 +     at = x0 +                           t                          (A.8)
                                       2                       2

sendo x e x 0, respectivamente, a posição num dado instante e a posição inicial do corpo medida
segundo o eixo XX. A distância percorrida será dada então por:

                                                 g (sen (α ) − µc cos (α )) 2
                           s = x − x0 = x0 +                               t − x0 ⇔
                                                             2
                                              g (sen (α ) − µ c cos(α )) 2
                                    ⇔s=                                 t                               (A.9)
                                                           2

   A equação (A.9) sugere que as medidas de s e t permitirão a determinação da aceleração do
corpo e, portanto, do coeficiente de atrito cinético.

CA - 12

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

Laporan praktikum fisika dasar kalorimeter joule ani
Laporan praktikum fisika dasar kalorimeter joule aniLaporan praktikum fisika dasar kalorimeter joule ani
Laporan praktikum fisika dasar kalorimeter joule ani
Nurul Hanifah
 
Orde reaksi.pptx 2
Orde reaksi.pptx 2Orde reaksi.pptx 2
Orde reaksi.pptx 2
MAsih Ajach
 
HUKUM NEWTON TENTANG GERAK
HUKUM NEWTON TENTANG GERAKHUKUM NEWTON TENTANG GERAK
HUKUM NEWTON TENTANG GERAK
Diana Amrita
 
Laporan praktikum fisika dasar (iv)
Laporan praktikum fisika dasar (iv)Laporan praktikum fisika dasar (iv)
Laporan praktikum fisika dasar (iv)
fachrytebe
 

La actualidad más candente (20)

Laporan praktikum statistika
Laporan praktikum statistikaLaporan praktikum statistika
Laporan praktikum statistika
 
Laporan praktikum fisika (elastisitas)
Laporan praktikum fisika (elastisitas)Laporan praktikum fisika (elastisitas)
Laporan praktikum fisika (elastisitas)
 
Lkpd pemantulan
Lkpd pemantulanLkpd pemantulan
Lkpd pemantulan
 
Resolucao de-exercicios-cap 2 - franco-brunetti
Resolucao de-exercicios-cap 2 - franco-brunettiResolucao de-exercicios-cap 2 - franco-brunetti
Resolucao de-exercicios-cap 2 - franco-brunetti
 
LAPORAN PRAKTIKUM FISIKA : Tetapan Pegas
LAPORAN PRAKTIKUM FISIKA : Tetapan PegasLAPORAN PRAKTIKUM FISIKA : Tetapan Pegas
LAPORAN PRAKTIKUM FISIKA : Tetapan Pegas
 
Stabiltas&buoyancy
Stabiltas&buoyancyStabiltas&buoyancy
Stabiltas&buoyancy
 
Laporan praktikum fisika dasar kalorimeter joule ani
Laporan praktikum fisika dasar kalorimeter joule aniLaporan praktikum fisika dasar kalorimeter joule ani
Laporan praktikum fisika dasar kalorimeter joule ani
 
Bahan Ajar Fluida Statis
Bahan Ajar Fluida StatisBahan Ajar Fluida Statis
Bahan Ajar Fluida Statis
 
Sni 03 2828-1992-sand-cone-libre
Sni 03 2828-1992-sand-cone-libreSni 03 2828-1992-sand-cone-libre
Sni 03 2828-1992-sand-cone-libre
 
Orde reaksi.pptx 2
Orde reaksi.pptx 2Orde reaksi.pptx 2
Orde reaksi.pptx 2
 
Uji Semen
Uji SemenUji Semen
Uji Semen
 
HUKUM NEWTON TENTANG GERAK
HUKUM NEWTON TENTANG GERAKHUKUM NEWTON TENTANG GERAK
HUKUM NEWTON TENTANG GERAK
 
Gerak Melingkar Beraturan
Gerak Melingkar BeraturanGerak Melingkar Beraturan
Gerak Melingkar Beraturan
 
Laporan praktikum fisika dasar (iv)
Laporan praktikum fisika dasar (iv)Laporan praktikum fisika dasar (iv)
Laporan praktikum fisika dasar (iv)
 
Gabarito Fox Mecanica dos Fluidos cap 1 a 6
Gabarito Fox Mecanica dos Fluidos cap 1 a 6Gabarito Fox Mecanica dos Fluidos cap 1 a 6
Gabarito Fox Mecanica dos Fluidos cap 1 a 6
 
PEMERIKSAAN KANDUNGAN LUMPUR DALAM PASIR
PEMERIKSAAN KANDUNGAN LUMPUR DALAM PASIRPEMERIKSAAN KANDUNGAN LUMPUR DALAM PASIR
PEMERIKSAAN KANDUNGAN LUMPUR DALAM PASIR
 
Laporan fisika dasar (sistem kesetimbangan gaya)
Laporan fisika dasar (sistem kesetimbangan gaya)Laporan fisika dasar (sistem kesetimbangan gaya)
Laporan fisika dasar (sistem kesetimbangan gaya)
 
Lap 4. pita tiras & dy tembus udara
Lap 4. pita tiras & dy tembus udaraLap 4. pita tiras & dy tembus udara
Lap 4. pita tiras & dy tembus udara
 
Contoh baja
Contoh bajaContoh baja
Contoh baja
 
Laporan fisdas pesawat atwood
Laporan fisdas pesawat atwoodLaporan fisdas pesawat atwood
Laporan fisdas pesawat atwood
 

Similar a Coeficientes atrito

Exercicios dinamica ii
Exercicios dinamica iiExercicios dinamica ii
Exercicios dinamica ii
Julia Selistre
 
Queda livre
Queda livre Queda livre
Queda livre
Richard
 
Flashes de física - Movimento horizontal de projécteis
Flashes de física - Movimento horizontal de projécteisFlashes de física - Movimento horizontal de projécteis
Flashes de física - Movimento horizontal de projécteis
prof_pc
 
Consevação energia mecânica
Consevação energia mecânicaConsevação energia mecânica
Consevação energia mecânica
prof_pc
 
Fisica cn2 parte4 tipos de força
Fisica cn2 parte4 tipos de forçaFisica cn2 parte4 tipos de força
Fisica cn2 parte4 tipos de força
2marrow
 
2008 marcio-lista10
2008 marcio-lista102008 marcio-lista10
2008 marcio-lista10
afpinto
 
10ºano unidade 2 fisica para 11ºano revisão
10ºano unidade 2 fisica para 11ºano revisão10ºano unidade 2 fisica para 11ºano revisão
10ºano unidade 2 fisica para 11ºano revisão
adelinoqueiroz
 

Similar a Coeficientes atrito (20)

Exercicios dinamica ii
Exercicios dinamica iiExercicios dinamica ii
Exercicios dinamica ii
 
Queda livre
Queda livre Queda livre
Queda livre
 
Apnt 115 2
Apnt 115 2Apnt 115 2
Apnt 115 2
 
Oa estudos de-revisao
Oa estudos de-revisaoOa estudos de-revisao
Oa estudos de-revisao
 
Proposta de novo método para obtenção da curva equivalente do ensaio bidireci...
Proposta de novo método para obtenção da curva equivalente do ensaio bidireci...Proposta de novo método para obtenção da curva equivalente do ensaio bidireci...
Proposta de novo método para obtenção da curva equivalente do ensaio bidireci...
 
Flashes de física - Movimento horizontal de projécteis
Flashes de física - Movimento horizontal de projécteisFlashes de física - Movimento horizontal de projécteis
Flashes de física - Movimento horizontal de projécteis
 
T1 15 10_2014_v1
T1 15 10_2014_v1T1 15 10_2014_v1
T1 15 10_2014_v1
 
Fisica mecanica dinamica_plano_inclinado_exercicios
Fisica mecanica dinamica_plano_inclinado_exerciciosFisica mecanica dinamica_plano_inclinado_exercicios
Fisica mecanica dinamica_plano_inclinado_exercicios
 
Consevação energia mecânica
Consevação energia mecânicaConsevação energia mecânica
Consevação energia mecânica
 
Teste 1 11º out016
Teste 1 11º out016Teste 1 11º out016
Teste 1 11º out016
 
Teste 1 11º out016
Teste 1 11º out016Teste 1 11º out016
Teste 1 11º out016
 
Fisica cn2 parte4 tipos de força
Fisica cn2 parte4 tipos de forçaFisica cn2 parte4 tipos de força
Fisica cn2 parte4 tipos de força
 
Leis de newton
Leis de newtonLeis de newton
Leis de newton
 
2008 marcio-lista10
2008 marcio-lista102008 marcio-lista10
2008 marcio-lista10
 
Exercício2
Exercício2Exercício2
Exercício2
 
Aula 3 movimento1 d
Aula 3 movimento1 dAula 3 movimento1 d
Aula 3 movimento1 d
 
Relatório de física sobre a lei de hooke
Relatório de física sobre a lei de hookeRelatório de física sobre a lei de hooke
Relatório de física sobre a lei de hooke
 
10ºano unidade 2 fisica para 11ºano revisão
10ºano unidade 2 fisica para 11ºano revisão10ºano unidade 2 fisica para 11ºano revisão
10ºano unidade 2 fisica para 11ºano revisão
 
Energia e Movimentos - 10ºano FQ A
Energia e Movimentos - 10ºano FQ AEnergia e Movimentos - 10ºano FQ A
Energia e Movimentos - 10ºano FQ A
 
Resumo de física estática guia do estudante
Resumo de física  estática   guia do estudanteResumo de física  estática   guia do estudante
Resumo de física estática guia do estudante
 

Más de CarlosPimentelGeocientista (8)

05 forca e leis de newton
05 forca e leis de newton05 forca e leis de newton
05 forca e leis de newton
 
1listadeexercicios1ano2 b
1listadeexercicios1ano2 b1listadeexercicios1ano2 b
1listadeexercicios1ano2 b
 
Exame escrito de estat. i 2006-2007
Exame escrito de  estat. i   2006-2007Exame escrito de  estat. i   2006-2007
Exame escrito de estat. i 2006-2007
 
Exame escrito de estat. i 2006-2007 - correcção
Exame escrito de  estat. i   2006-2007 - correcçãoExame escrito de  estat. i   2006-2007 - correcção
Exame escrito de estat. i 2006-2007 - correcção
 
Características das variáveis aleatórias
Características das variáveis aleatóriasCaracterísticas das variáveis aleatórias
Características das variáveis aleatórias
 
Análise de séries cronológicas
Análise de séries cronológicasAnálise de séries cronológicas
Análise de séries cronológicas
 
Teoria de probabilidades
Teoria de probabilidadesTeoria de probabilidades
Teoria de probabilidades
 
Topografia
TopografiaTopografia
Topografia
 

Último

Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
azulassessoria9
 
Artigo Científico - Estrutura e Formatação.ppt
Artigo Científico - Estrutura e Formatação.pptArtigo Científico - Estrutura e Formatação.ppt
Artigo Científico - Estrutura e Formatação.ppt
RogrioGonalves41
 
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdfatividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
Autonoma
 
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemáticaSlide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
sh5kpmr7w7
 
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
tatianehilda
 
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
azulassessoria9
 

Último (20)

Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
 
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do século
Sistema de Bibliotecas UCS  - Cantos do fim do séculoSistema de Bibliotecas UCS  - Cantos do fim do século
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do século
 
Artigo Científico - Estrutura e Formatação.ppt
Artigo Científico - Estrutura e Formatação.pptArtigo Científico - Estrutura e Formatação.ppt
Artigo Científico - Estrutura e Formatação.ppt
 
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdfatividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
 
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
 
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemáticaSlide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
 
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
 
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
 
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmicoPesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
 
classe gramatical Substantivo apresentação..pptx
classe gramatical Substantivo apresentação..pptxclasse gramatical Substantivo apresentação..pptx
classe gramatical Substantivo apresentação..pptx
 
Tema de redação - As dificuldades para barrar o casamento infantil no Brasil ...
Tema de redação - As dificuldades para barrar o casamento infantil no Brasil ...Tema de redação - As dificuldades para barrar o casamento infantil no Brasil ...
Tema de redação - As dificuldades para barrar o casamento infantil no Brasil ...
 
O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.
 
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx
 
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.docGUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
 
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.pptTexto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
 
APRESENTAÇÃO - BEHAVIORISMO - TEORIA DA APRENDIZAGEM.pdf
APRESENTAÇÃO - BEHAVIORISMO - TEORIA DA APRENDIZAGEM.pdfAPRESENTAÇÃO - BEHAVIORISMO - TEORIA DA APRENDIZAGEM.pdf
APRESENTAÇÃO - BEHAVIORISMO - TEORIA DA APRENDIZAGEM.pdf
 

Coeficientes atrito

  • 1. Física Geral I – EF, ESI, MAT, FQ, Q, BQ, OCE, EAm DF - Universidade do Algarve Protocolos das Aulas Práticas – 2003 / 2004 COEFICIENTES DE ATRITO 1. Resumo Corpos de diferentes materiais são deixados, sem velocidade inicial, sobre um plano inclinado. Estuda-se o ângulo a partir do qual o movimento se inicia, bem como a aceleração do movimento adquirido, em função da natureza dos corpos. 2. Tópicos teóricos s α Fig. 1 Considere-se um corpo colocado sobre um plano inclinado com atrito (fig.1). Supondo que o ângulo de inclinação do plano é pequeno, o corpo manter-se-á em equilíbrio pois a componente útil do peso (paralela ao plano) não será suficiente para compensar a força de atrito estático. À medida que se aumenta o ângulo, α, a componente útil do peso aumenta também, atingindo-se, em determinado ponto, a igualdade entre a referida componente do peso e a força de atrito estático. Nessa altura tem-se: tg (α ) = µ e . (1) Na equação, µe representa o coeficiente de atrito estático entre os materiais de que são feitos o corpo e o plano inclinado. Habitualmente é mais difícil colocar o corpo em movimento sobre o plano do que manter esse movimento. Este facto é traduzido pelo maior valor do coeficiente de atrito estático relativamente ao coeficiente de atrito cinético. Ou seja, a força de atrito que surge entre duas superfícies em CA - 7
  • 2. Física Geral I – EF, ESI, MAT, FQ, Q, BQ, OCE, EAm, DF - Universidade do Algarve Protocolos das Aulas Práticas – 2003 / 2004 contacto é maior quando as superfícies estão em repouso relativo, do que quando existe movimento entre elas. O coeficiente de atrito cinético, µc, pode ser determinado experimentalmente através de medidas da aceleração, a, que o corpo adquire no seu movimento ao longo do plano inclinado de ângulo α: a = g (sen (α ) − µ c cos(α )) . (2) onde g representa a aceleração gravítica. Medir-se-á, portanto, neste trabalho, a aceleração do movimento do corpo ao longo do plano inclinado, determinando-se, a partir dela, o coeficiente de atrito cinético. A medida da aceleração, a, será feita com base na relação que existe entre a distância percorrida pelo corpo ao longo do plano inclinado, s, e o tempo gasto durante o seu percurso, t: 1 2 s= at (3) 2 atendendo a que o corpo é posto em movimento sem velocidade inicial. Assume-se, nos cálculos, que o valor da aceleração da gravidade é conhecido e dado por g = 9.80665 m s -2. 3. Problemas propostos Pretende-se estudar o movimento de corpos que escorregam ao longo de um plano inclinado com atrito. Procura-se determinar: 3.1. o coeficiente de atrito estático em função dos materiais de que são feitos os corpos e o plano inclinado; 3.2. o coeficiente de atrito cinético em função dos materiais de que são feitos os corpos e o plano inclinado; Pretende-se ainda comparar os valores dos coeficientes de atrito estático com os valores dos coeficientes de atrito cinético. 4. Material Plano inclinado em alumínio. Um paralelepípedo de madeira forrado, em cada face, com um material diferente. Relógio electrónico. Dois detectores fotoeléctricos. CA - 8
  • 3. Física Geral I – EF, ESI, MAT, FQ, Q, BQ, OCE, EAm DF - Universidade do Algarve Protocolos das Aulas Práticas – 2003 / 2004 Fita métrica. Fios de ligação. 5. Procedimento experimental Tenha o cuidado de anotar os erros de leitura de escala associados a todos os aparelhos de medida que usar. 5.1. Determinação do coeficiente de atrito estático. 5.1.1. Coloque uma das faces do paralelepípedo sobre o plano inclinado tendo o cuidado de garantir que o ângulo de inclinação é suficientemente pequeno para que o corpo não inicie o seu movimento. 5.1.2. Aumente gradual e lentamente o ângulo de inclinação até que o corpo tenda a iniciar o seu movimento. 5.1.3. Meça, nessa altura, a inclinação do plano baseando-se no seguinte esquema: A α C B Fig. 2 5.1.4. Repita 10 vezes os procedimentos anteriores de forma a definir melhor o ângulo crítico a partir do qual o movimento se inicia. 5.1.5. Repita os pontos de 5.1.1. a 5.1.4. para as restantes faces do paralelepípedo. 5.2. Determinação do coeficiente de atrito cinético. 5.2.1. Escolha um ângulo de inclinação para o plano superior ao ângulo crítico anteriormente determinado (desta forma o corpo não estará em equilíbrio sobre o plano). 5.2.2. Fixe a distância, s, a percorrer sobre o plano inclinado (a maior possível de acordo com as condições da experiência) colocando os dois detectores fotoeléctricos nos extremos do percurso (fig. 1). 5.2.3. Largue (sem velocidade inicial, ou seja, junto ao primeiro detector) o corpo, com uma das faces voltada para baixo, sobre o plano inclinado, medindo o tempo de passagem, t, entre os dois fotodetectores. Repita esta medida 5 vezes. CA - 9
  • 4. Física Geral I – EF, ESI, MAT, FQ, Q, BQ, OCE, EAm, DF - Universidade do Algarve Protocolos das Aulas Práticas – 2003 / 2004 5.2.4. Fixe uma nova distância, s, e proceda como em 5.2.3.. 5.2.5. Repita 5.2.4. até perfazer 5 distâncias diferentes. Elabore uma tabela de duas entradas com os valores de s e t medidos. 5.2.6. Repita a experiência com as faces de que dispõe. 6. Análise dos resultados obtidos 6.1. Determinação do coeficiente de atrito estático. 6.1.1. Calcule os valores médios dos comprimentos AB e BC referidos em 5.1. (ver fig. 2). Estime também os erros associados a essas medidas. 6.1.2. Determine o coeficiente de atrito estático bem como o erro que afecta a sua medida. 6.2. Determinação do coeficiente de atrito cinético. 6.2.1. Calcule os valores médios dos tempos referidos em 5.2.3. estimando os erros aleatórios associados a essas medidas. 6.2.2. Construa, para cada face, uma tabela com os valores de s, t, e t 2 utilizando os valores de tempo calculados em 6.2.1. (não esqueça os erros associados a cada uma das grandezas). 6.2.3. Usando as tabelas referidas em 6.2.2. construa, para cada face, um gráfico de s em função de t 2. Ajuste uma recta de regressão linear a cada gráfico. Calcule, a partir dos coeficientes das regressões, o valor da aceleração do movimento de cada corpo, atendendo a que teoricamente se espera: 1 2 s= at + 0 2 Determine também o erro que afecta a aceleração. 6.2.4. Sabendo que, para a situação estudada, se espera que a aceleração do sistema tenha a forma (2), calcule o coeficiente de atrito cinético para cada face. CA - 10
  • 5. Física Geral I – EF, ESI, MAT, FQ, Q, BQ, OCE, EAm DF - Universidade do Algarve Protocolos das Aulas Práticas – 2003 / 2004 Apêndice Estudo do movimento de corpos que deslizam num plano inclinado com atrito Y N Fa X P α Fig. A.1 Considere-se um corpo que é colocado sobre um plano inclinado com atrito (fig. A.1). Na r r r figura, N representa a reacção normal do plano inclinado sobre o corpo, P o seu peso e Fa a força de atrito entre o plano e o corpo. Verifica-se experimentalmente que, enquanto o ângulo α de inclinação do plano for suficientemente pequeno, o corpo mantém-se em equilíbrio. Apenas quando o ângulo atinge em certo valor crítico, α c, é que o corpo tende a iniciar o movimento. Nesta situação estamos no limite em que todas as forças que actuam sobre o corpo ainda se compensam mas começa a desenvolver-se uma força resultante segundo o eixo XX assinalado na figura A.1. Usando o referencial representado na mesma figura pode-se escrever:  N − P cos(α c ) = 0 (segundo o eixo YY)   (A.1)  Psen (α ) − F = 0  c a (segundo o eixo XX) Note-se que, apesar das forças que actuam segundo o eixo YY se compensarem em qualquer situação, segundo o eixo XX apenas se compensam para ângulos de abertura iguais ou inferiores ao ângulo crítico, α c. Atendendo a que: P = mg e Fa = µN (A.2) sendo m a massa do corpo, as equações (A.1) podem ser escritas na forma:  N = mg cos(α c )   (A.3) sen (α ) − µ cos (α ) = 0  c c A segunda equação (A.3) permite calcular o valor de µ, que é o chamado coeficiente de atrito. O valor do coeficiente de atrito correspondente à situação em que o corpo está na eminência de iniciar o seu movimento designa-se por coeficiente de atrito estático e pode ser calculado por: µ e = tg (α c ) . (A.4) CA - 11
  • 6. Física Geral I – EF, ESI, MAT, FQ, Q, BQ, OCE, EAm, DF - Universidade do Algarve Protocolos das Aulas Práticas – 2003 / 2004 Quando a abertura do plano inclinado é superior ao ângulo crítico, o corpo já não se mantém em equilíbrio, havendo uma força resultante segundo a direcção XX, da qual resulta um movimento acelerado. Observa-se ainda que a força de atrito tende a ser menor quando o corpo se desloca em relação ao plano inclinado, por comparação com a situação estática. Isto traduz-se num valor diferente para o coeficiente de atrito, o qual assume, no caso em que há movimento, a designação de coeficiente de atrito cinético. Na situação em que a abertura do plano inclinado é superior ao ângulo crítico pode-se então escrever:  N − P cos(α ) = 0 (segundo o eixo YY)   (A.5)  Psen (α ) − F = ma  a (segundo o eixo XX) Estas expressões descrevem a dinâmica do movimento do corpo ao longo do plano inclinado, sendo equivalentes a:  N = mg cos (α )   (A.6)  g (sen (α ) − µ cos (α )) = a  c A segunda equação A.6 permite determinar experimentalmente o coeficiente de atrito cinético a partir de medidas da aceleração adquirida pelo corpo no seu movimento ao longo do plano inclinado. Assumindo que o corpo inicia o seu movimento sobre o plano inclinado sem velocidade inicial, pode-se escrever (ainda em relação ao referencial da figura A.1): v = at = g (sen(α ) − µ c cos(α ))t (A.7) onde v é a velocidade do corpo e t a variável tempo. Resulta, então, para a equação do movimento: 1 2 g (sen (α ) − µc cos (α )) 2 x = x0 + at = x0 + t (A.8) 2 2 sendo x e x 0, respectivamente, a posição num dado instante e a posição inicial do corpo medida segundo o eixo XX. A distância percorrida será dada então por: g (sen (α ) − µc cos (α )) 2 s = x − x0 = x0 + t − x0 ⇔ 2 g (sen (α ) − µ c cos(α )) 2 ⇔s= t (A.9) 2 A equação (A.9) sugere que as medidas de s e t permitirão a determinação da aceleração do corpo e, portanto, do coeficiente de atrito cinético. CA - 12