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TEORIA DE
PROBABILIDADES




            Por: E. Seno                   1
          FE-UAN - 2006
Definição



A Teoria das probabilidades é a teoria das leis do
comportamento     dos    fenómenos      aleatórios,
procurando matematizar o acaso.

 A teoria das probabilidades fornece, portanto, a
base para a medição e controlo do grau de
incerteza    associado  aos   procedimentos    da
inferência estatística

 Fenómeno aleatório: fenómeno sujeito à influência
do acaso, independentemente da vontade do
observador

                     Por: E. Seno                 2
                   FE-UAN - 2006
Alguns conceitos básicos

Experiência:

•   Processo ou conjunto de circunstâncias orientado a
    produzir resultados observáveis.

•   Exemplos:
    1.   submeter alunos a uma prova,
    2.   colocar um líquido num congelador durante 24 horas,
    3.   extrair uma carta num baralho, etc)

•   Em relação ao exemplo 2, pode-se adivinhar o
    resultado antes da sua realização - não aleatória;

•   O mesmo não se pode dizer em relação aos exemplos
    1 e 3 - aleatória


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                         FE-UAN - 2006
Alguns conceitos básicos
Características da experiência aleatória:


 Pode repetir-se tantas vezes nas mesmas condições
 ou em condições semelhantes;

 Antes da sua realização não se pode prognosticar o
 seu resultado, por mais que se queira controlar as
 condições de realização;

 Os resultados das suas repetições são díspares
 quando tomados individualmente, mas produzem uma
 impressionante regularidade estatística (estabilidade
 da frequência relativa) quando tomados em conjunto,
 isto a partir de um número “n” de repetições
 suficientemente grande.


                      Por: E. Seno                  4
                    FE-UAN - 2006
Alguns conceitos básicos
Espaço de resultados:

  Ao realizar uma experiência aleatória, sai um e
  somente um dos n resultados possíveis. A este
  conjunto dos resultados possíveis de uma experiência
  aleatória chama-se espaço de resultados ou
  simplesmente espaço amostral.

  Designa-se por:


    Ω = (ω1 , ω2 , ω3, ..., ωi , ..., ω N )


                      Por: E. Seno                   5
                    FE-UAN - 2006
Alguns conceitos básicos

Espaço de resultados - exemplos:

1.   Ex. n.º 1 - E1: Lançamento de um dado equilibrado
        Ω = {1, 2, 3, 4, 5, 6}


2.   Ex. n.º 2 - E2: Lançamento de uma moeda
        Ω = {face, coroa}


3.   Ex. n.º 3 - E3: Registo do sexo do bebé a nascer
        Ω = {masculino, feminino}


4.   Ex. n.º 4 - E4: Registo do tempo (em minutos) que um trabalhador
     pode levar de casa ao local de trabalho
        Ω = {t: t>0}


5.   Ex. n.º 5 - E5: Lançamento de dois dados equilibrados
        Ω = { (1,1); (1,2); …; (2,1); …; (5,1); …; (6,5); (6,6) }

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                                 FE-UAN - 2006
Alguns conceitos básicos
Acontecimento

   Quando se realiza uma experiência, existe normalmente
   da parte do observador uma vontade, que pode ser
   satisfeita de uma ou de muitas maneiras diferentes
   dentro do espaço amostral. Essas maneiras diferentes de
   satisfação daquela vontade formam um subconjunto do
   espaço amostral, que se chama Acontecimento

   Exemplos:
  1.   Ex. n.º 6 - No lançamento de um dado equilibrado, pode-
       se pretender a «saída de no mínimo 3 pontos»
         A = {3, 4, 5, 6}
  2.   Ex. n.º 7  - No lançamento de dois dados, pode-se
       pretender a «saída de uma soma de 4 pontos»
         B = { (1,3); (2,2); (3,1) }



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Alguns conceitos básicos
Acontecimento impossível

   Um acontecimento diz-se “impossível” sse reunido um
   conjunto de condições, ele necessariamente não se
   realiza
      Expor uma pedra de gelo ao sol durante 12 horas e
      pretender que «este continue no seu estado sólido»

   Assim o acontecimento A constituído por elementos que
   não pertencem a Ω, é um acontecimento impossível, e
   escreve-se A = Ø, como por ex.:
      Pretender a saída de 7 pontos no lançamento de um dado,
      ou de uma diferença absoluta de 8 pontos no lançamento
      de um par de dados




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Alguns conceitos básicos

Acontecimento certo

   Um acontecimento diz-se “certo” sse reunido um
   conjunto de condições, ele necessariamente se realiza
      Lançar uma pedra na água e pretender que «esta vá até ao
      fundo»


   Assim o acontecimento A constituído por todos os
   elementos de Ω, é um acontecimento certo, e escreve-se
   A = Ω, como por ex.:
      Pretender que uma senhora em estado de gestação dê à
      luz um bebé do sexo masculino ou feminino (de qualquer
      sexo)




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                         FE-UAN - 2006
Alguns conceitos básicos

Acontecimento aleatório

  Um acontecimento diz-se “aleatório” sse reunido um
  conjunto de condições, tanto se pode realizar como não

  Constitui o principal interesse da teoria das probabilidades

  Quando um acontecimento aleatório é constituído por
  apenas um elemento do espaço amostral, este diz-se
  elementar
     Ex. n.º 8 - Lança-se uma moeda ao ar pretende-se a saída
     de coroa. Tem-se: A = {Coroa}

  Aos acontecimentos, sendo subconjuntos do espaço
  amostral, valem as relações e operações entre os
  conjuntos.


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                         FE-UAN - 2006
Alguns conceitos básicos

Álgebra dos acontecimentos:

   Diz-se que o acontecimento A está contido em B, e escreve-se
   A⊂B, sse todo elemento de A∈B, isto é, se a realização de A
   implica necessariamente a realização de B;
   Se A⊂B e B⊂A, então os dois acontecimentos dizem-se
   idênticos, e escreve-se A=B;
   Dois acontecimentos A e B dizem-se mutuamente exclusivos
   ou incompatíveis, sse a realização de A implica a não
   realização de B e vice-versa;
   O acontecimento A diz-se independente de B sse o resultado
   da realização de B não condiciona o resultado de A. Se A é
   independente de B e vice-versa, os dois dizem-se
   independentes;
   O acontecimento Ā ou Ac diz-se complementar ou contrário a
   A, se é constituído por todos os elementos de Ω que não
   pertencem a A;




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                          FE-UAN - 2006
Alguns conceitos básicos
Álgebra dos acontecimentos (cont.):


   Chama-se intersecção ou produto lógico de A e B, e escreve-se
   A∩B ou AB, ao acontecimento da realização simultânea de
   ambos;
      Se A e B incompatíveis, então A∩B=Ø
   Chama-se união ou soma lógica de A e B e escreve-se A∪B, ao
   acontecimento da realização ou de A, ou de B, ou de ambos,
   isto é, de pelo menos um deles;
      A∪B = A + B - A∩B
      Se A e B incompatíveis, então A∪B = A + B
   Chama-se diferença A e B e escreve-se A-B=A∩Bc,           ao
   acontecimento da realização de A sem que B se realize;
      Se A e B incompatíveis, então A - B = A



    A U B = A ∩ B            ;          AI B = AU B
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                            FE-UAN - 2006
Probabilidade
Conceito geral:


   Quantidade (percentagem) que exprime o
   grau de realização de um acontecimento
   aleatório

   Pode ser           determinada         segundo   vários
   conceitos:
       Clássico;
       Estatístico;
       Subjectivo;
       Outros.


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                         FE-UAN - 2006
Conceito clássico de Probabilidade

Definição:


  Se o espaço amostral associado a uma
  experiência aleatória tem N resultados
  mutuamente exclusivos e equiprováveis
  (igualmente    possíveis),  e    se   desse
  resultados NA têm o atributo A, então a
  probabilidade de que A se realize será dada
  por:
                N A n.º de casos favoráveis a A
       P ( A) =    =
                N    n.º total de casos possíveis

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                     FE-UAN - 2006
Conceito clássico de Probabilidade

Exemplo:

            - Ex: Consideremos o lançamento de duas moedas e pede-
    Ex. n.º 9
    se para calcular a probabilidade da saída de:
    a)   duas faces;
    b)   Uma coroa.

Solução:
Tem-se o seguinte espaço amostral:
        Ω = { (F,F); (F,C); (C,F); (C,C) } ⇒ N = 4 casos possíveis.
Sejam os acontecimentos:
    A.   «Saída de duas faces no lançamento de duas moedas»;
    B.   «Saída de uma coroa no lançamento de duas moedas».

    a)   A = { (F,F) } ⇒ NA = 1 caso fav., e              NA 1
                                                P( A) =     = = 0,25
                                                          N  4
    b)   B = { (F,C); (C,F) } ⇒ NB = 2 casos fav., e             NB 2
                                                       P( B) =     = = 0,5
                                                                 N  4

                                     Por: E. Seno                            15
                                   FE-UAN - 2006
Conceito clássico de Probabilidade

Limitações:
  Só aplicável quando os resultados que
  compõem o espaço amostral são igualmente
  possíveis (têm a mesma probabilidade de
  realizar-se);

  Implica espaço amostral limitado, todos os
  elementos conhecidos;

  Problemas na determinação do n.º de casos
  favoráveis e possíveis:
     sistemas de eixos cartesianos;
     diagrama de árvore;
     Análise combinatória

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                FE-UAN - 2006
Conceito clássico de Probabilidade
Limitações:


        Combinações (extracção em simultâneo)

                          ⎛   n
                                  ⎞        n!
              C     k
                    n   = ⎜
                          ⎜
                                  ⎟=
                                  ⎟ k ! ( n − k )!
                          ⎝   k   ⎠
        Permutações (casos de extracção em ordem e sem
        reposição)
                     n!
              P =
               n
                k
                            = n.(n − 1). ... .[n − (k − 1)]
                  (n − k )!

        Arranjos (casos de extracção em ordem e com reposição)


   --
                              A nk = n k
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                                     FE-UAN - 2006
Conceito Estatístico de Probabilidade
Definição:


   Seja o acontecimento A que, em N repetições de uma
   experiência aleatória, se realizou N(A) vezes, a que
   corresponderá a frequência relativa fN(A)=N(A)/N. É certo que
   à medida em que N aumenta fN(A) tenderá a estabilizar-se em
   torno de um número que é a probabilidade de A. Neste
   conceito a probabilidade é dada pela frequência limite, ou seja:


                           N (A)
          Se f N ( A ) =         ,
                             N

             então   P(A) =    Lim
                                 N → ∞
                                          fN (A)



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                              FE-UAN - 2006
Conceito subjectivo de Probabilidade

Definição:


  Por este conceito, a probabilidade é
  avançada através de uma suposição,
  decorrente de uma experiência já vivida
  em relação à matéria.




                    Por: E. Seno               19
                  FE-UAN - 2006
Cálculo de probabilidade

Axiomas:

  Seja Ω o espaço amostral associado a uma
  experiência aleatória, e seja a probabilidade P uma
  aplicação que associa a cada acontecimento de Ω um
  número real, esta deve satisfazer a um conjunto de
  axiomas:

  1) - P(A)≥0 ∀ A⊂ Ω
  2) - P(Ω) = 1
  3) - P(A∪B) = P(A) + P(B), se A∩B = Ø
             (Axioma de probabilidade total)




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                           FE-UAN - 2006
Cálculo de probabilidade

Leis básicas de probabilidade:

1.  P(Ā) = 1 – P(A)
2.  P(Ø) = 0
3.  Se A⊂B ⇒ P(A) ≤ P(B)
4.  P(A) ≤ 1
5.  P(A - B) = P(A) – P(A∩B)
6.  Se B⊂A ⇒ P(A - B) = P(A) – P(B)
7.  Se A∩B = 0 ⇒ P(A - B) = P(A)
8.  P(A∪B) = P(A) + P(B) – P(A∩B)
9.  P(A∪B∪C) = P(A) + P(B) + P(C) – P(A∩B) – P(B∩C) – P(A∩C)
    + P(A∩B∩C)
10. Se A1, …, AN, acontecimentos mutuamente exclusivos,
                ⎛ N    ⎞     N
              P ⎜ U Ai ⎟ =
                ⎜      ⎟     ∑ P (A )i
                ⎝ i =1 ⎠     i =1

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                         FE-UAN - 2006
Cálculo de probabilidade
Probabilidade condicional


   Se ao calcular a probabilidade do acontecimento A, é necessário
   ter em conta o resultado de B que já se realizou, esta diz-se
   condicional
   A probabilidade condicional de A dado B é a probabilidade da
   realização de A calculada sob condição de que B já se realizou.
   Matematicamente, define pela razão entre a probabilidade da
   realização simultânea de ambos e a probabilidade daquele que já
   realizou, ou seja:


                                 P( A I B)
         P ( A  B ) = PB ( A) =           , com P ( B ) > 0
                                   P( B)


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                           FE-UAN - 2006
Cálculo de probabilidade

Probabilidade condicional - Ex. n.º 10 :
    Consideremos a existência de uma caixa contendo 10 peças das quais
    4 defeituosas. Se forem extraídas ao acaso 2 peças, uma de cada vez,
    mas sem reposição, calcular a probabilidade de na segunda extracção
    sair uma peça boa sabendo que na primeira já havia saído uma
    defeituosa.

Solução:
    Sejam os acontecimentos:
    A.   «Saída na 1.ª extracção de uma peça defeituosa» ⇒ P(A) = 4/10 = 0,4
    B.   «Saída na 2.ª extracção de uma peça boa» ⇒ P(B) = 6/10 = 0,6
                             (probabilidade incondicional)

         Mas a probabilidade solicitada é condicional, isto é de retirar da caixa uma
         peça boa, depois de nela ter sido retirada uma peça defeituosa sem ser
         reposta, que é mesmo que dizer «extrair uma peça boa de uma caixa onde
         só ficaram 9 peças, sendo 3 defeituosas e 6 boas», que seria igual a P(BA)
         = 6/9 = 0,6667.




                                     Por: E. Seno                                 23
                                   FE-UAN - 2006
Cálculo de probabilidade

Probabilidade condicional -                 Ex. n.º 10   (cont.):


     Este resultado poderia ser encontrado utilizando a fórmula,
     calculando a probabilidade da intersecção:
                            6!        4!      6 × 5! 4 × 3!
                                 ×                  ×
             P6 × P4
               1    1
                        ( 6 − 1)! ( 4 − 1)!     5!      3! = 24 = 0, 2667
 P( A I B) =          =                     =
                  2
                P10             10!            10 × 9 × 8!   90
                             (10 − 2)!              8!

e,

                    P ( A I B ) 0,26667
       P ( B  A) =            =        = 0,6667
                       P ( A)      0,4

                                   Por: E. Seno                             24
                                 FE-UAN - 2006
Cálculo de probabilidade

Probabilidade condicional - Ex. n.º 11 :

   Consideremos agora a seguinte distribuição do corpo docente de
   uma Faculdade da UAN, por sexo e por regime, de acordo com
   um estudo realizado:
                Regime        M         F         Total

               T. Integral        12          4       16
               T. Parcial         87          7       94
                 Total            99        11       110


    Podemos definir os seguintes acontecimentos:
      M: «Um docente é do sexo masculino»
      F: «Um docente é do sexo feminino»
      I: «Um docente está no regime de tempo integral»
      P: «Um docente está no regime de tempo parcial»


                               Por: E. Seno                   25
                             FE-UAN - 2006
Cálculo de probabilidade

Probabilidade condicional                -   Ex. n.º 11          (Cont.):

  Podemos querer calcular probabilidade de um docente do sexo
  masculino estar em tempo integral (que é mesmo que
  determinar a proporção dos que estão em tempo integral
  dentro dos docentes do sexo masculino), que seria igual:
      P(IM) = 12/99 = 0,1212

  Esta probabilidade poderia ser calculada utilizando a fórmula.
  Antes calculamos no quadro a seguir as probabilidades dos
  acontecimentos antes definidos:
                 Regime           M            F         Total

                T. Integral     0,1091       0,0364      0,1455
                T. Parcial      0,7909       0,0636      0,8545
                  Total            0,9             0,1           1

                                Por: E. Seno                                26
                              FE-UAN - 2006
Cálculo de probabilidade

Probabilidade condicional       -   Ex. n.º 11   (Cont.):

   Nos extremos das linhas e das colunas estão
   determinadas as probabilidades dos 4 acontecimentos.
   Assim tem-se:

   P(M) = 0,9; P(F) = 0,1; P(I) = 0,1455; P(P) = 0,8545
   E na matriz interior as probabilidades das possíveis
   intersecções. Desta forma poderíamos voltar a calcular a
   probabilidade condicional de que I se realize dado que M
   já se realizou:

                           12
                     12         P(I I M )   0 ,1091
         P(I  M ) =    = 110 =           =         = 0 ,1212
                     99    99    P (M )        0 ,9
                          110


                             Por: E. Seno                       27
                           FE-UAN - 2006
Cálculo de probabilidade

Probabilidade condicional - Regra de multiplicação:

Das igualdades:
              P( A I B)                                P( A I B)
P( A  B) =             ; com P( B) > 0, e P( B  A) =           ; com P( B) > 0
                P( B)                                    P( A)
    Resulta que:
               P(A∩B) = P(A).P(BA) = P(B).P(AB)

    No caso de três acontecimentos, ter-se-á:
               P(A ∩B ∩C) = P(A).P(BA).P(CAB)

    E, generalizando:
         P(A1∩A2∩ … ∩AN) = P(A1).P(A2A1). … .P(ANA1. … .AN-1)
    A probabilidade da realização simultânea de vários acontecimentos quaisquer é
    igual ao produto da probabilidade do primeiro pelos produtos das probabilidades
    condicionais dos seguintes, sendo estas calculadas sob condição de que todos os
    acontecimentos anteriores já se realizaram.

                                    Por: E. Seno                                28
                                  FE-UAN - 2006
Cálculo de probabilidade

Probabilidade condicional – Probabilidade total:

   Para calcular P(A), tal que:
            A só se pode realizar basta que se realize um dos
            acontecimentos B1, B2, …, BN (Bj, com j=1, …, N);
            Bi∩Bj = Ø; ∀i ≠ j (mutuamente exclusivos);
            ∑P(Bj) = 1, com j = 1, …, N;
            Conhecidos: P(Bj) e P(ABj), com j = 1, …, N


  P ( A) = P ( A I B1 ) + P ( A I B2 ) + ... + ... + P ( A I B N ) =
  = P ( B1 ).P ( A  B1 ) + P ( B2 ).P ( A  B2 ) + .... + P ( B N ).P ( A  B N ) =
     N
  = ∑ P ( B j ).P ( A  B j )
     j =1



                                     Por: E. Seno                                      29
                                   FE-UAN - 2006
Cálculo de probabilidade

Probabilidade condicional – Probabilidade total:

    No caso do exerc. n.º 11, podemos pretender calcular a
    probabilidade de um docente ser do sexo feminino (F = A).
    Neste caso este só pode ser ou em tempo integral (I = B1) ou
    em tempo parcial (P = B2).
    Temos:
      P(I) = P(B1) = 0,1455; P(P) = P(B2) = 0.8545, e,
      ∑P(Bj) = P(B1) + P(B2) = 0,1455 + 0.8545 = 1
      B1∩B2 = Ø (Não se pode estar em simultâneo em tempo
      integral e parcial)
    Tem-se por outro lado:
      P(FI) = P(AB1) = 4/16 = 0,25
      P(FP) = P(AB2) = 7/94 = 0,0745
    Dai que:
      P(F) = P(A) = 0,1455×0,25 + 0,8545×0,0745 = 0,1.


                               Por: E. Seno                   30
                             FE-UAN - 2006
Cálculo de probabilidade

Probabilidade condicional – Probabilidade total:

   Na prática pode-se utilizar um esquema (quadro) como o
   que segue:


             Bj     P(Bj)    P(ABj)     P(Bj).P(ABj)


             B1     0,1455     0,2500          0,0364

             B2     0,8545     0,0745          0,0636


            Total       1     P(A) =               0,1




                          Por: E. Seno                   31
                        FE-UAN - 2006
Cálculo de probabilidade

Probabilidade condicional – Regra de Bayes:

Lembrança: (Fórmula de probabilidade total)
                     N
        P( A) = ∑ P( B j ).P( A  B j )
                    j =1
   Suponhamos que já tem a certeza de que A já se realizou,
   coloca-se a questão de «com qual das hipóteses – alternativas
   (Bj, com j = 1, …, N) se realizou?»
   Deve-se proceder ao cálculo da probabilidade condicional da
   hipótese Bj, dado que A já se realizou, da seguinte forma:

                    P( A I B j )         P( B j ).P( A  B j )
    P( B j  A) =                  =   N
                         P( A)
                                       ∑ P( B ).P( A  B )
                                       j =1
                                                j            j



                                     Por: E. Seno                   32
                                   FE-UAN - 2006
Cálculo de probabilidade

Probabilidade condicional – Regra de Bayes:

   Portanto, determinar a probabilidade condicional das
   hipóteses significa achar as proporções de cada parcela
   da soma que constitui a probabilidade total, como
   podemos demonstrar no quadro abaixo, utilizando
   sempre os dados do exercício n.º 11:

          Bj    P(Bj)    P(ABj)     P(Bj).P(ABj)   P(BjA)


         B1     0,1455    0,2500            0,0364     0,3636

         B2     0,8545    0,0745            0,0636     0,6364

        Total       1    P(A) =                0,1         1



                             Por: E. Seno                       33
                           FE-UAN - 2006
Cálculo de probabilidade

Independência de acontecimentos:

   Sejam dois acontecimentos A e B, e suponhamos que A
   já se realizou. Se B é independente de A, logo a sua
   probabilidade condicional dado que A se realizou é igual
   à sua probabilidade incondicional, ou seja:
                     P(BA) = P(B).
   Assim, a regra de multiplicação para acontecimentos
   independentes resume-se a:
      P(A∩B) = P(A)×P(B)
   Em geral:
     P(A1∩A2∩ … ∩AN) = P(A1)×P(A2)× … ×P(AN)
   A   probabilidade    da   realização  simultânea de
   acontecimentos independentes é igual ao produto das
   probabilidades destes acontecimentos:

                          Por: E. Seno                   34
                        FE-UAN - 2006
Cálculo de probabilidade

Independência de acontecimentos: Ex. n.º 12

   Um levantamento permitiu apurar os níveis de
   reprovação nas cadeiras de Estatística (25%),
   Macroeconomia (32,5%) e Demografia (13%). Calcular
   a probabilidade de um aluno seleccionado ao acaso
   reprovar nas três cadeiras.

   Solução. Sejam os acontecimentos:
   A.   «O aluno reprova a Estatística» ⇒ P(A) = 0,25
   B.   «O aluno reprova a Macroeconomia» ⇒ P(B) = 0,325
   C.   «O aluno reprova a Demografia» ⇒ P(C) = 0,13

   P(A∩B∩C) = P(A)×P(B)×P(C) = 0,25×0,325×0,13 = 0,0105625.



                            Por: E. Seno                   35
                          FE-UAN - 2006

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Teoria de probabilidades

  • 1. Material para os estudantes do 2.º ano TEORIA DE PROBABILIDADES Por: E. Seno 1 FE-UAN - 2006
  • 2. Definição A Teoria das probabilidades é a teoria das leis do comportamento dos fenómenos aleatórios, procurando matematizar o acaso. A teoria das probabilidades fornece, portanto, a base para a medição e controlo do grau de incerteza associado aos procedimentos da inferência estatística Fenómeno aleatório: fenómeno sujeito à influência do acaso, independentemente da vontade do observador Por: E. Seno 2 FE-UAN - 2006
  • 3. Alguns conceitos básicos Experiência: • Processo ou conjunto de circunstâncias orientado a produzir resultados observáveis. • Exemplos: 1. submeter alunos a uma prova, 2. colocar um líquido num congelador durante 24 horas, 3. extrair uma carta num baralho, etc) • Em relação ao exemplo 2, pode-se adivinhar o resultado antes da sua realização - não aleatória; • O mesmo não se pode dizer em relação aos exemplos 1 e 3 - aleatória Por: E. Seno 3 FE-UAN - 2006
  • 4. Alguns conceitos básicos Características da experiência aleatória: Pode repetir-se tantas vezes nas mesmas condições ou em condições semelhantes; Antes da sua realização não se pode prognosticar o seu resultado, por mais que se queira controlar as condições de realização; Os resultados das suas repetições são díspares quando tomados individualmente, mas produzem uma impressionante regularidade estatística (estabilidade da frequência relativa) quando tomados em conjunto, isto a partir de um número “n” de repetições suficientemente grande. Por: E. Seno 4 FE-UAN - 2006
  • 5. Alguns conceitos básicos Espaço de resultados: Ao realizar uma experiência aleatória, sai um e somente um dos n resultados possíveis. A este conjunto dos resultados possíveis de uma experiência aleatória chama-se espaço de resultados ou simplesmente espaço amostral. Designa-se por: Ω = (ω1 , ω2 , ω3, ..., ωi , ..., ω N ) Por: E. Seno 5 FE-UAN - 2006
  • 6. Alguns conceitos básicos Espaço de resultados - exemplos: 1. Ex. n.º 1 - E1: Lançamento de um dado equilibrado Ω = {1, 2, 3, 4, 5, 6} 2. Ex. n.º 2 - E2: Lançamento de uma moeda Ω = {face, coroa} 3. Ex. n.º 3 - E3: Registo do sexo do bebé a nascer Ω = {masculino, feminino} 4. Ex. n.º 4 - E4: Registo do tempo (em minutos) que um trabalhador pode levar de casa ao local de trabalho Ω = {t: t>0} 5. Ex. n.º 5 - E5: Lançamento de dois dados equilibrados Ω = { (1,1); (1,2); …; (2,1); …; (5,1); …; (6,5); (6,6) } Por: E. Seno 6 FE-UAN - 2006
  • 7. Alguns conceitos básicos Acontecimento Quando se realiza uma experiência, existe normalmente da parte do observador uma vontade, que pode ser satisfeita de uma ou de muitas maneiras diferentes dentro do espaço amostral. Essas maneiras diferentes de satisfação daquela vontade formam um subconjunto do espaço amostral, que se chama Acontecimento Exemplos: 1. Ex. n.º 6 - No lançamento de um dado equilibrado, pode- se pretender a «saída de no mínimo 3 pontos» A = {3, 4, 5, 6} 2. Ex. n.º 7 - No lançamento de dois dados, pode-se pretender a «saída de uma soma de 4 pontos» B = { (1,3); (2,2); (3,1) } Por: E. Seno 7 FE-UAN - 2006
  • 8. Alguns conceitos básicos Acontecimento impossível Um acontecimento diz-se “impossível” sse reunido um conjunto de condições, ele necessariamente não se realiza Expor uma pedra de gelo ao sol durante 12 horas e pretender que «este continue no seu estado sólido» Assim o acontecimento A constituído por elementos que não pertencem a Ω, é um acontecimento impossível, e escreve-se A = Ø, como por ex.: Pretender a saída de 7 pontos no lançamento de um dado, ou de uma diferença absoluta de 8 pontos no lançamento de um par de dados Por: E. Seno 8 FE-UAN - 2006
  • 9. Alguns conceitos básicos Acontecimento certo Um acontecimento diz-se “certo” sse reunido um conjunto de condições, ele necessariamente se realiza Lançar uma pedra na água e pretender que «esta vá até ao fundo» Assim o acontecimento A constituído por todos os elementos de Ω, é um acontecimento certo, e escreve-se A = Ω, como por ex.: Pretender que uma senhora em estado de gestação dê à luz um bebé do sexo masculino ou feminino (de qualquer sexo) Por: E. Seno 9 FE-UAN - 2006
  • 10. Alguns conceitos básicos Acontecimento aleatório Um acontecimento diz-se “aleatório” sse reunido um conjunto de condições, tanto se pode realizar como não Constitui o principal interesse da teoria das probabilidades Quando um acontecimento aleatório é constituído por apenas um elemento do espaço amostral, este diz-se elementar Ex. n.º 8 - Lança-se uma moeda ao ar pretende-se a saída de coroa. Tem-se: A = {Coroa} Aos acontecimentos, sendo subconjuntos do espaço amostral, valem as relações e operações entre os conjuntos. Por: E. Seno 10 FE-UAN - 2006
  • 11. Alguns conceitos básicos Álgebra dos acontecimentos: Diz-se que o acontecimento A está contido em B, e escreve-se A⊂B, sse todo elemento de A∈B, isto é, se a realização de A implica necessariamente a realização de B; Se A⊂B e B⊂A, então os dois acontecimentos dizem-se idênticos, e escreve-se A=B; Dois acontecimentos A e B dizem-se mutuamente exclusivos ou incompatíveis, sse a realização de A implica a não realização de B e vice-versa; O acontecimento A diz-se independente de B sse o resultado da realização de B não condiciona o resultado de A. Se A é independente de B e vice-versa, os dois dizem-se independentes; O acontecimento Ā ou Ac diz-se complementar ou contrário a A, se é constituído por todos os elementos de Ω que não pertencem a A; Por: E. Seno 11 FE-UAN - 2006
  • 12. Alguns conceitos básicos Álgebra dos acontecimentos (cont.): Chama-se intersecção ou produto lógico de A e B, e escreve-se A∩B ou AB, ao acontecimento da realização simultânea de ambos; Se A e B incompatíveis, então A∩B=Ø Chama-se união ou soma lógica de A e B e escreve-se A∪B, ao acontecimento da realização ou de A, ou de B, ou de ambos, isto é, de pelo menos um deles; A∪B = A + B - A∩B Se A e B incompatíveis, então A∪B = A + B Chama-se diferença A e B e escreve-se A-B=A∩Bc, ao acontecimento da realização de A sem que B se realize; Se A e B incompatíveis, então A - B = A A U B = A ∩ B ; AI B = AU B Por: E. Seno 12 FE-UAN - 2006
  • 13. Probabilidade Conceito geral: Quantidade (percentagem) que exprime o grau de realização de um acontecimento aleatório Pode ser determinada segundo vários conceitos: Clássico; Estatístico; Subjectivo; Outros. Por: E. Seno 13 FE-UAN - 2006
  • 14. Conceito clássico de Probabilidade Definição: Se o espaço amostral associado a uma experiência aleatória tem N resultados mutuamente exclusivos e equiprováveis (igualmente possíveis), e se desse resultados NA têm o atributo A, então a probabilidade de que A se realize será dada por: N A n.º de casos favoráveis a A P ( A) = = N n.º total de casos possíveis Por: E. Seno 14 FE-UAN - 2006
  • 15. Conceito clássico de Probabilidade Exemplo: - Ex: Consideremos o lançamento de duas moedas e pede- Ex. n.º 9 se para calcular a probabilidade da saída de: a) duas faces; b) Uma coroa. Solução: Tem-se o seguinte espaço amostral: Ω = { (F,F); (F,C); (C,F); (C,C) } ⇒ N = 4 casos possíveis. Sejam os acontecimentos: A. «Saída de duas faces no lançamento de duas moedas»; B. «Saída de uma coroa no lançamento de duas moedas». a) A = { (F,F) } ⇒ NA = 1 caso fav., e NA 1 P( A) = = = 0,25 N 4 b) B = { (F,C); (C,F) } ⇒ NB = 2 casos fav., e NB 2 P( B) = = = 0,5 N 4 Por: E. Seno 15 FE-UAN - 2006
  • 16. Conceito clássico de Probabilidade Limitações: Só aplicável quando os resultados que compõem o espaço amostral são igualmente possíveis (têm a mesma probabilidade de realizar-se); Implica espaço amostral limitado, todos os elementos conhecidos; Problemas na determinação do n.º de casos favoráveis e possíveis: sistemas de eixos cartesianos; diagrama de árvore; Análise combinatória Por: E. Seno 16 FE-UAN - 2006
  • 17. Conceito clássico de Probabilidade Limitações: Combinações (extracção em simultâneo) ⎛ n ⎞ n! C k n = ⎜ ⎜ ⎟= ⎟ k ! ( n − k )! ⎝ k ⎠ Permutações (casos de extracção em ordem e sem reposição) n! P = n k = n.(n − 1). ... .[n − (k − 1)] (n − k )! Arranjos (casos de extracção em ordem e com reposição) -- A nk = n k Por: E. Seno 17 FE-UAN - 2006
  • 18. Conceito Estatístico de Probabilidade Definição: Seja o acontecimento A que, em N repetições de uma experiência aleatória, se realizou N(A) vezes, a que corresponderá a frequência relativa fN(A)=N(A)/N. É certo que à medida em que N aumenta fN(A) tenderá a estabilizar-se em torno de um número que é a probabilidade de A. Neste conceito a probabilidade é dada pela frequência limite, ou seja: N (A) Se f N ( A ) = , N então P(A) = Lim N → ∞ fN (A) Por: E. Seno 18 FE-UAN - 2006
  • 19. Conceito subjectivo de Probabilidade Definição: Por este conceito, a probabilidade é avançada através de uma suposição, decorrente de uma experiência já vivida em relação à matéria. Por: E. Seno 19 FE-UAN - 2006
  • 20. Cálculo de probabilidade Axiomas: Seja Ω o espaço amostral associado a uma experiência aleatória, e seja a probabilidade P uma aplicação que associa a cada acontecimento de Ω um número real, esta deve satisfazer a um conjunto de axiomas: 1) - P(A)≥0 ∀ A⊂ Ω 2) - P(Ω) = 1 3) - P(A∪B) = P(A) + P(B), se A∩B = Ø (Axioma de probabilidade total) Por: E. Seno 20 FE-UAN - 2006
  • 21. Cálculo de probabilidade Leis básicas de probabilidade: 1. P(Ā) = 1 – P(A) 2. P(Ø) = 0 3. Se A⊂B ⇒ P(A) ≤ P(B) 4. P(A) ≤ 1 5. P(A - B) = P(A) – P(A∩B) 6. Se B⊂A ⇒ P(A - B) = P(A) – P(B) 7. Se A∩B = 0 ⇒ P(A - B) = P(A) 8. P(A∪B) = P(A) + P(B) – P(A∩B) 9. P(A∪B∪C) = P(A) + P(B) + P(C) – P(A∩B) – P(B∩C) – P(A∩C) + P(A∩B∩C) 10. Se A1, …, AN, acontecimentos mutuamente exclusivos, ⎛ N ⎞ N P ⎜ U Ai ⎟ = ⎜ ⎟ ∑ P (A )i ⎝ i =1 ⎠ i =1 Por: E. Seno 21 FE-UAN - 2006
  • 22. Cálculo de probabilidade Probabilidade condicional Se ao calcular a probabilidade do acontecimento A, é necessário ter em conta o resultado de B que já se realizou, esta diz-se condicional A probabilidade condicional de A dado B é a probabilidade da realização de A calculada sob condição de que B já se realizou. Matematicamente, define pela razão entre a probabilidade da realização simultânea de ambos e a probabilidade daquele que já realizou, ou seja: P( A I B) P ( A B ) = PB ( A) = , com P ( B ) > 0 P( B) Por: E. Seno 22 FE-UAN - 2006
  • 23. Cálculo de probabilidade Probabilidade condicional - Ex. n.º 10 : Consideremos a existência de uma caixa contendo 10 peças das quais 4 defeituosas. Se forem extraídas ao acaso 2 peças, uma de cada vez, mas sem reposição, calcular a probabilidade de na segunda extracção sair uma peça boa sabendo que na primeira já havia saído uma defeituosa. Solução: Sejam os acontecimentos: A. «Saída na 1.ª extracção de uma peça defeituosa» ⇒ P(A) = 4/10 = 0,4 B. «Saída na 2.ª extracção de uma peça boa» ⇒ P(B) = 6/10 = 0,6 (probabilidade incondicional) Mas a probabilidade solicitada é condicional, isto é de retirar da caixa uma peça boa, depois de nela ter sido retirada uma peça defeituosa sem ser reposta, que é mesmo que dizer «extrair uma peça boa de uma caixa onde só ficaram 9 peças, sendo 3 defeituosas e 6 boas», que seria igual a P(BA) = 6/9 = 0,6667. Por: E. Seno 23 FE-UAN - 2006
  • 24. Cálculo de probabilidade Probabilidade condicional - Ex. n.º 10 (cont.): Este resultado poderia ser encontrado utilizando a fórmula, calculando a probabilidade da intersecção: 6! 4! 6 × 5! 4 × 3! × × P6 × P4 1 1 ( 6 − 1)! ( 4 − 1)! 5! 3! = 24 = 0, 2667 P( A I B) = = = 2 P10 10! 10 × 9 × 8! 90 (10 − 2)! 8! e, P ( A I B ) 0,26667 P ( B A) = = = 0,6667 P ( A) 0,4 Por: E. Seno 24 FE-UAN - 2006
  • 25. Cálculo de probabilidade Probabilidade condicional - Ex. n.º 11 : Consideremos agora a seguinte distribuição do corpo docente de uma Faculdade da UAN, por sexo e por regime, de acordo com um estudo realizado: Regime M F Total T. Integral 12 4 16 T. Parcial 87 7 94 Total 99 11 110 Podemos definir os seguintes acontecimentos: M: «Um docente é do sexo masculino» F: «Um docente é do sexo feminino» I: «Um docente está no regime de tempo integral» P: «Um docente está no regime de tempo parcial» Por: E. Seno 25 FE-UAN - 2006
  • 26. Cálculo de probabilidade Probabilidade condicional - Ex. n.º 11 (Cont.): Podemos querer calcular probabilidade de um docente do sexo masculino estar em tempo integral (que é mesmo que determinar a proporção dos que estão em tempo integral dentro dos docentes do sexo masculino), que seria igual: P(IM) = 12/99 = 0,1212 Esta probabilidade poderia ser calculada utilizando a fórmula. Antes calculamos no quadro a seguir as probabilidades dos acontecimentos antes definidos: Regime M F Total T. Integral 0,1091 0,0364 0,1455 T. Parcial 0,7909 0,0636 0,8545 Total 0,9 0,1 1 Por: E. Seno 26 FE-UAN - 2006
  • 27. Cálculo de probabilidade Probabilidade condicional - Ex. n.º 11 (Cont.): Nos extremos das linhas e das colunas estão determinadas as probabilidades dos 4 acontecimentos. Assim tem-se: P(M) = 0,9; P(F) = 0,1; P(I) = 0,1455; P(P) = 0,8545 E na matriz interior as probabilidades das possíveis intersecções. Desta forma poderíamos voltar a calcular a probabilidade condicional de que I se realize dado que M já se realizou: 12 12 P(I I M ) 0 ,1091 P(I M ) = = 110 = = = 0 ,1212 99 99 P (M ) 0 ,9 110 Por: E. Seno 27 FE-UAN - 2006
  • 28. Cálculo de probabilidade Probabilidade condicional - Regra de multiplicação: Das igualdades: P( A I B) P( A I B) P( A B) = ; com P( B) > 0, e P( B A) = ; com P( B) > 0 P( B) P( A) Resulta que: P(A∩B) = P(A).P(BA) = P(B).P(AB) No caso de três acontecimentos, ter-se-á: P(A ∩B ∩C) = P(A).P(BA).P(CAB) E, generalizando: P(A1∩A2∩ … ∩AN) = P(A1).P(A2A1). … .P(ANA1. … .AN-1) A probabilidade da realização simultânea de vários acontecimentos quaisquer é igual ao produto da probabilidade do primeiro pelos produtos das probabilidades condicionais dos seguintes, sendo estas calculadas sob condição de que todos os acontecimentos anteriores já se realizaram. Por: E. Seno 28 FE-UAN - 2006
  • 29. Cálculo de probabilidade Probabilidade condicional – Probabilidade total: Para calcular P(A), tal que: A só se pode realizar basta que se realize um dos acontecimentos B1, B2, …, BN (Bj, com j=1, …, N); Bi∩Bj = Ø; ∀i ≠ j (mutuamente exclusivos); ∑P(Bj) = 1, com j = 1, …, N; Conhecidos: P(Bj) e P(ABj), com j = 1, …, N P ( A) = P ( A I B1 ) + P ( A I B2 ) + ... + ... + P ( A I B N ) = = P ( B1 ).P ( A B1 ) + P ( B2 ).P ( A B2 ) + .... + P ( B N ).P ( A B N ) = N = ∑ P ( B j ).P ( A B j ) j =1 Por: E. Seno 29 FE-UAN - 2006
  • 30. Cálculo de probabilidade Probabilidade condicional – Probabilidade total: No caso do exerc. n.º 11, podemos pretender calcular a probabilidade de um docente ser do sexo feminino (F = A). Neste caso este só pode ser ou em tempo integral (I = B1) ou em tempo parcial (P = B2). Temos: P(I) = P(B1) = 0,1455; P(P) = P(B2) = 0.8545, e, ∑P(Bj) = P(B1) + P(B2) = 0,1455 + 0.8545 = 1 B1∩B2 = Ø (Não se pode estar em simultâneo em tempo integral e parcial) Tem-se por outro lado: P(FI) = P(AB1) = 4/16 = 0,25 P(FP) = P(AB2) = 7/94 = 0,0745 Dai que: P(F) = P(A) = 0,1455×0,25 + 0,8545×0,0745 = 0,1. Por: E. Seno 30 FE-UAN - 2006
  • 31. Cálculo de probabilidade Probabilidade condicional – Probabilidade total: Na prática pode-se utilizar um esquema (quadro) como o que segue: Bj P(Bj) P(ABj) P(Bj).P(ABj) B1 0,1455 0,2500 0,0364 B2 0,8545 0,0745 0,0636 Total 1 P(A) = 0,1 Por: E. Seno 31 FE-UAN - 2006
  • 32. Cálculo de probabilidade Probabilidade condicional – Regra de Bayes: Lembrança: (Fórmula de probabilidade total) N P( A) = ∑ P( B j ).P( A B j ) j =1 Suponhamos que já tem a certeza de que A já se realizou, coloca-se a questão de «com qual das hipóteses – alternativas (Bj, com j = 1, …, N) se realizou?» Deve-se proceder ao cálculo da probabilidade condicional da hipótese Bj, dado que A já se realizou, da seguinte forma: P( A I B j ) P( B j ).P( A B j ) P( B j A) = = N P( A) ∑ P( B ).P( A B ) j =1 j j Por: E. Seno 32 FE-UAN - 2006
  • 33. Cálculo de probabilidade Probabilidade condicional – Regra de Bayes: Portanto, determinar a probabilidade condicional das hipóteses significa achar as proporções de cada parcela da soma que constitui a probabilidade total, como podemos demonstrar no quadro abaixo, utilizando sempre os dados do exercício n.º 11: Bj P(Bj) P(ABj) P(Bj).P(ABj) P(BjA) B1 0,1455 0,2500 0,0364 0,3636 B2 0,8545 0,0745 0,0636 0,6364 Total 1 P(A) = 0,1 1 Por: E. Seno 33 FE-UAN - 2006
  • 34. Cálculo de probabilidade Independência de acontecimentos: Sejam dois acontecimentos A e B, e suponhamos que A já se realizou. Se B é independente de A, logo a sua probabilidade condicional dado que A se realizou é igual à sua probabilidade incondicional, ou seja: P(BA) = P(B). Assim, a regra de multiplicação para acontecimentos independentes resume-se a: P(A∩B) = P(A)×P(B) Em geral: P(A1∩A2∩ … ∩AN) = P(A1)×P(A2)× … ×P(AN) A probabilidade da realização simultânea de acontecimentos independentes é igual ao produto das probabilidades destes acontecimentos: Por: E. Seno 34 FE-UAN - 2006
  • 35. Cálculo de probabilidade Independência de acontecimentos: Ex. n.º 12 Um levantamento permitiu apurar os níveis de reprovação nas cadeiras de Estatística (25%), Macroeconomia (32,5%) e Demografia (13%). Calcular a probabilidade de um aluno seleccionado ao acaso reprovar nas três cadeiras. Solução. Sejam os acontecimentos: A. «O aluno reprova a Estatística» ⇒ P(A) = 0,25 B. «O aluno reprova a Macroeconomia» ⇒ P(B) = 0,325 C. «O aluno reprova a Demografia» ⇒ P(C) = 0,13 P(A∩B∩C) = P(A)×P(B)×P(C) = 0,25×0,325×0,13 = 0,0105625. Por: E. Seno 35 FE-UAN - 2006