O documento discute os processos de imperialismo e neocolonialismo após a Revolução Industrial. Apresenta como as potências capitalistas europeias dividiram a África, Ásia e Oceania no século XIX para expandir seus mercados e esferas de influência, levando à colonização desses continentes. Também aborda como o domínio europeu sobre essas regiões perdurou no século XX por meio do neocolonialismo econômico.
2. – Revolução Industrial
Avanço na produção de energia, na exploração de
matéria prima, nos transportes e na comunicação,
além dos avanços científicos.
CRESCIMENTO POPULACIONAL → INTENSIFICAÇÃO
DA URBANIZAÇÃO
INOVAÇÕES → NOVAS OPORTUNIDADES DE
NEGÓCIOS → ESTÍMULO AO CAPITALISMO
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3. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Limites da livre concorrência do liberalismo;
Disputa por espaços no mercado desequilibrada
pelas empresas mais ricas e com maior poder;
Processo de concentração.
- CARTEL: Grupo de empresas que acordam em
controlar os preços, produção e mercado de
determinados setores e produtos.
- HOLDING: Empresa que controla várias outras
diferentes empresas, que funcionam independentes
entre si e possuem até alguma autonomia.
- TRUST: Fusão de diversas empresas de um mesmo
ramo de atividade produtiva.
- MONOPÓLIO: Ausência de concorrência e
existência de um único fornecedor;
- OLIGOPÓLIO: Poucos fornecedores e cada um
detém uma parcela grande do mercado, de forma
que qualquer mudança em sua política de vendas
afeta a participação de seus concorrentes e os induz
a reagir;
- MONOPSÔNIO: Forma de mercado com apenas um
comprador, chamado de monopsonista, e inúmeros
vendedores. É um tipo de competição imperfeita,
inverso ao caso do monopólio, onde existe apenas
um vendedor e vários compradores. Um
monopsonista tem poder de mercado, devido ao fato
de poder influenciar os preços de determinado bem,
variando apenas a quantidade comprada.
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4. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
- CAPITALISMO MONOPOLISTA:
◦ Aproximação entre bancos e
indústrias → Financiamento da
produção e participação nos lucros
industriais.
◦ Aumento da produção industrial →
Necessidade de ampliação do mercado
consumidor
◦ Acúmulo de capitais → Geração de resultados
que também eram reinvestidos para produzir
maus lucros.
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5. IMPERIALISMO E
NEOCOLONIALISMO
“Como vender a produção cada vez maior e
realizar novos investimentos assim gerados,
se a concorrência entre as grandes
potências capitalistas fazia com que seus
governos adotassem barreias protecionistas
para seus mercados internos, a fim de
dificultar a invasão de produtos vindos de
países concorrente?” (Gilberto Cotrim –
História Global: Brasil e Geral – volume 2)
RESPOSTA: VAMOS REPARTIR A ÁSIA, ÁFRICA
E OCEANIA PARA ATENDER OS INTERESSES
ECONÔMICOS E POLÍTICOS DAS POTÊNCIAS
MUNDIAIS.
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6. IMPERIALISMO
É A POLÍTICA DE EXPANSÃO E O
DOMÍNIO TERRITORIAL, CULTURAL
E ECONÔMICO DE UMA NAÇÃO
SOBRE OUTRAS, OU SOBRE UMA
OU VÁRIAS REGIÕES
GEOGRÁFICAS.
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7. NEOCOLONIALISMO
Representa a dominação política,
econômica, cultura e social das potências
capitalistas europeias sobre algumas
regiões do continente africano e asiático,
principalmente. Este processo teve início no
começo do século XIX e perdurou até o
século XX, com a Primeira Guerra Mundial.
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8. FORMAS DE DOMÍNIO
TERRITORIAL: Por intervenção militar,
caracterizada pela ocupação direta sobre o
território do país “colonizado”.
ECONÔMICO: Pela interferência nos
assuntos políticos e econômicos do país
dominado.
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9. DOMÍNIO
SOBRE A
ÁFRICA
Mais de 90% do território
africano foi dominado entre a
segunda metade do século
XIX e as primeiras décadas
do século XX.
1876 – Iniciativa da Bélgica
no governo de Leopoldo II →
Associação Internacional
Africana e Grupo de Estudos
do Alto Congo
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10. Conferência de
Berlim
1884-1885 – Foram reuniões que
definiram a divisão do continente
africanos, tendo a participação de
14 países europeus, EUA e Rússia.
- Fronteiras estabelecidas de
maneira artificial e arbitrária
conforme os interesses
imperialistas.
- Resistência enfrentou
dominadores militarmente mais
equipados.
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11. CONFERÊNCIA DE BERLIM
A Conferência de Berlim foi realizada entre novembro de 1884 e fevereiro de 1885, na
Alemanha. Presidida pelo chanceler do Império Alemão Otto von Bismarck, o evento
durou três meses e todas as negociações eram secretas, como era habitual naqueles
tempos.
Oficialmente, a reunião serviria para garantir a livre circulação e comércio na bacia do
Congo e no rio Níger; e o compromisso de lutar pelo fim da escravidão no continente.
Contudo, a ideia era resolver conflitos que estavam surgindo entre alguns países pelas
possessões africanas e dividir amistosamente os territórios conquistados entre as
potências mundiais.
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12. •Grã-Bretanha: suas colônias atravessavam
todo o continente e ocupou terras desde o norte
com o Egito até o sul, com a África do Sul;
•França: ocupou basicamente o norte da África,
a costa ocidental e ilhas no Oceano Índico,
•Portugal: manteve suas colônias como Cabo
Verde, são Tomé e Príncipe, Guiné, e as regiões
de Angola e Moçambique;
•Espanha: continuou com suas colônias no
norte da África e na costa ocidental africana;
•Alemanha: conseguiu território na costa
Atlântica, atuais Camarões e Namíbia e na costa
Índica, a Tanzânia;
•Itália: invadiu a Somália e Eriteia. Tentou se
estabelecer na Etiópia, mas foi derrotada;
•Bélgica: ocupou o centro do continente, na área
correspondente ao Congo e Ruanda.
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13. DOMÍNIO SOBRE A ÁSIA
Ampliação do controle britânico sobre a Índia: Influência sobre costumes, produção e política →
1876: Incorporação oficial ao IMPÉRIO BRITÂNICO.
CHINA: Resistência à influência externa abalada durante a GUERRA DO ÓPIO (189/1842), que
resultou em vitória britânica e abertura do território chinês para a ação imperialista. Após
derrotas em mais conflitos, como a GUERRA DOS BOXERS (1899/1901) o território foi loteado por
Inglaterra, Alemanha, França, Rússia e Japão.
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14. GUERRA DO ÓPIO
•A expansão da Grã-Bretanha no Oriente aconteceu no começo
do século XIX, quando passava pela segunda fase da
Revolução Industrial e precisava de matéria-prima e mercado
consumidor.
•A China se mantinha fechada ao comércio externo, mas o
consumo do ópio abriu uma brecha nesse bloqueio, e os
ingleses aproveitaram-se disso para investir no comércio
ilegal, porém lucrativo.
•As duas Guerras do Ópio aconteceram entre Grã-Bretanha e
China. Os britânicos queriam abrir a economia oriental para
seus produtos, e os chineses, afastar a presença estrangeira.
•Os britânicos venceram as guerras, ampliaram seu domínio
sobre a região, e a economia chinesa foi aberta ao livre
mercado.
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15. GUERRA DOS
BOXERS
No final da década de 1890, os boxers, membros de
uma sociedade formada por camponeses do norte da
China, começaram a atacar missionários cristãos,
cristãos chineses e estrangeiros. Esses ataques
acabaram se espalhando para a capital, Pequim, em
junho de 1900, com a destruição de estações
ferroviárias e igrejas. A área onde viviam os
diplomatas estrangeiros também foi sitiada. A
imperatriz Tzu’u Hzi apoiou os rebelados, declarando
guerra a todos os países estrangeiros que mantinham
relações diplomáticas com a China
Em agosto de 1900, aliados de vários países saíram
do norte da China para tomar Pequim e sufocar a
rebelião, que terminou oficialmente em setembro de
1901, com a assinatura do Protocolo Boxer. Ele
determinava a punição dos envolvidos e exigia que a
China pagasse indenizações de milhões de dólares
aos países afetados.
A China só conseguiu se livrar, em definitivo, da
presença imperialista estrangeira em 1949, através da
Revolução Comunista, liderada por Mao Tsé-tung.
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16. JAPÃO
ABERTURA FORÇADA PELOS EUA (1854) E POSTERIORES ACORDOS
COMERCIAIS COM OUTROS PAÍSES. A PARTIR DE 1868, DURANTE A ERA
MEIJI, O JAPÃO PASSOU POR UM PROCESSO DE MODERNIZAÇÃO E
INICIOU SUA PRÓPRIA EXPERIÊNCIA IMPERIALISTA NO CONTINENTE.
Historicamente, o Japão esteve isolado do Ocidente até a chegada das primeiras
embarcações mercantilistas portuguesas, em 1542. Esse primeiro contato não teve
efeitos positivos, principalmente por causa dos interesses lusitanos em propagar o
cristianismo entre os japoneses pela ação dos jesuítas. Na primeira metade do século
XVII, o governo nipônico realizou a execução de milhares de cristãos japoneses e
determinou o fechamento dos portos.
Entre os séculos XVII e XIX, o Japão era controlado pelo xogum, uma espécie de
primeiro-ministro de poder hereditário que tinha amplos poderes. Além disso,
observamos a presença de uma ampla aristocracia (damaios) que exercia o poder
local através dos samurais, uma classe de guerreiros profissionais. Ao longo do
tempo, o domínio da família Tokugawa sob o xogunato acabou desenvolvendo uma
frequente disputa de poder com os grandes proprietários.
A partir de 1850, as nações ocidentais passaram a desenvolver estratégias políticas
que pressionavam a abertura política e econômica japonesa. Em 1854, sob o comando
do almirante Perry, uma esquadra norte-americana impôs a abertura dos portos
nipônicos ao mercado mundial. Por meio de sérias ameaças militares, os japoneses
foram obrigados a assinar tratados comerciais com diferentes países.
Buscando reagir ao processo de dominação, os japoneses permitiram que seus
jovens fossem enviados à Europa e os Estados Unidos para estudarem em
universidades voltadas para os campos de ciência e tecnologia. Com o passar do
tempo, a população japonesa começou a dominar o conhecimento necessário para a
criação de suas primeiras indústrias. Em pouco tempo, esse projeto de modernização
também foi seguido pelo campo político, com a chamada Revolução Meiji.
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18. DECOLONIALIDADE
A decolonialidade é considerado como
caminho para resistir e desconstruir
padrões, conceitos e perspectivas impostos
aos povos subalternizados durante todos
esses anos, sendo também uma crítica
direta à modernidade e ao capitalismo.
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19. DESCOLONIZAR É...
Colocar-se contra as diferentes formas de dominação que existiram e existem e que nos impõem
uma lógica de pensar. Descolonizar é construir lógicas diferentes.
POR UMA EPISTEMOLOGIA DO SUL
“O meu apelo a aprender com o Sul – entendendo o Sul como uma metáfora do sofrimento
humano causado pelo capitalismo – significava precisamente o objetivo de reinventar a
emancipação social indo mais além da teoria crítica produzida no Norte e da práxis social e
política que ela subscrevera (SANTOS, 2006, p. 27).”
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20. ...
◦ Uma epistemologia do Sul permite ao Sul pensar em um conhecimento e uma forma de produzi-lo que
não sejam importados, mas, sim, adequados a sua realidade.
◦ Não é possível, nem desejável, desconsiderar tudo que venha da Europa ou do mundo ocidental. Além do
mais, após quinhentos anos de imposição global da modernidade ocidental, torna difícil conceber o que é
exterior às sociedades frutos da colonialidade.
◦ A descolonialidade não é somente um projeto anti-colonial, mas um programa de liberação do
capitalismo que passa por uma critica teórica que integra a complexidade cultural, racial, de gênero e
religiosa do sistema-mundo no mesmo movimento em que contesta os novos mecanismos de
dependência.
◦ É então através dos conceitos de colonialidade do poder, do saber e do ser que propomos operacionalizar
metodologicamente a ontologia descolonial, através de uma epistemologia do sul.
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