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O estilo românico

Características:

- Planta em cruz latina




- Arco de volta perfeito




- Abóbada de berço




        Estilo gótico

        O estilo gótico teve origem em França no século XII. O estilo gótico tinha
características próprias:

- Arcos quebrados – substituindo os tradicionais arcos de volta perfeita.
- Abobadas sobre cruzamento de ogivas – um tipo novo de abóbada.




- Pináculo.




- Arco botante – elemento que substitui os contrafortes no suporte das abóbadas e permitem o
crescimento vertical dos edifícios.
- Janelas e rosáceas – decorados com vitrais, aberturas que permitem a entrada da luz no
interior dos edifícios.




O estilo gótico era aplicado:

- Arquitectura (civil, militar e religiosa);

- Escultura;

- Pintura;

- Tapeçaria;

- Ourivesaria.

                  Crise e revolução no século XIV

         O século XIV foi um século de crise económica e social. Houve maus anos agrícolas,
que levam a fomes, que levam a doenças e a pestes (peste negra), que levam a mortes. E a
guerra também leva a mortes.

                  Crise de 1383/1385

         A morte do rei D. Fernando leva a uma crise política. Como só tinha uma filha, D.
Beatriz – legítima herdeira do trono português –, casada com o rei de Castela. Se herdasse o
trono português, Portugal perdia a independência.

         Dois grupos sociais, a nobreza e clero apoiavam D. Beatriz, porque queriam continuar
com os privilégios.

         O povo (Burguesia) queria um Portugal independente.

         Surgiu D. João – Mestre de Avis que liderou a revolta. Depois de dois anos de luta
com Castela, os Portugueses confirmaram a independência na Batalha de Aljubarrota, 1385.

         D. João é aclamado rei de Portugal nas Cortes de Coimbra, em 1385, como D. João I.
Expansionismo europeu

        No inicio do século XV, a Europa encontrava-se mergulhada numa profunda crise
económica. Tornava-se, assim, difícil de chegar directamente aos locais de origem de alguns
dos produtos mais necessários: ouro e cereais de África e especiarias da Ásia.

                Europa nas vésperas da expansão marítima

        Antes de se expandir, a Europa, vivia uma crise económica e social. Devastados por
fomes, pestes e guerras, os Europeus debatiam-se com a falta de mão-de-obra, de cereais
e de metais preciosos.

        Alem disso, as relações comerciais entre a Europa e o Oriente tornaram-se mais
instáveis.

                As motivações dos grupos sociais

        A situação económica do nosso país era gravíssima.

        No âmbito social, a nobreza via a sua riqueza diminuir, pelo qual ansiava por novos
combates que lhe fornecessem terras, cargos, rendas e títulos, assim como aspirava a
participar nas lucrativas actividades mercantis.

         O clero queria expandir a fé cristã e o espírito de cruzada e aumentar as rendas.

         A burguesia, por seu lado, pretendia alcançar e controlar novos mercados e
produtos, de modo a aumentar os seus rendimentos.

        Já o povo, procurava melhorar as suas condições de vida, através de empregos
mais bem remunerados ou do cultivo de novas terras.

        O rei queria resolver a crise económica do país, mais prestígio e mais riqueza.

                As condições da prioridade portuguesa

        Portugal foi pioneiro na expansão marítima. Tal só foi possível devido à conjugação de
várias condições favoráveis, nos planos político, geográfico, técnico e científico.

        Devido à sua extensa costa atlântica e inúmeros portos naturais, os Portugueses
desde cedo se dedicaram à pesca e ao comércio marítimo.

        Em resultado da presença muçulmana e da judaica na Península Ibérica, os
Portugueses contactaram com diversos instrumentos de orientação (bússola, astrolábio,
quadrante, balestilha, portulano, cartas de marear, etc.), que lhes permitiram praticar a
navegação astronómica (orientação pelos astros) em alto mar. Outras inovações importantes
consistiram no aperfeiçoamento de uma embarcação que seria fundamental nas viagens ao
longo da costa africana – a caravela – e no desenvolvimento da técnica de bolinar (navegação
contra o vento usando as velas triangulares).

                A conquista de Ceuta

        A conquista de Ceuta deu-se no reinado de João I, em 1415. Mas porquê Ceuta?

        Desde logo, devido à sua localização geográfica, junto ao Estreito de Gibraltar, que
permitia aos portugueses controlar o comércio que se fazia entre o mar mediterrâneo e o
oceano Atlântico. Em simultâneo, a posse desta praça garantia protecção dos frequentes
ataques piratas. Aí chegavam várias rotas comerciais (ouro e prata). Era uma cidade muito rica
em cereais, gado e derivados de plantas têxteis – aspecto importante devido à pobreza face
a estes alimentos.

        No entanto, embora a conquista de Ceuta tenha sido um sucesso militar, resultou num
enorme fracasso do ponto de vista económico. As rotas comerciais foram desviadas para
outras cidades muçulmanas e, uma vez que não conseguiram ultrapassar os muros da cidade,
os portugueses não tiveram acesso aos cereais. Ceuta tornou-se, assim, um bastião cristão
cercado por inimigos muçulmanos.

O povoamento e colonização da Madeira e dos Açores

        João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira chegaram pela primeira vez à Madeira
em 1419. E aos Açores, em 1427 por Diogo Silves.

Forma de colonização:

        A colonização foi feita através de capitanias entregues a capitães donatários - que
tinham poderes administrativos, judiciais e militares - povoaram as ilhas e exploraram-nas
economicamente.

A descoberta e colonização da costa ocidental africana

        Gil Eanes foi o primeiro europeu a ultrapassar o Cabo Bojador, em 1434.

Forma de colonização:

        A colonização foi feita através de feitorias. A primeira foi em Arguim. As feitorias eram
entrepostos comerciais. Os entrepostos eram centros de armazenamento e troca de produtos.

        Com a morte do Infante D. Henrique, em 1460, assistiu-se à diminuição das viagens de
descobertas, que haviam atingindo já a Serra Leoa. Tal mudança deveu-se ao monarca D.
Afonso V que, influenciado pela nobreza decidiu voltar-se para a conquista de novas praças
no Norte de África.
A política africana de Afonso V

       Foram conquistadas mais praças marroquinas, como Alcácer Ceguer em 1458 e
Arzila e Tânger em 1471. Mas, mais uma vez, esta conquista sagrou-se um novo desastre
económico, agravado pela crescente despesa da manutenção militar.

       Face ao desinteresse de D. Afonso V, as viagens de descoberta prosseguiram mas
agora por um particular, Fernão Gomes, um mercador rico de Lisboa. Em 1469, arrendou ao
rei o comércio da costa africana por um período de cinco anos. Em troca, Fernão Gomes
comprometeu-se a entregar uma renda em dinheiro e a descobrir cem léguas de costa para sul
todos os anos. Desta forma, foi explorada a costa da Mina, onde se encontraram grandes
quantidades de ouro.

                  A política expansionista de D. João II

       O seu principal objectivo era atingir a Índia por mar, mas também controlar o
comércio da costa ocidental africana e, posteriormente, da Índia, impondo assim o monopólio
régio, ou seja, o comércio dos produtos dessas zonas era controlado pela Coroa de Portugal.

       D. João II encarregou Diogo Cão de explorar o litoral de Angola e chegou à costa da
actual Namíbia.

       Em 1487, Pêro da Covilhã e Afonso Paiva viajaram por terra e Bartolomeu Dias
navegou por mar e atingiu o Cabo da Boa Esperança em 1488.

                  Tratado de Tordesilhas

       O tratado de Tordesilhas estabelecia as seguintes condições:

        Dividir o mundo em duas partes iguais por um meridiano imaginário que passava a 370
        léguas a oeste de Cabo Verde

        As terras a descobrir para oriente passavam a pertencer a Portugal

        As terras a descobrir para ocidente dessa linha pertenciam a Castela

                  A descoberta do caminho marítimo para a Índia

       Após a viagem de Bartolomeu Dias, o rei D. João II iniciou a preparação de uma
grande expedição com o mesmo objectivo de chegar à Índia por via marítima.

       Foi já no reinado de D. Manuel I que tal empreendimento se concretizou: uma armada
de quatro navios e cerca de 150 homens comandada por Vasco da Gama, saiu de Lisboa em
1497 para atingir a cidade Indiana Calecute em Maio de 1498, após 10 meses de viagem feita
em condições difíceis. Vasco da Gama estabeleceu, desta forma, a ligação por mar entre a
Europa e a Ásia, para aí obter especiarias e produtos de luxo, Rota do Cabo.

                A chegada ao Brasil

        O rei, D. Manuel I, enviou uma armada comandada por Pedro Álvares Cabral, que
seguiu a mesma rota de Vasco da Gama, com o objectivo de impor poder português a oriente.

        Porém, as embarcações foram desviadas para sudoeste, próximo do arquipélago de
Cabo Verde, devido a uma tempestade, tendo alcançado a Terra de Vera Cruz em 1500, mais
tarde designada Brasil (pau-brasil). A Terra de Vera Cruz era habitada por povos de pele
avermelhada, alguns com a cara pintada e andavam nus. Desconheciam a agricultura e a
pastorícia, alimentavam-se da recolha de sementes e raízes que apanhavam da Natureza.


A afirmação do expansionismo europeu: os impérios peninsulares

                Os portugueses na África negra

        Apesar da maioria dos povos viver em clãs, alguns destes povos estavam organizados
em reinos e até em impérios. Os portugueses nunca mostraram interesse em conquistar os
reinos destas populações mas sim em estabelecer com elas relações comerciais, o que
facilitou a convivência mútua.

        Tais relações comerciais eram bastante favoráveis aos portugueses, que trocavam
produtos como o sal, tecidos ou trigo por escravos, marfim, ouro e malagueta, entre outros.
Para facilitar as trocas estabeleceram-se acordos com os chefes locais que permitiam a criação
de feitorias. Estas eram um misto de entreposto e de fortaleza, já que aí se realizavam trocas
comerciais e armazenavam produtos, protegidos por uma guarnição militar. Em Cabo Verde, o
clima e o solo eram secos, pelo que a colonização foi lenta, através de capitanias. O tráfico
de escravos desenvolveu-se, na sua maioria, a partir de prisioneiros das guerras travadas
entre os povos africanos, que produziu uma forte quebra demográfica neste continente e
tornou-se no mais importante “produto” comprado pelos portugueses aos comerciantes locais,
negros e mouros.

        No arquipélago de São Tomé e Príncipe o clima e o solo eram próprios da agricultura,
aí, os portugueses dedicaram-se ao cultivo da cana-de-açúcar.

        A missionação era a conversão de não-cristãos ao Cristianismo, neste caso, dos
povos que se encontravam em África foi outra das preocupações dos portugueses. Ao
conviverem uns com os outros certos costumes foram transmitidos através da aculturação e a
difusão da língua portuguesa.
A penetração portuguesa no mundo asiático

        A Ásia era bem organizada, populosa, evoluída e religiosamente definida, um
continente em tudo distinto de África em termos civilizacionais.

        A sua economia fundava-se numa agricultura, que incluía a exploração das
especiarias, e numa indústria produtiva nas áreas das sedas, porcelanas, papel e tecidos de
algodão, entre outras.

        Os povos asiáticos praticavam diferentes religiões, sendo as principais a muçulmana,
mas também o hinduísmo na Índia e o budismo na China, Japão e Índia.

        A Índia era composta por pequenos estados hindus e muçulmanos em lutas
permanentes.

        Aqui, os portugueses empenharam-se em estabelecer um império comercial, através
do domínio dos mares e de pontos estratégicos em terra, com a intenção de controlar
totalmente o comércio dessa zona do globo – ou seja, deter o monopólio comercial.

        D. Manuel I criou vice-reis da Índia para governar esse território e tinham poderes. O
primeiro vice-rei, Francisco de Almeida, desenvolveu uma política de domínio marítimo,
exigindo licenças de navegação a todos os barcos que navegassem no Índico. O segundo vice-
-rei, Afonso de Albuquerque, optou pela conquista de portos e cidades estrategicamente
situados, além de ter mandado construir feitorias e fortalezas, defendendo uma política de
domínio terrestre.

        A partir destas várias feitorias, as mercadorias transaccionadas pelos portugueses
eram depois canalizadas para a cidade de Goa, de onde partiam com destino a Lisboa. Aqui,
D. Manuel I criou a Casa da Índia, atribuindo-lhe a função de armazenar as mercadorias
orientais e vendê-las à Europa. Todo este comércio era controlado pelo rei, que assim exercia
o monopólio régio.

        No plano social, as autoridades portuguesas promoveram a miscigenação, ou seja, o
casamento entre portugueses e mulheres indígenas. Apesar disso, a aculturação foi pouco
intensa, porque os povos asiáticos possuíam culturas muito antigas e profundamente
interiorizadas, tal como a missionação.

                Os portugueses no Brasil

        No inicio, os portugueses interessaram-se pouco pela exploração do Brasil.

        D. João III, em 1532, implantou / criou o sistema de capitanias, que eram 15. No
entanto, o rei detinha o monopólio comercial do pau-brasil.

        Em 1549, foi fundado um Governo Geral por Tomé de Sousa.
A principal actividade comercial ficou ligada à cana-de-açúcar.

                 O império espanhol da América

          Quando os espanhóis chegaram à América também encontraram três civilizações
altamente desenvolvidas: os Incas (nos Andes), os Maias (na América Central) e os Astecas
(no México).

          Em 1519, o conquistador espanhol Fernando Cortez dominou os Astecas e, em 1531,
Francisco Pizarro conquistou os Incas. Tais vitórias foram rápidas e violentas, devendo-se a 3
factores: surpresa, superioridade militar mediante a utilização de armas de fogo e, a
alianças com tribos índias.

          Esta parte da América era rica em ouro (na Colômbia) e em prata (no Peru e no
México)

          Na organização administrativa destes territórios os espanhóis adoptaram o sistema de
vice-reis, semelhante ao utilizado pelos portugueses na Índia. Ao nível central, a Coroa criou o
conselho das Índias, que detinha o monopólio comercial de todos os produtos americanos,
concentrando-os na Casa da Contratação, em Sevilha, de onde eram vendidos para o resto
da Europa (tal como na Casa da Índia em Lisboa).

          A missionação foi simples e pacífica. A assimilação da cultural europeia e a
miscigenação das populações foram particularmente intensas no caso americano.




       Em Lisboa foi criada a Casa da Índia para organizar o comércio colonial. E em
   Sevilha foi criada a Casa da Contratação. Ambas desempenhavam funções muito
   semelhantes:

             Preparavam as viagens das armadas abastecendo-as de víveres essenciais à
             sobrevivência das tripulações;
             Compravam mercadorias para servir de moeda de troca junto dos mercados
             coloniais
             Traziam para a Europa os produtos do Novo Mundo

       Porém, apesar de Lisboa e Sevilha terem tido um papel fundamental na
   dinamização do comércio internacional, nunca conseguiram controlar quer a
   distribuição quer a venda dos produtos coloniais. Pelo contrário, limitaram-se a praticar
   uma política de transporte desses produtos, cabendo a Antuérpia (hoje parte da
   Bélgica) a lucrativa função de comercializar os produtos de origem colonial.
O comércio à escala mundial

Mundialização da economia – refere-se ao comércio intercontinental, ou seja, deixa de ser
dentro do próprio país e passa a ser entre os países dos vários continentes.

Rotas Portuguesas:

        Rota do Cabo – ligava a Europa (Lisboa) à Ásia (Índia) contornando a África;

        Rotas de Extremo Oriente – uniam a cidade do Goa a várias zonas do Extremo
        Oriente, nomeadamente o Japão, a China e as ilhas asiáticas;

        Rotas Atlânticas – ligavam Lisboa a África e, mais tarde ao Brasil.

Rotas Espanholas:

        Rotas Atlânticas – ligavam Sevilha à América Central;

        Rota de Manila – ligava Manila (hoje capital das Filipinas) ao México.

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Século XIV até século XVI

  • 1. O estilo românico Características: - Planta em cruz latina - Arco de volta perfeito - Abóbada de berço Estilo gótico O estilo gótico teve origem em França no século XII. O estilo gótico tinha características próprias: - Arcos quebrados – substituindo os tradicionais arcos de volta perfeita.
  • 2. - Abobadas sobre cruzamento de ogivas – um tipo novo de abóbada. - Pináculo. - Arco botante – elemento que substitui os contrafortes no suporte das abóbadas e permitem o crescimento vertical dos edifícios.
  • 3. - Janelas e rosáceas – decorados com vitrais, aberturas que permitem a entrada da luz no interior dos edifícios. O estilo gótico era aplicado: - Arquitectura (civil, militar e religiosa); - Escultura; - Pintura; - Tapeçaria; - Ourivesaria. Crise e revolução no século XIV O século XIV foi um século de crise económica e social. Houve maus anos agrícolas, que levam a fomes, que levam a doenças e a pestes (peste negra), que levam a mortes. E a guerra também leva a mortes. Crise de 1383/1385 A morte do rei D. Fernando leva a uma crise política. Como só tinha uma filha, D. Beatriz – legítima herdeira do trono português –, casada com o rei de Castela. Se herdasse o trono português, Portugal perdia a independência. Dois grupos sociais, a nobreza e clero apoiavam D. Beatriz, porque queriam continuar com os privilégios. O povo (Burguesia) queria um Portugal independente. Surgiu D. João – Mestre de Avis que liderou a revolta. Depois de dois anos de luta com Castela, os Portugueses confirmaram a independência na Batalha de Aljubarrota, 1385. D. João é aclamado rei de Portugal nas Cortes de Coimbra, em 1385, como D. João I.
  • 4. Expansionismo europeu No inicio do século XV, a Europa encontrava-se mergulhada numa profunda crise económica. Tornava-se, assim, difícil de chegar directamente aos locais de origem de alguns dos produtos mais necessários: ouro e cereais de África e especiarias da Ásia. Europa nas vésperas da expansão marítima Antes de se expandir, a Europa, vivia uma crise económica e social. Devastados por fomes, pestes e guerras, os Europeus debatiam-se com a falta de mão-de-obra, de cereais e de metais preciosos. Alem disso, as relações comerciais entre a Europa e o Oriente tornaram-se mais instáveis. As motivações dos grupos sociais A situação económica do nosso país era gravíssima. No âmbito social, a nobreza via a sua riqueza diminuir, pelo qual ansiava por novos combates que lhe fornecessem terras, cargos, rendas e títulos, assim como aspirava a participar nas lucrativas actividades mercantis. O clero queria expandir a fé cristã e o espírito de cruzada e aumentar as rendas. A burguesia, por seu lado, pretendia alcançar e controlar novos mercados e produtos, de modo a aumentar os seus rendimentos. Já o povo, procurava melhorar as suas condições de vida, através de empregos mais bem remunerados ou do cultivo de novas terras. O rei queria resolver a crise económica do país, mais prestígio e mais riqueza. As condições da prioridade portuguesa Portugal foi pioneiro na expansão marítima. Tal só foi possível devido à conjugação de várias condições favoráveis, nos planos político, geográfico, técnico e científico. Devido à sua extensa costa atlântica e inúmeros portos naturais, os Portugueses desde cedo se dedicaram à pesca e ao comércio marítimo. Em resultado da presença muçulmana e da judaica na Península Ibérica, os Portugueses contactaram com diversos instrumentos de orientação (bússola, astrolábio, quadrante, balestilha, portulano, cartas de marear, etc.), que lhes permitiram praticar a navegação astronómica (orientação pelos astros) em alto mar. Outras inovações importantes consistiram no aperfeiçoamento de uma embarcação que seria fundamental nas viagens ao
  • 5. longo da costa africana – a caravela – e no desenvolvimento da técnica de bolinar (navegação contra o vento usando as velas triangulares). A conquista de Ceuta A conquista de Ceuta deu-se no reinado de João I, em 1415. Mas porquê Ceuta? Desde logo, devido à sua localização geográfica, junto ao Estreito de Gibraltar, que permitia aos portugueses controlar o comércio que se fazia entre o mar mediterrâneo e o oceano Atlântico. Em simultâneo, a posse desta praça garantia protecção dos frequentes ataques piratas. Aí chegavam várias rotas comerciais (ouro e prata). Era uma cidade muito rica em cereais, gado e derivados de plantas têxteis – aspecto importante devido à pobreza face a estes alimentos. No entanto, embora a conquista de Ceuta tenha sido um sucesso militar, resultou num enorme fracasso do ponto de vista económico. As rotas comerciais foram desviadas para outras cidades muçulmanas e, uma vez que não conseguiram ultrapassar os muros da cidade, os portugueses não tiveram acesso aos cereais. Ceuta tornou-se, assim, um bastião cristão cercado por inimigos muçulmanos. O povoamento e colonização da Madeira e dos Açores João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira chegaram pela primeira vez à Madeira em 1419. E aos Açores, em 1427 por Diogo Silves. Forma de colonização: A colonização foi feita através de capitanias entregues a capitães donatários - que tinham poderes administrativos, judiciais e militares - povoaram as ilhas e exploraram-nas economicamente. A descoberta e colonização da costa ocidental africana Gil Eanes foi o primeiro europeu a ultrapassar o Cabo Bojador, em 1434. Forma de colonização: A colonização foi feita através de feitorias. A primeira foi em Arguim. As feitorias eram entrepostos comerciais. Os entrepostos eram centros de armazenamento e troca de produtos. Com a morte do Infante D. Henrique, em 1460, assistiu-se à diminuição das viagens de descobertas, que haviam atingindo já a Serra Leoa. Tal mudança deveu-se ao monarca D. Afonso V que, influenciado pela nobreza decidiu voltar-se para a conquista de novas praças no Norte de África.
  • 6. A política africana de Afonso V Foram conquistadas mais praças marroquinas, como Alcácer Ceguer em 1458 e Arzila e Tânger em 1471. Mas, mais uma vez, esta conquista sagrou-se um novo desastre económico, agravado pela crescente despesa da manutenção militar. Face ao desinteresse de D. Afonso V, as viagens de descoberta prosseguiram mas agora por um particular, Fernão Gomes, um mercador rico de Lisboa. Em 1469, arrendou ao rei o comércio da costa africana por um período de cinco anos. Em troca, Fernão Gomes comprometeu-se a entregar uma renda em dinheiro e a descobrir cem léguas de costa para sul todos os anos. Desta forma, foi explorada a costa da Mina, onde se encontraram grandes quantidades de ouro. A política expansionista de D. João II O seu principal objectivo era atingir a Índia por mar, mas também controlar o comércio da costa ocidental africana e, posteriormente, da Índia, impondo assim o monopólio régio, ou seja, o comércio dos produtos dessas zonas era controlado pela Coroa de Portugal. D. João II encarregou Diogo Cão de explorar o litoral de Angola e chegou à costa da actual Namíbia. Em 1487, Pêro da Covilhã e Afonso Paiva viajaram por terra e Bartolomeu Dias navegou por mar e atingiu o Cabo da Boa Esperança em 1488. Tratado de Tordesilhas O tratado de Tordesilhas estabelecia as seguintes condições: Dividir o mundo em duas partes iguais por um meridiano imaginário que passava a 370 léguas a oeste de Cabo Verde As terras a descobrir para oriente passavam a pertencer a Portugal As terras a descobrir para ocidente dessa linha pertenciam a Castela A descoberta do caminho marítimo para a Índia Após a viagem de Bartolomeu Dias, o rei D. João II iniciou a preparação de uma grande expedição com o mesmo objectivo de chegar à Índia por via marítima. Foi já no reinado de D. Manuel I que tal empreendimento se concretizou: uma armada de quatro navios e cerca de 150 homens comandada por Vasco da Gama, saiu de Lisboa em 1497 para atingir a cidade Indiana Calecute em Maio de 1498, após 10 meses de viagem feita
  • 7. em condições difíceis. Vasco da Gama estabeleceu, desta forma, a ligação por mar entre a Europa e a Ásia, para aí obter especiarias e produtos de luxo, Rota do Cabo. A chegada ao Brasil O rei, D. Manuel I, enviou uma armada comandada por Pedro Álvares Cabral, que seguiu a mesma rota de Vasco da Gama, com o objectivo de impor poder português a oriente. Porém, as embarcações foram desviadas para sudoeste, próximo do arquipélago de Cabo Verde, devido a uma tempestade, tendo alcançado a Terra de Vera Cruz em 1500, mais tarde designada Brasil (pau-brasil). A Terra de Vera Cruz era habitada por povos de pele avermelhada, alguns com a cara pintada e andavam nus. Desconheciam a agricultura e a pastorícia, alimentavam-se da recolha de sementes e raízes que apanhavam da Natureza. A afirmação do expansionismo europeu: os impérios peninsulares Os portugueses na África negra Apesar da maioria dos povos viver em clãs, alguns destes povos estavam organizados em reinos e até em impérios. Os portugueses nunca mostraram interesse em conquistar os reinos destas populações mas sim em estabelecer com elas relações comerciais, o que facilitou a convivência mútua. Tais relações comerciais eram bastante favoráveis aos portugueses, que trocavam produtos como o sal, tecidos ou trigo por escravos, marfim, ouro e malagueta, entre outros. Para facilitar as trocas estabeleceram-se acordos com os chefes locais que permitiam a criação de feitorias. Estas eram um misto de entreposto e de fortaleza, já que aí se realizavam trocas comerciais e armazenavam produtos, protegidos por uma guarnição militar. Em Cabo Verde, o clima e o solo eram secos, pelo que a colonização foi lenta, através de capitanias. O tráfico de escravos desenvolveu-se, na sua maioria, a partir de prisioneiros das guerras travadas entre os povos africanos, que produziu uma forte quebra demográfica neste continente e tornou-se no mais importante “produto” comprado pelos portugueses aos comerciantes locais, negros e mouros. No arquipélago de São Tomé e Príncipe o clima e o solo eram próprios da agricultura, aí, os portugueses dedicaram-se ao cultivo da cana-de-açúcar. A missionação era a conversão de não-cristãos ao Cristianismo, neste caso, dos povos que se encontravam em África foi outra das preocupações dos portugueses. Ao conviverem uns com os outros certos costumes foram transmitidos através da aculturação e a difusão da língua portuguesa.
  • 8. A penetração portuguesa no mundo asiático A Ásia era bem organizada, populosa, evoluída e religiosamente definida, um continente em tudo distinto de África em termos civilizacionais. A sua economia fundava-se numa agricultura, que incluía a exploração das especiarias, e numa indústria produtiva nas áreas das sedas, porcelanas, papel e tecidos de algodão, entre outras. Os povos asiáticos praticavam diferentes religiões, sendo as principais a muçulmana, mas também o hinduísmo na Índia e o budismo na China, Japão e Índia. A Índia era composta por pequenos estados hindus e muçulmanos em lutas permanentes. Aqui, os portugueses empenharam-se em estabelecer um império comercial, através do domínio dos mares e de pontos estratégicos em terra, com a intenção de controlar totalmente o comércio dessa zona do globo – ou seja, deter o monopólio comercial. D. Manuel I criou vice-reis da Índia para governar esse território e tinham poderes. O primeiro vice-rei, Francisco de Almeida, desenvolveu uma política de domínio marítimo, exigindo licenças de navegação a todos os barcos que navegassem no Índico. O segundo vice- -rei, Afonso de Albuquerque, optou pela conquista de portos e cidades estrategicamente situados, além de ter mandado construir feitorias e fortalezas, defendendo uma política de domínio terrestre. A partir destas várias feitorias, as mercadorias transaccionadas pelos portugueses eram depois canalizadas para a cidade de Goa, de onde partiam com destino a Lisboa. Aqui, D. Manuel I criou a Casa da Índia, atribuindo-lhe a função de armazenar as mercadorias orientais e vendê-las à Europa. Todo este comércio era controlado pelo rei, que assim exercia o monopólio régio. No plano social, as autoridades portuguesas promoveram a miscigenação, ou seja, o casamento entre portugueses e mulheres indígenas. Apesar disso, a aculturação foi pouco intensa, porque os povos asiáticos possuíam culturas muito antigas e profundamente interiorizadas, tal como a missionação. Os portugueses no Brasil No inicio, os portugueses interessaram-se pouco pela exploração do Brasil. D. João III, em 1532, implantou / criou o sistema de capitanias, que eram 15. No entanto, o rei detinha o monopólio comercial do pau-brasil. Em 1549, foi fundado um Governo Geral por Tomé de Sousa.
  • 9. A principal actividade comercial ficou ligada à cana-de-açúcar. O império espanhol da América Quando os espanhóis chegaram à América também encontraram três civilizações altamente desenvolvidas: os Incas (nos Andes), os Maias (na América Central) e os Astecas (no México). Em 1519, o conquistador espanhol Fernando Cortez dominou os Astecas e, em 1531, Francisco Pizarro conquistou os Incas. Tais vitórias foram rápidas e violentas, devendo-se a 3 factores: surpresa, superioridade militar mediante a utilização de armas de fogo e, a alianças com tribos índias. Esta parte da América era rica em ouro (na Colômbia) e em prata (no Peru e no México) Na organização administrativa destes territórios os espanhóis adoptaram o sistema de vice-reis, semelhante ao utilizado pelos portugueses na Índia. Ao nível central, a Coroa criou o conselho das Índias, que detinha o monopólio comercial de todos os produtos americanos, concentrando-os na Casa da Contratação, em Sevilha, de onde eram vendidos para o resto da Europa (tal como na Casa da Índia em Lisboa). A missionação foi simples e pacífica. A assimilação da cultural europeia e a miscigenação das populações foram particularmente intensas no caso americano. Em Lisboa foi criada a Casa da Índia para organizar o comércio colonial. E em Sevilha foi criada a Casa da Contratação. Ambas desempenhavam funções muito semelhantes: Preparavam as viagens das armadas abastecendo-as de víveres essenciais à sobrevivência das tripulações; Compravam mercadorias para servir de moeda de troca junto dos mercados coloniais Traziam para a Europa os produtos do Novo Mundo Porém, apesar de Lisboa e Sevilha terem tido um papel fundamental na dinamização do comércio internacional, nunca conseguiram controlar quer a distribuição quer a venda dos produtos coloniais. Pelo contrário, limitaram-se a praticar uma política de transporte desses produtos, cabendo a Antuérpia (hoje parte da Bélgica) a lucrativa função de comercializar os produtos de origem colonial.
  • 10. O comércio à escala mundial Mundialização da economia – refere-se ao comércio intercontinental, ou seja, deixa de ser dentro do próprio país e passa a ser entre os países dos vários continentes. Rotas Portuguesas: Rota do Cabo – ligava a Europa (Lisboa) à Ásia (Índia) contornando a África; Rotas de Extremo Oriente – uniam a cidade do Goa a várias zonas do Extremo Oriente, nomeadamente o Japão, a China e as ilhas asiáticas; Rotas Atlânticas – ligavam Lisboa a África e, mais tarde ao Brasil. Rotas Espanholas: Rotas Atlânticas – ligavam Sevilha à América Central; Rota de Manila – ligava Manila (hoje capital das Filipinas) ao México.