O documento descreve diversas figuras de linguagem, incluindo a anáfora, a metáfora, a personificação, a antítese e a metonímia. Exemplos de cada uma são fornecidos, principalmente usando trechos da obra de Luís de Camões.
2. É um caso especial de repetição: quando
uma palavra aparece repetida no inicio de
um verso ou frase.
Ex.:
Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
(Camões)
3. Processo de evidenciar semelhanças entre
duas realidades. Pode ser realizado através
da partícula comparativa como ou de
verbos como: parecer, assemelhar-
se, fazer lembrar.
Ex:
O Amor queima como o fogo
(Luís de Camões)
4. Interpelação de pessoas ausentes ou
presentes, identidades reais ou
irreais, sob a forma exclamativa.
Exemplo: » Ó lua inspira-me»
( Luís de Camões)
5. Atribuição de aspectos antagónicos a
uma mesma realidade.
Ex.:
“Amor é fogo que arde sem se ver”
“É ferida que dói e não se sente”
6. Consiste na associação ou sobreposição
de duas realidades diferentes que têm
algo em comum.
Ex:
Meu coração é um balde despejado
(Fernando Pessoa)
7. É a substituição de um termo por
outro, em que os sentidos destes termos
têm uma relação de extensão desigual.
Exemplo: » Que, da
Ocidental praia Lusitana»
( Luís de Camões)
8. Recuo temporal destinado a relatar
eventos anteriores ao presente da
acção.
Os Lusíadas de Camões, como começam quot;a meio da acçãoquot;
(in media res), farão, depois, uso da analepse para que sejam
referidos acontecimentos prévios. No cinema, o flashback é
um recurso típico de vários géneros cinematográficos, sendo
frequente nos filmes policiais e nos clássicos do filme negro
norte-americano: por exemplo, em “Out of the Past”, de
Jacques Tourneur, onde o passado é essencial para a
compreensão da acção, é apresentado numa longa
sequência que justifica o título original do filme (Fora do
Passado, em tradução literal).
9. Atribuição de
qualidades, características e atitudes
humanas a outros seres não humanos
(animais ou seres inanimados).
Ex:
quot;A Bomba atómica é triste, Coisa mais
triste não há Quando cai, cai sem
vontadequot; (Vinícius de Morais)
10. Consiste na atribuição a um objecto de
uma característica que, na
verdade, pertence a outro com o qual
está relacionado.
Exemplo: »Tentou todavia uma garfada
tímida» (Eça de Queiroz)
11. É a relação de planos sensoriais
diferentes: Por exemplo, o gosto com o
cheiro, ou a visão com o olfacto.
Ex.:
“ e remando ouvia o som trémulos
dos peixes – voadores.”
12. Expressão de uma ideia, mas fazendo
entender precisamente o seu contrário.
Ex:
quot;E fique sabendo o Dantas que se um dia houver
justiça em Portugal todo o mundo saberá que o
autor dos Lusíadas é o Dantas que num rasgo
memorável de modéstia só consentiu a glória do
seu pseudónimo Camões.quot; (Almadaaviso de proibido
A figura mostra um
fumar colocado sobre figuras de Sherlock
Negreiros, Manifesto Anti-Dantas) um exemplo típico da
Holmes fumando,
ironia de situação.
13. Figura de estilo através da qual
determinada realidade, geralmente
negativa, é suavizada.
Exemplo: » Após
prolongada doença
ele apagou-se»
14. Recurso estilístico que consiste na
representação de uma realidade
abstracta através de uma realidade
concreta
Os ditados populares são alegorias
contextualizadas:
“Água mole em pedra dura, tanto bate até
que fura.”
“Mais vale um pássaro na mão que dois a
voar.”
“Casa de ferreiro, espeto de pau.”
15. Apresentação sucessiva de vários
elementos dominados por uma
realidade comum.
Exemplo: » Vaidade é o luxo, a
glória, caridade»
( António Nobre)
16. Consiste Acto ou modo de atribuir
qualidades aos substantivos, precisando
o seu significado.
Ex.:
“Figura resoluta e forte”